Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 26
Desespero


Notas iniciais do capítulo

Olá..trago mais um capitulo e espero que gostem..hoje aparece mais um Nicolai (não tao sedutor quanto os outros, admito kkkkkk) e os comentarios do cap anterior irei responder junto com os destes.. ok???

Beijoss



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O silencio no carro manteve-se durante todo o percurso. Melanie mantinha-se impassível quando em seu intimo sentia vontade de gritar e implorar por Christopher, e Nikko sorria. Um sorriso demasiado sem vida ao dirigir. Ele concentrava-se pensando em como faria Christopher e Melanie pagarem por ter saído do trabalho mais cedo e acima de tudo por terem acredito que ele era tolo. Nada foi dito ate saírem do carro já em frente a casa de Nikko. Melanie apressou-se para entrar na casa primeiro quando o sentiu segurar o seu braço. Um gesto que já se tornara normal para ela, entretanto aquela vez algo estava diferente. Ele segurou em seu braço e a puxou para si antes de sorrir. Olhou em seus olhos fixamente sabendo o quão superior estava sendo naquele momento. O corpo de Melanie colado ao seu e o sol queimando a pele de ambos. Uma sensação que ele jamais esqueceria. A sensação de estar no controle e saber que era temido. A sensação de ter alguém submisso a ele.

–Qual deveria ser o seu castigo? – perguntou ao sorrir aproximando o seu rosto da face dela – Você foi uma menina má, como deveria fazer para se comportar? Qual punição devo lhe dar?

Melanie sentiu um arrepio passar por seu corpo, mas manteve a sua indiferença. Havia uma coisa que Melanie havia aprendido com Maria, Susan e todas as pessoas que já a maltratou. A indiferença. Ela sabia lidar com o medo da melhor forma possível. Ela demonstrava indiferença.

–Punição? De um vingador sem planejamento tornou-se um deus? – indagou sorrindo ironicamente ao olhar para ele – Não seja tolo. Se quer fazer algo, faça. Não me pergunte.

–Sempre petulante, mas desta vez.. quero ver o quanto irá aguentar – com força segurou no braço dela enquanto a levava para dentro da casa. Melanie sorriu ao perceber o quão fraco ele era.

–Vai me trancar? Isso não é nenhuma surpresa.

–Lhe trancar? Não farei isso – a puxou pelas escadas, e a levou pelo corredor. Passou pelo quarto dela, o que a fez hesitar e ao se ver em frente ao quarto dele, percebeu o que ele pretendia. Melanie sentiu o ar faltar em seus pulmões quando ele abriu a porta. O quarto encontrava-se arrumado com exceção de fotos espalhados no chão. Fotos dela. Olhou para o homem que lhe segurava firmemente sem saber o que falar naquele momento, apenas manteve-se quieta a espera de sua próxima ação. – Deve estar se perguntando o que farei, não é? – com tranquilidade a empurrou, fazendo-a cair em cima da cama, deitada. O olhar dela demonstrava surpresa e o medo. – O que acha que irá acontecer aqui? Da ultima vez percebi que me deseja, então isso não seria uma punição, entretanto.. há muito mais coisas que posso fazer – disse sorrindo maliciosamente. Subiu na cama ficando por cima dela. Como tigre prestes a atacar a sua presa, foi assim que Melanie se sentiu. O olhar dele fixo em seu corpo, enquanto seu corpo a prendia naquela posição. As pernas dele prendiam as suas, e seus braços estavam próximos ao seu rosto.

–Vai terminar o que começou na outra noite? Esta é minha punição? – Melanie perguntou com escárnio ao sorrir – acha mesmo que será uma punição?

–Com certeza não será, mas o que virá depois, sim – revelou inexpressivo ao passar a mão pelo rosto dela – Acha que é tão valente, não é? Mas vou lhe mostrar que não é nada. Você não é nada e nunca será. Irei lhe mostrar o quão aterrorizante pode ser tudo.

