Já estávamos novamente numa sexta feira – a da uma semana de visita aos ruivos – e eu estava no quarto sozinha com o Cauã, conversando um pouco, como o Caio havia saído para fazer “sei lá o quê”. Preciso mencionar o que aconteceu? Sim? Ok: eu e o Cauã nos beijamos novamente. E... ele me pediu em namoro.

POV Giulia

– Hãa, Cauã? E-eu gosto muito de você, mas não podemos começar um namoro agora, nos conhecemos a pouquíssimo tempo. Espero que não fique chateado nem nada...

– Não vou ficar chateado, entendo você! – ele sorriu pra mim – Mas, pelo menos vamos ao baile juntos, né?

– Claro... claro Cauã! – ele sorriu pra mim e, em seguida, me deu um beijo na bochecha – O que faremos agora?

– Ah, não sei. Quer ler algo?

– Tipo? - sorri para ele.

– Não sei... de novo – nós rimos e, foi isso. Não tínhamos muito assunto no momento. – Ei, que cor será seu vestido do baile? Preciso de uma gravata da mesma cor.

– Vai ser da cor...

*~~*~~*~~*

No dia seguinte, Pam e eu combinamos de ir ao shopping para passear um pouco, eu só não esperava encontrar certa pessoa:

– Paulo?! – falei surpresa.

– Ah, oi Giul! Oi Pam – ele deu um abraço em mim e um beijo (sim, eles estavam namorando) na Pam – Não esperava encontrar vocês aqui...

– Pois é – falei –, nem eu.

– Nós viemos passear um pouco antes do dia do Baile.

– Ah, sim! – ele sorriu – Bom, vou deixá-las sozinhas então.

Acho que me esqueci de mencionar um fato: minha formatura será amanhã e o Baile será depois de amanhã. Por tanto, não teríamos muito tempo nos dois dias seguintes para sair, por que se arrumar para um Baile toma muito tempo.

– Vamos tomar sorvete, Giul? – perguntou Pam.

– Você paga? – brinquei, ela assentiu – Já que é assim, por que não? – eu sorri e nós fomos em direção ao quiosque que tinha no shopping.

– Qual você quer?

– Oito anos de amizade e você ainda não sabe qual o meu sorvete favorito? – ela deu de ombros – O Sunday Crocante, por favor, Pam... – eu sorri (de novo) e ela foi pedir: "dois sundays crocantes, por favor?".

Pegamos o sorvete e fomos andando, na direção de um lugar chamado "não sabemos onde estamos indo". Sentamos em um banquinho e continuamos conversando sobre algumas coisas, do tipo: garotos, roupas, música, baile, música, enfim...

– Você já ouviu esta música? – perguntei à Pam, colocando o fone de ouvido no ouvido dela.

– Não. Qual o nome dela? – me respondeu.

– Se chama "Radioactive”, do “Imagine Dragons". Eu vou colocar a letra aqui no meu celular, pra gente acompanhar, ok?

– Tá bom, mas vou logo avisando: eu não sei cantar.

– E você acha que isso é novidade pra mim? – ela me deu um tapa no ombro e começou a rir.

– Eu estava com medo, sabia? – Pam disse pra mim.

– Medo do que criança? – perguntei pra ela

– De perder tua amizade, de nos afastarmos, entende? – eu assenti.

– Vamos fazer assim: qualquer idiota, garoto ou garota que tentar afastar a gente, desfazer a nossa amizade, sentirá o poder de uma "filha de Atena" e uma "filha de Poseidon" juntas.

– Andou assistindo muito os filmes do "Percy Jackson e os Olimpianos"?

– Ah, não! Os filmes não são muito bons, não tão bons quanto os livros, pelo menos. Eu li eles, todos. Só assisti a um filme mesmo, apenas para ver o Percy. – eu falei tão rápido que pensei que ela não ia entender uma só palavra, mas ela entendeu e começou a rir. – Enfim, agora podemos acompanhar a letra da música? – ela assentiu e eu coloquei na música com a letra original e a tradução:

