Fiquei a fitar Vi por um tempo, enquanto ainda tentava secar o busto de meu uniforme molhado.

–Não vai adiantar de nada ficarmos aqui paradas, apenas nos lamentando. -Procurei os olhos dela por debaixo do óculos escuro. -Ligue para alguém vir dar um jeito nisto. -Apontei para a antiga estátua, agora destruída. -Temos que ficar atentas. Não quero esse projeto de marginal devastando minha cidade sob meus olhos. - Guardei o lenço úmido em meu bolso

Vi levou sua mão direita até os óculos de sol em seu rosto e o abaixou até a ponta do nariz, olhando fixamente em meus olhos com um sorriso um tanto estranho no rosto.

–O que foi?! -Corei levemente, olhando torto para ela sem entender muito o que ela queria dizer com aquela expressão.

–Essa é a Caitlyn que eu conheço. -Ela riu, piscou e recolocou os óculos no rosto, se virando e pegando o telefone em seu bolso.

Respirei fundo, ainda um tanto corada e revirei os olhos. Cruzei os braços, soltei o ar e voltei andando até a delegacia.

- Em outro lugar um tanto distante -

A pequena dos olhos escarlate corria, rindo. Carregando suas armas que estalavam e batiam umas nas outras e em seus cintos e apoios fazendo um "tec tec tec" a cada passo dado. Ela respirou fundo e parou de correr, de frente para uma árvore.

–O povo dessa cidade desiste muito rápido. -Ela pegou seu canhão e o apoiou no ombro. -Eles me deixam entediada, Fishbones. Talvez eles pudessem, sei lá... Tentar um pouquinho mais. -Fez bico, com uma cara de "tédio", revirando os olhos enquanto balançava a cabeça.

–Talvez você devesse parar de destruir o patrimônio público dessa cidade, e entrar no mesmo ramo que a sua irmã -Ela falava com a voz "disfarçada" como se dublasse o que seu canhão dizia, tentando não parecer que quem falava era ela.

–Cala a boca, lança-mísseis chato. -A menina deu um tapa de leve em seu canhão e o jogou para traz, o deixando cair em seu apoio nas suas costas. O que fez um barulho de metal batendo em metal de doer os ouvidos.

Ela suspirou com força, olhando para os lados e começou a andar para qualquer direção. Já era passando do meio-dia e ela precisava encontrar algo para comer.

- De volta a delegacia de Piltover -

–Vai almoçar aonde? -Vi aparece na porta da minha sala, batendo nela já aberta e olhando para a maçaneta prateada.

–Eu ia agora mesmo te perguntar isso. -Me levantei, pegando o resto da papelada em minha mesa e andando em direção ao gabinete de metal no canto da sala ao lado do frigobar. -Que tal irmos naquela lanchonete da esquina? Ouvi dizer que eles fazem um sanduíche ótimo. -Segurei a risada, olhando para Vi em seguida. Eu sabia que ela odiava sanduíches. Guardei a papelada no gabinete, trancando-o em seguida e guardando a chave na gaveta de minha mesa.

–Muito engraçadinha você, senhorita Caitlyn. -Vi arqueou a sobrancelha esquerda. -Tanto faz. -Deu de ombros. -Tem um restaurante novo aqui perto, podemos ir lá.

Apenas assenti com a cabeça e nos dirigimos ao estabelecimento.

Chegando lá, a primeira coisa que reparei foi naquele cabelo azul, um tanto quanto esverdeado que vi pela janela em uma menina sentada em um banco da rua, comendo um sanduíche.

–Vi, olha aquilo. -Balancei a cabeça na direção dela, olhando de canto para aquela figura pálida com as bochechas sujas de maionese.