Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 17
Capitulo 16 - Conforto pelo Nicolai


Notas iniciais do capítulo

Ei, como estão? Espero que gostem deste capitulo e surtem muito com ele rsrsr pq eu estou amando os irmãos Nicolais..

Bem vindo as leitoras novas
Beijos



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O silencio perturbador em que o carro se encontrava deixava o momento ainda mais constrangedor. Melanie tentava esconder a vermelhidão em seu rosto com a cabeça abaixada, deixando os cabelos caírem sob sua face. Nikko dirigia com lentidão, enquanto sua mente ficava inquieta. Ele não estava gostando do que estava acontecendo, e o que lhe deixava incomodado era não poder controlar a situação. Uma situação que poderia ser simples, se ele pudesse intervir da forma que gostaria.

–Ele lhe fez mais alguma coisa? – Nikko se viu perguntando sem encará-la obtendo o silencio como resposta após esperar longos minutos – Se não me disser, nada poderei fazer para puni-lo.

–Acredita tanto assim que tem o poder de punir as pessoas? – Melanie perguntou sem levantar o rosto – Deveria ter mais consciência do quão somos insignificantes para as pessoas.

–Eu jamais serei insignificante para alguém – tornou sério.

–Imagino que sim, mas a realidade é mais cruel do que pareça.

–Ele lhe...tocou de alguma forma? – indagou sem jeito, pois ele imaginara que ao vê-la sofrer, sorria, entretanto se viu angustiado ao perceber que seu sofrimento não era causado por ele.

–Se ele fez, o que pensa em fazer? Rir? Lhe indagar como foi me torturar?

–Eu o farei pagar por isso.

–Porque se sente nessa obrigação quando o que mais deseja é me ver sofrer? Não deveria se sentir feliz?

–Eu deveria – concordou ao trocar a marcha, fazendo uma virada em seguida – Mas, o único que deve fazê-la sofrer sou eu.

–Egoísta – disse pegando-se esboçando um sorriso – Um vingador não deveria ser egoísta.

–Todos nós temos defeitos – retrucou ao concentrar a sua atenção na estrada, mas ao parar em um sinal vermelho, virou o rosto se deparando com Melanie olhando pela janela. Seu reflexo refletia a dor que ela estava sentindo – Eu posso fazer com que eles se arrependam.

–Eles já devem estar arrependidos – disse evasiva.

–O que fez a eles?

–Apenas demonstrei que não é qualquer um que pode me fazer sofrer – falou ao virar o rosto, encarando-o por alguns segundos – afinal já basta ter um vingador na vida, não aguento cinco de uma vez.

–Faça como quiser então – Nikko tornou impaciente ao retomar o percurso para casa. O silencio voltou a reinar, entretanto desta vez algo estava diferente. No olhar antes mordaz de Nikko, um brilho novo surgia. Um brilho bem ínfimo. Um brilho de admiração.

***
Alessandro fechou os olhos ao parar a sua moto em frente a casa de Nikko. Ele sabia que estava sendo louco em ir até lá naquele instante, mas desejava saber como Melanie estava. Ele desejava a salvar. Caminhou pelo jardim com as lembranças povoando a sua mente. Lembranças de quando era menor e Nikko o protegia das brincadeiras de Fabriccio.

–Me pergunto quando tudo começou a ruir – se perguntou ao parar em frente a porta dos fundos. Abaixou-se em busca de uma pedra redonda, e ao encontrá-la retirou uma chave que estava embaixo dela. Abriu a porta, caminhando pela casa silenciosa e sombria. Passou pela cozinha encontrando-a vazia. A sala de estar não possuía metade dos moveis de antigamente e ao parar em frente a escada temeu pelo que encontraria. Respirou profundamente antes de subir cada degrau temeroso. Ao chegar no topo ficou em duvida de qual quarto começaria, mas ao olhar com calma percebeu uma porta entreaberta. Foi ate ela e ao abri-la encontrou o quarto de Melanie. Meneou a cabeça ao perceber o quão doentio Nikko havia se tornado. Caminhou por todo o quarto em busca de algo que pudesse demonstrar se Nikko a fazia prisioneira de outras formas, mas ao perceber que nada havia, deixou o quarto e seguiu em direção ao de Nikko. Abriu a porta com cuidado e assim que entrou ficou espantado com o que encontrou. Por todo o quarto fotos espalhados de Tifanni estavam jogadas pelo chão e em cima dos moveis, e no meio a tudo isso encontrou uma foto de Melanie abraçado a um homem. –O que ele está tramando? – se perguntou ao segurar a foto. Observou o modo como Melanie sorria na foto e o jeito com que o homem a olhava – Eles devem se gostar muito – percebeu com um sorriso na face. Ao se erguer escutou um barulho. Um barulho que o assustou, pois Nikko não poderia desconfiar que ele havia ido ate ali. Com rapidez saiu do quarto, fechando a porta atrás de si e antes que pudesse ir ate a escada escutou passos. Preso em sua própria curiosidade, se viu entrando no quarto de Melanie, ficando atrás de porta com a respiração suspensa.

