Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 25
Submissa




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A sala de reunião da empresa K’Angus possuía uma grande mesa, a qual estava ocupada por todos os diretores. Dentre eles, o que mais se destacava era Gusmon. O olhar de Gusmon transmitia todo o seu ar de orgulho. Ele tinha certeza que aquele dia representaria a queda de Nikko. A queda do homem que ele odiava.

–Senhor Nicolai – Gusmon tornou cínico ao ver Nikko entrar na sala de reunião sério – Fico feliz que tenha nos dado a graça de sua presença.

–Eu que fico feliz para ser convidado ao seu clubinho – Nikko disse ao esboçar um sorriso sarcástico ao olhar para todos os homens ali presentes. Percebeu o incomodo de cada um deles, e isso o fez sorrir ainda mais – Mas creio que este clube irá fechar.

–Nikko, não seja pretensioso – Gusmon tornou ao sentir pressionado – Todos viemos aqui discutir a sua demissão.

–Demissão? Gusmon, és tão tolo ao ponto de achar que será o próximo presidente? Esta empresa é da minha família. Tenho a maior parte das ações, e acredita que esta reunião com diretores ingênuos, irá surtir algum efeito? Não seja tolo. A única coisa que conseguirá com isso é sua morte.

–Está me ameaçando, Nicolai?

–Não, jamais sujaria as minhas mãos com uma escoria como você – declarou ao ir ate a porta, e manter-se sério assim que sua secretaria entrou carregando pastas transparentes – Nestas pasta irão descobrir que a única pessoa responsável por manchar a reputação desta empresa é o homem em frente a vocês. Fui apenas um cordeiro que estava sendo sacrificado por sua ganância – o semblante de Nikko estava inexpressivo, mas o seu olhar conseguia descrever a emoção que sentia: Vitoria. Ele tinha conseguido derrubar o homem que desejava o seu fracasso apenas usando a sua ambição contra ele – E irão perceber que Gusmon está com laços incrivelmente discutíveis com os nossos concorrentes, atrevo-me a dizer que está sendo um espião também, estou certo? – perguntou ao olhar para Gusmon, o qual mantinha a sua respiração ofegante diante do relatório a sua frente. Tudo pelo que ele tinha lutado estava ruindo em sua frente. Tudo pelo que ele tinha se sacrificado agora estava sendo jogado fora.

–Como você....- Gusmon perdeu a fala ao olhar para os diretores que o olhavam com repugnância – Eu fiz o que era preciso. Eu sou o SALVADOR desta empresa. Estão me julgando errado. Se continuarem com ele como presidente tudo irá desmoronar. Vão perder tudo.

–Preciso chamar a segurança ou sairá por livre e espontânea vontade? – Nikko indagou friamente diante do olhar perplexo dele. Não havia compaixão ou pena no olhar que Nikko lançou a Gusmon antes de sair da sala de reunião. Acompanhado pela sua secretaria caminharam pelo corredor da empresa ate pararem em frente ao elevador – Cancele as minhas reuniões de hoje – Nikko falou pensativo ao apertar o botão para descer – Preciso resolver algumas coisas. Coisas muito interessantes – murmurou com um sorriso malicioso ao entrar no elevador, sozinho.

***
Em frente a um colégio duas pessoas olhavam-se demoradamente. Uma jovem com cabelos castanhos olhava para o seu irmão com carinho, enquanto em sua mente ponderava sobre o que estava prestes a fazer. Ela estava libertando-se de algo que a atormentava, desconhecendo o motivo de sentir-se tão errada naquele momento. Suspirou angustiada ao andar ate Christopher, parando em sua frente, acariciou o seu rosto com o dorso da mão. Christopher a olhou confuso, ele sabia que a única chance para eles seria aquele momento, pois Nikko estaria em uma reunião. Uma reunião que definiria o fim de sua carreira e de seu egocentrismo. Ele olhou nos olhos de sua irmã e encontrou a indecisão que tanto temia.

–Não poderá salvá-lo – disse angustiado ao vê-la encará-lo daquela forma. Uma forma que lhe transmitia medo – Ninguém pode salvá-la, Mells. Salve-se primeiro antes que tudo caia a sua volta. O que espera que vai acontecer? Ele é um homem amargurado pela certeza de que matou a sua esposa, e você.. é apenas uma criança.

–Uma criança que deveria consertar algo.

–Mas você não fez nada – disse ao colocar a sua mão na face dela – Vamos embora e tudo terminará.

–E se eu for? O que isso fará de mim? O que fará de nós?

–Seremos livres apenas isso.

–Você é livre, meu irmão. Por isso fiz tudo isso. Para que fosse livre. É tão difícil entender?

–Não sou livre se a cada momento for lembrado que o culpado pelo seu sofrimento sou eu.

–A única culpada, sou eu. Sabemos disso.

–VOCÊ NÃO É- gritou impaciente ao sentir as dores de sua decisão no olhar dela – EU A MATEI. EU FUI O ÚNICO A FAZER ISSO.

–Não para o mundo – sorriu ao abraçá-lo – Se eu for.. eu nunca vou entender.

–O que você quer entender? Apenas pense em mim. Em nós.

–Eu quero entender o que ele pretende com tudo isso.

–Mells, não seja louca. Ele vai querer lhe matar. Ele está louco.

–Amar alguém não é loucura. Eu te amo, e nem por isso sou louca – depositou a cabeça no peito dele. sentiu as batidas de seu coração, e sorriu – Se eu for... acho que tudo será pior.