–Então vá em frente – o provocou deliberadamente. O sorriso que ela esboçou fez Nikko sentir raiva.

–Eu irei – pronunciou raivoso ao rasgar a blusa dela fazendo-a gritar de surpresa. A lingerie de Melanie contrastava com a sua pele e a com a marca em sua barriga. A cicatriz que adquiriu no reformatório. Nikko se aproveitou de cada segundo em que ela demonstrava fraqueza. E antes que ela pudesse retornar a sua fachada de frieza, ele beijou o pescoço dela, marcando-a. tornou a fazer isso várias e varias vezes ate vê-la se debater embaixo de si. – Imaginei que não fosse resistir – falou cínico ao olhar em seus olhos. O coração de Melanie batia descompassado, de forma que a deixava envergonhada de si mesma. Envergonhada por pensar, nem que fosse por um segundo, como seria bom se tudo que estivesse acontecendo não fosse como punição. Isso a atormentava. A atormentava saber que o seu corpo não correspondia aos seus desejos. Ela se sentia humilhada por si mesma.

–Está me vendo resistir? – Melanie indagou ao encará-lo tentando controlar o seu corpo. Controlar seus desejos – Acabará logo com isso ou continuará a me atormentar sem fazer nada? – Nikko sorriu de forma maliciosa ao tocar em seu rosto enquanto passava a mão por todo o seu corpo. Desceu indo em direção ao pescoço e em seguida para a sua barriga. E antes que ela percebesse, o olhar sombrio retornou a sua face. O olhar de Nikko se fixava no pescoço de Melanie. A cada movimento de sua respiração, ele encarava o movimento natural de seu corpo. Seus seios subiam e desciam de acordo com sua respiração. Um desejo começou a crescer em Nikko. Um desejo de parar tudo aquilo. Um desejo de parar a sua respiração. Ele deseja vê-la imóvel. Cego por isso a beijou. Seus lábios colados com os dela não faziam nenhum movimento. Ele se manteve imóvel ate passar a língua em seus lábios pedindo passagem, algo que ela se recusou a fazer. Nikko se afastou e sem pensar segurou o pescoço dela com força com suas duas mãos. Melanie tentou não se mover ou se debater, mas era inútil. A cada segundo que ele pressionava o seu pescoço, o ar começava a lhe faltar. Uma sensação de vazio se apoderava de si. Ela se recordou da ultima, e assim como aquela esperou que ele fosse largá-la, entretanto isso não aconteceu. O olhar de Nikko mantinha-se preso aos olhos dela.

– Desespero, é isso que quero ver em você – falou em meio a loucura. – Quero que se desespere, quero que grite e implore por misericórdia. Os olhos pelos quais estava tão hipnotizado começavam a se tornar vermelho, o rosto dela mudava de cor gradualmente e sem que ele percebesse, ela fechou os olhos.

***
O ar cada vez mais se dissipava de seus pulmões. O azul tão hipnotizante do oceano agora tornava-se cada mais assustador. Seus braços e pernas se debatiam em busca de apoio, mas nada encontrou. As lagrimas se misturavam ao mar na tentativa de chamar alguém apenas engolia cada vez mais água. Em meio ao desespero sentiu as mãos de seu irmão envolta de seu corpo. Ambos se debatiam na esperança de alcançar a praia.

–Fique calma – ele disse ao segurá-la – eu te protegerei – prometeu dando esperança a criança de cinco anos que concordou aterrorizada.

Melanie se debateu antes de abrir os olhos desesperada. Ofegante buscava o ar enquanto levava a mão ate o seu pescoço que doía. Olhou em volta ainda atordoada com tudo. Levou alguns segundos para se lembrar de tudo, e encolher o seu corpo rapidamente com medo. Seus olhos buscavam o conhecido ate perceber que ainda estava na cama de Nikko, em seu quarto. Desesperada tentou sair da cama, mas assim que colocou os pés no chão, sentiu-se tonta. Apoiou-se na cama ao piscar e focar a sua visão.

