Dulce Antidoto Para Olvidar escrita por Miaesposito


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

espero que estejam gostando comentem...



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Sim, aparentemente fazia um ano isso. Mais não sabia em que país estava, e estava certa de que não era o seu porque o sotaque dos clientes era diferente, não sabia se colombiano ou não.

Agora se encontrava em um lugar horrível, cheio de garotas na mesma situação que a sua. Com medo, chorando, pedindo, por favor, que a deixassem sair. Mais ninguém dava importância, quando alguma se queixava eles a levavam e ela voltava machucada, torturadas e em estado de shock.

***

Agora estava ali, naquele quarto esperando seu próximo cliente. Nojo! Era o que sentia. Nojo. Mais teve que aprender a sobreviver com isso. Não a deixariam sair jamais, isso ela sabia muito bem, e se algum dia saísse seria morta, isso a disseram no primeiro dia que esteve ai. Enquanto esperava ao próximo velho que viria pedindo seus “ serviços” lembrava de sua vida antes desta.

Não era completamente feliz. Não lhe faltava coisas materiais mais sim afeto, e isso a fazia infeliz. O único carinho que recebia era de pessoas distantes, mais que a amavam como se fosse da família. Dizem que os amigos são a família que se permite escolher e definitivamente para ela era assim. Suas amigas e sua Lupe eram a família que tinha escolhido.

Seus olhos se encheram de lágrimas. Queria voltar a vê-las, estar com elas, coversar, sorrir... Queria abraça-las uma vez mais. Queria se sentir segura nos braços de sua babá... Queria voltar a sua vida, queria voltar a estar viva e ser a de antes. Mais agora estava ali, e se sentia mais miserável do que nunca. Sentia-se horrível vestida daquela forma. Sentia-se suja ao ser tocada várias vezes cada noite por diferentes homens, tinha nojo de si mesma.

Seu olhar estava fixo no chão quando escutou a porta se abrir. Ali ia, tinha que secar essas lágrimas e fazer o que vinha fazendo há meses; manter-se forte, deixar seu coração de lado e fazer o que tinha que fazer. Sem sentimento, sem nenhum estremecimento e emoção. Quanto mais rápido melhor, mais rápido se livraria desse asqueroso animal que a tocaria “satisfeito”. Secou suas lágrimas e levantou o olhar encontrando-se com um par de olhos castanhos mirando-a com desejo. Mais não era um velho. Bom, ela sempre recebia homens de todo tipo, era a favorita daquele lugar, a que todo homem queria ter, e sempre variavam as idades. Mais... nem sequer era um homem.

Era uma mulher, de intensos olhos cafés, cabelos compridos e castanhos até a cintura. A luz do abajur próximo a ela a deixava ver umas mechas loiras nas pontas de seus pesados cachos.

<< é maravilhosa>> pensou. Mais não. Tinha que deixar seus sentimentos de lado, como sempre fazia. Levantou-se com o queixo erguido e expressão seria como sempre.

— Oi linda. -

Um sentimento a invadiu ao ouvir aquela mulher a chamando assim. Era a primeira vez que uma mulher pedia seus serviços. Tomou ar e se endireitou.

— o que deseja?-

Respondeu em tom seco, aproximando-se da moça. Esta tirou a jaqueta, a apoiou no sofá próximo, ficando com uma blusa preta de alça e colocando as mãos nos bolsos de seu jeans.

— Ciel, verdade?-

Perguntou a moça, agora sem nenhum rastro de desejo em seu olhar, se não de compaixão. Compaixão? Isso era o que menos tinha os que iam ali, que te faziam o que queriam, onde queriam e como queriam. Não importava se te machucava, a eles só importava seu prazer.

—assim me chamam, não?-

Respondeu com o mesmo tom de antes.

—tem um Lindo nome e também lindos olhos- se aproximou um pouco mais e pegou sua mão.

—te puseram esse nome? Ou não se chama assim?-

O que pretendia essa mulher? Perguntou-se. Se fazer de poeta para logo fode*la sem piedade? Melhor cortar de uma vez e ir direto ao ponto.

— não importa meu nome. Se quiser pode me chamar do que mais gostar- disse com um tom brusco enquanto buscava o cinto da calça daquela jovem mulher.

Esta tomou sua mão para deixar de fazê-lo.

— veio para isso não? Ou quer jogar?- perguntou enquanto levantava uma sobrancelha irônica

— há quanto tempo está aqui?- perguntou de súbito surpreendendo-a, Ciel franziu o cenho e a olhou confusa.

