Dulce Antidoto Para Olvidar escrita por Miaesposito


Capítulo 4
Capítulo 4




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Nos dois seguintes Rachel voltou, não diariamente, mais duas ou três vezes na semana retornava a esse lugar. Foi assim por um mês. E como era uma das visitantes mais frequentes e a única mulher, já ia lhe dar uma credencial de sócio.

Havia entrevistado as garotas que lhe pareceram confiáveis, mais não havia descoberto nada de sua irmã. Numa noite chegou ali e pediu para estar com Quinn, ou melhor, Ciel. Sem duvidar, depois de ter “estado” com várias moças do lugar, se deu conta da grande diferença, quanto ao dinheiro, que havia entre todas e sem duvidas Ciel era mais cobiçada.

A moça tinha suas mãos apoiadas na mesa, onde repousava a garrafa de champanhe e dois copos, olhando-se no espelho. Por ele pode ver como alguém, conhecida por ela, entrava no quarto.

— você outra vez?-

Perguntou debatendo-se entre sorrir ou não.

— Oi... Ciel-

A cumprimentou com um meio sorriso. Queria chama-la de Quinn, era um nome Lindo, mais do que Ciel... Mais não podia. Por segurança devia chamá-la pelo nome que há deram um ano atrás.

—oi-

A cumprimentou timidamente se voltando para ver seu rosto. Apoiou-se na mesinha e esperou que a morena falasse.

— como esta?- Quinn sorriu ironicamente

—sinto muito. Não há como estar bem em um lugar como este-

— fico feliz em te ver- a surpreendeu dizendo a loira

— eu também-

Aproximou-se um pouco mais.

—descobriu algo mais?-

— nada. Parece que aqui nunca esteve pelo que me disseram. Terei que seguir em outro lugar-

— então não virá mais por aqui-

Quinn havia se acostumado a vê-la varias vezes pelo lugar... Conformando-se simplesmente em admirá-la de longe. Soube que havia contratado os serviços de outras no lugar e isso a fez duvidar se além de investigar coisas de sua irmã, também não aproveitava para se “divertir” um pouco cada noite.

— um Milhão por teus pensamentos-

Disse tirando a jaqueta de coro. A loira, que tinha a vista em algo no chão, levantou o olhar rapidamente um pouco surpresa.

— valho tanto?-

— muito mais, você não tem preço Ciel.-

Quinn riu irônica e se afastou dela.

— caso não saiba, sim eu tenho preço-

— duvido que todo o ouro do mundo possa pagar o que vale-

— por que veio?

Perguntou seriamente de onde estava. Não devia ter ilusões, hoje ela iria e nunca mais voltaria a vê-la.

— como te disse não encontrei nem uma mínima pista nesse lugar, então terei que procurar em outro-

Ela afirmou com a cabeça e seguiu escutando.

— vim me despedir-

Quinn sentiu um nó na garganta, queria pedir que a levasse que a tirasse desse lugar e a salvasse de tudo isso. Os olhos se encheram de lágrimas e a jornalista percebeu.

— o que foi?-

Perguntou acariciando sua bochecha.

—nada-

Respondeu enquanto aspirava ar e o soltava segundos depois.

— então veio se despedir?-

Afirmou com a cabeça à morena.

— voltarei para Nova York tenho que buscar umas coisas e ir para a Argentina. Já investiguei nos lugares daqui, acredito que foram todos e não há noticias dela. Preciso seguir e agora irei para Argentina-

— você investigou em países da America somente?-

A ruiva afirmou.

— não parou para pensar que podem ser a levado para outro lugar? Europa talvez?-

— sim eu pensei, mais não posso me dividir. Começarei por América, depois irei a Europa.

— e porque veio se despedir de mim?- perguntou mudando de assunto.

— ou vai se despedir das outras também?-

— não, só com você. -

Outra vez surpreendeu à morena, e tinha um pequeno raio de esperança de que esta sentisse o mesmo que ela.

