Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 11
Confusões D'um Quarto


Notas iniciais do capítulo

Vim mais rápido dessa vez kkkkk Por favor, leiam as notas finais que temos um aviso importante lá. Agradeço às últimas favoritações e BOA LEITURA!

OBS: É só mais um daqueles capítulos necessários na fic... Nenhuma emoção, eu acho u.u



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– O que você pensa que está fazendo? – Perguntei me desvencilhando dele.

– Te testando. – Ele respondeu dando de ombros.

– Você é péssimo com testes. – Retruquei me sentando na cama.

– Você acha? – Ele perguntou passando a mão pelo corpo torneado.

– Eu acho. – Respondi fazendo beicinho.

– Vamos passar trinta minutos aqui... – Ele se interrompeu para agachar em minha frente de forma que seus olhos ficassem da altura dos meus. – Não acha um desperdício não fazermos nada? – Jogou malicioso. Eu arqueei uma sobrancelha e fingi considerar algo. Ele me olhava esperançoso.

– Bom, eu acho que você... – Dei um empurrão brusco nele que se desequilibrou e caiu para trás. – Deve ficar bem longe de mim. – Completei alinhando os lábios. – Bem, bem longe. – Ele riu desajeitado deitando no tapete e colocando a mão sobre o peito.

– Você é resistente. – Ele concluiu sem me olhar. Sorri de canto e sentei encostada na porta.

– E você não desiste. – Sentenciei.

– Só não me parece certo desistir do que muito se quer. – Ele soltou baixo. Torci os lábios, mas não consegui pensar numa resposta. Talvez o silêncio fosse melhor agora.

POV Simon

Meg chegou à sala com um sorriso de orelha a orelha. Sentou de pernas cruzadas e fez um sinal para que continuássemos o jogo. A garrafa caiu em Filipe e em mim. Ele comandaria.

–Verdade ou consequência? – Perguntou sem vontade alguma.

–Consequência. – Ele suspirou baixo e pegou o papel que traria meu veredicto. Subitamente, um sorriso cínico decorou seu rosto e logo depois deu lugar a uma terrível gargalhada.

–Isso será curioso – Admitiu se recuperando do seu acesso de riso.

POV Beatriz

Fiz um barulho estranho com a boca, como que estourando bolhas e levantei seguindo na direção do gostoso bocó. Ele ainda estava deitado no tapete com as mãos sobre o peito e os olhos fechados. Deitei-me ao seu lado.

–Tá pensando em quê? – Indaguei de fato, curiosa.

–Que seu cabelo é cheiroso. – Ele respondeu virando a cabeça e me olhando. Virei de lado e segurei no braço dele. – Que seus olhos são fantásticos e que... Estou louco de desejo por você. – Ele passou uma das mãos no meu rosto, o analisando com um polegar. Permiti-me um leve sorriso e senti minhas bochechas queimarem sob seu toque. O gostoso bocó passou os dedos por meus lábios ficando levemente vesgo enquanto os devorava com os olhos. – Posso te beijar?

–Mulheres não gostam de perguntas. – Afirmei olhando-o nos olhos.

–Beije-me. – Falou com firmeza

–Nem de receber ordens. – Disse sorrindo.

–Você vai me dizer o que uma mulher gosta ou terei que adivinhar? – Ele inquiriu já um pouquinho impaciente.

–Elas curtem atitudes. – Informei-o desviando o olhar. Ele pegou meu rosto e o virou novamente. Sua respiração se confundiu com a minha e logo não era possível dizer se ambos respirávamos. A cada centímetro mais perto, meu coração aumentava as batidas. E quando nossos lábios estavam perto de se tocar, a porta abriu e ouvi a voz do caipira.

– Opa! As coisas estão boas por aqui, hein – Comentou. Revirei os olhos e Jake soltou um suspiro alto, mas não tirou a mão do meu rosto ou me deixou olhar para lá.

– O tempo... – Ele pausou para limpar a garganta. – Já acabou? – O bocó quis saber.

– Não... Só vim deixar uma pessoa. – Anunciou e logo após ouvi uma batida na porta. Pelo jeito ele havia saído.

– Deixar uma pessoa? – Perguntei curiosa. Jake sentou e olhou na direção da porta.

– Tá de brincadeira, né? Mais que meleca! – Praguejou levantando do chão. Decidi levantar-me também e ver quem era. Eu mal conseguia piscar.

– S-Simon? – Gaguejei.

– Podem continuar. – Ele respondeu irônico. Só não façam muito barulho. – Comandou se dirigindo a uma escrivaninha no canto do quarto, d’onde tirou uma garrafa de vodka. – Quarto de hóspedes... – disse a parte dando um gole demorado.

Depois de realmente cair em mim que meu irmão mais velho, gato, que eu amo mais do que uma irmã deveria amar, estava de fato no quarto bebendo todas. Sentei na cama ao lado de Jake que se distraía com um pedaço de barbante e peguei na mão dele, interrompendo a adorada brincadeira.

– O que quer? – Paramos numa parte bem interessante. – Sussurrei rente ao ouvido dele.

– Quer que eu te beije com seu irmão aqui? – Sussurrou de volta.

