O Meu Eu escrita por Giulya Black


Capítulo 9
O olhar indesejado!


Notas iniciais do capítulo

Olá? Tem alguém por aqui? Se alguém ainda acompanhar essa fic, por favor, me perdoe pelo o atraso (vulgo abandono) da história. Eu fiquei sem computador E sem ideia nenhuma. Agora que estou com um pc novo vou tentar postar pelo menos um por semana.
Não me abandonem, por favor!! Escrevi esse capítulo com todo o meu coração ♥
Espero que vocês gostem. Aceito sugestões, criticas, elogios, enfim.
Beijos e boa leitura!



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POV Giulia

Acordar nunca havia sido tão difícil. O dia seguinte ao baile provou ser bastante desafiador. Pam estava deitava do meu lado, na cama, e meu celular estava aceso por que havia acabado de chegar uma mensagem nele. Peguei meu celular e vi que já eram onze horas da manhã. A mensagem que havia nele era do Cauã e dizia: “Bom dia, princesa! Você está bem? Infelizmente ontem já foi o Baile, o que significa que não vou mais te ver durante as aulas, mas eu espero que nós continuemos nos vendo. Um beijo!”. Sorri ao ler o sms e digitei um rápido “bom dia” e “claro que vamos continuar nos vendo”.

Levantei, fui até o banheiro, tomei um banho e fui tentar acordar Pam, que não dormia, desmaiava. Chacoalhei a morena de um lado para o outro VÁRIAS VEZES, mas ela apenas resmungou.

– Pâmela Garcia, ou você acorda agora, ou eu vou jogar água nesse seu cabelo escorrido. – eu falei, ainda balançando ela. – Já que é assim que você quer, não tenho escolha. – fui até o banheiro de novo, peguei um copo que eu usava pra não gastar água enquanto escovava os dentes, enchi de água fria, caminhei até a garota desmaiada na minha cama e suspirei – Isso vai doer mais em mim do que em você – eu disse –, já que depois disso eu que vou ter que secar a cama. – e joguei a água de uma vez na cara dela.

– Giulia Duarte!! – ela gritou assim que conseguiu se sentar na cama e me enxergar direito. – Não acredito que você fez isso. – ela estava jogando travesseiros em mim – Vai. Ter. Volta.

Eu não conseguia parar de rir. Caí sentada no chão e nem me desviar dos lances dela eu conseguia mais. Fiquei rindo por uns cincos minutos diretos, e só parei porque me faltou o ar.

– Calma Pam. Não precisa se estressar.

– Me estressar? – ela repetiu, estava de joelhos na cama e me olhava com os olhos semicerrados. – Não estou estressada. Claro que não. Estou FURIOSA! – quando ela disse aquilo, eu não aguentei, comecei a rir de novo, só Deus sabe como eu consegui levantar do chão e caminhar até ela. A abracei e pedi desculpas.

– Vem, vamos tomar café, estou morrendo de fome. – a puxei da cama e ela murmurou apenas “vou me secar”, enquanto eu ainda ria da forma que ela ficava quando estava com raiva.

Peguei o cobertor e o lençol, abri a janela, e pendurei os dois com a parte molhada para fora para secar mais rápido. Guardei os travesseiros no meu guarda-roupa e troquei de roupa, só para não descer de pijama mesmo.

– Porque você fez isso? – Pam saiu do banheiro, também trocou de roupa e prendeu o cabelo longo num coque soltinho no alto da cabeça.

– Eu queria te acordar. Tentei te acordar balançando você até o mundo acabar e nada! Foi minha única alternativa. – ela percebeu que ainda havia um riso em minha boca, por que ela me deu um soquinho no braço, resmungou alguma coisa que eu não compreendi e abriu a porta para sairmos.

– Por que toda aquela gritaria? – minha mãe perguntou assim que nos viu. – Parecia que iam se matar – ela não parecia preocupada, e sim risonha. Não era a primeira vez que eu fazia isso.

– Sua filha me acordou jogando água no meu rosto. De novo!

