POV Myranda Willoy

Antes de sair para a missão de resgatar a foice do meu pai, eu estava conversando com Hendrik que por acaso era uma pessoa muito agradável (principalmente se comparado ao resto dos campistas do acampamento meio-sangue) e nós conversamos sobre as missões e um bando de coisas do tipo.

Me despedi dele e agora eu estava encarando um ônibus com um bando de turistas cantando muito alto.

– Jura que todas essas pessoas vão para Las Vegas? – Valentina perguntou aparentemente muito irritada, assim como eu.

– Pelo jeito sim – Gabriel respondeu – Aliás, Vegas tem as melhores festas, não?

Eu fiquei com uma cara de tédio quando ele falou isso, aquele garoto vivia pensando em festas e coisas do tipo. Gabriel estava sentado em um banco do outro lado do corredor com um cara mais velho que felizmente estava dormindo, pois não escutava nada das nossas conversas. Enquanto eu e Valentina estávamos sentadas ao lado.

– Eu espero que você se ligue lá no cassino, até por que lá eles fazem de tudo para distrair as pessoas e você é uma pessoa que tem cara de quem vai se distrair com as festas e as garçonetes de lá – Eu avisei Gabriel.

– Você está achando que eu sou o que, Myranda? É claro que eu vou prestar atenção e obviamente não vou cair nas tentações do cassino – Gabriel respondeu com um sorrisinho.

– Sério, eu estou tentando dormir, mas parece que esses turistas não são educados e não deixam as pessoas descansarem – Valetina falou e gritou a última parte para eles ouvirem.

Depois de mais ou menos 1h 30min de viagem, o ônibus nos deixou em um ponto bem no centro de Las Vegas e nós já conseguimos avistar o cassino Lótus.

– Haha, acho que vocês não conseguiram ter uma viagem sozinhos – Eu ouvi uma voz muito familiar e quando me virei, vi Cameron, Angel e Ryan Jess.

– O que vocês vieram fazer aqui? – Eu gritei.

– Calma, nós viemos ajudar vocês – Cameron respondeu na maior cara de pau.

– Ajudar? A gente nunca ia precisar da ajuda de vocês, aliás, se algum de vocês tocar na foice, não vai sobreviver – Valetina disse.

– Bem, na verdade nós viemos por que vocês vivem brigando com a gente e nós meio que queríamos dar uma lição em vocês – Ryan Jess disse.

– Nossa! E como vocês chegaram aqui? – Gabriel perguntou.

– Vocês são tão desligados que nem viram nós três no ônibus – Angel disse.

Mas é óbvio! Os três só podiam estar disfarçados de turistas e como nós nem demos bola para eles não conseguimos perceber o disfarce.

– Que ótimo, agora vocês ficam aí fora para não nos atrapalhar e nós entramos – Gabriel disse.

– Nem pensar, nós viemos até aqui para participar também – Ryna Jess disse.

– Mas era só o que me faltava mesmo – Eu resmunguei.

– Eles podem ir, até por que é problema deles se algo acontecer – Valetina disse e seguiu em frente.

Assim, eu e Gabriel a seguimos e pudemos perceber que os três intrusos nos seguiram também. Sério, estava ficando extremamente irritada com eles.

Quando chegamos à entrada do cassino nós decidimos que seria melhor nos separarmos de trios. Já que eles estavam ali, nós tínhamos que aproveitar, né?

– Vamos fazer o seguinte: Eu, Cameron e Angel vamos para aquele lado e vocês, Myranda, Ryan e Valentina seguem pelo outro, ok? – Gabriel sugeriu.

Como eu não me importava com quem ia ir, eu nem disse nada. Então eu, Valentina e Ryan fomos pelo caminho da direita e entramos no cassino como se fôssemos visitantes (foi exatamente isso que Quíron falou para fazermos) e logo várias garçonetes vieram em cima da gente falando:

– Querem uma flor de lótus? É muito deliciosa.

Era óbvio que não aceitávamos, a vontade que eu tinha de fazer era pegar aqueles flores e jogar no cabelo super arrumado delas.

– Ótimo, vai ser muito difícil achar essa foice – Eu comentei.

– Pois é, acho melhor nós corrermos – Ryan Jess falou de repente.

– Correr por que, garoto? – Valentina perguntou brava.

– Não quero dizer nada, mas Ísis, a deusa egípcia do amor está atrás da gente – Ele respondeu.

POV Ryan Jess

Bem, nós não estávamos em uma boa situação, até por que Ísis estava atrás da gente. Eu tinha certeza absoluta que era ela, pois Quíron havia nos mostrado algumas formas que os egípcios poderiam adquirir e Ísis estava exatamente nessa forma.

Mas eu não pude ver muito certo qual era essa forma, até por que ela adquiriu sua forma humana muito rapidamente. Eu poderia dizer que Íris era uma forma egípcia de Afrodite, pois ela era uma mulher realmente muito bonita, mas de uma forma egípcia.

– Ora, ora – Ísis disse – Gregos, o que fazem aqui?

–Provavelmente a mesma coisa que você, querida – Valentina respondeu.

– Hum, muito interessante, mas acho que vocês não vão consegir o que querem aqui, até por que para avançarem mais um passo vocês terão que me enfrentar – Ísis disse, dando um sorriso falso.

– Bem, então é exatamente isso o que vamos fazer –Myranda falou.

– Quanta coragem – Ísis falou e no mesmo momento nos lançou um “feitiço” jogando-nos contra uma parede.

– Você não vai conseguir pegar a foice, até por que só os filhos e o próprio Ares podem tocá-la – Eu gritei para Ísis enquanto me levantava.

