Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 6
Capítulo 5 - Perdido em seu tormento


Notas iniciais do capítulo

Oie..espero que gostem msm eu estando um pouco pra baixo dado a pouca quantidade de leitores :(
mas enfim.... vamos ao cap de hj rsrsrs

Beijos



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O vento batia contra o rosto do misterioso homem que continuava a dirigir pelas ruas da cidade sem ao menos escutar nenhuma palavra vinda da jovem atrás de si. Após longos minutos, avistou um café que costumava frequentar. Estacionou a moto, e ao perceber que os braços da desconhecida ainda estavam envoltos em sua cintura, ficou inquieto, entretanto ao colocar a sua mão sob as dela, percebeu o quanto ela tremia.

-Dio Mio – murmurou – você está bem? Ei, esta me escutando? – indagou preocupado. Já estava prestes a fazer algo quando sentiu o braço dela apertá-lo ainda mais contra si.

-Por favor, apenas me deixe ficar assim... mais um pouco – Melanie pediu consciente da fraqueza que demonstrava. O homem apenas assentiu em resposta. Continuaram daquela forma ate ela retirar seus braços, tirar o capacete, se apoiar em seus ombros ao descer da moto – Obrigada – agradeceu sem jeito ao sentir seus cabelos negros caírem em seu rosto.

-Pode me agradecer tomando um café comigo – o homem falou sorrindo ao segurar o capacete. Os olhos dele captaram uma emoção estranha ao encará-la por breves segundos. Uma emoção que o fez sorrir consigo mesmo diante de seu pensamento – o que me diz?

-Acredito que devo aceitar – respondeu sem encará-lo ao seguir para a cafeteria.

-Essa é interessante – disse a si mesmo antes de sorrir e segui-la. Passou pela porta de vidro e ao olhar envolta encontrou a jovem sentada em um canto como se temesse ser vista. Caminhou ate ela e ao sentar-se a olhou em silêncio por alguns minutos.

-Não vai...perguntar nada? – questionou séria ao encará-lo. Aquela era a primeira vez que o viu e que percebeu a marca que ele trazia em sua face. Ele possuía uma cicatriz na bochecha esquerda – Alguém lhe cortou com uma faca? – perguntou sem perceber, arrependendo-se em seguida ao ver o olhar dele modificar-se. – Não precisa responder, desculpe-me.

-Não me parece ser o tipo de pessoa que pede desculpas excessivamente – comentou ao sorrir – não foi uma faca, foi com um canivete na verdade.

-Entendi – murmurou ao fitar a cicatriz com curiosidade.

-Se continuar a olhar para ela, vou imaginar que a achou uma aberração.

-Não é isso... eu... – parou de falar ao vê-o sorrir largamente – Estava..brincando comigo?

-Sim – assentiu ao fitá-la – agora poderia me dizer o seu nome e o que aconteceu com você?

As mãos de Melanie entrelaçaram-se. Por mais que ela quisesse mentir para o homem a sua frente, por algum motivo não conseguia. O seu olhar era demasiado gentil para que ela fizesse algo.

-Melanie, o meu nome é Melanie. Eu... estava fugindo de uma pessoa.

-E eu poderia saber o motivo da fuga? – perguntou calmo.

-Acho que é...melhor não – negou ao se levantar – acho melhor eu ir embora. Obrigada pela carona.

-Eu sou Alex – o homem disse ao olhar para ela com curiosidade – Então já que nos conhecemos podemos conversar amigavelmente? Acho que me deve isso, afinal dirigi sem capacete por você, é o mesmo que dizer que prezei a sua vida – sorriu gentil ao apoiar a cabeça em sua mão.

Ela sabia que deveria ir embora, mas pegou-se sentando em frente a ele mais uma vez. Observou a sua face, seu sorriso e o seu olhar, sorrindo em seguida diante da expressão despreocupada dele.

-Muito bem, Alex, aceitarei seu convite. – Alex sorriu largamente.

-O que gostaria de comer? – perguntou ao se levantar.

-Co..comer?

-Sim – concordou – é isso que as pessoas fazem aqui, não? – ficou parado a vendo divagar – irei trazer alguma coisa gostosa, me espere – comentou ao se afastar dela e ir ate o balcão.

