Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem desse capitulo e comentem.. infelizmente ainda tenho poucos leitores, mas.. vcs me dão energia para continuar a escrever, sem contar que adoro escrever essa historia rsrss
É isso..boa leitura..
Assim que Alessandro se afastou, Melanie sentiu um vazio. Um vazio que só poderia ser preenchido com os braços dele. Olhou envergonhada para ele e em seguida para o quarto.
–Não deveria ir antes que ele te encontrasse? – perguntou sabendo a resposta que escutaria do homem parada a sua frente com um sorriso nos lábios.
–Acho que é o mais coerente a se fazer – falou ao levar a mão em seus cabelos – mas não quer sair daqui comigo?
–Está me pedindo para fugir com você? – perguntou sorrindo ao perceber a loucura que ele falava.
–Sim.
–Como posso fugir de algo que busquei? – o questionou séria – não se preocupe comigo, agradeço o que está tentando fazer, mas não acha que está sendo irracional? A única que continua se mantendo prisioneira sou eu, assim como sou a única que está parada em sua frente sorrindo. Se eu estivesse sofrendo não estaria lhe implorando por ajuda?
–Não – negou sério – não me parece ser o tipo de pessoa que busca ajuda.
–Eu sou, quando preciso.
–Ainda acho que é o tipo que ajuda e não que é ajudada. – afastou-se ainda mais dela e caminhou pelo quarto buscando algo que pudesse torná-la vulnerável a ele, mas percebeu o quanto a vida dela estava limitada. – Um dia acabara se cansando de sofrer nas mãos dele, e eu estaria aqui para lhe ajudar.
–É muito gentil para um Nicolai.
–Alguém tem que ser – sorriu ao encará-la com carinho- é melhor eu ir antes que ele perceba que estou aqui – antes que Melanie pudesse falar algo, Alessandro abriu a porta e acenou para ela antes de a deixar sozinha. Melanie fechou os olhos ainda se recordando da sensação de ser abraçada com carinho pelo jovem Nicolai e por alguns minutos, se viu entregue a uma nova sensação. A uma sensação de tranquilidade e alegria.
–É realmente uma sensação estranha... algo que não sinto a muito tempo – percebeu ao abrir os olhos e se deparar com a sua realidade. Estranhamente, voltou a sua atenção para a porta e algo lhe chamou a atenção. Caminhou para a porta, e ao abri-la se deparou com Nikko parado ao lado com o semblante inexpressivo. Ela o encarou surpresa, e temerosa com o que ele poderia ter visto e escutado. Sem saber como agir, hesitou antes de voltar para o quarto. Quando estava prestes a fechar a porta, sentiu o seu corpo titubear e ir para trás. Nikko havia empurrado a porta e a encarava com desprezo. – O que está fazendo? – perguntou tentando transparecer confusão quando em seu interior sentia medo. Nikko avançou ate onde ela estava e com um, único, movimento a fez cair no chão. Antes que ela se levantasse, ficou por cima e a encarou demonstrando toda a raiva que sentia – O que está fazendo?
–Como ousa? – ele perguntou sério mantendo os seus rostos próximos – como ousa usar o meu irmão?
–Eu.. não estou usando ele..
–Não? Então o que foi aquilo? Acha que não vejo nada? Acha que sou um tolo que busca uma vingança patética? É isso o que acha?
Melanie sentia o medo percorrer o seu corpo, mas apenas manteve um sorriso na face ao ser questionada por Nikko.
–Sim, é exatamente isso o que eu acho. Até agora não me mostrou o que será sua vingança, então porque devo teme-lo?
–Não sei se é uma tola ou muito segura de si – comentou ao segurar o rosto dela com força – sou mais forte que você, lembre-se que posso fazer tudo com você, e ninguém irá lhe ajudar. Meu irmão? Não pense nele como um anjo, pois a origem dele é o inferno, assim como a minha.
Melanie o encarava com a respiração suspensa, pois quanto mais ele falava, mais percebia o seu olhar ficando sombrio. Sua respiração ofegante, tornava a situação ainda mais insinuante.
–Quer tanto assim que eu me afaste de Alessandro?
–É o que mais desejo – falou sério.
–Eu o farei, mas com uma condição.
–Não está em condição de impor nada.
–Pelo contrario – argumentou séria – deseja que eu me afaste dele, e eu desejo algo. Basta a sua boa vontade e ambos teremos o que queremos. – Nikko sorriu sem vontade ao pressionar ainda mais o rosto dela contra o chão.
–Não brinque comigo, Melanie – disse sério ao tocar o rosto dela com seus lábios – acha que sou o que? A partir de hoje fará o que eu disser, está me entendendo? Se não fizer, seu irmão que pagará. Usarei o seu irmão da pior forma possível. – a soltou lentamente, mas ainda manteve o seu corpo próximo ao dela – Me entendeu?
–Me pergunto, e se eu não me importar com ele, o que fará? Com o que me ameaçará? Nada mais tenho que a perder.
–Nada? – perguntou com um sorriso malicioso ao alisar a perna dela, sorrindo ainda mais ao vê-la arregalar os olhos, de susto – nunca se esqueça que sou homem.