Melanie caminhava em frente a Nikko sem nada dizer. Subiu as escadas com o semblante impassível quando sentia vontade de chorar e rir ao mesmo tempo. Ela queria ser consolada e não demonstrar uma fortaleza que estava longe de sentir. Assim que colocou a mão na maçaneta da porta do quarto, sentiu a mão de Nikko segurar em seu braço, forçando-a a virar. Encararam-se por longos instantes até Melanie sentir a mão de Nikko pousar em sua face. Surpreendido com o gesto que ele demonstrara, ficou perplexa e parada, esperando o que ele faria a seguir.

–Basta me dizer quem foi – Nikko disse sério ao olhar para o rosto dela.

–Não é necessário – respondeu confusa com o olhar preocupado que instalava no semblante do homem que desejava o seu sofrimento.

–Porque está protegendo-os?

–Este é um problema que eu criei.

–Como?

–Quando resolvi aceitar isso tudo – disse séria – se a cada momento, instante, que me esconder atrás de você, o que será de mim? O nosso único acordo é que me vingará. Vingará pelo o que minha mãe me fez.

–E eu farei como prometi.

–Isso é o bastante.

–Porque sempre se mostra benevolente? Ninguém é assim. Está tentando me fazer mudar de ideia? Porque se for isso, não conseguirá.

–Não, eu não sou benevolente e muito menos sou uma santa.

–Então porque se comporta assim?

–Porque é a única forma que eu sei – disse sincera desejando se ver longe dele. A cada pergunta começava a titubear. Ela tinha medo que contasse algo que não deveria – Posso ir para o quarto ou continuará a me perguntar o que não desejo dizer?

–É tão idiota quanto aparenta – falou ao soltá-la – faça o que quiser, mas esse tipo de gente nunca para ate conseguir o que deseja.

–Deve saber bem, pois é igual a eles – disse antes de entrar no quarto. Fechou a porta e antes que pudesse esboçar alguma surpresa ou espanto pelo homem que a olhava com surpresa, o viu agarra-la e a segurar próximo ao seu corpo com a mão dele em sua boca.

–Sou eu, Alex – murmurou em seu ouvido fazendo-a estremecer – Por favor, não grite – pediu antes de soltá-la, mas ainda mantendo-a perto de si.

–Escutou tudo? – ela perguntou inquieta ao vê-lo assentir – Sou uma boba, não sou?

–Não – negou sério ao tocar a face avermelhada dela – é a garota mais corajosa que já conheci.

–Sou?

–É claro – garantiu ao acariciar o rosto dela – é a única que enfrenta Nikko sem medo – sorriu antes de abraçá-la. – Doeu muito?

–O que?

–O tapa.

–Um pouco – falou sincera ao fechar os olhos, entregando-se ao consolo que recebia de Alessandro. Um estranho homem que tinha o poder de deixá-la vulnerável. Ao perceber o que estava fazendo, recriminou a si mesma, antes de afastá-lo de si. – Eu..

–O errado fui eu – Alessandro se desculpou sem graça ao vê-la recuar diante dele – Não deveria abraçá-la desse jeito. Fabriccio costumava dizer que eu era uma cola. Vivia querendo abraçar todo o mundo, acho que não perdi esse habito como tempo, ele estava apenas adormecido. – sorriu encabulado pela situação quando já estava dando as costas para ela, virou-se e se deparou com o olhar perdido de Melanie – Quer conversar? Sou bom ouvinte ou podemos, apenas.. sentar um ao lado do outro. – Melanie assentiu sem mais nada a dizer. Sentou-se no chão, não olhando o sorriso que Alessandro esboçou antes de sentar-se ao lado dela. Eles nada falaram um ao outro, apenas permaneceram sentados ate a voz de Melanie ser escutado por ele.

–Porque é tão diferente dele? – Melanie se viu perguntando.

