Contra as Regras escrita por Nina Malfoy


Capítulo 6
Capítulo V - Fallin' for ya


Notas iniciais do capítulo

Hey! :D

Nesse capítulo tudo é explicado, espero que gostem.



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Já havia passado um mês que Stella estava no NYPD e a convivência com ele não estava tão ruim. Mas foi em uma sexta-feira que ela notou. Foi nessa sexta-feira que Adam comentou com Danny que achava que Stella estava gostando dele. Foi nessa sexta-feira que Lindsay quis sair para rua e gritar. Foi nessa sexta-feira que Sheldon saiu pela primeira vez com Kate. Mas, principalmente, foi nessa sexta-feira feira que os sentimentos dela explodiram.

Ela não sabia direito, apenas achava que estava se apaixonando. E essa ideia a deixava enjoada. Foi muito rápido, rápido demais. Talvez devesse guardar isso para si própria e esperar até conhecê-lo melhor. O desejo de contar e ter aquele homem para si era estonteante. Ela tentava não contar, estava com medo do que ele iria dizer, como ia reagir. Como ela mesma iria reagir quando aquelas palavras saíssem de sua boca. Estava cansada de guardar isso em sua cabeça. Ela sabia que um dia iria explodir.

Stella não sabia o que fazer. Não podia cometer o mesmo erro duas vezes, não podia mesmo. Mas as pessoas esperam a vida inteira por aquele sentimento e ela não deveria ignorar. Ela encontrou aquele sentimento novamente, mas dessa vez não sabia o que fazer. Sim, ela não só mais achava, mas sabia, tinha certeza, era convicta que estava apaixonada.

Ele estava parado na frente dela, rindo internamente por perceber o desconforto que a causava. Stella virou a cabeça, constrangida. Aquele elevador estava a sufocando.

Ela quase caiu para fora quando a porta repentinamente abriu.

– Quer carona? – ele disse com um leve tom de riso.

– Não. – respondeu rápido. – Metrô está ótimo.

– Meu carro está logo ali. – disse saindo prédio e segurando a porta para ela passar.

– E o metrô está do lado.

Eles viraram a esquina e um vulto passou correndo por eles.

– O que foi isso?

Mac pegou a arma e apontou para o homem encapuzado que agora estava atrás deles. O homem tirou uma arma de dentro da jaqueta que era o dobro da de Mac. Com um leve empurrão o revólver foi parar do outro lado da rua, ambos foram empurrados pelas costas até um vão escuro entre dois prédios.

Stella suava frio e quando foi tentar limpar a testa o homem apontou a arma para ela e foi ouvido um clique. Ela se encolheu.

– Mac Taylor. – ele sussurrou. – Apenas você.

– Pelo menos diga por que fará isso. – respondeu com a voz embargada.

Ela se virou, encarou o homem esperando uma resposta. Quando ambos os olhares se chocaram ela sentiu um arrepio na coluna, e o encapuzado saiu correndo, tremendo de medo, mas sabendo que ela não teria coragem de entrega-lo.

Mac quebrou o minuto de silencio que se seguiu, apavorados demais para sequer se mexer. – Você está bem?

– Sim. - Fisicamente, ela quis completar, mas a palavra não saiu. – Percebeu que sempre que acontece alguma coisa eu estou por perto?

– Sorte.

– Ou azar.

Ele tentou sorrir. – Porque você acha que ele fugiu? Você o conhecia?

Milhões de imagens passaram pela sua cabeça e as lágrimas foram inevitáveis.

– Você não está bem, pode me contar.

Stella balançou a cabeça violentamente. – Não! Não, não.

Mac se afastou e escorou a cabeça na parede, enquanto ela descia lentamente e se sentava no chão. Ele esperou até Stella se acalmar e parar de chorar compulsivamente.

– Não me importa que você não queira me contar, mas, pelo menos, vamos para algum lugar que não seja sujo, úmido e que tenha umas dez latas de lixo na frente.

Ela aceitou a oferta, Mac a levou até seu apartamento.

– Vou fazer chá. Pode se deitar na minha cama, no fim do corredor.

Stella foi como um zumbi até o quarto e se jogou na cama. Ela contou 486 segundos antes de Mac ligar a luz e aparecer com uma bandeja. Não se importando com o calor, bebeu a bebida ignorando a temperatura que fazia sua garganta arder.

– Isso é bem sério, Stell. – ele disse, tirando a xícara das mãos dela. – Sabe quantas doenças podem ser causados por fazer o que você esta fazendo?

– Chorando? – disse sarcástica.

– Bebendo isso muito rápido, está fervendo.

– Você parece eu quando... – Stella congelou.

Talvez o único modo de tirar isso da cabeça era contando, pensou. Mas não parecia um bom momento. Ela não queria encher Mac com seus problemas e seu passado. E ainda tinha o fato de que se contasse toda a história entregaria quem ela viu no beco. E Mac nunca o deixaria escapar.

– Eu preciso contar uma coisa. Mas eu tenho que confiar totalmente em você.

– Dizem que sou bem confiável.

– É sério. Não é algo que eu acho que você vai querer esconder.

