O Meu Eu escrita por Giulya Black


Capítulo 3
Lírios, Miosótis e Arco-Íris


Notas iniciais do capítulo

Olá ! :3
Como estão? Ia postar o terceiro capítulo só amanhã, mas a ansiedade é maior rs '
Bom, espero que goste...
Ah, há uma parte no capítulo em que o site ficou um tanto "bugado" e só pude colocar em negrito, me desculpem por isso x.x '
Enfim, espero que gostem (=



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Duas horas se passaram e eu ainda estou deitada, sonhando acordada, pensando em apenas uma coisa: aqueles lindos olhos, os olhos do Paulo. Por que aquilo mexia tanto comigo? Conhecíamos-nos há exatos oito anos, e eu nunca fiquei assim antes. Mas, de qualquer forma, só minha mãe sabia desse “inicio de paixão”, pois posso ter Pam como melhor amiga, mas a minha Lily sempre irá me escutar e compreender, independente do que for. Isso é uma de suas melhores qualidades.

POV Giulia

Domingo passou tão rápido que mal sei o que aconteceu aqui em casa. Lembro-me do almoço em família com uma bela lasanha feita pela minha mãe e do meu irmão, Gabriel, me perguntando por que andava tão sonhadora pela casa... bom, tirando essa última parte, até que o meu domingo foi legal.

Mas, como nem tudo são flores, chegou segunda-feira, e com ela, veio a escola e o trabalho. Eu até gosto do meu trabalho e estou juntando dinheiro para a faculdade, mas a escola... é, esse é um lugar um tanto entediante, mas tenho meus amigos, os loucos que deixam tudo mais interessante!

*~~*~~*~~*

Sai de casa no meu horário normal e fui para a escola. Ela era uma escola normal, simples. Ela era toda branca, com as palavras “E. E. Novo Mundo” escritas em prateado. Já por dentro, não era tão comum assim: havia corredores com algumas prateleiras cheias de prêmios ganhos por alunos tanto em esportes quanto serviços prestados à escola. Nas paredes havia quadros, alguns com antigos diretores e outros com professores e alunos que “fizeram história” por aqui. As salas de aula eram normais, cada professor tinha a sua, cada uma de um jeito que convinha com a matéria ensinada.

A minha primeira aula de hoje seria português. Aquela sala, mesmo sendo “apenas de literatura”, era muito interessante. Tinha várias estantes, umas cinco aproximadamente, cada uma com um gênero de livros diferente, alguns artigos de opinião de alunos de séries anteriores, que estavam aprendendo, presos na parede e alguns textos que o professor Leonardo gostava de ler e de nos mostrar, acho que é para nos inspirar em nossas escritas.

Trabalhamos em duplas, em todas as aulas. Infelizmente, minha dupla não era a Pam, mas sim uma garota que não gostava de mim. O motivo? Ninguém sabia exatamente. Acho que é por que ela queria ser a única “popular” na escola. Era uma garota linda, loura clara e com os olhos pretos. Tentei puxar conversa assim que sentei em meu lugar, mas acho que não deu muito certo:

– Ah... oi Laura! Tudo bem? – perguntei educadamente.

– Por que te interessaria como estou? – perguntou ela, me fuzilando com os olhos.

– Tentei ser educada, apenas isso.

Após aquela tentativa de puxar assunto, não nos falamos mais naquela aula. A nossa sorte era que nossas atividades eram individuais, não precisávamos nos comunicar muito. Terminou a aula e eu fui normalmente para a sala de física, conversando com a Pam e, sem querer, esbarrei em uma pessoa, pois não estava prestando muita atenção no caminho:

– Ah, me desculpe, não te vi... – mas, por um instante, tudo se congelou – O-oi Paulo – gaguejei sem querer – Tudo bem com você?

– Oi Giulia. Tudo bem sim, e com você? – me perguntou, sorrindo.

– Tudo bem. – retribui o sorriso. – Está indo para que aula agora?

– Álgebra, e você?

– Física... – respondi um tanto sorridente, amava todos os tipos de ciências.