–E vai usar isso dessa forma? Não esperava que fosse tão baixo – falou séria ao olhar em seus olhos – foi esse tipo de vingança que pensou? Me violentar?
–Não, mas é o que acontecerá como um castigo. Não sou um bom homem. Nunca o fui, e não conseguirá me tornar me desobedecendo.
–Farei como tanto deseja, mas saiba que também não sou uma boa pessoa .
–Eu não espero que seja – levantou-se, afastando-se dela lentamente – Nem trancar a porta do quarto a ajudará a escapar de mim, lembre-se disso – falou antes de sair do quarto, deixando-a no chão com o corpo tremendo. Melanie sufocava o choro que temia em surgir em seus olhos. Ela odiava sentir-se impotente, mas percebeu ser impossível naquela situação. Levantou-se com dificuldade e ao se ver em pé em frente a porta, percebeu o quão longe ele estava disposto a ir.
Nikko fechou a sua mão em forma de punho ao entrar em seu quarto. A sua raiva transbordava pelo seu corpo. Ele havia percebido o quanto fora tolo ao confiar em seu irmão, e ao imaginar Melanie abraçada a seu irmão sentia o sangue subir a sua mente.
–O único que pode atormentá-la, sou eu. O único em sua vida, serei eu ate que tudo esteja acabado – sua voz alterada demonstrava a raiva que sentia e ao olhar em volta, sorriu – Parece que veio ate aqui, meu irmão, espero que tenha se divertido com os últimos instantes em que pensou ser o herói dessa historia. – sorriu de forma cruel ao deitar-se na cama, entregando-se a um sono sem sonhos.
Melanie passou toda a noite acordada, acuada na cama com receio de que Nikko retornasse. A cada instante, ela o entendia menos e isso começava a atormentá-la. Suas mãos tremiam no escuro do quarto. Seus olhos fixavam na porta, e nenhum som lhe passou despercebido. Pela primeira vez em que chegou naquela casa, não dormiu. O seu medo conseguia ser maior que o cansaço que sentia.
***
A professora de artes olhou com preocupação para a face de Melanie, a qual permanecia concentrada na pintura a sua frente, apesar das olheiras denunciarem a sua noite mal dormida. Com descrição aproximou-se dela no meio da aula, e admirou o que ela fazia. O desenho de Melanie possuía cores sombrias. A tela estava envolta em uma cor escura, enquanto no centro do desenho poucas cores claras poderiam ser vistas em traços. Ao redor de alguns traços, um circulo, levemente, dourado encontrava-se presente. A professora olhava impressionada com a profundidade da pintura, a tal ponto de esquecer-se o que tinha ido falar.
–Melanie, aconteceu alguma coisa? – a professora perguntou discreta, e ao vê-la negar com a cabeça, suspirou – a sua exposição irá acontecer daqui a uma semana. Espero que vá.
–Onde será? – perguntou sem desviar a atenção da pintura que fazia.
–Enviarei o endereço para a sua casa e...
–Não – a interrompeu rapidamente, encarando-a – tem como ver isso hoje, e me entregar antes que eu saia? – a professora assentiu curiosa, mas por fim afastou-se dela, deixando-a mais tranquila. Os olhos de Melanie percorreram a sala e ao perceber a ausência de Susan, ficou aliviada, entretanto percebeu que alguém a olhava. Um garoto de cabelos loiros a encarava. O olhou esperando que ele desviasse o olhar, o que não aconteceu. Encararam-se ate ela desviar o olhar, concentrando a sua atenção na pintura. Sem que percebesse, o garoto levantou-se e parou ao seu lado, minutos depois.
–Sei que foi responsável pela suspensão de Susan – o garoto falou próximo ao seu ouvido.
–Me pergunto o que tem com isso – Melanie disse ao olhar para ele de soslaio.
–Ora, apenas fiquei feliz – falou sorrindo ao depositar uma mão em seu ombro – mas, saiba que a ausência dela não significa a sua paz.
–Vejo que é um de seus cães. Faça o que quiser.
–Eu farei – respondeu antes de se afastar dela. Melanie o olhou mais uma vez antes de respirar fundo e retornar para a sua pintura. As recordações daquele dia ainda lhe incomodavam.
Flashback
Melanie corria pelo corredor em busca de alguém, entretanto quando estava prestes a descer as escadas para seguir para o pátio, e enfim a saída, sentiu alguém puxar o seu braço, fazendo-a cair no chão. A dor que sentiu não foi nada comparada ao que se seguiu. Os garotos encontravam-se em seu entorno, e com eles, Susan sorria apesar de suas bochechas coradas devido ao esforço da corrida. O garoto que segurava o seu braço, começou a puxá-la, arrastando-a pelo corredor. Melanie não gritou apenas para não lhe dar o prazer de vê-la sofrer, mas sentia dor e humilhação, e o medo começava a se instalar.
–Parem – Susan disse fria com um sorriso na face. Aproximou-se de Melanie deitada no chão – Essa é a ultima vez para implorar.
–Implorar? Não seja idiota. Nunca implorarei por nada para alguém como você – falou séria.
