Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow
Notas iniciais do capítulo
Olá..eu voltei..tinha escrito esse cap a muito tempo atrás, mas esqueci que tinha feito isso kkkk espero que gostem..
Bjs
Christopher sorria entusiasmado assim que entrou na K’angus. Nada seria capaz de apagar a fagulha de esperança e felicidade que brotava em seu ser naquele instante. Ele havia conseguido libertar Melanie do homem que tornava a lembrá-lo de seu erro. Um erro que havia cometido e não havia pagado pelo seu crime. Apesar de todo sofrimento de Melanie, ele não conseguia sentir-se mal por ela ter levado a culpa por ele. Seus sentimentos que mais lhe incomodavam era pelo fato de estar sempre sendo lembrado que o culpado era ele. Incomodado por sempre jogarem em sua face o quão covarde tinha sido naquele noite por não ter confessado. E ter sido protegido por sua irmã, uma irmã que desconhecia a verdade sobre a própria vida. Christopher segurava os envelopes com firmeza ao andar por todo o edifício, pois sua função era entregar as correspondências, e por mais que se sentia degradado pela situação, descobriu coisas sobre Nikko, coisas que Melanie não deveria desconfiar. “Esse é o começo..” pensou ao entregar um envelope na mesa de um dos funcionários e seguir em frente. Logo quando estava prestes a passar em frente a sala de Nikko, o viu surgir como um demônio prestes a atacar as almas que ali existiam. Nikko caminhava sério trajado de preto, seu olhar demonstrava a ausência da paciência e a existência da raiva. Assim que passou por Christopher esboçou um sorriso cruel, sussurrando ao lado dele, apenas para ele ouvir.
–Ninguém escapa de mim – antes que Christopher pudesse analisar o que lhe foi dito, Nikko entrou em sua sala deixando o jovem confuso para trás.
Nikko começava a odiar a si mesmo por demonstrar tanta fraqueza. Afrouxou a sua gravata e já estava indo ligar para a sua secretaria quando a porta de sua sala abriu-se. Ele olhou para o seu irmão inexpressivo.
–O que faz aqui Fabriccio? – indagou frio ao controlar-se. Se Fabriccio fosse sincero consigo mesmo, nem ele saberia dizer o motivo de estar ali, parado em frente ao seu irmão naquele momento.
–Porque não está fazendo nada? As ações estão caindo, um rumor esta sendo formado e o que está fazendo para que isso acabe? – Fabriccio perguntou com o pingo de paciência que possuía em sua alma. Havia dias que um rumor sobre a K’angus estava se solidificando. Começava a ser dito que o presidente Nicolai estava louco e fazendo negócios ilegais. As fofocas estavam chegando em um ponto tão alarmante que uma auditoria já estava começando a ser feita. – Vai deixar que tudo acabe facilmente?
–Me toma como um novato idiota, meu irmão – Nikko sorriu ao olhar para a enorme janela de vidro atrás de si – Eu sempre quis que ele espalhasse essas noticias.
–Do que está falando?
–Quem está tão desesperado por esse cargo?
–Gusmon?
–Exatamente, e eu darei o que ele tanto deseja. Fama.
–O que está armando, Nikko?
–A caída dele, é claro – disse calmo ao se voltar para o irmão – O que esperava de mim? Desespero? Sou um Nicolai, sou um homem que todos devem temer e respeitar.
–Imaginei que por um segundo tivesse tornado-se um humano.
–Não seja tolo. Somos um Nicolai, deveria se lembrar disso, meu irmão.
–Eu tento me esquecer, mas você faz questão de me lembrar.
–Fabriccio.
–Não falarei mais nada – deu-se por vencido ao suspirar – Estava preocupado contigo. Fico feliz que esteja bem, e cuidando de tudo como sempre faz. Mas diga-me, a menina já esta solta?
–Solta? Ela ainda não se entregou ao desespero. Como posso deixá-la livre?
–Ainda não desistiu então.
–Não desistirei – disse firme ao encará-lo com firmeza – qual o verdadeiro motivo de ter vindo aqui? Nunca viria apenas para isso.
–Sou o seu irmão, é claro que me preocupo.
–Não, você nunca faria isso – o analisou por alguns segundos, sorrindo em seguida – Alessandro, não foi? O que ele deseja saber? Pode me perguntar e eu direi tudo.
–Como consegue ser tão frio e louco?
–Faz parte da genética de nossa família. Você também já foi assim.
–Mas mudei.
–Por um erro.
–Nikko...
–O que?
–Alessandro quer saber quando a deixará em paz.
–Ele não queria ser o cavaleiro que libertava a princesa? Porque esta querendo conversar com o dragão que a aprisiona? Ele deveria ler mais clássicos e descobri que o dragão só deixa a princesa em paz se for morto.
–Está dizendo que... não vai deixá-la ir?
–Um de nós tem que estar morto para isso.
–Você...seu objetivo..sempre foi matá-la?