– Que dó de vocês. Acabei de sair de lá, a professora está muito nervosa hoje – disse ele, com uma cara que nos fez rir...

– Ah, tudo bem. – disse Pam, rindo – Estamos indo então, até o almoço!

– Até! – disse Paulo.

Viramos-nos e fomos para a próxima aula. Infelizmente, Paulo estava certo, a professora estava muito nervosa. E após olhar meu horário novamente, percebi que era “infelizmente ao quadrado”, pois seriam dois tempos seguidos da aula dela.

Entramos e logo a vimos, sentada em sua mesa, provavelmente corrigindo alguma prova. Normalmente a professora Mariana não era tão agitada e nem nervosa, tampouco. Era uma mulher extremamente calma, tranqüila e até divertida, mas algo havia de estranho com ela. Ela era uma mulher com quase trinta anos, tinha os cabelos bem cacheados e castanhos escuro, com os olhos numa cor âmbar meio esverdeado. Mas hoje aqueles olhos não estavam normais, estavam mais frios. Mas, como não sou muito de conversar com ela, fiquei na minha, apenas prestando atenção em tudo, todos os detalhes que expressassem algo de errado com ela.

POV Pam

Tínhamos acabado de entrar na sala de física, e reparei que Giulia ficou um tanto abatida pelo o estado em que se encontrava a nossa professora. Naquele momento, não dissemos nada, nem uma para outra e muito menos para a prof Mariana.

Após o término do primeiro tempo, comecei a falar com Giulia:

– Giul, você está bem?

– Sim, estou. Minha preocupação é com a professora, nunca a vi deste jeito. Será que aconteceu algo de ruim? – O rosto dela estava de um jeito que nem eu tinha visto ainda. Parecia muito preocupada. – Será que devemos fazer algo?

– O quê? Não, está louca? Nós nunca falamos direito com ela e agora vamos chegar perguntando o que aconteceu? Não faz sentido.

– É... você está certa! Não faz sentido... – percebi o olhar recair sobre a professora, um tanto (ou muito) triste.

O segundo tempo de física acabou e fomos para o almoço.

POV Paulo

Sai da aula de português daquela manhã e fui direto para o almoço, sem prestar atenção nas pessoas perto de mim. Quem me olhava naquele momento pensava simplesmente que estava apaixonado, mas a verdade era que estava com muita fome.

Chegando ao refeitório, meus olhos recaíram na minha “plincesa”, quero disser, recaíram em Giulia, que, em minha opinião, era a garota mais linda da escola. Balancei a cabeça e a tirei dos pensamentos e voltei a pensar na comida. Peguei meu almoço e me sentei com as meninas.

– Oi Giul, oi Pam! – perguntei sorridente, olhando principalmente para a Giul – Tudo bem?

– Oi Paulo – disseram Pam e Giul juntas, em uníssono, imediatamente comecei a rir – Sim, e com você? – Dessa vez, era apenas Giul.

– Tudo bem... Como foi a aula de física de vocês?

– Preocupante – Era Giulia, novamente – A professora estava muito mal. Deu para perceber isso em seus olhos. – Vi em Giul naquele momento um olhar que nunca tinha visto: um olhar preocupado e ao mesmo tempo preocupante, sem a alegria e esperança que sempre tinham...

– E dá para perceber em seus olhos a quão preocupada você está. – Disse para ela – Por que você está assim por uma professora que você nunca nem conversou na vida? – Mas acho que não devia ter dito isso, ela ficou zangada...

– Você me conhece bem Paulo, sabe que me preocupo com as pessoas ao meu redor, até mesmo se estivesse acontecendo algo com a Laura, iria ficar assim também. E ela não é uma simples professora, é um ser humano e tem tantos sentimentos quanto você ou a mim.

Naquele momento, Giul saiu do refeitório sem terminar de almoçar, provavelmente tinha ido para o jardim da escola. Perguntei para Pam se era melhor deixá-la sozinha por um tempo e ela apenas assentiu.