Melanie não se mexeu, ela apenas ficou sentada observando o estranho. Todos os movimentos dele não passou despercebido para ela, a qual ainda tentava compreender o motivo de sua gentileza para com ela.

-Aqui está – Alex disse ao depositar um bandeja em frente à Melanie, repleta de muffins, pão, uma garrafa de água e um grande copo com chocolate quente.

-Porque esta sendo tão gentil? – perguntou ao encará-lo friamente – Por mais que eu pense.. não há motivos para ter me ajudado.

-Verdade – assentiu ao sentar-se – mas seria correto ir e lhe deixar sozinha em meio ao nada? Eu não seria capaz de lhe deixar a própria sorte.

-Sempre é tão gentil? – perguntou cabisbaixa – “Este homem tem o estranho poder de me deixar sem jeito”.

-Na maioria das vezes – sorriu ao beber o seu café – porque não come? Aposto que está com fome.

-Está me tratando como uma criança.

-Me perdoe.

-Quantos anos tens? – Melanie perguntou ao abrir a garrafa de água bebendo metade dela – Não me parece ser muito velho.

-Obrigado pelo elogio – gracejou – tenho 25 anos. – respondeu e ao ver o silêncio que se seguiu compreendeu que ela desejava comer. A viu comer com cuidado, mas não era difícil perceber que ela estava com fome – “O que foi que aconteceu contigo?” pensou preocupado ao ver as mãos dela vermelhas e o semblante apático em sua face. Melanie se alimentava tentando não prestar atenção no homem sentado a sua frente. O tempo passou mais rápido que ambos pudessem perceber, e logo ela bocejou assim que terminou de comer – Igual a um gato. miau – Alex murmurou ao sorrir – para onde deseja que eu te leve? – perguntou solicito.

-Não precisa, eu posso ir sozinha daqui – tornou cuidadosa ao olhar para ele fixamente – obrigada por ter me ajudado, acho que nunca esquecerei isso.

-É uma fugitiva educada – balbuciou – tem certeza que não quer que eu a leve?

-Tenho – assentiu confiante – obrigada, mas acho melhor seguir sozinha agora. – olhou para a bandeja em cima da mesa e para ele em seguida – pode me dar o seu telefone? Quero lhe pagar pela comida.

-Os mais velhos tem a obrigação de cuidar dos mais novos – falou simplesmente ao se levantar e se afastar rapidamente deixando-a confusa para trás. Assim que Alex chegou ao lado de fora a observou, ficando intrigado com ela – Ela é realmente interessante – murmurou antes de colocar o capacete e se afastar.

-Voltamos a realidade – Melanie falou a si mesma ao fechar os olhos. Ela ainda não sabia para aonde ia, mas tinha certeza que seu irmão a ajudaria – Mas não posso envolve-lo nisso – murmurou tristemente ao voltar a sua atenção para a entrada da cafeteria – acho que é melhor sair logo daqui. – ao se levantar uma tontura tomou conta do corpo de Melanie, ela apenas sorriu sozinha e ignorando a fatiga que começava tomar conta de si, iniciou a sua caminhada. Ela não desejava ser vista como a vitima da historia e nem ser olhada com compaixão.

Nikko saiu do carro acompanhado de Fabriccio a alguns quilômetros de distancia de sua casa. Sua raiva conseguia transbordar por todo o seu corpo assustado ate mesmo seu irmão.

-DROGA!- Nikko gritou enfurecido ao olhar em volta em busca de alguma pista que o levasse ate ela.

-Pode ser um sinal para a deixar em paz – Fabriccio comentou ligeiramente animado – porque não vamos para o seu apartamento? Você toma um banho, troca de roupa e vai para o escritório. O que acha?

-É uma boa opção – disse após pensar um pouco – você dirigi – falou carrancudo ao perceber o que seu irmão pretendia. Em silêncio voltou para o conforto do automóvel já sabendo onde procuraria por Melanie. – “Ninguém pode escapar de mim. Ninguém” pensou atormentado. O caminho que Fabriccio escolheu para levar Nikko para o apartamento fora o principal. Ele imaginava que alguém como a jovem que conseguiu escapar de seu irmão não cometeria o erro de andar pelas ruas principais, não sozinha. O carro seguiu pela pista sem nada interromper ate pararem em um sinal vermelho.