–Eu a matar? Não – negou sério – Meu desejo é um pouco mais obscuro – confidenciou sombrio – Meu desejo é que ela.. dê um fim a minha vingança. Um final que apenas ela é capaz.
–O que está..tramando? – Fabriccio murmurou inquieto ao ver o sorriso maléfico de seu irmão. Algo nele o deixava apreensivo. – Você...nao seria capaz de fazer alguma loucura não é?
–Claro que não – negou ao sentar em sua mesa e ligar o computador a sua frente. Ignorando o seu irmão. Fabriccio permaneceu em pé observado Nikko, buscando encontrar algum vestígio de sanidade ou compaixão nele, mas se deu por vencido e foi embora ao constatar a verdade: Seu irmão seria capaz de tudo, e esta opção era perigosa demais para deixá-lo calmo.
***
As mãos tremulas de Melanie a impediam de desenhar. Ela estava presente na aula que mais adorava, entretanto sua mente estava ansiosa. Seu corpo não obedecia as suas vontades e ao perceber que logo estaria livre daquilo tudo, não soube distinguir o que sentia. Ela sabia que deveria sentir-se aliviada, entretanto sentia culpa e frustração. Sentimentos conflitantes que a deixava atormentada. “Porque estou me sentindo assim? Eu não deveria estar me sentindo aliviada e feliz por fugir com meu irmão, a única pessoa que amo neste mundo? Qual o meu problema?”perguntou-se ao segurar o pincel com firmeza sem focar em nada para pintar na tela em branco a sua frente. Suas mãos pairavam sobre a tela em branco em busca de algo para pintar, mas nada surgia. Olhou para a tinta próxima a ela, e sem saber o motivo de estar fazendo aquilo começou a pintar de forma abstrata e sem ritmo. Ela desejava apenas esquecer tudo por um instante. Esquecer e manter a sua mente em branco como aquela tela. Começou a pintar perdida em pensamentos e quando escutou o barulho do sinal, voltou a sua atenção para o que fizera. Um quadro sem desenho ao certo, apenas misturas de cores em um circulo deformado.
–Essa sou eu. Uma pessoa deformada e sem certeza sobre nada - percebeu ao deixar o pincel de lado e sair da sala com o pensamento atormentado. Seus movimentos denunciavam a turbulência existente em seu intimo. Ela estava prestes a ir para o pátio quando avistou a sua professora de pintura a chamando. Parou, respirou e tentou esboçar algo que parecesse um sorriso.
–Querida, esta ansiosa pela sua exposição? – a professora indagou feliz ao ver o semblante estranho de sua aluna – Está com problemas?
–Não, nenhum. Apenas..cansada. Onde será a exposição?
–Espero que apareça, afinal será a sua primeira, de muitas eu espero.
–Eu também.
–Será em uma galeria no centro – falou ao retirar um pequeno papel de seu bolso e entregando a ela – Ai está o endereço e a hora em que será realizado.
–Obrigada – murmurou ao segurar o papel e guardá-lo, sem olhar. Encarou a sua professora por alguns segundos ate virar de costas.
–Melanie, se algo estiver a deixando preocupada, pode conversar comigo, viu? – ela a viu assentir e em seguida afastar-se rapidamente.
–Tudo vai acabar logo – Melanie murmurou ao ir em direção ao portão do colégio. As palavras de Christopher ecoavam em sua mente a medida que caminhava em direção de sua liberdade. “Vamos parar. Hoje eu irei para o seu colégio e depois iremos embora. Nós dois vamos sair disso tudo”.
Assim que Melanie passou pelo portão avistou o seu irmão parado ao lado de seu carro a esperando. Se olharam e um sorriso brotou nos lábios dela.
–Esse pode ser... o melhor final para todos – murmurou ao caminhar em sua direção.
***
O sorriso sombrio que Nikko esboçava era o suficiente para demonstrar o que vinha em sua mente. Não foi difícil perceber as intenções de Christopher assim que o avistou na empresa após o beijo que forçou Melanie a lhe dar. O dia tornou-se mais longo do que imaginava ao perceber estar em seu escritório a apenas duas horas quando imaginou que já tinha se passado cinco horas. Suspirou frustrado ao olhar para a sua secretaria que mantinha-se em pé, a sua frente, lhe encarando ao mesmo tempo em que segurava o seu bloco de anotações.
–Esqueceu de me falar sobre algo importante ou os telefones estão com defeitos? – Nikko perguntou sério ao afrouxar a sua gravata.
–Me perdoe, mas há uma reunião com a diretoria.
–Não havia nada agendado.
–Eles acabaram de marcar, Senhor Nicolai.
–Entendo. Ele vai jogar a sua primeira arma, que assim seja – levantou-se ajeitando a sua gravata, passou a mão pelos cabelos e esboçou o seu sorriso mais sedutor – Vamos para lá, afinal a guerra acaba de começar.
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