Quinn, ou Ciel, se aproximou da jornalista e posou as duas mãos nos ombros dela, olhando-a intensamente nos olhos. Vestia uma blusinha de alça, mais desta vez de cor azul marinho. Pode comprovar que sua pele era tão suave quanto imaginou e notou as sardas que havia em seus seios.

Rachel não disse nada, assim que ela baixou as mãos pela lateral de seus seios ate chegar ao botão de sua calça.

— vim para me despedir de você... Mais não deste modo- a moça se deteve rapidamente, envergonhada, antes que se afastasse Rachel a tomou pelo braço.

— não quero me despedir de você assim, não vim te usar. É o que menos quero fazer, quando minha irmã pode estar passando por algo similar- Ela concordou em um movimento de cabeça.

— mais... gosto de você. Desde o primeiro momento em que te vi, sentada nessa mesma cama, me encantei por você. Te vi tão frágil, tão indefesa... Adoraria poder te ajudar, proteger de todos aqueles que te fazem dano- o brilho que havia se formado nos olhos de Quinn diminuiu com o “adoraria”.

— não... Não se preocupe comigo... Eu... -

Foi calada pelo dedo da jornalista em seus lábios.

— te ajudarei-

Quinn a olhou confusa ajuda-la? Como?

— sei as regras. Vocês estão aqui com quantos tipos as desejem... Ate que um decide dar a quantidade de dinheiro que valem e eles a entregam, para que seja sua prostituta- Quinn afirmou.

— sim, é isso-

— o estranho é que sendo você, a mais cobiçada, nunca foi vendida. Desculpe, não queria utilizar essas palavras contigo, mais é o que fazem: as vendem -

— sim, nos vendem mais... Não houve nenhum homem que pagasse o que pedem por mim. E digo homem porque você é a primeira mulher que vejo. Por ser tão cara eles se conformam em vir e me ter quando quiserem, mais aqui. Não me compram, porque não estão dispostos a pagar tanto por alguém como eu -

— eu sei o que pedem por você e estou disposta a pagar o dobro-

Ok, ela a estava surpreendendo cada vez mais. Ou seja, ela iria a comprar para ajudá-la? Simplesmente para isso? Ninguém pagaria tanto, muito menos para ajudá-la e deixa-la ir em seguida.

— eu não entendo. Você me comprará?-

—sim-

Quinn se pôs seria, estava confusa.

— olha há algo em você... Sinto algo inexplicável estando contigo e cada vez que te vejo sinto... Coisas-

A seguiu olhando séria.

— o que pretende?-

Perguntou Quinn desconfiada.

— te comprarei mais não para mim, nem para que seja prostituta. Te comprarei, te levarei para Nova York e te deixarei ir-

— não, isso não pode ser verdade. Alguém te mandou para saber como eu reagia não? Me puseram a prova?

Perguntou nervosa.

— shhhh, shhhh não, não - tentou acalma-la, aproximando-se dela.

— você não é uma simples jornalista-

— sim eu sou-

Se defendeu a jornalista.

— de onde tiraria esse dinheiro?-

— minha família é uma das mais ricas do país. Meus pais tem uma empresa, sou uma das herdeiras... Tenho dinheiro- a tomou pelos ombros.

— olhe para mim-

Exigiu e a moça o fez

— quer sair daqui?-

— é meu maior desejo-

Rompeu o choro diante da oportunidade que Deus havia posto em seu caminho.

— quero te ajudar querida. Posso fazer e farei se você quiser- o choro se tornou incontrolável de sustentar e a moça acabou chorando agarrada ao corpo da jovem morena.

— me tire daqui por favor! Eu te suplico, me tire daqui!-

— sim, eu te tirarei daqui. Shhh não chore, eu te tirarei-

Depois de passar duas horas falando e planejando tudo com Quinn, Rachel saiu ao encontro de Gilbert (obviamente esse não era seu nome) o dono do lugar. Era a ele que faria uma proposta.

Não foi difícil, quando disse o quanto estava disposta a pagar por Ciel, o dono, sempre com um óculos escuros e chapéu, certamente para que não o reconheça, aceitou a oferta.