– Ah, entendo! – ela me olhou como quem não aprova algo, quem não a conhecia direito poderia pensar que estava brava, mas de repente ela começou a rir. Rir não, gargalhar.

– O que aconteceu? ­– meu pai havia aparecido com o jornal nas mãos. Minha mãe explicou, ainda rindo, o que tinha acontecido e logo todos na casa estavam gargalhando. Até mesmo Pam estava rindo.

– Ok, ok. – minha mãe deu uma pausa pra respirar – Vamos parar de rir e vamos tomar café da manhã. Só tenta não jogar o café nela também, filha, por favor! O pó de café ta caro no mercado. – e a tentativa dela de fazer com que todos parassem de rir foi por água abaixo.

*~~*~~*~~*

Terminamos de comer e Pam e eu subimos pro quarto para poder arrumá-lo. Enquanto eu varria o chão, Pam ia verificando se o cobertor e o lençol já estavam secos.

– Sorte sua não ter caído água nos travesseiros também. – Pam comentou – Seria bem difícil secá-los, não acha?

– Tem razão. A primeira vez que eu fiz isso em você, molhei meu travesseiro todinho. – rimos mais um pouco e ela deu a ideia de irmos para o parque mais popular da cidade. – Está bom, vamos sim. Só preciso avisar o lírio que estamos saindo.

“Lírio” era a forma que eu chamava minha mãe, Lily. Na verdade, seu nome era Lílian, mas Lily era o apelido fofo que ela ganhou quando bebê e nós a chamamos assim até os dias de hoje.

– Tá bom, Giul. Vou terminar de arrumar a cama. Já terminou de varrer? – Pam disse.

– Já sim, vou levar a vassoura lá pra baixo já. – ela murmurou um “ok” e eu desci pra área de serviço. – MÃE! Pam e eu vamos ao Ibira, está bom? Vou aproveitar que estou de férias do trabalho por mais duas semanas. – um “TÁ BOM, FILHA!” foi minha resposta.

Eu fui pro quarto uma segunda vez para poder trocar de roupa e vi a morena do cabelo molhado sentada na cama já arrumada conversando no celular com um tal de “amor”. Por um momento me esqueci totalmente de que ela namorava Paulo, meu melhor amigo e o garoto por quem sou apaixonada desde meus dez, onze anos. Não a culpava por namorar ele por que nunca a contei que gosto dele, por que ela me contou que gostava dele, e eu preferi não perder minha amizade que tinha com ela por um simples garoto.

Além disso, logo eu conheci o Cauã, um garoto da mesma turma que eu que tinha os cabelos ruivos e os olhos azuis, era alto e divertido. Não gostava dele com a mesma intensidade que gostava de Paulo, mas nós já ficamos algumas vezes e, aqui entre nós, foi com ele que eu dei meu primeiro beijo.

Pam não sabe que eu o beijei, mas acho que é óbvio. Contei sobre o beijo apenas para minha mãe, por que ela é minha melhor amiga de todas, não me importa quantos anos de amizade eu tenha com Pam.

– Minha mãe deixou nós irmos. Vou só trocar de roupa e estarei pronta pra ir. – eu falei quase como um robô, assim que ela desligou o celular. – Estava falando com o Paulo?

– Sim, eu estava. – estava sorrindo. Sorri de volta, estava feliz por ela. – O chamei para ir com a gente, ele topou, disse que vai trocar de roupa e daqui a pouco estava aqui.

– Ok, mas eu não quero ficar de vela. – sorri mais uma vez, não queria demonstrar meu desapontamento com ele. ­– Mas... – recomecei a falar já que Pam abrira a boca pra dizer “chama o ruivo”. – não vou chamar o Cauã pra ir comigo. Quero que nós três fiquemos todos como amigos, igual éramos antes de vocês começarem a namorar. Vocês podem sair sozinhos depois.

Ela concordou e começamos a nos arrumar, já que daqui a pouco o namorado dela (ainda não havia me acostumado a chamar ele dessa forma) estaria aqui em casa.

