POV Giul

Eu tinha chego em casa há algum tempo já, estava deitada em minha cama, simplesmente pensando no que tinha escutado: minha melhor amiga vai com o garoto que eu gosto pro baile da escola. Se bem que ela não tinha culpa de nada, pois não sabia que eu gostava dele, mas acho que pelo meu olhar já dava pra saber.

Pensando nessas coisas, nem havia percebido que já estava dormindo.

*~~*~~*~~*

POV Giulia

Acordei no dia seguinte super atrasada para a escola, já eram 09h30min da manhã (uma hora depois do meu horário normal). Pulei da cama e fui para a cozinha, onde só encontrei minha mãe:

– Bom dia mãe!

– Bom dia querida! Você está melhor? – ela me olhou com uma cara muito preocupada.

– Melhor do que mãe? Do susto que eu levei quando vi a hora? Se for, sim, estou melhor. – respondi um tanto atordoada.

– Não filha, não disso. Da febre que você teve de madrugada. Fiquei muito preocupada com você. Já era tarde da noite, ai quando eu fui te ver umas três da manhã, você estava fervendo de febre. Te dei remédio e você melhorou um pouco...

– Mãe, respira um pouco. Falou rápido demais. Mas, por que será que eu tive febre a noite? – perguntei mais pra mim mesma do que pra minha mãe.

– Quando você era criança, você ficava assim quando passava raiva ou ficava muito decepcionada com alguma coisa. – nesse momento, eu não agüentei, sentei-me na cadeira mais próxima e comecei a chorar. O motivo, não sei exatamente, mas meu coração diz que é sobre o tal baile. – Filha, o que houve? – perguntou minha mãe, se sentando ao meu lado. – Vamos conversar no meu quarto.

Subimos até o quarto da minha mãe. Assim que entrei, me sentei na cama e ela do meu lado.

– Giul, o que está acontecendo? Você é uma garota forte, não é de chorar por qualquer coisa boba. – perguntou ela me olhando de um jeito que só ela sabe e que não sei explicar.

– Por onde eu começo? Então, a senhora sabe que vamos ter a formatura e o baile na minha escola né?... já que é o último ano. – ela me olhou como quem concorda – e assim que a coordenadora passou em minha sala, eu fui pagar o contrato de adesão. E... e eu tinha certeza de que o Paulo iria me chamar pra ir com ele no baile mas não, ele chamou a Pam. – eu olhei pra minha mãe, esperando uma resposta.

– Talvez ele goste de você, mas não queira que ninguém saiba, por isso não chamou você.

– Pode até ser mamãe, mas então chamasse outra garota da escola, não a Pam, não a minha melhor amiga mãe.

– Eu entendo filha, sei que achou isso injusto. Mas eu tenho certeza que algum garoto da sua escola ainda vai te chamar pra ir nesse baile, e ele será mil vezes melhor dançarino que o Paulo. – ela disse rindo – Agora vai tomar um banho e dá um passeio com os seus irmãos, faz um tempo que você não fala com o Biel.

Eu concordei e fui para o meu quarto tomar banho e me arrumar pra sair com os meus pequenos. Coloquei um short normal preto, uma blusa preta caída em um dos ombros com a estampa de uma caveira e um “all star” preto simples, fiz uma maquiagem super simples e passei um “gloss”.

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Após eu terminar de me arrumar, fui até o quarto dos meus irmãos:

– Oi Gu! Oi Biel! Tudo bem? – perguntei animada.

– Giul? – perguntaram em uníssono, surpresos – Você não foi para a escola por quê?

– Ah, – eu ri – perdi a hora, mamãe disse que fiquei com febre durante a noite. – eles me olharam assustados.

– Mas agora você está bem né Giul? – era o Biel. – Não gosto de te ver mal, em nenhuma situação! – dizendo isso, ele me abraçou e eu o correspondi. Ele sempre foi atencioso, mas eu me importava mais com o Gu.