— o que importa?

— importa muito- respondeu roçando sua mão em sua suave bochecha.

— por acaso pergunta porque eu sou a melhor daqui?-

— digamos que sim- respondeu.

Ela suspirou e se afastou um pouco. Vestia uma pequena camisola preta transparente que deixava ver seu corpo escultural. Estava descalça e seu cabelo solto caía sobre seus ombros. Ao dar a volta e caminhar a morena pôde admirar os atributos desta mulher.

— você é nova, nunca havia te visto por aqui. Na verdade, nunca havia visto uma mulher por aqui, buscando a nossos serviços-

— me recomendaram-

Certamente foram alguns dos homens que ela teve que aguentar noites e noites.

— por acaso também te recomendaram a mim?-

— exato. Disseram-me que é a mais “pedida” digamos assim. E a mais cara- ela deu a volta e a olhou com indiferença.

— eles dizem que sou a mais cara... Não sei quanto valho. Não vejo nem uma moeda do que pagam por mim- a mulher ficou séria, era justamente o que precisava saber. Ela não estava ali porque queria. Se não via nem uma moeda do que pagam por ela, então era como muitas outras que estavam ali obrigadas. Aproximou-se um pouco mais e voltou a tomar sua mão.

— como se chama?-

Perguntou em um sussurro. A loira demorou em responder.

— não te dissera? Ciel. Céu em francês. Dizem que assim fica mais elegante. Mais é o que menos importa, se é francês, italiano ou em chinês. - respondeu furiosa

— não acredito que esse seja seu verdadeiro nome-

— quer saber? Não interessa meu nome. Quero terminar com isso o quanto antes. Explico-te quais são minhas regras?- a morena não respondeu, então ela tomou como um sim.

— tenho que aceitar que me façam o que quiserem. Se quer brincar algo antes brincamos, se quer me maltratar, me maltrate- expressou seriamente

— não dou beijos na boca, então não tente me beijar. Não peça que te chame de uma forma excitante porque não farei. Nem sequer falarei algo enquanto você me Fo*de- a moça de olhos castanhos franziu o cenho mais seguiu escutando.

— e se quiser, como te disse, pode me chamar pelo nome que quiser, o que menos importa aqui é meu nome-

— Posso falar?- perguntou a jovem com muita calma

— anda peça-

— não quero pedir nada-

— Então vamos direto ao ponto. Não posso perder o tempo falando. Se eles descobrem... - se calou antes de terminar a frase.

— se descobrem o que acontece?- perguntou interessada.

— você é mesmo nova por aqui. -

— te obrigam a estar aqui verdade?-

A moça ficou muda, sem reação. Ninguém nunca a havia feito essa pergunta. Porque ela a fez?

— por acaso uma mulher gosta de ser pu*ta sem receber nem um centavo?- ela não respondeu, mais sabia que a resposta era não. Há muitas mulheres que se prostituiam porque precisavam de dinheiro, porque eram viciadas e é o único trabalho que conseguiam para comprar drogas... Ou por prazer, mais todas cobram! Ninguém tralharia nisso de graça.

— posso te contar uma coisa?-

A moça seguia a olhando com desconfiança. Perguntas demais, isso era estranho.

— quem é você?-

— preciso que me responda uma coisa, eu sei que neste lugar há muitas mulheres sequestradas e obrigadas a fazer isso. Mais também sei que há muitas outras que estão porque querem- duvidou um pouco. Não sabia se podia confiar nessa mulher. Nesse lugar não podia se confiar em ninguém, aprendeu isso no dia que chegou.

— pode confiar em mim, sim? Só preciso te fazer uma pergunta- seguiu a morena.

Ela suspirou e fechou os olhos. Não restava outra coisa a não ser confiar... A jovem a transmitia confiança e ainda que tivesse errada sua vida estava em jogo, não lhe importava mais nada. Ela estava morta em vida.

— o que quer? - 

— posso confiar em você?-

— eu posso confiar em você?-

Respondeu-lhe com a mesma pergunta, com ar desafiante.

— te juro que sim. Olha Ciel ou como se chame, sou jornalista -

Que!!!! Ela escutava direito? Ela disse jornalista??

— jornalista? O que quer?Uma matéria de como se vive por aqui, o que mais pedem os clientes, o que...??

— não, não, não é isso -.

Respondeu rapidamente

— quero ajudar, mais sei que parte da polícia esta envolvida nisso, por isso nunca fazem nada para acabar com esses lugares-

— sabe quantos policiais eu tive que “ satisfazer?”