–Fique calma – balbuciou ao respirar ofegante. Tentou andar novamente ainda sentindo-se tonta e com dificuldade chegou ate a porta. Girou a maçaneta e esboçou um sorriso desesperado – Eu..estou presa – percebeu ao olhar em volta.

***
Nenhum som podia ser escutado onde Nikko estava. Ele lia tranquilamente um de seus livros favoritos a beira da piscina. Na noite anterior assim que Melanie desmaiou, ele se afastou de seu corpo e saiu do quarto a trancando. Ele não tinha a intenção de soltá-la tão cedo. Ele queria que ela percebesse que ele mantinha o controle sobre ela. Um controle que ele conseguiria por bem ou por mal. Olhou para o relógio em seu pulso, deixou o livro próximo a piscina e foi para a saída.

–Vamos ver como estará quando eu chegar – Nikko murmurou sorrindo ao ir para o seu quarto com tranquilidade. Com tranquilidade, dirigiu ate a empresa ansioso para ver como tudo estaria com a saída de Gusmon. Pegou o caminho mais rápido para a K’angus e assim que estacionou em sua vaga reparou no carro estacionado ao lado do seu. Respirou fundo tentando manter o controle ao perceber que teria problemas pela manhã. O estacionamento encontrava-se silencioso, o que ajudou em seus pensamentos. Ele precisaria ter paciência para lidar com seu irmão logo pela manhã. Seu outro irmão. A única pessoa que conhecia que poderia ter acesso a aquela vaga seria um Nicolai. E o único que dirigia um veiculo na cor verde musgo seria o seu irmão Theo. Theo Nicolai, um homem capaz de tudo para ter o que desejava, perfeito em estratégias e exímio em manipulação. Logo que Nikko entrou em sua sala, o viu. Theo possuía uma característica que o diferenciava de Nikko, ele era mais baixo e seus cabelos eram castanhos, mas o seu olhar possuía a mesma determinação que Nikko.

–Que surpresa – Nikko falou ao andar seguro ate a sua mesa – Não esperava por você.

–Não vim por que quis – Theo afirmou sério ao olhar em volta – Você está fazendo muita bagunça ultimamente.

–Bagunça? Sobre o que está falando? – manteve a sua voz inalterada a todo custo. Ele não desejava começar uma discussão aquela hora. – Imagino que esteja falando sobre Gusmon – o viu assentir – Ele estava me trazendo problemas.

–Ele estava ajudando os diretores a decidirem o melhor rumo para a empresa.

–Eles queriam outro em meu lugar, e isso não poderia permitir.

–Seu egocentrismo o cega – Theo falou cansado – Eu vim ate aqui para dizer que deve parar. Não faça acusações daquela forma. Não mais. Nossa família não irá conseguir conter mais escândalos seus.

–Theo, parece que esqueceu de tudo que fiz para vocês. Devo lembrar de tudo e pedir o pagamento? – sorriu ao ver o seu irmão empalidecer – Vejo que não, então continuarei a lidar com tudo da minha forma, se não está satisfeito pode virar um dos diretores e tentar me controlar de alguma forma.

–Sempre é assim, e um dia irá se arrepender.

–Eu espero ansioso por esse momento – tornou ao sentar em sua cadeira e abrir o seu notebook.

–O que está fazendo com ela? A garota – Theo perguntou após observá-lo por alguns segundos. Todos na família sabiam sobre Melanie, e o que eles temiam era que Nikko a matasse. Mas todos admitiam que não se importavam se ele a fizesse sofrer.

–Está viva.

–Isso não é o suficiente. Como ela está?

–Você, Fabriccio e o louco do Alessandro são os únicos que se interessam por ela, sabia? Ninguém se importa nem mesmo a familia, então porque vocês estão se importando dessa forma?

–Porque continuamos a ter nossa humanidade, algo que os Nicolais perderam a muito tempo.

–Então não sou humano para você – sorriu maquiavélico – Sou um tipo de demônio então. Uma alma penada que assombra e atormenta as pessoas.

