Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 28
Fuga


Notas iniciais do capítulo

O capitulo é pequeno, mas fiquem tranquilas pq logo trarei o proximo rs.. espero que gostem...
bjs



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Nikko permaneceu olhando com lascívia para a jovem tremula a sua frente. As mãos de Melanie não haviam feito nenhum gesto. O sutiã ainda repousava em seu corpo. Nikko sorria largamente ao inalar o doce aroma do medo que exalava dela.

–Estou esperando – Nikko disse ao avançar em direção a ela. A viu colocar a mão nas costas com lentidão e incerteza no olhar, e antes que ele pudesse falar mais alguma coisa a viu retirar o sutiã e deixa-lo cair no chão.

Nikko sentiu a garganta secar ao olhar para os seios de Melanie. Eles eram redondos, rosados e perfeitos. Suas mãos possuíam vida própria quando apertou eles. Escutou a sua surpresa, mas ignorou. Levou aos lábios, mordiscando-os.

–Por favor, pare – Melanie murmurou em meio a um gemido.

–O seu corpo não diz isso – Nikko falou com um sorriso vitorioso na face. Continuou o que fazia antes, e antes que pudesse pensar racionalmente se viu a empurrando em direção a cama. Viu os cabelos dela espalhados no colchão, os olhos brilhando e o semblante frio. – Não se preocupe, essa expressão irá sumir – prometeu antes de subir em cima dela.

Melanie engoliu em seco ao sentir o peso do corpo de Nikko. Percebeu que não haveria mais volta e não teria escapatória. Aquele seria o inicio do seu sofrimento. A dor que sentiu assim que Nikko a penetrou não era nada comparado ao modo como se sentia. Ela enfim havia perdido para ele. Ela havia se rendido.

***
A dor de cabeça e ardência nos olhos foi a primeira coisa que Nikko se deu conta ao abrir os olhos. A luz do sol entrando pela janela o fez titubear antes de assimilar a imagem a sua frente. Encontrava-se sozinho em sua cama apenas acompanhado pela lingerie. Ele respirou fundo ao se sentar na cama levando a mão a cabeça. Se levantou da cama ainda trôpego, buscou algum indicio da presença de Melanie, mas nada encontrou. Foi ate o banheiro e o achou vazio.

–Aonde ela foi? – se perguntou com a cabeça doendo cada vez mais.

***
As pernas doloridas de Melanie, a fizeram cair sentada no chão. Ela não sabia a quanto tempo caminhava sem rumo desde que saiu da casa de Nikko. Em algum momento da noite anterior, ela havia adormecido e acordado com o braço de Nikko sob o seu corpo nú. O desespero, a vergonha e a raiva que sentiu de si mesma a fez se levantar e afastar-se dele. No mesmo instante se levantou da cama de Nikko e saiu da casa. Ela não se importava com o que ele faria e nem com o que aconteceria quando ele a encontrasse. Ela desejava apenas ficar livre dele. Livre da recordação de que perdera para ele.

Assim que abrira os olhos percebera que não teria como fugir dele mais, pois havia se rendido ao homem por quem sentia pena e desprezo. Melanie não sabia o que fazer a partir daquele momento. Ela estava confusa e entristecida consigo mesma. Ela queria se salvar.

Em seus braços havia pequenos hematomas causados por Nikko na noite anterior, e curiosamente ela não se sentia ferida por isso. Ela não se importava com aqueles hematomas que sumiriam com o tempo. Seus pensamentos seguiram para o pacto que fizera com ele. Ele prometeu se vingar de sua mãe por ela para que ela sofresse e finge-se se passar por seu affair.

Já estou sofrendo.

Percebeu ao olhar para a frente. Ela não queria olhar para atrás e perceber que Nikko mantinha-se atrás dela. Vigiando-a. seguindo-a. Ela o temia. E ela não desejava mais ficar próxima dele. Ela ansiava por liberdade.

Olhou em volta percebendo que encontrava-se distante da casa de Nikko, mas não fazia ideia de onde estava. Suspirou fortemente antes de se levantar com dificuldade. Ela ainda tinha muito o que andar ate chegar a Christopher.

***
A casa de Christopher mantinha-se em silencio naquele começo de dia. Havia apenas uma pessoa sentada no sofá da sala com o olhar perdido e opaco. Christopher não sabia como seguir com a sua vida. Remoía cada palavra que dissera a sua irmã, enquanto se recordava da verdade. Melanie sempre havia o salvado desde pequena quando ele colocou a sua vida em risco para salvá-la, e após isso a relação deles havia mudado. Eles não eram mais irmão e irmã, e sim duas pessoas que viam um ao outro como uma salvação.