– Como você é ingênuo – Ísis disse – É claro que eu já dei um jeito nisso, só vocês gregos tem essa regra e aqueles romanos tolos também devem ter, mas nós egípcios não.

– Chega de conversa sua Afrodite falsificada – Myranda disse – Vamos logo com essa luta.

Então Myranda avançou com sua lança sobre Ísis e conseguiu fazer um pequeno arranhão no braço da egípcia, então eu e Valentina aproveitamos a oportunidade e pegamos nossas espadas, avançando sobre Ísis também. Nós conseguimos feri-la também, mas um corte mínimo e logo depois que avançamos mais uma vez sobre ela, a egípcia desviou e contra-atacou, ferindo-nos.

Enquanto a luta se desenvolvia eu achei muito impressionante que nenhum dos visitantes do hotel nem mesmo as garçonetes notavam a luta. “Deve ser o efeito da flor de lótus”, pensei.

Mais uma vez atacamos Ísis com nossas armas, mas na medida em que o tempo passava nós ficávamos ainda mais cansados e Ísis ainda mais forte do que antes. Assim ela tinha uma séria vantagem sobre nós.

Depois de mais um tempo de luta em empate, Valentina desferiu um golpe no ombro de Ísis que fez uma pequena careta e logo depois ela investiu com seu golpe mais forte sobre nós, fazendo-nos ficar quase inconscientes.

– Olha, pensei que fossem mais fracos. Vocês até me surpreenderam. Nenhum semideus conseguiu me machucar, vocês foram os primeiros. – Ísis falou – Mas agora eu cansei disso, vamos acabar com essa luta logo.

Então Ísis fez um gesto e pegou uma varinha. Ela fez um gesto e apontou a tal varinha para nós.

– Esse é o golpe final – A egípcia disse.

Então ela pronunciou algumas palavras e nós não poderíamos fazer nada, até por que estávamos em séria desvantagem, ainda mais que ela havia pegado nossas armas. Foi então que ela apontou a varinha mais para frente e nós quase sentimos o golpe, mas alguma coisa interrompeu o último gesto da egípcia.

POV Gabriel D.Black

Cameron, Angel e eu corríamos sem parar por todo o cassino desviando das bonitas garçonetes e dos visitantes do cassino.

Enquanto estávamos procurando pela foice, nós tínhamos que caminhar, pois não iríamos conseguir ver a foice. Nós três estávamos caminhando, até que um cara mais ou menos da nossa idade puxou o braço de Angel.

– Vem dançar comigo, rockeira - O tal cara falou.

Antes que Angel pudesse falar alguma coisa ou se afastar do cara, eu dei um soco na cara dele, pois aquilo realmente me irritou.

Depois que o cara caiu no chão, Angel e Cameron começaram a me olhar, principalmente Angel que parecia dizer: “Eu sei me defender, seu idiota”.

Então eu vi que ou eu havia feito um mal para nós três ou eu havia feito um bem para o tal cara, pois ele acordou do transe.

–Espera, onde eu estou? – O cara perguntou atordoado.

– Olha, escuta aqui – Cameron falou para ele – Faz o seguinte, indo reto aqui você vai ver uma enorme porta de vidro, abra ela e saia daqui. Ah, e não coma as flores de lótus que você receber, de jeito nenhum.

O cara ainda parecia atordoado, pois fez uma expressão apavorada, mas obedeceu Cameron e saiu correndo dali.

– Pelo menos você conseguiu salvar um cara – Cameron me disse.

– Não era esse meu objetivo, mas tudo bem – Eu falei e Angel revirou os olhos e começou a correr novamente.

Depois de mais um bom espaço percorrido, nós avistamos um lâmina brilhante perto de algumas bebidas do bar.

Eu corri e atropelei o garçom, pegando a foice, pois eu era o único dos três que podia tocá-la.

– Demos sorte – Eu falei.

– Sério! Menos papo e mais ação - Angel falou brava e começou a correr para a direita dessa vez.

– O que você está fazendo? – Eu gritei.

– Se você não se lembra, as suas irmãs e o filho de Hermes foram para lá - Angel falou.

Eu nem Cameron discutimos com ela, assim nós fomos correndo atrás de Angel.

Depois de percorrer um breve caminho, eu avistei minhas irmãs e Ryan Jess um pouco machucados e uma mulher bem bonita apontando uma varinha para eles e ela disse:

– Esse é o golpe final.

Então ela fez um gesto com a varinha e eu não perdi tempo, cheguei por trás dela e desferi um golpe mortal com a foice.

Assim a mulher caiu rapidamente no chão.

– Ela não era imune à foice? - Ryan Jess.

– Ela era imune ao tocar à foice, não a um golpe – Valentina explicou.

Então foi aí que eles pararam com a conversa e nos viram ali. Nós ajudamos os três a se levantarem e enquanto corríamos para fora do cassino (eu, Cameron e Angel estávamos ajudando os três a correr) eles nos explicaram que a mulher era na verdade Ísis e que eles lutaram com ela por um grande tempo e o melhor de tudo era que por sorte eu, Angel e Cameron havíamos chegado bem a tempo do golpe final da egípcia e conseguimos salvar nossos companheiros.

– Bem, pelo menos vocês conseguiram a foice – Ryan falou.

– Pois é, mas agora acho melhor pararmos de conversar e irmos embora, até por que tem um ônibus de volta bem ali – Cameron falou.

Então eu, Valetina e Myranda reviramos os olhos ao vermos um bando de turistas dentro do ônibus. Novamente nós teríamos que aturar aqueles turistas ridículos, mas agora estávamos mais tranquilos, até por que estávamos com uma sensação de dever cumprido.