Com certeza aquele foi o meu pior encontro! Só teve uma coisa boa nele. A Mônica. Mas antes disso foi tudo inútil.

** Flash back**

_ Cebola eu perdi meu anel! -- Daniela disse desesperada--

_ Ah, o que que tem ?

Eu e minha boca grande. Daniela me lançou um olhar mortal e depois começou a ser grossa.

_ É o anel que meu ex namorado me deu! -- ela gritou--

_ Pera aí! Você sai comigo e usa o anel do seu ex namorado ? -- eu perguntei incrédulo--

_ Qual o problema ? -- ela perguntou como se fosse a coisa mais normal do mundo--

Antes de eu falar alguma coisa ela pegou o cardápio e falou:

_ Você pode ir procurar pra mim lá perto do banheiro ?

_ Ta. -- respondi com os dentes cerrados--

** off**

Enquanto eu procurava a porcaria do anel, eu ouvi uma voz. Mas não era qualquer uma, era a voz da Mônica. Comecei a fazer graça para irritá- la. Eu adorava ela irritada. Ela emitia um charme nisso tudo e isso só me fazia ficar mais apaixonado por ela. Sim, eu estou apaixonado por ela. Eu nunca deixei de amar a Mônica desde aquele dia em que ela me deixou. Eu saía com garotas como a Daniela achando que poderia preencher o vazio que ela criou. Mas eu percebi que estava errado. Resolvi levá-la para o jardim do restaurante. Eu precisava tê- la em meu braços, pelo menos só mais uma vez. Eu queria sentir que ela era minha de novo. Eu necessitava. Mas ela se recusou a continuar com aquilo tudo. Eu não disse nenhuma palavra, pois eu não queria que ela ficasse magoada por eu não aceitar algo que ela não quisesse. Chamei a Daniela pra ir embora, porém tive que voltar pra pegar a bolsa dela. Deus o que eu fiz ?

Só que eu não esperava encontrar a garota que eu amava beijando outro cara. A vontade de chegar lá e arrebentar o Felipe era tão grande quanto qualquer outra que eu já tive na minha vida. E eu tinha certeza que ele que havia a beijado! Ela não faria isso comigo. Não consegui dormir a noite toda. Pensei nisso até a hora de ir trabalhar. Encontrei a Mônica no seu mesmo lugar de sempre e a fiquei observando para ver se ela falava algo ou agia de alguma maneira diferente. Mas ela estava tão tranquila e indiferente que aquilo me deixou irritado. Ela se lembra da noite passada ? Se lembra de como ficamos no jardim ? Ela se lembra que eu existo ?

_ Mônica você já escreveu os relatórios que eu te pedi ? -- perguntei só para falar com ela--

_ Já sim! Estão aqui na mesa. -- ela disse sem tirar os olhos da tela do computador--

Peguei os relatórios com raiva e levei para o meu escritório. Quando deu a hora do almoço, Mônica se levantou rapidamente. E é claro que eu tinha que saber o porquê.

_ Aonde vai com tanta pressa ? -- perguntei a alcançando no corredor--

_ Almoçar! -- ela disse com um tom óbvio--

Odeio quando ela faz isso.

_ Sério ? -- perguntei irônico--

Ela parou e deu um suspiro longo e pesado. Esperei até ela se virar e me olhar com... Calma ?

_O que foi ? -- ela perguntou--

_ O que foi o que ? -- perguntei confuso--

_ Você está me perseguindo o tempo todo e não sabe como isso tá me incomodando!

_ Talvez se você parasse de beijar os seus amiguinhos eu pararia de te perseguir!

O silêncio reinou entre nós dois. A sorte era que não havia ninguém mais no andar, se não todos estariam olhando. Um encarando o outro. Os seus olhos demonstravam o quanto ela estava surpresa e sem reação. Odiei vê- la daquele jeito, mas eu precisava fazer com que ela soubesse que eu sabia de tudo. E eu queria que ela demonstrasse algum sentimento por mim. Mesmo que fosse o pior.

_ Como sabe que... -- ela começou e eu a interrompi--

_Eu vi. -- eu disse sério-- Mesmo que ele tenha te forçado a algo eu acho que você devia ter se afastado.

Ela ficou me encarando com dúvida e resolveu falar.

_ Eu o beijei.

Naquele momento eu pude sentir meu mundo desmoronar. Eu não disse mais nada e saí da frente dela. Mas antes me virei para dizer algo.

_ Se ontem não significou nada pra você... Significou pra mim.

Seu olhar se quebrou e eu saí o mais rápido possível para não voltar e retirar o que disse. O que tá feito, tá feito. Quando a hora do almoço acabou, Mônica voltou e eu não disse mais nada, assim como ela também não. A hora de ir embora chegou. Eu estava transtornado e tive uma ideia tão ruim que talvez fosse melhor ter ido afogar as mágoas em um bar.

_ Oi Penha! -- eu disse de forma sedutora --

_ Hã... Oi senhor M. -- ela disse um pouco surpresa--

_ Estou vendo que seu decote de hoje lhe caiu bem. -- eu disse olhando de relance para Mônica que observava a cena incrédula --

_ Ah... Obrigada. -- ela disse sorrindo maliciosamente--

_ E esse batom ? É de que sabor ? -- eu perguntei me aproximando--

_ Cereja. -- ela respondeu sensualmente--

_ Posso experimentar ?

Quando vi já estava a beijando. Foi um beijo bem feroz e envolvente. E por um segundo esqueci que a Mônica estava ali. Assim que parei de beijar a Penha consegui ver as lágrimas em seus olhos. Ela saiu correndo sem dizer nada. O que eu havia feito ? Eu sou um idiota! Qual foi o meu problema ? Peguei meu carro no estacionamento e a segui até o seu apartamento. Fui atrás dela até estarmos na porta.

_ Mônica...

_ Vai embora! -- ela disse começando a chorar--

_ Eu sinto muito. -- eu disse tentando acalmá- la--

_ Pelo que ?! -- ela se virou gritando-- Por ter agarrado a vadia da Penha na minha frente ?! Por ter me feito parar de te amar ?! Ou por que você é um idiota ?!

Eu nunca a tinha visto tão detonada e devastada. E eu não sabia o que dizer.

_ Por tudo! -- eu disse em desespero--

Ela me olhou e demonstrou apenas raiva e decepção em seu olhar.

_ Vai se ferrar! -- ela disse me empurrando --

Assim que ela abriu a porta eu a segurei pelo pulso.

_ Você está brava ? -- perguntei--

_Não! Afinal ninguém é de ninguém não é ? -- ela devolveu com ironia--

Olhei em seus olhos castanhos mel e aí sim perdi o controle com aquela boca na minha frente.

_Mas você é minha!