Redenção escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 15
A troca


Notas iniciais do capítulo

Ola...fico feliz que tenha novas leitoras e que elas estejam gostando da historia.. este capitulo é para todas vcs rs

Espero que gostem..

Beijos



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No interior do carro, Melanie segurava as lagrimas que teimavam em surgir em seus olhos. As palavras de seu irmão atormentavam-na, mesmo sabendo que não havia verdade nelas ainda doía. Doía saber que a única pessoa em quem confiava, não confiava nela. Seu olhar pousou na janela do carro, observando a paisagem a sua frente. Por mais que ela visse as mesmas coisas todos os dias, ainda se surpreendia com o que passava diante dos seus olhos. Os mesmos edifícios possuíam uma cor diferente, uma atmosfera que modificava com a iluminação do sol, as pessoas sempre diferentes, passavam pelo carro sem imaginar que ali seguia uma garota aprisionada em um segredo e em uma vingança.

–A senhorita está bem? – o segurança indagou ao perceber o modo como ela agia.

–Se eu disser que não, irá parar o carro e me deixar correr livremente? – perguntou séria olhando para ele pelo retrovisor.

–Infelizmente não posso.

–Eu já imaginava – murmurou ao suspirar – então não há nada que possamos fazer.

–Um sorvete ajudaria? – ele perguntou segundos depois segurando o riso ao ver a expressão dela iluminar-se – Sei que não é uma criança, mas fazia isso com minha irmã.

–Isso a ajudava?

–Quase todas as vezes – confessou sorrindo ao vê-la concordar em seguida. O desvio que o carro fez foi como uma esperança para Melanie. Uma esperança de que tudo poderia modificar-se. O trajeto seguiu o novo rumo e logo estacionou em frente a uma sorveteria. Uma sorveteria pequena e simples. – O sorvete daqui é muito bom – garantiu ao retirar o cinto de segurança e quando a viu colocar a mão na maçaneta, disse sério – Estou tentando ajudá-la, mas peço que não tente fugir, pois se isso acontecer, eu serei o único a arcar com as consequências desse ato.

–Não precisa se preocupar – disse calma – não pretendo fugir de meu destino.

–Seu destino?

–Sim, não é isso o nome que se dá quando infortúnios acontecem em nossas vidas? Dizem que é o nosso destino passar por isso e que em seguida seremos mais felizes.

–Mas, isso..

–É pura mentira – disse amarga – o que acontece em nossas vidas são apenas consequências de nossas escolhas.

–Escolheu passar por isso?

–Sim, você não? – perguntou antes de sair do carro acompanhada pelo segurança que a olhava inexpressivo.

***
Christopher suspirou ao retornar para casa, e ao entrar em casa constatou o quão silenciosa a casa ficava sem a presença de sua irmã. Seu suspiro pesado preencheu o ar dando a sensação de solidão a ele.

–Eu fui realmente cruel com ela – murmurou ao subir as escadas e parar em frente onde era o quarto dela. O cômodo encontrava-se vazio e nada denunciava que ali já viveu uma jovem impetuosa. A sua jovem irmã. Permaneceu envolto em recordações onde eles estavam felizes, e despreocupados.

–Deveria deixar essa porta trancada – Marie disse atrás de Christopher, surpreendendo – Esqueça-a. – o advertiu ao vê-lo se virar e a encarar.

–Porque eu deveria esquecê-la? Ela é minha irmã.

–Irmã? Sim, continue pensando assim – tornou misteriosa ao dar as costas a ele – Ela está bem, se preocupa demais.

–E a senhora de menos. Ela é uma criança como pôde.. deixá-la a mercê dele?

–Como ela pôde matar a mulher dele? São perguntas que possuem a mesma resposta – disse antes de ir para o seu quarto deixando Christopher para atrás.

–Eu irei tirá-la disso, nem que tenha que abdicar da minha liberdade, uma liberdade que você me ofereceu em troca da sua. – disse pensativo ao fazer a promessa a si mesmo.

***
Melanie entrou na casa de Nikko com um semblante mais tranquilo. Mais tranquilo do que entrou no carro depois de falar com seu irmão. Seus pensamentos ainda estavam presos ao semblante de horror que Christopher exibia em sua face e em sua voz repleta de raiva. Ela não conseguia entendê-lo e fingir que o compreendia quando o que estava sentindo era o inverso. Respirou profundamente ao dar de ombros, e prometer-se pensar nisso depois. Ao atravessar o saguão com o intuito de ir para as escadas, e em seguida para o quarto, escutou um barulho vindo da cozinha. Curiosa, estancou e logo se pôs em direção ao som do barulho. Seus passos silenciosos seguiam em direção a cozinha e ao parar na porta, hesitou ao ver Nikko olhando para uma garrafa de uísque, enquanto no chão alguns cacos de vidros podiam ser vistos. Sua hesitação a denunciava. Denunciava o medo que estava prestes a surgir. Como se percebesse que estava sendo observado, Nikko, voltou a sua atenção para a jovem parada. Ela o olhava intrigada.

–O que faz aqui? – Nikko perguntou frio e em seguida esboçou um sorriso. Um sorriso frio – Costuma beber?

–Sim – assentiu ao vê-lo abrir a garrafa, pegar dois copos e despejar a bebida neles. – Acredito que irá gostar deste uísque.

–E por qual motivo?

–Porque será o ultimo que tomará de forma tranquila – estendeu o copo para ela. E a olhou se movimentar ate chegar ate onde ele estava, e segurar o copo.

–Soube que encontrou o seu irmão. Espero que tenham tido uma conversa agradável.

–Isso não lhe diz respeito – disse antes de levar o copo aos lábios, sorvendo a bebida amarga.