*~~*~~*~~*

Terminamos de nos arrumar em uns vinte e cinco minutos. Paulo já estava na sala esperando por nós fazia uns cinco minutos. Eu não fiz nada no meu cabelo além de pentear. Coloquei um short vermelho escuro, uma regata preta, um tênis confortável também preto, peguei uma bolsa pequena que caberia tudo o que precisava levar preta com a alça em detalhes dourados, deixei minhas unhas da mesma cor que estavam no baile, fiz um delineado fino, porém bonito, passei um pouco de rímel, um blush meio da cor coral e um batom matte na cor pêssego.

Quando descemos para a sala, Paulo nos viu e ficou me encarando – sim, me encarando – com um brilho no olho que eu acharia super fofo, se ele não namorasse a minha melhor amiga.

– Oi, Paulo. – falei com uma frieza na voz maior do que eu esperava. – Você está bem? – continuei no mesmo tom, já que ele continuava me encarando. – Olha como sua namorada está linda. – só aí ele pareceu acordar, olhou para a Pam, assentiu, falou de como ela estava linda e voltou a me olhar. Não ficara nem dez segundos com o olhar fixo nela. – Ok, vamos, senão vamos chegar tarde no parque e não vamos aproveitar nada.

Desviei do olhar dele, não por estar com vergonha, poderia fazer isso por horas, mas por que ele poderia magoar Pam deste jeito. Gritei que estava de saída para minha mãe (meu pai estava no trabalho e meus irmãos ainda não estavam de férias).

No ônibus, quando estávamos a caminho do parque, eu me sentei sozinha, para deixá-los conversando. Eu comecei a ouvir música no meu fone de ouvido, então não ouvi direito sobre o que eles conversavam, mas antes de aumentar o volume eu ouvi a morena perguntar: “por que você ficou encarando a Giul por tanto tempo?”.

Eu sabia que ela tinha percebido, ele tinha ficado com cara de idiota durante aquele tempo, e ela não era burra. Claro que iria perceber, ela poderia ser várias coisas, mas burra ela um adjetivo que ela realmente não tinha. Fora burrice do Paulo por ter me olhado daquela forma, não que eu queira esconder isso dela, eu estava com minha consciência limpa, nunca faria nada para magoá-la, mas ele parecia desconcertado, sem-graça pelo o ocorrido.

Quando chegamos ao parque, ele estava quase vazio por estarmos no meio da semana, mas o parque continuava aberto e mesmo assim tinha bastante gente. Continuei ouvindo minha música e não percebi quando eles falaram comigo, só quando Pam tocou meu ombro eu acordei do meu “transe”.

– Você ta bem, ruiva? Não falou nada o caminho todo, só ficou ouvindo música e ainda por cima ta com essa cara fechada. O que está acontecendo? – ela falou tudo tão depressa que eu quase não entendi nada.

– Estou bem sim, Pam, não se preocupa. Eu só estava pensando em umas coisas. – dei um sorriso que para ela era verdadeiro, mas, quando olhei para ele, meu sorriso se desmanchou. Ela não pareceu perceber.

– Sério? – Paulo pareceu preocupado, mas então começou a rir – Desde quando tu pensas? – Pam o acompanhou na risada, e eu faria o mesmo, se não fosse por ele que eu estivesse assim. – Ah, vamos Giul, você nem riu.

– Me desculpe Paulo, mas não estou com cabeça pra piada neste momento. – dessa vez minha frieza era totalmente esperada. – Sinto muito, Pam. Vou deixar vocês sozinhos um pouco. Vou andar. Daqui a pouco a gente se encontra de novo.

– Ah, ta bom. – ela estava surpresa. – Não quer que eu vá com você? – mas eu não fiquei para responder, saí andando em direção à um lugar “secreto”, onde quase ninguém ia, principalmente com o parque quase vazio, aonde eu me sentiria mais a vontade.


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Notas finais do capítulo

E ai? Comente o que você achou do capítulo. Qualquer pergunta ou dúvida pode fazer nos comentários mesmo que eu responderei o que puder.

Giul * Ibira: http://www.polyvore.com/giul_ibira/set?id=187491421



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