O Meu Eu escrita por Giulya Black


Capítulo 10
A amizade em primeiro lugar


Notas iniciais do capítulo

Eu falei que iria postar um capítulo por semana e aqui estou eu, uma semana depois, para postar o capitulo 10 o/
Esse capítulo tem a maior parte no ponto de vista de Pam sobre o dia no parque do capítulo anterior. Não sei se teremos um POV do Paulo sobre esse dia, mas é provável que não.
Particularmente, achei esse capítulo muito bom, por nos dar uma amostra de quão forte é a amizade das gurias.
Qualquer critica construtiva será bem vinda e podem acreditar que irei levar para a vida. Qualquer elogio, sugestão ou bronca serão devidamente aceitos.
Queria agradecer a Yara Christina que começou a acompanhar a história agora. Seja muito bem vida!!
Obrigada e boa leitura.



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POV Pam

Quando terminamos de nos arrumar para ir para o Ibira (um dos parques mais conhecidos de São Paulo), meu namorado já estava nos esperando na sala. Eu estava na casa da minha melhor amiga, Giul. Dormi aqui por que chegamos tarde do Baile de Formatura e eu não queria voltar pra casa. Fui acordada pela ruivinha com um copo de água fria direto no rosto (sorte dela que eu viro muito durante a noite e não estava com a cabeça no travesseiro) e quando acordei eu comecei uma batalha de travesseiros onde apenas eu atirava. Rimos bastante, tomamos café da manhã e até a família dela riu de mim. Combinamos de ir ao parque e voltamos para o inicio da história.

Eu coloquei um vestido azul claro com um cinto marrom escuro na cintura. Coloquei também um all star branco de cano baixo (não ia usar nada com salto em um parque), não levaria bolsa porque Giul estava levando, fiz uma maquiagem simples e bonita, minhas unhas estavam pretas por causa do baile, passei um batom rosado e meu cabelo só estava penteado e solto (ainda ondulado, não lavei o cabelo depois do baile).

Descemos e Paulo se levantou quando nos viu. Seus olhos se fixaram na ruiva à minha frente e ficaram com um brilho que eu acharia super fofo se ele estivesse olhando para mim. Giulia deve ter percebido isso, porque eu percebi que ela sustentou o olhar dele (ela era boa nisso, ficaria o dia todo se fosse preciso).

— Oi, Paulo. – ela o cumprimentou com uma frieza que eu nem sequer sabia que existia dentro dela. Ele continuou com o olhar fixo. – Você está bem? – ela continuou falando no mesmo tom. – Olha como sua namorada está linda. – só então ele pareceu perceber que eu também estava ali. Olhou-me, murmurou um “você está linda, meu amor” e voltou o olhar para ela. Ele não ficou olhando para mim nem por DEZ SEGUNDOS! – Ok, vamos, senão vamos chegar tarde no parque e não vamos aproveitar nada. – ela desviou o olhar e gritou para a mãe dela, se despedindo.

No ônibus, ela se sentou sozinha. Eu sabia que ela iria fazer isso para nos deixar conversando. Em nenhum momento eu deixei de pensar naquele brilho que eu vi no olhar dele quando ela desceu as escadas. Assim que eu a vi colocando os fones de ouvidos, eu perguntei:

— Por que você ficou encarando a Giul por tanto tempo? – eu queria a verdade, mas eu sabia que ele não iria me dizer nada assim tão fácil.

— Eu não fiquei encarando ninguém, você deve ter imaginado tudo, Pam. – haha, ele acha que eu acredito nisso? – Além disso – ele me abraçou –, eu estou com você, não é mesmo? – me olhou e sorriu. Ah, francamente, eu sabia que ele estava mentindo, mas eu sempre fui apaixonada por esse sorriso encantador. – Se eu quisesse namorar a Giulia eu teria pedido ela em namoro. – ouvi-lo falando o nome “Giulia” ao invés de “Giul” era bem comum, mas do jeito que ele falou, não. Mas não posso mentir falando que não fiquei feliz pelo jeito como ele disse o nome dela. Ele ainda estava mentindo, mas pra mim, nesse momento, já estava bom.

Giulia não falou nada o caminho todo, nem tirou o fone de ouvido quando chegamos ao parque. Comecei a chamá-la, mas foi em vão. Toquei em seu ombro e só ai ela acordou de seu “transe musical”.

— Você ta bem, ruiva? Não falou nada o caminho todo, só ficou ouvindo música e ainda por cima ta com essa cara fechada. O que está acontecendo? – eu falei tão depressa que achei que ela não ia entender nada. Eu me preocupei muito com ela, ela não era do tipo quietinha, mas ainda estava magoada com ela pelo o que aconteceu mais cedo.

— Estou bem sim, Pam, não se preocupa. Eu só estava pensando em umas coisas. – ela me deu um dos sorrisos mais sinceros que eu já vira na vida, mas quando ela levantou o olhar para Paulo, o sorriso saiu e deu espaço a uma cara de poucos amigos. Eu fingi não perceber nada.

— Sério? – Paulo pareceu preocupado, mas então começou a rir – Desde quando tu pensas? – eu o acompanhei, rindo junto com ele, mas ela nem sequer deu um risinho. – Ah, vamos Giul, você nem riu.

— Me desculpe Paulo, mas não estou com cabeça pra piada neste momento. – a mesma frieza de mais cedo estava presente em sua voz de novo, e eu percebi que ela estava fazendo isso por mim, porque ele era seu melhor amigo, e ela não agiria assim se não estivesse tentando me proteger. Imediatamente a mágoa que eu sentia por ela passou e deu lugar à gratidão. – Sinto muito, Pam. Vou deixar vocês sozinhos um pouco. Vou andar. Daqui a pouco a gente se encontra de novo.