-Vai para a empresa hoje? – Fabriccio indagou curioso olhando de soslaio para Nikko – Esta escutando? – a voz de seu irmão não passava de um sussurro para Nikko que começava a se perguntar onde havia errado. “Como ela conseguiu escapar? Não tinha como.. a não ser que..” Nikko pensou olhando para seu irmão.

-Sabe.. há algo que me deixou curioso.

-O que?

-Me perguntou onde ela estava antes mesmo de eu ter falado algo. Você já foi mais esperto, meu irmão – sua voz alterou-se e o seu olhar transformou-se – Eu deveria ter desconfiado. Você a viu escapando, não foi? Fui um tolo em confiar em ti.

Fabriccio engoliu em seco. A sua atenção estava na direção, entretanto não conseguiu evitar a expressão de surpresa em sua face.

-Foi realmente lento – murmurou ao olhar para ele rapidamente – Sim, eu a vi escapando.

-Porque não fez nada?

-Sabe a resposta tão bem quanto eu.

-Eu não deveria ter confiado em você – murmurou pesaroso ao fechar a sua mão em forma de punho. Sua raiva começava a transbordar a medida que respirava profundamente com o intuito de acalmar suas reações. Por mais raiva que sentisse, ele não desejava machucá-lo. –Leve-me para casa, só estou lhe pedindo isso. Não vá por vias mais demorada, não siga um caminho que não leve a lugar algum, a partir deste momento não confiarei mais em você. Não sobre este assunto.

-Não pode ser..

-Cale-se e dirija- disse sério ao fechar os olhos. Fabriccio estava prestes a reclamar quando lembrou-se de Tiffani, a sua cunhada. “Talvez.. ele se cure com o tempo” pensou ao acelerar o carro.

O barulho da porta sendo aberta foi o único que Nikko escutou antes de fechar a porta de seu apartamento no rosto de seu irmão. Ele não desejava conversar e muito menos escutar desculpas imersas em sentimentos de compaixão. Sentimento este que abandonou ao declarar vingança contra Melanie. Com tristeza, ergueu o seu olhar percebendo a frieza de seu apartamento. Ele nunca havia permitido que Tiffani tocasse naquele lugar, pois para ele era o seu canto especial, um lugar para ficar sozinho quando estivesse estressado do trabalho. Um lugar que não houvesse a presença de sua vida, era isso que ele sempre desejou quando entrava naquele apartamento. Pela primeira vez em que abria aquela porta arrependeu-se de suas escolhas egoístas. Caminhou sentindo o peso de suas escolhas em suas costas ate o quarto. Retirou suas roupas enquanto andava em direção ao banheiro e ao entrar embaixo do chuveiro e sentir a água gelada contra o seu corpo, ficou inerte. Nikko não soube dizer o tempo em que permaneceu embaixo da água ate desligar o chuveiro, vestir o roupão e ir ate a cozinha onde pegou um sanduiche que estava dentro da geladeira. Mastigou sem vontade enquanto seu olhar vagava pelo cômodo, e avistar uma garrafa de uísque pela metade. A pegou e bebeu toda a bebida sem importar-se com a ardência em sua garganta ou com o sabor amargo. Retornou para o quarto sentindo o seu corpo leve e trôpego. Com dificuldade deitou-se na cama, adormecendo em um mundo repleto de tranquilidade onde a sua esposa ainda estava viva.

As batidas na porta de sua casa ainda persistiam, apesar de Melanie perceber que não havia ninguém, ela continuava a tentar. Nem ela soube dizer como conseguiu andar tanto ate chegar em casa. Sorriu consigo mesma ao perceber o azar que havia impregnado em seu ser.

-Só me resta esperar – murmurou ao sentar-se no degrau da escada a espera de Christopher. Os minutos corriam, enquanto o sol começava a se sumir no horizonte. Melanie permanecia sentada com o olhar perdido e esperançoso, pois por mais que sua mãe a odiasse, ela ainda tinha esperança de que tudo seria resolvido. – A quem quero enganar? – se perguntou ao levar a mão ao seu cabeço, bagunçando-o.