"I'm waking up to ash and dust

I wipe my brow and I sweat my rust

I'm breathing in the chemicals

I'm breaking in, and shaping up

Then checking out on the prison bus

This is it, the apocalypse, whoa

I'm waking up, I feel it in my bones

Enough to make my systems blow

Welcome to the new age, to the new age

Welcome to the new age, to the new age

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

I raise my flag, and dye my clothes

It's a revolution I suppose

We'll paint it red to fit right in, whoa

I'm breaking in, and shaping up

Then checking out on the prison bus

This is it, the apocalypse, whoa

I'm waking up, I feel it in my bones

Enough to make my systems blow

Welcome to the new age, to the new age

Welcome to the new age, to the new age

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

All systems go, the sun hasn't died

Deep in my bones, straight from inside

I'm waking up, I feel it in my bones

Enough to make my systems blow

Welcome to the new age, to the new age

Welcome to the new age, to the new age

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive"

"Estou acordando em meio a cinzas e poeira

Enxugo minha testa e suo minha ferrugem

Estou inalando os produtos químicos

Estou invadindo e tomando forma

E então verifico o ônibus da prisão

É isso, o apocalipse, oh

Estou acordando, sinto isso em meus ossos

O bastante para explodir meus sistemas

Bem-vindo à nova era, à nova era

Bem-vindo à nova era, à nova era

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Eu ergo as minhas bandeiras e tinjo minhas roupas

É uma revolução, eu acho

Vamos pintá-la de vermelho para ficar bem, oh

Estou invadindo e tomando forma

E então verifico o ônibus da prisão

É isso, o apocalipse, oh

Estou acordando, sinto isso em meus ossos

O bastante para explodir meus sistemas

Bem-vindo à nova era, à nova era

Bem-vindo à nova era, à nova era

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Todos os sistemas se vão, o sol não morreu

Profundamente em meus ossos, diretamente do interior

Estou acordando, sinto isso em meus ossos

O bastante para explodir meus sistemas

Bem-vindo à nova era, à nova era

Bem-vindo à nova era, à nova era

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Oh, oh, sou radioativo, radioativo"

Terminou a música e acho que as pessoas que estavam à nossa volta, gostaram de ter acabado a música, pois estava: eu cantando feito uma louca e Pam fazendo as batidas da música numa bateria imaginária. Terminamos nosso sorvete, rindo muito com tudo isso e comentando sobre a música:

– Ela é incrível! – disse Pam – A música perfeitamente perfeita e feita pra mim, – eu ri.

– Não exagera Pam, – ri mais ainda – Vamos pra casa, preciso organizar minhas coisas pra amanhã e pro Baile.

– Ah, falando em baile, você vai com o Cauã, né? – assenti – Ah, ok! – ela sorriu e nós fomos para a minha casa, já que ela iria dormir lá pra Formatura e o tal "esperado" Baile.

*~~*~~*~~*

Estávamos sentadas do lado direito do "palco" da nossa escola, prontas para a Formatura. Assim que terminaram as homenagens aos professores e aos pais, a nossa coordenadora começou a chamar os nomes em ordem alfabética:

– Abbout, Ana. – ela se levantou e foi pegar o seu diploma – Black, Caio; Black, Cauã; – eu olhei para ele e ele sorriu pra mim – Duarte, Giulia; – Levantei e fui até a coordenadora, ela me entregou o diploma, uma rosa branca e um abraço, e eu fui até o outro lado, para "separar" os alunos que foram chamados dos que ainda não foram. – Fernandes, Jéssica; – ela continuou a chamada – Garcia, Pâmela; – dois minutos após chamarem a Pam, ela já estava ao meu lado. A coordenadora continuou chamando: – Oliveira, Paulo; Salles, Stefannie.

O diretor pegou o microfone assim que a nossa coordenadora terminou de chamar todos os alunos:

– Parabéns, Formandos!

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Tinha acabado de tomar banho quando uma apressada Pam entrou correndo no banheiro. Comecei a me arrumar assim que me enxuguei e coloquei uma toalha seca em volta do corpo: fiz uma maquiagem simples com uma cor perolada, um delineado fino e passei lápis preto na linha d’água, passei base e todas as outras coisas para o rosto e coloquei um batom “super nude”.

Deixei meu cabelo solto mesmo, coloquei meu vestido verde esmeralda, que tem uns detalhes de pedrinhas na cintura e é “tomara-que-caia” até os pés. Coloquei um brinco combinando com a cor do vestido e um salto alto preto com uma fivelinha e minhas unhas estavam brancas com glitter.