– Eu quero ser beijada. – Respondi com firmeza. Ele me olhou e uma série de rugas surgiu em sua testa franzida. Senti um aperto no braço e me virei deparando-me com os olhos de Simon. Ele me puxou e obedeci involuntariamente. Ele colou nossos corpos e lancei um olhar para Jake que retribuiu inquisitivo. Simon colocou a mão no meu queixo obrigando-me a olhá-lo. O cheiro de bebida revirou meu estômago.

– Não quero que passe vontade. – Simon murmurou grudando nossos lábios. Óbvio que eu queria corresponder. Mas, fazer isso na frente do gostoso bocó que eu estava louca pra dar uns pega? Complicado viu? Então, para me fingir de inocente e indefesa, comecei a socar o Simon e tentar fugir dos braços dele, mas as coisas estavam difíceis. Foi quando Jake resolveu entrar na cena e me ajudar. Ele empurrou Simon e quando Simon estava prestes a ir pra cima dele, a porta se abriu.

– Puta merda! – A voz irritante de Meg soou no lugar. – Acabou o tempo e falta uma hora pra meia noite. – Ela encostou-se ao batente – Vocês iam brigar?

– Do que te interessa? – Jake perguntou ao sair pela porta. Atrás dele, Simon passou cambaleante e vi Meg segurá-lo no braço.

– Você bebeu? – Ele apenas olhou para ela e puxou o braço saindo do quarto. Eu ri disfarçadamente e segui até a porta. – Bia? – Ela chamou assim que passei por ela. Virei para olhá-la. – O que aconteceu nesse quarto?

– Nada te diz respeito, Meg. Pode ficar sossegada. – Ela apertou meu ombro e me fuzilou.

– Ficou com o Jake? – Eu franzi o cenho sem entender o porquê da pergunta. – O Simon bebe pra se controlar. – Ela explicou. Eu ri alto e tirei a mãozinha dela de cima do meu ombro.

– Não seja tola. Ele bebeu pra controlar a vontade de me agarrar e de me beijar. – Depois de ver o queixo dela ir ao chão, saí rebolando. Eu até gostava da Meg... Mas, perder uma chance dessas? Até parece.

***

O jogo pareceu correr sem nenhuma emoção depois daquilo tudo. Tivemos mais uns embates Jake/Simon, mas nada do tipo “Uau”. O relógio soou meia noite e todos os veteranos puseram-se em pé. Nós, os novatos, seguimos o exemplo e repetimos a ação. Meg saiu da roda e pôs- se a apagar todas as velas, deixando o local na plena escuridão. Era impossível enxergar algo no meio daquele negrume.

De repente ouvi gritos. Gritos desesperados que revelavam medo. Uma risada macabra soou no local e senti arrepios percorrer meu corpo todo. O pior de ter medo – no meu caso – era por não conseguir tirar o pé do chão. Eu parecia ter criado raízes. Mãos envolveram minha canela e um berro se formou na minha goela. Apenas se formou, não saiu. E então senti algo afiado perfurar minha pele, e não conseguia gritar... Eu não conseguia gritar! Depois de tanta afobação, o silêncio reinou por um tempo. Um tempo excessivamente longo. As luzes acenderam e só havia os novatos na sala. Todos com sangue escorrendo da canela e um machucado na forma de uma estrela.

Passaram quase dez minutos e só então, aos veteranos surgiram rindo.

– Doeu muito? – Meg perguntou. Filipe veio em minha direção com gazes e arnica.

– Deixa eu te ajudar a limpar isso. – Todos ignoraram a pergunta de Meg. Simon e Jake me encaravam de longe. E Lipe limpava meu machucado.

– Por que fizeram isso? – Luana quis saber.

– É a marca. Todos temos. Só que no nosso tempo, as marcas eram feitas no pulso. – Jake respondeu estendendo o braço para mostrar a cicatriz dele. Eu olhei para minha perna e doía muito. – Posso dormir aqui? – O bocó gostoso perguntou para Meg que consentiu com a cabeça. – Boa noite então. – Ele respondeu subindo as escadas como se já fosse de casa. Meg e Simon ajudaram os outros veteranos a se limparem e depois os acompanharam até a porta para que fossem embora. Fiquei só com o Lipe.

– Você ficou com o Jake? – Ele perguntou guardando as coisas que sobraram.

– Não. – Respondi olhando pra ele.

– Tá doendo ainda? – Ele indagou passando os dedos sobre a marca.

– Não muito.

– Então vou indo para minha casa. Vai ficar bem?

– Vou sim. Obrigada. – Ele sorriu, depositou um beijo na minha testa e saiu. Fiquei a encarar aquela estrela bizarra na minha perna. Era como pertencer a um clã.

[...]


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Notas finais do capítulo

PS: A imagem está no início do capítulo kkk Entenderam o porquê dela?
Bom, o recado é o seguinte. Nessa terça (10/12) estarei viajando no acolhimento da escola. E provavelmente, não terei como postar. A Aylla me parece que também irá viajar (Só não sabe quando), e não teremos como atualizar a fic já que ela escreve um capítulo e eu outro. Ainda estamos vendo como faremos pra postar, já que preciso dela. Estamos pensando em pôr em HIATUS,.... Alguma outra sugestão?
Espero comentários! Gostaram? Alguma ideia pra fic? Obrigadinha.

~Keel