– Tem haver com a polícia? Alguém pode ser preso se você me contar essa história?

– Sim e sim.

– Agora é que você vai me contar.

– Mac, você não faz ideia. Se... essa pessoa foi presa... Vai desencadear tanta coisa...

– Coisas ruins?

– Muitas, principalmente para mim.

– Apenas me diga quais serão as circunstâncias.

– Ser caçada por uma gangue de assassinos, ser ameaçada por uma gangue de assassinos, ser morta por uma gangue de assassinos entre outras coisas relativas a gangues de assassinos.

Mac tentou não rir. – Se eu realmente prometer que não vou colocar essa pessoa na cadeia, você conta?

– Se você jurar...

– Eu juro.

Stella ficou calada por um momento e começou a falar:

– Eu tinha 19 anos quando me apaixonei por ele. Ele, que eu irei chamar de S., era uma ótima pessoa. Aquele tipo raro de homem que abre a porta do carro e faz a janta. Mas, por um descuido ou cilada do destino, eu engravidei aos 20. Nenhum de nós gostava da ideia de ter um filho. Nem eu, a mãe. Impressionantemente, ainda não gostávamos da criança que crescia dentro de mim nem depois de 5 meses, quando a minha barriga começou a aparecer e tivemos que contar. A única reação dos nossos pais foi a ordem de que teríamos que nos casar. Nenhum dos pais pagaria o casamento, sustento da criança ou lugar para ficar, então S. conseguiu com um tio um pequeno empréstimo para um apartamento minúsculo e sujo fora da cidade. Nos casamos e tivemos nossa filha no apartamentozinho.

“S. conseguiu um emprego depois de um tempo. Ele nunca me disse realmente o que era, mas ele voltava totalmente abatido e cansado. Depois de mais ou menos 3 meses de dificuldade, S. me presenteou com um belo apartamento em Salt Lake, era espaçoso e bem iluminado. Segundo ele, seu chefe o havia dado uma promoção e um salário adiantado. Desconfiei, mas não podia negar que estava gostando da nova vista. Tínhamos comida a hora que quiséssemos e nossa filha estava crescendo em um lugar agradável, sem barro ou pó.”

“O dinheiro entrava como água. Tínhamos uma poupança de bom tamanho para o futuro da criança e eu nem trabalhava. Um dia, um mês antes de a menina fazer 3 anos, a desconfiança e desconforto se tornou insuportável. Revirei todos os papeis que encontrei na casa, verifiquei cada canto. Quanto mais papeis eu olhava, mais certa eu ficava que o emprego dele não era, bem, digno e legal. No momento seguinte eu quis rasgar todo o dinheiro que tínhamos guardado. Não queria aquele dinheiro sujo. Mas então a menina começou a ficar doente. Ela tinha uma doença grave e o tratamento era caro.”

“Fui avisada que ela tinha falecido pelo médico, no dia do aniversário dela. Foi aí que larguei S. de vez. Toquei fogo no que sobrou do dinheiro e resolvi entrar na faculdade, para resolver tudo, para esfriar a cabeça. Confesso que foi meio por impulso escolher medicina forense, mas acabei amando, então nem conta. Entrei para a polícia de Salt Lake e em seguida para a perícia. Eu subi de nível bem rápido, cheguei a ser assistente de supervisor mais drepessa do que o imaginável. Caí no buraco novamente quando me apaixonei pelo supervisor e tivemos um relacionamento conturbado. Mas essa é outra história.”

“Sei que você vai perguntar quem era no beco. Era S., sim. Mas, desde que descobri o emprego sujo, ele vem se envolvendo com mais pessoas perigosas e cruéis. Antes da menina morrer S. já havia matado 11.”

Mac engasgou com o chá. – 11?!

– Em apenas três anos. Daria uma média de 25, 26 até agora. SE ele continuasse com esse emprego.

– SE? Quer dizer que ele talvez não tenha seguido como assassino?

– Sim. Talvez a morte da filha o tenha sensibilizado.

– E você? No inicio disse que ainda não tinha se apaixonado pela filha.

Stella deixou cair as últimas lágrimas da noite. – Era a melhor criança que você pode imaginar. Nunca amei tanto alguém. Quando ela se foi... Parte de mim ainda está naquele hospital ouvindo o que o medico tinha a dizer. Eu queria ensinar tanto a ela... ver ela crescer. Não creio que você já tenha sentido esse amor, Mac, mas tente entender. Quando o filho perde os pais ele vira órfão, mas não há nome para quando os pais perdem os filhos. Não é natural, não é a ordem das coisas.

– Sei que amor de filha é diferente, mas eu perdi minha esposa na tragédia do 11 de setembro. – disse apontando para a foto presa a janela. Um casal sorridente e amável, com uma bela vista de uma praia ao fundo. Mac fez uma expressão nostálgica para foto e abaixou a cabeça.

– Sinto muito.

Eles se abraçaram por um longo tempo. Quando se encararam o impulso de tocar os lábios foi interrompido por Mac.

– Você pode dormir aqui, se quiser.

Ela assentiu.


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Notas finais do capítulo

Fantasmas comentem! S2