Assim que a Pam saiu do chuveiro, eu a ajudei a fazer o cabelo e a maquiagem: o cabelo estava ondulado, com uma parte presa atrás da cabeça. A maquiagem estava neutra, com tons de dourado, marrom clarinho e marrom mais escuro, um rímel “poderoso” e lápis preto na linha d’água. O vestido dela era preto e ia até um pouco acima do joelho, sem nenhum detalhe de outra cor. Estava com um brinco também preto, um salto alto fechado, com um zíper ao lado de fora do pé e... preto, um esmalte preto fosco (que, sinceramente, eu adorei) e um batom vermelho. Ao estilo Pam.

Depois de uns dez minutos que estávamos prontas, já com nossos perfumes favoritos, etc., ouvimos a campainha tocando. Já dá para imaginar a correria que foi para a gente, né? Eu cheguei à porta e lá estavam os nossos acompanhantes: Cauã e Paulo.

– Oi rapazes! Entrem. – sorri e dei espaço para eles passarem.

– Você está linda Giul! – disse o Cauã, Paulo concordou com a cabeça.

– Ah! Vocês já estão indo? – minha mãe perguntou, estava ao lado de meu pai.

– Sim, mamãe – respondi – não espere por nós, não sabemos que horas iremos chegar.

– Tudo bem então! – meu pai falou – Divirtam-se!

– Vamos, vamos! – falei empurrando os meninos.

*~~*~~*~~*

A escola estava simplesmente incrível, com TNT preto nas paredes para que ficasse tudo escuro, com cores variadas nas lâmpadas, enfim, um baile parecido com aqueles de filmes.

A DJ tinha uma seleção ótima, apenas por que ela pedira emprestado o meu pen drive com as músicas mais atuais, ou seja, estava tocando: Muse, Imagine Dragons, Arctic Monkeys, The Killers, e não podia faltar um clássico: Bon Jovi.

– Cauã, onde está seu irmão? – perguntei.

– Está... – ele estava procurando o irmão. Quando achou, tocou no meu ombro e falou: – ali. Junto com a acompanhante dele.

Quando eu olhei para onde o Cauã apontava, eu simplesmente não acreditei no que vi: a acompanhante de Caio era a Laura. Agora eu sabia o por que da Laura não gostar de mim: eu vivia falando para a Pam de como eu achava o Caio lindo mas, na verdade, eu estava falando do Cauã. Laura gostava do Caio, ela tinha ciúmes de como eu falava do garoto “dela”. Mas acho que ele contou toda a confusão para ela pois, quando chegamos perto deles, ela me cumprimentou e até me abraçou:

– Oi Cauã! Oi Giulia! Como estão? Giulia, você está muito linda, a cor do vestido combinou perfeitamente com o tom de seus cabelos. – e sorriu pra mim.

– Você também está muito linda Laura. – não, não estou mentindo. Estava com um vestido azul clarinho até os pés, tomara-que-caia, com um detalhe prata na cintura (como se fosse um cinto), um salto nude (bege) com uma flor do lado de fora dos pés, uma maquiagem bem marcada, um gloss rosa, uma bolsinha branca com pedrinhas, um colar com um símbolo musical, a unha da mesma cor do vestido e o cabelo ondulado, solto, até a cintura. – Muito linda mesmo. – ela sorriu de novo e perguntou:

– Onde está a Pam?

– Aah, não sei. Deve estar dançando com o Paulo. – sorri e, quando menos esperava, o Cauã me puxou para dançar, e ficamos dançando a noite inteira. Não vi a Pam e o Paulo, nem a Laura com o Caio e, tampouco a hora passar. Quando fui perceber que horas eram, o baile já estava acabando (aproximadamente 00:00) e tínhamos de ir embora.

Procuramos os outros pombinhos para irmos, pois a Pam iria dormir em minha casa, e o Paulo mora na minha rua, e como o Caio teria que levar a Laura para casa pra ir para a sua casa, iríamos todos juntos no carro do Caio. Confuso? Um pouco.

– Tchau Pam, Paulo e Giul! – Caio disse para nós, com apenas ele, seu irmão e a Laura no carro.

– Tchau Giul – disse Cauã e, em seguida, me deu um beijo na bochecha e um abraço –, tchau Paulo, tchau Pam – e entrou de novo no carro.

Esperamos eles irem embora e nos despedimos de Paulo, que nos levou até a porta e deu um beijo em Pam. Ele foi para sua casa e nós entramos na minha casa, indo direto para o Paraíso chamado “A cama: o melhor lugar depois que você ficou a noite inteira de salto alto”.