– Sim Biel, eu estou bem sim. – disse, sorrindo para ele – Eu estou tão bem que agora nós vamos sair – disse, pulando animada – Vamos?

– Vamos aonde Giul? – Gu perguntou.

– Nós vamos aqui à pracinha/parquinho – sorri para ele e ele sorriu de volta – Agora, vão se arrumar. A gente sai em meia hora, vão tomar um banho antes. – olhei para eles com uma cara séria, como quem manda, sorri e deixei-os em seu quarto, para que pudessem se arrumar.

Enquanto eu esperava meus irmãos, eu peguei meu celular e fui para a cozinha tomar meu café da manhã. Já eram dez da manhã e daqui a pouco seria o almoço na minha escola.

Assim que deu 10h20min – o horário do almoço – recebi uma ligação da Pam. Atendi em seguida:

– Alô?

– Oi Giul, você está bem? Não veio hoje para a escola, ficamos preocupados com você. O que houve? – perguntou ela, com seu jeitinho de “mãe”.

– Oi Pam. Eu estou bem sim, apenas fui dormir um pouco tarde e perdi a hora – não iria contar a verdade a ela – Acordei há algum tempo. O Paulo está com você?

– Ah, entendi. Não, ele não está comigo. Na verdade, ele também não veio hoje. Não sei o porquê, vou ligar pra ele também.

– Ah, tudo bem. Bom, vou desligar agora ta? Vou sair com os meus irmãos um pouco.

– Tudo bem Giul! – dizendo isso, ela desligou. Não ficamos nem cinco minutos conversando.

Subi para ver se meus irmãos estavam prontos e encontrei-os na metade da escada:

– Prontos para ir? – perguntei mais animada que antes.

– Estamos capitã! – disseram eles, rindo.

– Tudo bem, vamos então. Tchau mãe! Tchau pai!

Saímos e andamos por alguns minutos até chegar à pracinha/parquinho, com meus irmãos à frente. Chegamos e fomos direto comprar sorvete. Meus irmãos escolheram o “sunday” normal e eu escolhi o “sunday crocante”, é o meu favorito e sempre que eu posso, eu o compro.

Deixei meus pequenos irem brincar e me sentei em um banco próximo. Estava tranqüila até eu receber uma sms de um número desconhecido, que dizia: “Oi Giul, sou eu, o Paulo. Passei agora em sua casa e sua mãe disse que você saiu com seus irmãos. Onde você está? Quero falar com você, e tem que ser hoje!”.

Eu o respondi da seguinte forma: “Ah! Oi Paulo, como você está? Então, eu estou aqui no parquinho do bairro, você pode vir aqui daqui a pouco! Beijos...”.

Depois da mensagem que eu enviei, ele não me respondeu. Após alguns minutos, veio meu irmão, Gabriel, e se sentou ao meu lado:

– Aah, oi. – disse ele, meio sem jeito.

– Por que você está falando assim? Sou eu, sua irmã.

– É que... você mal tem falado comigo então, – disse ele, tristonho – não sei bem o que dizer. – Quando ele disse isso, eu me senti muito mal, por que realmente tenho falado pouco com ele. – Estou sentindo sua falta sabia? – disse e, em seguida ele me abraçou.

– Quer saber? Amanhã eu irei faltar de novo na escola, ai vamos só eu e você no shopping, no cinema, comer um lanche. O que você acha dessa minha ideia? – Disse olhando para ele e dando meu melhor sorriso.

– Sério? – perguntou ele animado – Tudo bem, vamos sim. Te amo Giul. – Ele me deu um beijo no rosto e foi brincar.

POV Paulo

Acabei de chegar ao parque onde Giul disse que estava e fui procurá-la. Achei ela sentada em um banco, tomando o sunday preferido dela enquanto olhava seus irmãos brincando. Fui andando em direção dela e sentei-me do seu lado:

– Oi Giul! – perguntei olhando para ela e sorrindo. Mas, dessa vez ela não retribuiu o sorriso. – Está tudo bem com você?

