Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 7
Capítulo 6 - O que você vai fazer?


Notas iniciais do capítulo

Oie..voltei com um novo capitulo e espero que estejam gostando rs.. Obrigado pelo apoio Tais.. foi mto bom e me ajudou xD

Para todos que estão lendo..espero que gostem..

Beijos



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Melanie fechou os olhos ao deitar-se na cama, a sua cama. Apesar de ser a mesma, a sensação não era a mesma ao pousar a sua cabeça naquele colchão. O seu intimo estava agitado, pois sentiu que havia feito um pacto com o diabo ao concordar em ser atormentada por Nikko. Ao ser levada de volta para a casa dele, nada foi dito. Ela apenas saiu do carro e caminhou em direção ao quarto que possuía as portas abertas, entretanto assim que entrou, escutou o barulho da chave. Ele havia a trancado mais uma vez. Encontrava-se cansada demais para discutir, apenas se moveu ate a cama onde se mexia em busca de uma posição confortável para dormir. Sentiu o seu corpo suado e grotesco, levantou-se sentando na cama e ao olhar em volta percebeu uma porta discreta em um canto. Levantou-se e ao abri-la encontrou um banheiro.

-Será que há câmeras aqui? – perguntou-se ao olhar em volta, rindo de si mesma em seguida – ele quer me matar e não enviar vídeos meus tomando banho online – retirou a calça jeans que vestia, a blusa de manga e a lingerie em seguida exibindo uma cicatriz em seu braço, próximo ao seio direito. Uma cicatriz profunda em linha reta – Se Chris visse isso, se sentira bem culpado – murmurou ao tocar a cicatriz, meneando a cabeça ao seguir para o chuveiro. A água caia pelo corpo vagarosamente, levou a mão ao seu pescoço e o alisou – Como ele reagiria se soubesse a verdade? – balbuciou imersa em recordações.

Por mais que tentasse vasculhar a sua memória Nikko não conseguia se recordar da ultima vez em que entrou na cozinha. Abriu todos os armários em buscar de algo para beber, sorrindo ao encontrar uma garrafa lacrada no fundo de um armário.

-Sabia que ainda tinha algo – falou ao recordar-se do sorriso de Tiffani – Apenas me entorpecendo com esta cura momentânea é que posso ficar feliz, minha querida – abriu a garrafa, e ingeriu o liquido aguardente. A cada vez que o liquido descia pela sua garganta sentia a sua raiva aumentar, e a sensação de nostalgia preencher o seu ser. Longos minutos depois, a garrafa jazia no chão ao lado de um homem sentado em meio a cozinha, protegido pela penumbra ergueu-se e se pôs a caminhar em direção as escadas. Subiu cada degrau com um sorriso nefasto nos lábios. Parou diante de uma porta, apenas para destrancá-la. Ele não precisava de luz para ver o corpo de Melanie deitado. Cada passo que seguiu em direção a ela, seguia determinado e impulsionado pelo álcool. Aproximou-se da cama, sentou e a observou dormindo.

-O que acha de ter o sono eterno? – indagou ao segurar o pescoço de Melanie fortemente. Por instinto, a viu abrir os olhos e encará-lo assustada. Nikko conseguiu sentir os batimentos cardíacos de Melanie. Suas mãos contornavam o pescoço dela, a cada movimento que ela fazia para tentar se soltar, ele se deleitava em prazer. – A dor que ela sentiu... não foi nada comparado ao que está sentindo agora – falou calmo ao sorrir. Por mais que Melanie usasse suas mãos para golpeá-lo percebia que não funcionaria, seus chutes nada atingiam, e seu grito não conseguia sair de sua garganta. O ar começava a tornar-se cada vez mais escasso e a dificuldade em inspirar era tamanha que ela logo percebeu o inevitável.

Vou morrer sendo estrangulada.. por um bêbado. Irônico” pensou ao segurar as mãos dele com as dela. Juntando a força de vontade que sentia em continuar, Melanie tateou a cama em busca de algo, encontrando apenas travesseiros. Desesperada ao perceber que poderia morrer de forma tão trivial, bateu em Nikko com o travesseiro em sua mão. Bateu uma, duas, três vezes ate a escuridão começar a tomar conta de tudo.

As mãos de Nikko soltaram lentamente o pescoço de Melanie, ele permaneceu parado vendo-a tossir, enquanto se rastejava pela cama, afastando-se dele. Naquele momento, ele percebeu o horror que exalava por todos os poros dela.

-O que..pretendia? – Melanie indagou em meio a tosse – estava...tentando me...matar?

-É um pouco mais alem – confessou ao passar a mãos em seus cabelos e olhar para a marca que ela possui em seu pescoço. A forma de sua mão – Quero que perceba o perigo que sou, se eu a matar, sua mãe não ira contestar e muito menos o seu irmão.

-Christopher iria – disse indignada – ele me ama.

-Se a amasse como diz porque ele não impediu a sua mãe?

-Ninguem consegue impedi-la quando quer algo.