–Podem chutá-la. É assim que trato cachorras – falou e ao ver os meninos chutando Melanie, sorriu maquiavelicamente. Cada chute que levava, Melanie reprimia o grito de dor, mas sem poder controlar a dor que sentia, gritou. O seu grito ecoou pelo corredor, mas antes que eles pudessem fazer alguma coisa, um professor surgiu no corredor ficando estarrecido ao ver a cena a sua frente.
Flashback
As mãos dela tremiam ao recordar-se desses momentos, e sem perceber levou a mão a sua barriga. Um gesto inconsciente. Os olhos do garoto a encaravam e um sorriso formou-se em seus lábios ao se dar conta da dor dela.
***
Os passos de Alessandro demonstravam a fúria que sentia ao caminhar pela empresa K’angus. Ninguém ousou lhe parar e nem sorrir para ele. Seu olhar demonstrava a raiva que sentia e a angustia que encontrava-se em seu ser. Parou em frente ao secretario de seu irmão, e com um sorriso cruel foi para a sala dele sem ser anunciado. Ao abrir a porta, seu olhar cruzou-se com o de Nikko, e não demorou para um sorriso brotar na face de Nikko.
–Primeira vez que vem me visitar – Nikko disse com dissimulação ao levantar-se - a que devo ao prazer de sua presença?
–Como é cínico.
–Todos os Nicolai são, com exceção de você, é claro.
–Como pôde fazer isso?
–Sobre o que está falando desta vez?
–A coletiva. Como teve a coragem de a expor daquela forma? Imaginei que tivesse algum sentimento humano, mas me enganei. De todos os Nicolai, só confiava em você e em Fabriccio. Sabe o que isso significa, não é?
–Não – negou o sentir um prazer indescritível – diga-me, o que significa.
–Que a partir de hoje deixarei de ser seu irmão, e serei seu inimigo.
–Conseguirá fazer isso? – perguntou calmo – nunca conseguiu me vencer em nada, e duvido que começara agora.
–Eu irei.
–E como pretende me ganhar? Não deveríamos apostar algo? Tornaria tudo mais divertido.
–Você é doente – falou com nojo ao perceber o quão insano seu irmão estava – até onde pretende chegar com a sua loucura?
–Em nenhum lugar, afinal ainda não disse qual seria minha aposta.
–Acredita que eu iria me dispor a jogar algum jogo com você? Ate onde vai a sua mente doentia? – indagou perplexo – vim para lhe dizer que farei de tudo para tirá-la de suas mãos.
–Deve saber tão bem quanto eu o motivo dela estar comigo – sorriu – afinal estava em minha casa, no quarto dela, a abraçando – gargalhou ao ver a palidez no rosto de seu irmão – acredita que desconheço o que acontece em minha casa? Não seja tolo.
–Colocou câmeras no quarto dela?
–Não, apenas passei pelo corredor e fiquei impressionado com a emoção que trocavam. São melhores amigos ou futuros namorados? Fiquei em duvida diante de tamanha demonstração sentimental.
–Nikko, pare com isso.
–Eu irei parar, se jogar o jogo.
–Que jogo está falando?
–Um jogo interessante – sorriu ao ver a desconfiança em Alessandro – Temos uma jovem e dois homens. Um disputada pela sua infelicidade e o outro pela sua liberdade. Qual a melhor forma de resolver isso, se não.. fazê-la se apaixonar?
Alessandro deixou o seu corpo mais leve ao gargalhar diante da proposta absurda de Nikko.
–Não farei isso.
–Então como pretende fazê-la desistir de sua vingança?
–Não precisa se importar com isso, mas apenas escreva o que lhe digo: ela não se tornará alguém doente como você.
–Talvez ela já seja.
–Ainda não, eu sei disso.
–Tem muita fé nela, será divertido ver você cair em tristeza ao vê-la tão parecida comigo.
–Isso não acontecerá, e a partir de hoje deixe-a longe das câmeras e noticias.
–O que posso fazer? Isso não será possível.
–Como?
–Ela foi anunciada como meu novo affair, e o que acha que esperam? Darei todo o show possível a eles.
–Seu doente. Ela tem apenas dezessete anos.
–E assassinou alguém, parece que todos se esquecem disso – tornou melancólico. – Se veio apenas para reclamar, é melhor sair, tenho trabalho a fazer, algo que não sabe como é porque desde cedo foi sustentado por mim. – disse sério – já estou ficando farto de você, Alessandro. Se comporte como um grego e como o meu irmão. Você é um Nicolai.
–Um Nicolai? Se ser dessa família é me comportar de forma tão leviana,farei o possível para não mais pertencer a ela – falou antes de dar as costas e seguir para a saída.
Nikko observou em silencio o seu irmão sair, mas logo pegou o seu celular e discou para um numero.
–Quero que siga o meu irmão, Alessandro Nicolai. Diga-me tudo o que faz – falou antes de desligar com um sorriso sombrio – Tudo isso por ela? Ela não vale tanto assim, Alex. Custará caro perceber a importância de sua família.
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O que acharam? comentem para que eu possa saber o que estão achando rs...
Beijos