–Provavelmente, espero que um dia mude.

–Não irei – assegurou seguro – Mas tenho certeza que vocês três irão mudar.

–Não iremos – falou sério – Eu vou embora, mas espero que mude seu comportamento. Não desejo ver a nossa mãe aqui.

–Não mudarei, e espero que a mantenha na Grécia. Acredito que isso você seja capaz de fazer – disse sério ao vê-lo ignorá-lo e ir embora.

Theo saiu da sala de Nikko com o semblante alterado. Passou pelos funcionários sem olhar para eles e quando estava chegando ao elevador se esbarrou com Fabriccio. Eles se encararam por alguns segundos ate Fabriccio sorrir, e o abraçá-lo, rapidamente.

–Veio colocar juízo na cabeça de Nikko imagino – Fabriccio disse sorrindo.

–E obviamente não consegui.

–Ninguem consegue – disse atraindo um sorriso do irmão – Mas já está indo embora? Não ia falar comigo ou com Alessandro?

–Não sei se tenho cabeça agora. Nikko consegue tirar qualquer um do sério.

–Com maestria.

–Diga-me Fabriccio, o que sabe sobre a garota? – indagou mostrando a sua preocupação na face. A maior preocupação do grego era ter a família envolvida em um escândalo causado pelo desequilíbrio de seu irmão.

–Está preocupado, assim como eu. Não sei todos os detalhes, mas vejo que ele está cada vez mais obcecado por ela.

–Seria a hora de intervir?

–Ainda não – negou sério – Vamos esperar o momento certo e com o apoio de Alessandro faremos algo, mas antes precisamos falar com ela. Não sei a posição dela sobre tudo.

–Duvido que ela deseje ficar ao lado dele.

–Tenho visto muita loucura estes dias, e de alguma forma, não ficaria surpreso se ela optasse por ficar ao lado do nosso irmão.

–Isso seria tolice.

–Tolice foi a nossa posição desde o inicio. Deveríamos ter o deixado em um hospital se recuperando de sua dor e não ter deixá-lo fazer tudo isso, agora o que nos resta é esperar. – Theo assentiu em silêncio. Eles sabiam que a partir daquele momento qualquer passo poderia deixar a família em perigo.

***
A voz de Melanie já não existia. Ela havia gritado por horas ate perceber que estava sozinha na casa. A raiva havia dado lugar ao desespero ao se dar conta que não sairia daquele quarto ate que ele quisesse. Ela odiava a sensação de submissão, e naquele momento soube que a partir daquele dia não teria como não tremer diante dele. A sede já estava a consumindo assim como a fome. Ela não sabia a quanto tempo estava presa, mas sentia-se cada vez mais cansada. Andou pelo cômodo afim de se distrair e não encontrou nada para fazer. Sentou e deitou na cama diversas vezes ate escutar um barulho. Um barulho que lhe deu esperanças. Correu ate a porta e ao bater nela escutou passos indo em sua direção. Escutou o seu nome ser chamado, estranhando a voz ate que perceber ser a de Alessandro.

–Me tire daqui. Ele trancou a porta – explicou ao manter o ouvido encostado na porta. Esperou alguns minutos ate que escutou a porta ser destrancada. Seus olhos não acreditaram ao ver Alessandro a olhar com temor. – Obrigada – murmurou ao abraçá-lo. Melanie sentiu os batimentos dele e seus braços ao redor de seu corpo. A força dele estava lhe dando apoio naquele simples gesto, ela se sentiu mais forte e amparada. Alessandro não conseguia descrever o horror que se passou pela sua mente ao escutá-la. Ele havia ido ate a casa de Nikko encontrar Melanie, já sabendo que seu irmão estaria no trabalho, mas não esperava encontrá-la daquela forma.

–Você não pode ficar mais aqui – Alessandro falou objetivo.


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Notas finais do capítulo

Gente..temos alguns leitores e poucos comentarios..gosto de saber o que pensam da historia rsr então..comentem por favor rsrsrss

Beijoss



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