Maria desceu do carro com um sorriso na face, pois o seu primeiro dia como gerente havia sido como sempre imaginou: repleto de poder e sucesso. Ao olhar para a entrada de sua casa, o sorriso desvaneceu ao ver Melanie sentada com a cabeça baixa. Aproximou-se com a fúria em seu olhar rapidamente.

-O que faz aqui? – perguntou autoritária – não me diga que já o fez desistir da vingança? O que fez? Se deitou com ele ou o atormentou como faz comigo a anos?

-E se eu tiver feito algo assim, o que fará? – Melanie indagou altiva escondendo os sentimentos que surgiam em seu coração – estou realmente curiosa.

-Não farei nada, já que não é minha responsabilidade mais – o tom de voz de Maria exalava toda a sua felicidade ao pronunciar aquelas palavras.

-Conseguiu o que tanto queria, parabéns.

-Obrigada, então aconselho a sair da frente de minha casa antes que eu chame a policia.

-E o que vai dizer? Estou curiosa. Afinal a minha história é bem mais animada que a sua, sou uma pobre menina vendida a um homem.

-Faça o que quiser, não me importo – revelou calma.

-Assim como não se importou quando o meu pai me trouxe para esta casa? – perguntou séria – é realmente uma vadia. – Maria a olhou demoradamente antes de bater em sua face – Agora esta voltando a ser mesma Maria que eu me recordo.

-SAIA DAQUI – Maria gritou sem importar-se em ser escutada – JÁ CANSEI DE TÊ-LA EM MINHA VIDA. ÉS PASSADO. NÃO SUPORTO LHE OLHAR. NÃO SUPORTO IMAGINAR QUE ESTA VIVA. É tão difícil entender assim que não é desejada no mundo? Porque acha que isso tudo aconteceu com você? Ninguém nunca irá te amar, é difícil assim compreender isso?

A dor que as palavras de Maria causaram em Melanie foi mais do que ela quis demonstrar e antes que pudesse falar alguma coisa, Maria entrou em casa trancando a porta atrás de si. A jovem com lagrimas nos olhos mantinha suas mãos fechadas enquanto encarava a entrada de sua, antiga, casa com frieza.

-Eu não vou me permitir ser fraca – murmurou determinada ao sentir uma lagrima, solitária, cair. – Eu não vou.. Não vou – repetiu.

A expressão na face do motorista era indecifrável. Nikko não soube o que pensar diante da cena que presenciara. Em poucos minutos ele presenciou todos os sentimentos possíveis no corpo de Melanie. Viu o medo, a esperança e em seguida a raiva.

-Deveria estar feliz – murmurou ao sair do carro e seguir ate onde ela estava parada, aproximou-se lentamente como se calculasse todas as possíveis consequências de seu ato, e ao estender a sua mão tocou o ombro dela forçando-a a encará-lo. A raiva que sentia em ter sido enganado, por ter percebido o quão tolo era por ter sido enganado por ela, foi expressa pelo seu olhar. Movido pela raiva levou a sua mão para o pescoço dela, segurando-o fortemente. – Eu lhe avisei – a advertiu sério – que agora é minha. – disse imerso em sua raiva e dor. A dor que ela sentia não conseguia ser nada comparado ao que Maria a fez sentir-se.

Melanie nada disse apenas manteve o seu olhar sustentado pela expressão de Nikko, ela nada disse diante da dor, apenas ergueu o seu braço pousando a mão em cima das mãos dele. Este singelo gesto o fez recuar. Encararam-se por longos instantes ate Nikko segurar em seu braço e a levar em direção ao carro em silencio ate perceber o que estava prestes a acontecer.

-Deseja tanto assim me ver perdida em tormento, não é? – o viu assentir com a expressão séria – então quando isso acontecer, poderei ser livre?

-Liberdade..

-Estou apenas fazendo uma pergunta, basta responder de forma clara – falou alterada.

-Se sofrer o tormento que tanto almejo, eu a deixarei livre.

-É uma promessa? – indagou confusa com o que estava prestes a fazer.

-Sim – concordou incerto sobre com o que estava concordando.

-Muito bem – disse ao soltar-se dele e ir para o carro sendo seguida por ele – E quando isso acabar.. pagará por tudo o que me fez, Maria – murmurou determinada.

Nada como uma decepção para alguém tornar-se um vingador” pensou diante da frase que escutou vindo da jovem que se vingaria.


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