POV Giulia

Fiquei realmente nervosa com aquilo que Paulo disse, por isso, fui para o jardim da escola. Era um lugar lindo e calmo, inteiramente verde com algumas flores, principalmente lírios e miosótis azuis.

Sentei-me abaixo de um tipo de faia e fechei meus olhos, ainda tinha uns minutos de intervalo.

Quando o horário de almoço terminou, fui para o tempo de Geografia. Sinceramente, gostava da minha professora, a Camila. Ela era loura clara com os olhos castanhos claro, alta e ensinava muito bem. Mas, mesmo assim, não era minha matéria preferida. Como já disse, minha matéria preferida é biologia.

O restante do dia passou rápido. Após o tempo de geografia, tive mais dois: álgebra e inglês. Da escola, fui direto para o meu trabalho. Não era o melhor trabalho do mundo, mas até era bom por que, segundo a minha mãe, eu me dou bem com as pessoas, por isso, trabalho em uma loja de roupas, uma loja muito boa, se me permite dizer. Eu era vendedora, umas das melhores, segundo a gerente.

A loja era linda: a fachada dela era branca com um arco-íris ao lado, e o nome escrito em preto “Arco-íris”. Esse nome já era um tanto óbvio, mas, mesmo assim, não dizia exatamente o que iríamos encontrar dentro da loja.

Entrei na loja e fui bater o ponto (registrar a minha chegada na loja por um aparelho que lê as digitais de cada funcionário). Fui ao vestiário trocar a minha camiseta pelo o uniforme que, como a fachada, era branco com um arco-íris. Sai do vestiário e fui para a loja. A forma com que as roupas estavam colocadas explicava o porquê do nome da loja ser aquele: estavam separadas por cores: as neutras, verdes de todos os tons e marrom nos cabides de cima e vermelho, laranja, amarelo, rosa, carmim, roxo e azul, também de todos os tons, nos cabides de baixo, separados por peças: calças, camisetas, shorts, vestidos, entre outros, em cada canto da loja.

Havia apenas uma cliente na loja, e eu fui atendê-la:

– Olá, posso ajudar?

– Ah, oi! – Respondeu ela sorrindo – Pode sim. Vocês têm esse modelo de blusa (caída em um dos ombros) tamanho M e da cor preta?

– Sim, por aqui moça.

Mostrei o caminho para ela e mostrei também as blusas daquele modelo que tínhamos. No final, vendi para ela também uma calça e um salto.

Meu dia no trabalho passou extremamente rápido, quase voando. Quando deu a hora para eu ir pra casa, tinha feito certas cinco vendas. Voltei para o vestiário e troquei novamente as blusas. Despedi-me das outras meninas e sai da loja.

Fui andando até o ponto e peguei o “busão” que estava acostumada. Peguei meu celular e meu fone de ouvido e coloquei na minha banda favorita, Muse, na música “Panic Station” que, em minha opinião, era uma das melhores da banda:

“You won’t get much closer
Until you sacrifice it all
You won’t get to taste it
With your face against the wall

Get up and commit
Show the power trapped within
Do just what you want to
Now stand up and begin

Ooh, 1, 2, 3, 4 fire’s in your eyes
And this chaos it defies imagination
Ooh, 5, 6, 7, 8 minus 9 lives
You’ve arrived at panic station” .

Quando terminou essa música, coloquei em mais uma deles, que é do estilo muito clássica, “Can't Take My Eyes Off You”:

“You're just too good to be true
Can't take my eyes off you
You feel like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you

Pardon the way that I stare
There's nothing else to
compare
The sight of you makes me weak
There are no words left to speak
But if you feel like I feel
Please let me know that it's real
You're just to good to be true
Can't take my eyes off you

I love you baby, and if it's quite alright
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
Oh pretty baby, don't bring me down I pray
Oh pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you baby, let me love you

You're just too good to be true
Can't take my eyes off you
You feel like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you

I love you baby, and if it's quite alright
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
Oh pretty baby, don't bring me down I pray
Oh pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you baby, let me love you”.

Escutei mais algumas músicas e cheguei em casa.