– Oi Paulo... – disse ela, como se fosse obrigada a isso – Estou bem sim, e você?

– Não parece que está bem. Aconteceu algo? – estava ficando realmente preocupado.

– Eu estou bem sim. Agora por favor, fale logo o que você quer falar, por que eu vim aqui para ficar um pouco com os meus irmãos, não para ficar conversando com você. – ela respondeu num tom de voz assustador.

– Bom, vim falar com você sobre o baile. – Ela me olhou e pude ver lágrimas em seus olhos. – Não sei se você já soube que eu vou com a Pam para o baile...

– Sim! Eu já soube. – disse ela me interrompendo – E, o que você gostaria de falar comigo sobre o baile? Não temos nada para falar sobre isso.

– Você já tem um par?

– Não, não tenho. Qual o problema?

– Nenhum problema Giul, só queria saber.

– Legal. Agora eu preciso ir. – disse ela se levantando – Biel, Gu, vamos embora, o almoço em casa já deve estar pronto. Tchau Paulo.

– Tchau Giul.

Depois que ela saiu, eu me levantei e fui embora.

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POV Giul

Eu simplesmente não acredito que ele teve coragem de me falar sobre o tal baile. E daí que ele vai com a Pâmela? E daí que eu não tenho um par? – estava me questionando durante o almoço.

– Ah, Biel? – perguntei meio sem jeito – Será que podemos ir hoje ao cinema, ao invés de ir só amanhã? Acho que não poderei faltar amanhã na escola.

– Ah, sim. Sem problema Giul. – respondeu ele sorrindo para mim – Vamos depois do almoço?

– Sim, se a mamãe concordar – respondi olhando para minha mãe.

– Claro que concordo, vai ser bom para os dois. – ela sorriu.

– Eu vou também né? – perguntou Gu.

– Ah Gu! Desculpe, mas não. Quero ter um momento com o Biel, faz tempo que nós não saímos juntos. Outro dia eu vou com você está bom? – perguntei olhando para ele, mas ele pareceu não querer me ouvir.

– Tudo bem, pode ir com seu irmãozinho no cinema. Eu não quero mais ir. – ele estava chorando? – Perdi a fome. Desculpe-me mãe.

Ele se levantou e foi em direção as escadas, mas eu não podia voltar atrás. Queria sair com o meu irmão mais novo. Eu e ele saímos sempre, ele devia ter consciência disso.

Terminei meu almoço e fui ao quarto dos meus irmãos, que era totalmente diferente do meu: era azul claro (já mencionei que amo azul?) e as camas estavam paralelas, mas não estavam encostadas na lateral. Tinham alguns “posters” de bandas que eles gostavam, entre elas, estava Muse, minha banda favorita. Alguns enfeites estavam na estante, junto de alguns livros. Do lado direito do quarto, ficava o guarda-roupa deles.

Encontrei o Gu deitado em sua cama. Cheguei mais perto para que eu pudesse falar com ele.

– Ei, Gu! Você está bem? – perguntei me sentando na cama e puxando o cobertor de cima dele.

– Estou sim. – sussurrou, ainda de baixo do cobertor – Vai falar com o Gabriel. Não quero conversar com você!

– E por que não? Por que eu quero ir ao shopping só com ele? – ele assentiu – Não seja bobo Gu, você e eu saímos muito, vamos à shoppings, parques, entre outros! Quantas vezes, esse ano, você me viu saindo com o seu irmão? Uma duas vezes? – ele assentiu novamente – Então, pensa um pouco, eu quero sair com ele, conversar mais com ele. Nós já fazemos isso. Você entende?

– Sim, eu entendo! – disse ele pela primeira vez fora das cobertas dele.

– Ok! Vou me arrumar agora ta? – dei um beijo em sua testa e sai do seu quarto para o meu.