— milhares- disse com fúria.

— eu sei disso-

— então-

—como a polícia não faz nada contra isso, então decidi fazer -

— e como fará? Sozinha você não vai conseguir. Não é o único prostíbulo que há-

— eu seu. Você não me respondeu. Posso confiar em você?-

O que restava? Tal vez ela a ajudaria.

Sentou-se na cama e apoiou suas mãos em sua perna. A bonita morena fez o mesmo.

— sim-

Respondeu em um sussurro. A moça morena soltou um suspiro de alívio. Procurou algo em sua jaqueta pondo em alerta a jovem de cabelos loiros.

— calma, não é nada- tirou um papel.

— olha, ela é minha irmã-.

Mostrou-lhe uma foto que levava bem escondida em sua jaqueta, já que antes de entrar nesse lugar te fazia deixar cheques, carteiras, bolsas e celulares.

— e o que tem isso?-

— está desaparecida há um ano e entre averiguações e pistas me levaram a acreditar que ela também está em um prostíbulo. Mais não sei qual- a jovem a olhou com pena. Sua irmã era uma vitima a mais como ela.

— você a viu por aqui?-

Olhou a foto novamente e tentou de assimila-lo com algum rosto dali, mais não. Ela conhecia a todas as garotas e essa não estava lá.

—olha-

Levantou-se e trancou a porta por segurança. Voltou ao mesmo lugar na cama e se acomodou melhor.

— eu estou aqui a pelo menos um ano, e não vi essa moça aqui. Pelo menos desde que estou aqui não. Não sei esteve antes que eu- a luz que havia nos olhos castanhos da ruiva se apagou, e isso entristeceu Ciel.

— me perdoe não ter servido de ajuda... Mais não a conheço e duvido que esteja aqui. Eu conheço a todas- ela suspirou e baixou a cabeça.

— não me darei por vencida-

— não faça - sussurou

— não se dê por vencida, não abandone sua busca. Não sabe o inferno que é está aqui- a morena empalideceu ao escutar essas palavras.

— não o farei, obrigada -

— não me apresentei me desculpe. Me chamo Rachel Berry, mais me chamam de Rachel. Obviamente por aqui nos chamam por outro nome, como vocês e eu certamente não entreguei meu nome assim de bandeja- disse tentando fazer com que Ciel lhe dissesse seu verdadeiro nome.

— te diria Ciel, mais esse não é meu nome-

—como é?-

Perguntou olhando-a nos olhos

— Quinn. Quinn Fabray é meu nome-

Rachel sorriu e afirmou com a cabeça.

— se você for agora eles vão suspeitar. Tem que ficar uns minutos mais- a repórter voltou a afirmar. Baixou o olhar e logo voltou a olha-la. Ela também tinha a cabeça abaixada, seu olhar perdido em algum ponto da almofada decorada no luxuoso quarto.

— vou ficar por aqui então voltarei-

— que?-

— virei o quanto puder, preciso averiguar mais-

—ah-

Sussurrou decepcionada. Pensou que voltaria por ela. Mais, que iludida! Sim, como não? Viria por ela e nada mais. Obvio que não. Havia coisas mais importantes em sua vida que uma prostituta.

— tomara que encontre logo sua irmã-

Rachel agradeceu e passou mais uns minutos ali, que se fizeram eternos. Havia gostado de Quinn desde o primeiro momento em que a tinha visto, mais não queria estar com ela. A desejava, mais não podia estar com ela sabendo que sua irmã era vitima como Quinn e um homem qualquer estaria se aproveitando dela nesse momento.

Assim permaneceram em silêncio, Rachel às vezes perguntava coisas a Quinn e ela felizmente respondia. Contou-lhe um pouco do que sabia que via o dono todos os dias ali, mais era muito observadora, se deu conta de que nas segundas ia e não voltava ate bem tarde e que de vez enquanto viajava, supostamente para o México ou outros países e sempre trazia novas garotas. Contou-lhe que uma senhora, chamada Sisí é encarregada por elas, que o lugar estava dia e noite, 24 horas do dia, com seguranças e o mais importante, que era impossível escapar Dalí.

— tem o meu sotaque. É Americana?-

Perguntou a jornalista.

—sim, sou de Nova York. Onde estamos?-

—Colômbia-

— eu imaginei. Nunca nos disseram-


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Notas finais do capítulo

Não sei se poderei posta todos os dias mais prometo não demora muito para posta cometem...



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