-Isso me parece uma fuga. Fuga da sua realidade. Acredite em mim, se ele quisesse protegê-la, teria feito. – argumentou ao se levantar da cama.

-Toda a noite..virá tentar me matar?

-Se eu a quisesse morta, já estaria – respondeu sombrio.

-Não tem medo de ser preso?

-Não – negou sério – não sou o tipo de homem que vai preso, ao contrario de você. – Melanie o viu se afastar e quando estava prestes a passar pela porta, ela bradou.

-O QUE QUER AFINAL DE MIM?

-Quero vê-la passar pelos cinco estágios da perda, mas com o acréscimo de uma. Ao final de tudo, inclusive da superação, desejo que fique imersa ao desespero e ao caos. Durma bem – disse antes de passar pela porta e a trancar.

Trêmula pelo medo, Melanie levou a mão ao seu pescoço. Permaneceu acuada em um canto da cama ate voltar a sua atenção para a noite escura.

-O que farei? – perguntou-se exausta de tudo.

Christopher olhava enfurecido para a sua mãe no outro lado da mesa. Ambos se encontravam sentados na mesa de jantar da sala. Ela comia em silêncio, enquanto ele não tocou na comida.

-Ela não foi ao colégio – avisou incerto do que escutaria – me disse que ela estaria no colégio.

-Deve ter tido algum problema – respondeu sem alterar-se. – Está muito preocupado com ela. Ela está bem.

-Como sabe? Nem sequer a viu depois de sumir com ela. Qual é o seu problema? Como pôde ter feito isso a sua filha? O sangue do seu sangue?

-Meu sangue? – repetiu gargalhando em seguida – és um tolo. Meu filho é um tolo, iludido pelo sentimento fraterno – retornou a comer, enquanto observava as reações de Christopher – se esta tão preocupado com ela basta ligar em seu aparelho celular, não?

-Verdade.. – murmurou perplexo por não ter se lembrado de tal detalhe. Levantou-se apressado ao ir para o seu quarto, sorriu ao pegar o aparelho em cima da cama, discou os números e logo esperava ansioso por escutar a voz de sua irmã. –Mells? – perguntou entusiasmado ao perceber que a sua chamada foi atendida – Onde está? Porque...

-Quem é você? – a voz grave do homem indagou calmo.

­­-O que está fazendo com o celular dela? – Christopher indagou atônito – Quem é você? O que fez com ela?

-Deve ser o amado irmão dela – disse sarcástico – Ela está bem, não se preocupe.

-A sequestrou? Foi isso? Por favor, a deixe em paz. Faço tudo o que quiser, basta deixá-la ir.

-Esse sentimento de benevolência deveria ser compartilhado por ambos os irmãos. De qualquer forma, eu a deixarei ir quando tudo estiver completo.

-O QUE É VOCÊ? – gritou impaciente ao escutar o sorriso do outro lado da linha – O QUE FEZ COM ELA?

-Já disse que ela está bem, basta cuidar de sua vida. – disse antes de desligar. A voz impaciente de Nikko conseguia deixar qualquer pessoa sem reação.

Christopher olhou para o aparelho incrédulo. Ele enfim descobrira que a sua mãe havia feito algo a Melanie.

-O que ela foi capaz de fazer? – se perguntou alarmado.

O aparelho celular depositado no chão fez Nikko ter inúmeras ideias. Ele encontrava-se deitado em sua cama, a qual estava em seu quarto na casa de campo. A casa onde prendia Melanie. O quarto ainda possuía tons claros e fotografias espalhados por todos os locais, como Tiffani gostava. Ele não havia modificado nada naquele cômodo. Ao retirar a sua blusa e deita-e na cama, percebeu o inevitável. Ele sabia que não poderia deixá-la aprisionada por tempo indeterminado, por mais que ele assim desejasse. Avaliou as suas opções e ao perceber a mais sensata, fechou os olhos entregando-se ao cansaço.

***
A face de Melanie demonstrava todo o terror com que passara a noite. Ela mal havia conseguido dormir profundamente por temer que Nikko adentrasse em seu quarto novamente e a tentasse matar. Ao olhar para o céu percebeu que o sol tinha acabado de nascer. Ergueu-se desanimada, aproximando da varanda onde deu-se conta do tamanho da propriedade em que estava.

-Isso é enorme – murmurou ao suspirar – e do que adianta ter tudo isso e ser tão vazio quanto ele? – perguntou-se ao voltar para dentro do quarto assim que olhou para a porta estancou ao se deparar com Nikko, que a encarava – A tortura começara cedo. O que preparou para hoje? – indagou fingindo frieza ao sentar-se na cama.

Sem demonstrar o que vinha em seu interior, Nikko caminhou para o interior do quarto, enquanto olhava em volta.

-Se arrume.

-Para onde irei?

-Para o colégio – respondeu sério ao voltar a sua atenção para ela – É melhor se apressar ou chegará atrasada.

-Porque está me deixando ir? Sabe que posso fugir, não é?