–Não será, eu prometo – a voz de Christopher denotava o desespero que sentia. Denotava a urgência que sentia em tê-la ao seu lado. Passou os braços pelo corpo dela, apertando-a – Não irei deixá-la sucumbir ainda mais por ele. Você não irá retornar para ele. – a voz dele acalmou o coração de Melanie, a qual sorriu e nada disse. – Tenho que lhe salvar dele.

–Não se preocupe, eu já estou salva – murmurou ao fechar os olhos sentindo o carinho e o calor de seu irmão. Aquelas palavras nada disseram a Christopher, mas apenas ela sabia o que estava acontecendo. Melanie havia visto um carro estacionar e dele sair Nikko com o semblante fechado. Naquele momento, ela percebeu que não poderia fugir do seu destino. Fugir de algo que escolheu ao salvar o seu irmão. Tudo aconteceu sem que Christopher percebesse. Antes abraçado a sua irmã, logo vou jogado para o lado. Titubeou, segurando-se no carro e ao olhar para trás viu Nikko segurando o braço de sua irmã com fúria nos olhos. Melanie não esboçava surpresa, ela mantinha-se quieta ao ser segurada por ele.

Não havia surpresas no olhar de Nikko que encarava Christopher com nojo e descrença.

–Não acredito que foi tão tolo – a voz de Nikko conseguiu deixar Christopher temeroso. O seu olhar suplicava ajuda a Melanie, mas ela mantinha o seu olhar firme ao encará-lo – Já deveria ter percebido que nada escapa de mim. E que ela agora é minha – pronunciou-se ao segurar no queixo de Melanie. – Me admira que não tenha ido com ele, talvez já saiba que tem contas a acertar comigo e enfim tomou consciência do quão perigoso eu sou.

–Todos os loucos são perigosos, porque não conseguimos prever suas ações, mas você.. – sorriu debochada – não é louco, é apenas um homem atormentado. Você não me dá medo.

–Isso é bom, porque posso fazê-la me temer aos poucos – sua mão acariciou o seu rosto lentamente. Observou todas as reações dela. O olhar de Melanie mantinha-se fixo. Ela sabia que não poderia expressar nada. Nenhum sentimento poderia ultrapassar o seu intimo. Ele não poderia perceber o quanto sua caricia deixava-a com medo e angustiada. Nikko percebeu que algo a estava mantendo submissa a ele. Algo que ele conhecia muito bem. Medo. –Deveriamos mostrar a ele o quanto você me quer ao seu lado? – perguntou ao esboçar um sorriso que ela não soube identificar. A mão de Nikko que antes segurava o seu braço agora estava em seu pescoço, puxando-a para si. Ela piscou ao perceber o que ele faria. Não protestou e nem ao menos reagiu. Ela permaneceu parada a espera do beijo, o qual não veio. Nikko sorriu divertido ao segurar no pescoço dela e a empurrar. As costas de Melanie bateram contra o carro de Christopher e antes que ele pudesse fazer algo para ajudá-la, Nikko se colocou em frente a ela. Colocou a sua perna no meio das pernas dela, afastando-a, e colocou seus lábios no pescoço dela, murmurando – Seria divertido ver a reação dele – Melanie manteve a respiração suspensa ao sentir as mãos de Nikko em seus seios sobre a sua blusa. As mãos hábeis dele apertavam sua cintura e subia em direção ao seu seio. Por mais que Melanie tentasse falar algo sentia-se humilhada. Christopher via tudo incrédulo. Ele não conseguia se mexer e ajudar a sua irmã tamanho a surpresa com a ousadia de Nikko Nicolai. Entretanto Nikko não achava suficiente o que estava fazendo. Ergueu o rosto e encarou a face de Melanie. Com força, juntou os seus lábios sobre os dela mantendo o olhar aberto. Ele mordia o lábio inferior dela com o intuito de fazê-la beijá-lo também. Estava divertindo-se com a relutância dela ate que percebeu o horror na face de Christopher. Afastou-se ainda mantendo a sua mão no corpo de Melanie – Como viu, ela é minha. Não importa o quanto tente, ela ainda continuará sendo minha – o comunicou – Será um tolo se ainda continuar com isso.

–Como pode...fazer isso a minha irmã?

–E como ela teve a coragem de matar a minha esposa? Isso é apenas o preço que se paga pela escolha que ela fez.

–Não..foi..

–CHEGA – Melanie gritou com o olhar decidido – Chris, deixe-me, sei o que estou fazendo – disse com o olhar implorando por misericórdia. O viu hesitar antes de dar as costas a ela.

–Eu não farei nada, mas.. sempre estarei ao seu lado – prometeu ao entrar no carro e bater no volante com força.

O olhar de Nikko buscava algum indicio de tristeza no rosto de Melanie, e nada encontrou. Isso o frustrava mais ainda do que esperava.

–Achou mesmo que fugiria de mim? – perguntou frio ao levar a mão ate o rosto dela, e apertá-lo – Sou a única coisa que tem agora. Entende isso?

–Entendo que é um louco – falou com dificuldade – Mas, não irei fugir de sua vingança. Afinal, ainda tem que me ajudar na minha.

–Sim, eu tenho – sorriu ao soltá-la – e acho que encontrei algo interessante para você – a olhou de cima a baixo, enquanto sua mente divertia-se em ver ate aonde ela suportaria – Irá comigo em uma viagem.

–Para o que?

–Não se preocupe.. irá entender quando chegarmos lá – sorriu largamente ao tocar no braço dela, e em seguida apertá-lo – Irei levá-la de volta, e o mais divertido é que seu irmão irá sofrer, um pouco, por tudo isso. Odeio ter meus planos frustrados.


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