–É engraçado que ainda não percebestes o erro que é se dirigir a mim desta forma – argumentou ao encará-la friamente.

–Estou apenas dizendo que certos assuntos não lhe dizem respeito. O que há de errado nisso?

–Nada, eu presumo.

–Presume corretamente – seus olhares encaravam-se sem desviar o olhar ate Nikko erguer o seu próprio copo e levá-lo aos lábios.

–Faz ideia do problema que trouxe para minha vida ao aparecer naquele coquetel? – perguntou após beber – faz ideia do quanto posso perder por ter escutado meu irmão?

–Irá perder muito? Pois se for, ficarei feliz e agradecerei a Fabriccio por ter me levado ate lá.

–Continua a brincar comigo sem perceber o que posso fazer com você.

–Já deu sua demonstração.

–Mas, parece que não foi efetiva. Devo fazer novamente?

–Nunca irá ate o fim – assegurou ao vê-lo mudar a sua expressão para uma cruel.

–Não irei? Acredita na humanidade ate demais.

–Se acredito, irá fazer algo para mudar isso?

–Talvez – murmurou ao colocar mais uísque em seu copo – A partir de hoje será um affair. O meu affair. – acrescentou frio.

–Do que está falando? – perguntou confusa ao colocar o copo, já vazio, em cima do balcão.

–Por culpa de sua presença naquela festa posso perder muito.

–Culpe seu irmão, não a mim.

–Eu o culparia, mas a única que aceitou ir foi você.

–E o único que me chamou foi ele. Porque tenho que ser culpada por seu crime?

–Porque já possui demasiada culpa, uma a mais não irá lhe afetar tanto assim, não concorda?

Melanie sufocou o grito que subia pela sua garganta ao escutar tais palavras, e ao encará-lo vislumbrou o sorriso de escárnio em sua face. Um sorriso que estava deixando-a atormentada.

–Se eu fizer como está dizendo o que irei ganhar?

–Ganhar? – indagou frio – a sua vida, não é o bastante?

–Não – negou séria – quero algo em troca de meu nome ao lado do seu em um escândalo.

–Não basta ter matado a minha esposa e ainda impõem condições para resolver um problema que criastes?

–Não me importo com a sua lógica, apenas aceite ou não.

–Tem muita confiança para alguém que não possui mais a vida em suas mãos.

–Sou uma vadia louca, é assim que me chamam.

Nikko a encarou por longos minutos ate sorrir largamente.

–Sim, é uma vadia louca que desconhece o que posso fazer consigo e com sua família.

–Familia? – repetiu sorrindo friamente – Já não a possuo.

–Mas ama o seu irmão.

–Sim – não negou enquanto o encarava.

–Posso tornar a vida dele difícil.

–E se eu não me importar? Com o que irá me chantagear?

–Estou negociando.

–Pode dar o nome que desejar.

–Está tornando as coisas difíceis para si mesma.

–Mais ainda?

–O que quer em troca? Imagino que tenha algo em mente.

–Sim – assentiu com um sorriso frio, algo que deixou Nikko surpreso. – Desejo ver a minha mãe ruir. Quero saber pelo o quê ela me trocou e quero vê-la perder isso.

–Apenas isso? – perguntou frio.

–Não – negou surpresa consigo mesma ao perceber o quão longe o ser humano poderia chegar – Quero que ela sofra. Sofra tanto quanto eu sofri em minha vida.

–Se eu concordar, concordará com meus termos?

–Sim – assentiu – não me importo em fazer outro contrato com o demônio.

–Nem se a sua alma estivesse em jogo?

–Não tenho mais uma. A perdi a muito tempo – disse misteriosa. – o que me diz?

–Esta querendo se vingar de sua própria mãe? É um ser humano bem baixo, você.

–Eu seria, se ela fosse a minha mãe – confessou trazendo um brilho de surpresa aos olhos de Nikko – pelo o quê ela me trocou?

–Pelo cargo de gerente – disse sério.

–Gerente? Não quis ser gerente geral ou comandar toda uma seção. Apenas uma gerente, meu valor é realmente baixo.

–Quer trocar o sofrimento de sua mãe, ou quem quer ela seja, por ser minha affair, não é isso?

–Exatamente – concordou com um brilho nos olhos – Mas eu irei dizer o que deve fazer e quando.

–Ainda pretende mandar em mim?

–Eu desejo dizer a ordem que ela perderá tudo.

–E me usara para isso. Usara o homem cuja esposa você matou.

–Sua vingança era me destruir e agora quer me usar? Qual a diferente entre nós?

–Eu não sou um assassino.

–Ainda – murmurou – quando tiver uma chance, e estiver perdido em desespero, acabará me matando e verá que não é tão difícil. A única dor que irá sentir é de culpa.

–Matar minha esposa foi assim tão fácil? – perguntou frio ao fechar as mãos para aplacar a sua raiva.

–Não – negou com o olhar perdido – aquele momento foi o pior em toda a minha vida – confessou ao ficar de costas para ele – serei seu affair, não importando o que tenha que fazer, e em troca me ajudará a fazê-la sofrer.

–E eu pensava que o único cruel e sádico fosse eu – disse como resposta antes de vê-la sumir pelo corredor.

O corpo de Melanie tremia ao fechar a porta do quarto, e se recostar na porta fria. Seu coração batia descompassado e a sua mente vagava por suas palavras ditas de forma cruel.

–O que eu estou me tornando? Não deveria esquecer tudo isso e simplesmente, fugir com Chris quando eu puder? O que está havendo comigo? – se perguntou atormentada.

Nikko olhou para a garrafa ainda cheia e se pôs a sorrir.

–Me parece que ela é realmente uma cadela má.


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Notas finais do capítulo

E agora? Esperavam por isso? O que irá acontecer?



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