–Não sei – disse sincero após pensar – acho que cada um naquela família escolheu um pecado para se esconder, enquanto eu.. optei pela realidade, e é por isso que estou assim.

–Assim?

–Sozinho. – falou a olhando com um sorriso triste nos lábios – Minha família é enorme, mas ninguém se importa comigo. Sou como..

–Eu – o interrompeu – Parece que somos parecidos.

–Talvez, mas ainda acho que tem mais sorte que eu – brincou sorrindo – afinal está aqui sentada ao lado de um homem encantador.

–Isso é um azar e não sorte – respondeu fingindo ultraje, sorrindo em seguida. Um sorriso que fez Alessandro a olhar perplexo. – O que foi?

–É a primeira vez.

–Primeira vez?

–Que lhe vejo sorrir assim.

Melanie o encarou sem jeito e em resposta apenas suspirou.

–O que estava fazendo aqui? Estava se escondendo dele?

–Sim – assentiu sério.

–Porque?

–Porque eu vou te ajudar – falou antes de levantar – Eu vou fazer de tudo para que fique livre dele, mas hoje percebi que há outro motivo para se sujeitar a ele, não é?

–Sim – confirmou séria.

–Quando tudo acabar, o que fará? O que espera que ele irá fazer com você? Já pensou nisso? Fazer um trato com Nikko é algo perigoso.

–Eu sei.

–Mas então porque?

–Porque vale o esforço. Eu quero ver a mulher que tanto me desprezou triste. Isso faz de mim.. uma pessoa má, eu sei, mas é o que eu desejo. – Alessandro a encarou e mesmo escutando tais palavras duras, sorriu.

–Vocês são bem parecidos – disse antes de dar de ombros – mas, ainda assim irei lhe proteger.

Melanie olhou para Alessandro instigada a perguntar o motivo dele se esforçar tanto para proteger uma mulher como ela, mas calou-se. Ao mesmo tempo em que desejava escutar a sua resposta, temia o que ele falaria.

–Você... porque...- Melanie calou-se antes de se levantar – Não é nada.

–Diga – ele a incentivou enquanto a encarava.

–Não é ...

–Tem medo,não é? – perguntou a interrompendo – Tem medo do que eu vou falar? – a viu assentir sem jeito, o que o fez sorrir – Pode ser corajosa, mas ainda é uma menina – percebeu – eu serei sincero, não se preocupe. Prometo não lhe machucar.

–Isso é uma ironia saindo de seus lábios, afinal é um Nicolai.

–Um Nicolai, é verdade. Eu sou um.

–Então porque está se esforçando tanto por mim? Imagino que entrou aqui por esse motivo.

–É inteligente – admirou-se ao sorrir – sim, vim aqui para ver o que ele estava fazendo contigo.

–Eu estou bem, como pode ver.

–E é isso que mais me intriga – revelou sério – Nikko não é assim. Ele se tornou cruel e desumano, então não entendo o motivo de você ainda estar... lúcida.

–Nem eu para ser sincera, acredito que a vingança que ele prepara para mim, será a minha morte.

–Está brincando..

–Não – negou séria – Já pensei nisso muitas vezes, e essa é a única coisa que faria em seu lugar.

–Mataria a pessoa? – perguntou perplexo.

–Sim, ou a faria viver em desespero para que ela tirasse a sua vida. Acredito que ele irá me matar.

–Não pode estar...falando sério.

–Eu estou – disse calma ao encará-lo – Não se preocupe, eu já sabia desde o momento em que entrei por essa porta.

–Como pode..

–Cada um deve estar preparado para as consequências de seus atos. O meu, é esse, mas é a consequência por querer me vingar de minha mãe.

Alessandro não disse nada, apenas encurtou a distancia entre eles, e a abraçou.

–Eu irei lhe salvar dele e de você mesma – prometeu ao inalar o aroma que vinha dela. Um aroma que lhe lembrava o medo e o desespero. Os mesmos sentimentos que Alessandro costumava sentir ao se ver sozinho na casa em que morava quando criança. – Eu vou lhe salvar, eu prometo.

Melanie sabia que ele estava apenas falando para lhe confortar, mas se deixou cegar-se por aquelas palavras. Palavras doces que lhe fizeram imaginar um futuro onde seria feliz. Um futuro onde nada restasse. Nada que lhe trouxesse dor.

–Obrigada – ela murmurou ao erguer os braços, retribuindo o abraço.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço ou não um comentario? Uma recomendação? rs



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