Rachel tinha que ir a Nova York para buscar a quantia porque não aceitavam cheques nem promissórias, dinheiro vivo era o que queriam. Pôs uma condição: Enquanto ia a Nova York buscar o dinheiro, ninguém mais tocaria em Ciel. Seria exclusividade sua, de ninguém mais. O homem aceitou, não muito feliz mais quando esta disse que em dois dias traria o dinheiro, terminou cedendo

<< o que não fazem por dinheiro>>.

Pensou a jornalista, reprimindo a cara de nojo ao tratar com pessoas assim.

Enquanto a morena abandonava o lugar, o próprio Gilbert foi ao encontro de Ciel.

— veja que preciosidade-

Disse enquanto olhava de cima para baixo a moça, em um dos quartos que dividia com as outras cativas.

— prepare suas coisas Ciel-

A moça fingiu não saber de nada, e fez cara de confusa.

— aonde vão me levar? O que vão fazer?-

Perguntou nervosa.

— a nenhum lado bonita, não agora, e sim em dois dias-

Quinn continuou com cara de espanto

—ei-

Tomou suas bochechas com suas grandes e sujas, literalmente, mãos.

— não tenha medo. Te compraram -

Quinn não emitia nenhum som, somente o olhava assustada.

— a gostosa morena que esteve contigo há umas horas-

— o que tem ela?-

Perguntou dissimulando.

— pagará tudo o que ninguém quis pagar... O que você vale meu tesouro- disse batendo em suas bochechas.

— a Deusa deste lugar vai embora, mais alguém logo ocupará seu lugar. Agora será exclusiva daquela mulher. -

Quando ele disse isso a jovem sentiu um grande alivio.

— em dois dias pagará e quando pague, centavo por centavo, tudo o que você vale você irá com ela -

O homem sorriu como alguém que sorri quando ganha algo que desejou por muito tempo

— você ganhou na loteria Ciel. Não te comprou nenhum desses velhos que pedem por ti quase em súplica. Te comprou uma mulher extremamente sexy e bonita, pela qual eu estaria disposto a dar todo meu dinheiro- a moça não disse nada, não queria dizer nada para não se meter em problemas.

— uma linda mulher, jovem, sexy e rica... o que mais você quer? Sorte com isso- disse dando a volta para sair. Mais antes de irfreou e voltou a olha-la.

— foi um prazer te ter aqui. E tenha cuidado com o que diz-

Dito isso se retirou junto a seus homens.

<< velho maldito>>

Pensou Quinn.

Logo estaria longe de suas mãos sujas, de seus negócios sujos. Lembrou de quando chegou a esse imundo lugar, no dia em que esses senhores a encontraram e a levaram para lá. Depois de ser recebida por Gilbert, depois dos tais seguranças a terem dopado, despertou rodeada de muitas outras garotas; algumas com a mesma idade ou mais novas e muito poucas de mais idade que ela.

Essas a prepararam, a ajudaram a banhar-se, a pentear-se, a por um desses trajes que as prostitutas usam para seduzir, a ajudaram a se maquiar, e logo chegou a mesma mulher que a ofereceu carona, ali a conheciam como Sisí.

Esta a levou ate um quarto do lugar, ambientado com velas, incensos, champanhe e outras coisas, onde a esperava ele; Gilbert.

Nesse dia, ou essa noite, na verdade ela não tinha noção do tempo, se sentiu desprezada, asquerosa, suja, dolorida... O homem a estrupava sem piedade, nem humanidade, fazendo-a sentir a mulher mais miserável da face da terra. E infelizmente havia sido o primeiro homem a possuí-la. Se antes não gostava dos homens, agora os repudiava.

Mais agora isso seria o fim. Finalmente o que havia sonhado estava se tornando realidade. Ai sair desse lugar, Rachel a havia chegado a sua vida para tira-la desse lugar nojento... E ela a agradeceria pelo resto da vida, ate seu ultimo dia de vida. Ninguém nunca havia feito tanto por ela, e isso era algo para agradecer ate mesmo com sua vida.


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Notas finais do capítulo

desculpem a demora espero que estejam gostando...



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