Coloquei uma calça jeans escura com alguns rasgos, uma blusa de frio cinza com um ombro caído, um all star preto com caveirinhas, uma bolsa também preta e com tachinhas (não sei bem o porquê, mas minha mãe insistiu que eu levasse, então...), passei um “gloss” simples rosinha e, como minhas unhas estavam feitas, fui com elas do jeito que estavam: azuis com aqueles pelinhos (a famosa unha pelúcia).

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Desci as escadas e encontrei o Biel me esperando.

– Vamos pequeno? – perguntei sorridente.

– Vamos Giul! Tchau mãe! – gritou ele, meu pai não estava em casa.

– Tchau queridos. Tomem cuidado. Giul, cuide muito bem do seu irmão! – ela nos deu um beijo na testa e então, saímos de casa.

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POV Biel

Tínhamos acabado de chegar ao shopping, que era um lugar maravilhoso! Fomos direto para a fila do cinema, depois, iríamos comer e tomar mais sorvete! O filme que fomos assistir é “Jogos Vorazes – Em Chamas”, um filme que eu e minha irmã queríamos muito ver.

Assim que compramos os ingressos, fomos para outra fila: a fila do lanche.

– Sabe Giul, estou muito feliz de estar aqui com você. – falei sorridente.

– Eu também estou Biel! – ela retribuiu o sorriso. – Vamos, é a nossa vez do pedido. – ela pediu os lanches e eu fui guardar o nosso lugar em uma das mesas.

Ela chegou após alguns poucos minutos com as nossas “delícias”, comemos com calma, entre algumas risadas e outras e muita conversa. Fomos assistir ao filme e prestamos muita atenção em cada detalhe.

O restante do dia passou muito rápido. Quando dei por mim, já estava em casa.

POV Giul

Chegamos em casa por volta das seis da tarde, mas o dia passou muito rápido. Fui para o meu quarto e peguei meu celular, que não havia levado para o shopping, e nele havia duas sms, uma era da Pam e a outra, do Paulo: “Oooi Giul! – sim, ela escreve dessa forma – Como você está? Passando aqui para avisar que não é para faltar amanhã, a professora de biologia, a Kátia, passou um trabalho em dupla, e ela é quem irá formá-las. Pam” e a do Paulo era bem simples: “Oi Giul. Só queria pedir desculpas por hoje mais cedo e lhe desejar uma boa noite. Beijos!”. Respondi somente a Pam com um simples “tudo bem” e fui jantar.

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Já estava na escola, noite passada passou muito rápido. Hoje já era sexta-feira e eu teria dois tempos de biologia, provavelmente seria para organizar as duplas e os trabalhos.

Entrei na sala e encontrei a Pam. Ela veio caminhando em minha direção e começou a falar:

– Bom dia Giul! – Já estava sorridente, eu assenti – Ah, pra você vai ser tão fácil a dupla, você conhece e fala com todos na sala. Bom, quase todos né, menos com a Laura e os gêmeos ruivinhos...

– Na verdade, eu falo sim com a Laura – falei com um olhar decidido, mas com um sorriso maroto, não estava triste com a Pam por causa do baile. - Ela é quem não responde educadamente. – falei já aos risos – E quanto aos gêmeos... – disse olhando para trás, em direção deles. – Eu falo com eles, às vezes. Qual é o nome deles mesmo?

– Caio e Cauã. – Caio... o gêmeo ruivo de olhos azuis como os da Pam. Ele era muito lindo. – Você está escutando Giul?

– Ah, sim! Estou Pam.

Terminei de falar esta frase para a Pam e a professora entrou. Sentei-me no meu lugar e ela começou a falar:

– Passei um trabalho ontem para vocês e hoje eu vou escolher as duplas, certo? – a sala toda concordou – Ótimo, vou começar: Pâmela fará dupla com a Laura; Matheus, com a Cláudia; - e assim continuou, até eu ouvir meu nome – Giulia, sua dupla será o Caio.