*~~*~~*~~*

POV Paulo

Fiquei preocupado com a Giul depois do almoço, pois não a vi mais na escola, por isso fui até a casa dela e a Sra. Duarte me disse que ela estava no trabalho e que já estava para chegar, então fui em direção ao quarto dela. Enquanto eu estava sozinho lá em cima, fiquei olhando nossas fotos e pensando nela, por que era tão perfeita? Fiquei enumerando suas qualidades: “Ela é linda, simpática, divertida, amiga, tem ótimos conselhos, brincalhona, bagunceira, inteligente... bom, pelo menos acho que é, ela nunca foi muito de nos mostrar as provas dela nem de responder questões em ‘público’, tampouco. Enfim, para ser extremamente perfeita, só faltava ser minha, para sempre.”

Imerso nesses pensamentos, não percebi a chegada dela, da minha Giulia. Pensei no que falar pra ela e, imediatamente, veio na minha boca a frase “Eu te amo”, mas simplesmente parou no meio do caminho, e só disse:

– O-oi! Tudo bem? – gaguejei, mas ela pareceu não perceber.

– Oi Paulo! Sim, e com você? – me respondeu com cara de dúvida misturada com vergonha – Afinal, o que você está fazendo aqui?

– Aa-ah, sim. Tudo bem comigo sim. – Gaguejei de novo – Bom, fiquei preocupado com você. Não te vi mais na escola após o almoço, pensei que tinha acontecido algo, por isso vim aqui ver se você estava bem e sua mãe disse que estava voltando e eu quis esperar você aqui. – respirei um pouco por que falei um tanto rápido – Algum problema?

– Ah, não, problema algum – disse ela mordendo o lábio inferior para conter o riso – Mas é assim agora? Chega à minha casa, entra no meu quarto, sem a minha permissão... – o tom em que ela falava era assustador até, mas – E não me dá nenhum abraço? Como assim produção? – brincou ela, agora já rindo.

Fui para perto dela, rindo também, e a abracei. Meu coração deu um pulo que acho que até ela percebeu isso, mas fingi não ter acontecido nada. Abracei-a por alguns segundos, minutos... não sei dizer, mas foi o melhor abraço do mundo.

– Bem, vou indo agora. Já vi você, e se está bem. Tenho que ir pra casa agora. – eu disse, mas querendo ficar por muito, muito mais tempo. – Então... tchau!

– Ah, tudo bem. Tchau então. Não te levo até a porta por que vou tomar um banho agora bem relaxante. Tudo bem né? – disse ela, um tanto contrariada. Ela não sabia mentir muito bem.

– Tudo bem sim. Vou indo – dei um beijo em sua bochecha e ela sorriu. Desci as escadas e dei tchau para a mãe dela, abri a porta e sai, indo para a minha casa que, coincidência ou não, era na mesma rua.

POV Giulia

Assim que tive certeza de que Paulo já havia saído de minha casa, fui correndo para a cozinha, para falar com minha mãe:

– Mãe, mãe... – respirei fundo – a-acho que o Paulo sente algo por mim, mas não é certeza, apenas acho...

– Ah é? Mas por que você acha isso? – disse ela contendo o riso.

– Ele me abraçou quando entrei no quarto, e foi um abraço muito apertado...

– Só por isso? – ela falou, me interrompendo.

– Não né. Não é só por isso que acho que ele sente algo por mim – a respondi um tanto nervosa, um tanto apreensiva, uma mescla de sentimentos – Foi por que, quando ele me abraçou, senti o coração dele pular, ou melhor, dar um salto duplo no peito dele, como se ele quisesse fazer isso há tempos. O que a senhora acha?

– Acho que vi o olho dele brilhando quando chegou aqui perguntando de você – disse ela num sussurro audível, como se respondesse todas as minhas perguntas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Posso postar a história de quarta e sábado, me falem nos comentários que dia é melhor (=
Ah, quem quiser ouvir as músicas que citei, esses são os links: http://letras.mus.br/muse/panic-station/ e http://letras.mus.br/muse/169598/
Beijos!

Srta. Weasley



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