— Ah, ta bom. – eu estava um pouco surpresa, e me sentia culpada. Como pude pensar que ela queria aquilo? Que tinha sido culpa dela? – Não quer que eu vá com você? – eu perguntei, não queria deixá-la sozinha, mas ela nem me respondeu, saiu andando sem olhar para trás.

*~~*~~*~~*

Não consegui ficar mais que vinte minutos junto de Paulo. Nesse pequeno período de tempo nós conversamos super pouco, acho que estávamos demasiado constrangidos pelo o que aconteceu. Ele me abraçou, e eu senti que não era a mim que ele queria abraçar. Eu pedi desculpas a ele e fui procurar minha amiga, eu sabia onde ela devia estar.

POV Giulia

Levei uns dez minutos pra achar meu canto secreto nesse parque gigante. Não estava ali nem há vinte minutos e uma morena de vestido azul claro chegou perto de mim e falou: “Me. Abraça. Agora.” Ela estava chorando? Mas, por quê? Eu me levantei e a abracei. Ela me apertou forte, parecia não querer me soltar nunca mais.

— Ei, Pam. O que houve? – ela ainda me abraçava – Pam espera... me solta... – consegui fazer ela me soltar, mas ela continuava chorando. Limpei a pouca maquiagem borrada por causa do choro, sorri para ela de forma tranqüilizadora, sentei e a puxei pra baixo, fazendo-a sentar também.

— Me desculpa! – foi a única coisa que conseguiu falar.

— Pelo o quê? Você não me fez nada! – a abracei de novo.

— Por achar que a culpa do que aconteceu há algum tempo atrás era sua. – ela parou de chorar, secou as lágrimas e olhou em meus olhos.

— Culpa do que? Pelo jeito que o Paulo ficou me olhando lá em casa? – eu sabia que ela havia percebido, sabia que ela não era idiota. Mas, ela achou que a culpa era minha?

— S-sim, fui tão burra. Achei que a culpa tinha sido sua. M-mas, quando você o tratou com tanta frieza aqui no parque e-eu... eu percebi que você não tinha culpa de nada. – ela estava soluçando.

— Você não foi burra! – eu enfatizei cada palavra. – Eu sabia que você ia perceber aquele olhar. Eu nem sei por que ele me olhou daquele jeito, sinceramente. – olhei pra ela com ternura e ela pareceu estar mais aliviada.

— E-ele falou que eu imaginei coisas, falou que se ele quisesse namorar com você ele simplesmente faria isso. – o que ela falou pra mim fez meu coração tombar para o lado, como se tivesse perdido o motivo de continuar batendo. Ele realmente gostava de Pam, e ela dele. Eu devia me acostumar com a ideia de vê-los juntos pelo resto da vida. – Mas quando ele me abraçou agora a pouco, eu senti que não era a mim que ele queria estar abraçando. – dessa vez meu coração pareceu acordar de um sono profundo e voltar a pular como um cachorrinho quando seu dono chega em casa.

— Você deve ter imaginado esse sentimento de “não era a mim que ele queria estar abraçando”. Pam, ele te ama, senão não teria te pedido em namoro. E você gosta dele desde sempre. Acho que você está só preocupada. – ela me olhava com toda a atenção do mundo. – Só não me pergunte com o quê! – ela riu, e isso me fez perceber que eu queria ver esse sorriso no rosto dela para sempre, mesmo que eu tenha que esquecer esse garoto de uma vez por todas. – Você sabe que eu nunca faria nada pra te magoar, além disso, eu estou ficando com o Cauã...

— Sério?! – ela aparentava nem estar chorando há cinco minutos. – Você e o Cauã estão juntos? Que lindo! Vocês são tão bonitos juntos, os dois ruivinhos! Ah, parabéns! Quero ser madrinha do casamento de vocês, hein? – ela falou tudo tão rápido. Era bom vê-la tão animada!

— Não vamos nos casar, Pam. E não estamos juntos, estamos só ficando. – o sorriso dela diminuiu um pouco, mas continuava brilhando em seu rosto.

— Pra mim já é o suficiente. – ela me deu um soquinho no ombro e nós duas começamos a rir igual hienas.

POV Pam

Conversar com a Giul sobre o Paulo me fez ficar mais tranquila. Me fez perceber que se ele realmente não gostasse de mim, não estaria comigo. E, poxa, eu o amo! Eu amo aquele sorriso, aquele cabelo e, nossa, aqueles olhos cinza-tempestade faziam eu me encantar cada vez que olhava para eles.

Ficamos o resto do dia no parque brincando. Paulo estava nos esperando no mesmo lugar que eu o havia deixado minutos antes. Falei pra ele para agirmos como amigos apenas, não como namorados, para que a nossa pequena ruivinha não ficasse segurando vela durante uma tarde inteira. Ele concordou e essa se tornou uma das melhores tardes de nossa amizade.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que vocês acharam do capítulo novo. Podem ficar a vontade para falarem o que quiser nos comentários. Se tiverem alguma dúvida ou pergunta, deixem nos comentários também que eu responderei o mais rápido possível o que eu puder responder.
Não vou dar spoiler de nada futuro nas respostas, não adianta pedir.
E, antes que eu me esqueça:

Pam * Ibira: http://www.polyvore.com/pam_ibira/set?id=187495144



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