-Não posso ser a sua babá. Tenho que ir trabalhar de qualquer forma. Estou sendo demasiado condescendente contigo, pois ainda lhe dou a opção de escolher: ficar presa aqui ou ir para o colégio e não fugir de mim.

-Se escolher o colégio e fugir?

-Não irá mudar nada, já que não tem para onde ir – falou calmo ao dar as costas a ela – Estarei esperando, seja rápida.

Melanie o observou sair do quarto em silêncio e assim que ele fechou a porta, ela pegou a primeira coisa que viu e jogou contra a parede.

-Homem louco! – riu diante do que fizera – e eu sou ainda mais louca – percebeu ao levantar-se da cama e ir em direção ao banheiro. Em poucos minutos, Melanie descia as escadas ainda desconfiada. Avistou a porta aberta e ao sair, suspirou frustrada ao ver Nikko parado do lado de fora do carro. Ele apenas a olhou antes de entrar no carro e esperou que ela fizesse o mesmo. Assim que Melanie sentou ao seu lado, colocando o cinto de segurança, ele ligou o carro e logo acelerou em caminho a cidade.

-Não deveria usar um uniforme? – Nikko indagou ao prestar atenção na estrada a sua frente. Melanie olhou para si mesma dando de ombros, ela trajava um calça jeans e uma blusa de mangas compridas.

-O meu colégio não é o mesmo em que deve ter estudado quando criança – esclareceu sem vontade. – Há uma grande diferença em nossas vidas, entretanto me parece que esqueceu quando optou pela vingança ou não me vê como pessoa mais, apenas como.. um objeto que deve ser sacrificado para algo maior, estou certa? – indagou séria sem encará-lo. Ela escutou a respiração profunda dele, e nada mais foi dito. O silencio no carro conseguiu deixa-los incomodados.

-Não se atreva a fugir hoje – a advertiu ao ver estar próximo do colégio – se fizer isto, irei direcionar toda a raiva que sinto para o seu irmão – a viu olhar para ele com surpresa e perplexidade – sei o quanto se amam e irei usar isto em meu beneficio, entendeu?

-Seria difícil não entendê-lo falando tão claramente – respondeu e assim que ele parou o carro, Melanie desceu sem perceber que havia esquecido a sua mochila no banco traseiro.  A mochila que esqueceu em seu carro quando foi levada por ela na primeira vez. Já estava próxima a entrada quando sentiu um toque brusco em seu ombro, virou-se sem se surpreender em ver Nikko parado em sua frente. Ele lhe ergueu a mochila, e ela a pegou sem dizer nada. Os alunos olhavam curiosos para o misterioso homem que deixou Melanie em frente ao colégio. Ninguém entendia como ela conseguia ter pessoas em sua volta sendo tão grosseira. O caminho percorrido ate a sua sala, aquele dia, foi um dos piores pelo qual Melanie passou, mas não demonstrou seus temores para ninguém, apenas manteve sua segurança no olhar e sarcasmo nos lábios em forma de sorriso.

Todos temem o que desconhecem” pensou ao entrar na sala de artes, a primeira aula do dia. A única aula que gostava de frequentar. Assim que depositou a sua mochila no chão, ao lado do seu cavalete, percebeu que alguém permanecia parada em sua frente – Professora –a cumprimentou ao ver a professora em sua frente.

-Melanie, faltou a aula passada – disse curiosa – Estava doente? – a viu negar em silencio e prosseguiu – Como não veio não obtive a sua permissão, mas ao conversar com o diretor, ele não se importou.

-Com o que?

-De enviar a sua pintura para uma amostra de pinturas de artistas amadores. Quem conseguir o primeiro premio ganha mil dólares e uma chance de expor suas obras em uma galeria. O que acha?

-Isso.. é verdade? – murmurou confusa – minha pintura? Tem..certeza?

-É claro, é a minha melhor aluna – confessou baixo – o que acha?

-É..perfeito.

-Isso é bom – sorriu entusiasmada – Ao final da aula deixe comigo seus dados, e estará, oficialmente, inscrita – piscou para Melanie antes de voltar para a frente.

-Eu..uma pintora famosa? – murmurou incrédula – Só pode ser brincadeira.

A empresa K’angus encontrava-se calma apesar do presidente dela estar ausentado a alguns dias. A empresa era famosa por investir em outras empresas e comprar as falidas para depois vendê-la. Assim que o presidente dela entrou pelo saguão principal, inúmeros boatos surgiriam diante da expressão em sua face. Nikko adentrou em sua sala com o semblante cansado. Ele já imaginava os boatos estariam circulando naquele momento pela empresa, e não se importou. Ao olhar para todos os papeis em cima de sua mesa, suspirou frustrado. Ele teria uma longa tarde aquele dia. Antes de iniciar o trabalho telefonou para um amigo seu.

-Sou eu, Nikko. Sim faz um tempo em que não nos falamos. Agradeço as condolências – disse sério antes de suspirar – preciso de um favor. Um grande favor. Sim, preciso que consiga todas as informações possíveis sobre Melanie Fells. A culpada pela morte de minha esposa.


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