Para eles, cada um representava a vida para o outro. E Christopher acabara com aquela lógica meses atrás quando deixou Melanie assumir a culpa pelo seu erro.

Ergueu as mãos, fitando-as. Elas estavam manchadas de sangue. Elas estavam sujas. Imundas. E não havia nada que pudesse fazer para limpa-las.

Atormentado pelo seu arrependimento, ignorou as batidas na porta de casa. Ate escutar o seu nome. Olhou para frente e somente então prestou atenção. Era a voz de Melanie. Se levantou rapidamente, correndo pela casa e ao abrir a porta da frente, a viu. Melanie possuía os olhos vermelhos, o rosto avermelhado pelo sol, pequenos hematomas nos braços e um sorriso triste nos lábios quando disse.

–Eu não aguento mais – confessou antes de jogar o seu corpo nos braços de seu irmão, o qual mantinha uma expressão séria e pesarosa.

Melanie sentiu o calor do corpo de seu irmão, e assim permaneceu sentindo-se segura. Sentiu os braços dele envolverem o seu corpo com lentidão. Como se ele postergasse aquele momento. Como se ele não acreditasse que ela estivesse ali com ele.

–Vamos entrar – Christopher falou ao puxá-la para dentro. A afastou lentamente de seu corpo para fechar a porta e em seguida virou-se e a encarou – O que está acontecendo? – perguntou sério – Porque veio?

–Eu não quero continuar com isso. Não aguento mais – abaixo os olhos envergonhada, pois fora ela quem começara com aquilo tudo quando aceitou a vingança de Nikko.

–A única que desejou isso foi você.

–Não foi. Não no começo – se defendeu sem erguer o olhar.

–Mells, eu não tenho como ajuda-la – confessou com raiva de si mesmo – Não agora.

– Como assim? Não havia me prometido que irá me ajudar? Que iria me livrar de tudo? – indagou com olhos marejados ao ergue-los e encarar o seu irmão.

–Sempre cumprirei a promessa que fizemos quando pequenos, mas não posso ir contra ele. Não tenho como.

Melanie assentiu em silencio ao deixar as lagrimas caírem pelo seu rosto. Ela sabia que ele diria aquilo. Ela sabia que não teria como conseguir ajuda dele. Ela sabia de tudo desde o inicio, mas insistiu. Mentiu para si mesma. Enganou a si mesma para vê-lo.

Ela queria acreditar que ainda eram crianças e que ele poderia salvá-la de tudo como antes. Fechou os olhos tentando se recordar do momento em que decidira confiar a sua vida a ele, anos atrás.

Um céu azul tão claro quanto o oceano era assim que estava naquele dia. Melanie olhou com um largo sorriso para o seu irmão e foi ate ele o abraçando, sem importar-se com o olhar reprovador de Maria. Aquela era a primeira vez em que Melanie via o mar. Apesar de ter cinco anos, nunca havia ido a praia. Seu irmão apenas sorria ao seu lado, enquanto Maria mantinha-se entretida em seu livro longe deles.

–Ei, podemos ir? – Melanie perguntou ao apontar para o horizonte. Sorriu docemente ao ver o irmão segurar em sua mão, e concordar – Vamos – disse animada ao puxá-lo em direção ao mar. Christopher sorriu ao ver a inocência de sua irmã ao correr assim que a água do mar tocou em seu pé. Ela continuou assim durante alguns minutos ate lhe pedir – To com sede.

–Vou buscar algo com a mamãe, fique aqui, está bem? – ele falou ao olhar para ela que concordou. Ele andou pela areia apressado, mas ao olhar para trás não viu a sua irmã. Assustou-se ao retornar onde estava e vê-la dentro do mar, se debatendo. Christopher gritou e implorou por ajuda. Olhou para os lados desesperado e não viu ninguém. Sem pensar, correu para o mar e nadou em direção a sua irmã.

Melanie se debatia enquanto a água salgada entrava pela sua boca e nariz. Suas lagrimas caiam pelo seu rosto e gritava desesperada por ajuda. Seus braços se debatiam assim como suas pernas em uma forma frenética busca por salvação. Uma salvação que chegou na forma de seu irmão.

Ela ainda se lembrava da voz reconfortante dele quando sentiu a areia da praia em suas costas. A voz que gritava pelo seu nome e lhe prometia segurança por toda a vida. Melanie suspirou, limpou o rosto com o dorso das mãos e seguiu para a porta sem mais nada a dizer. Antes de passar pela porta escutou a voz dele.

–Mells, eu não tenho como lhe ajudar, mas prometo que irei procurar um meio. Sempre estaremos juntos – prometeu antes de vê-la sumir.


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