Confined In Me Was Your Heart escrita por abishop


Capítulo 9
Capítulo 9




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– ALEC!

Joshua apenas viu um vulto passando correndo por ele, e agarrando Alec, um pouco atrás de si. Uma cascata de cabelos castanhos ainda balançavam quando ele se virou para encarar a cena.A garota dava um longo selinho em seu namorado... SEU namorado. Que porra era aquela?

– Ai, que saudade de você, Tigrão! - Ela se afastou para olhá-lo bem, depois o abraçou de novo.

– Lily! - Ele riu também a abraçando com força.

As pessoas que passavam pela rua os olhavam. E Joshua ainda estava parado, analisando a garota de cabelos castanhos igual aos de Alec.

– Eu quero que você conheça alguém! - Alec falou quando ela se afastou, segurando a mão dela.

Lily se virou. Era bonita. Os olhos azuis lembraram a Joshua os de Julian. Ela era bonita até demais para dizer a verdade. Ele voltou a sentir ciúme, mais do que antes.

– Hey, seu namorado? - Olhou para Alec.

– É... Joshua... - Alec falou com um sorriso nos lábios.

Ela sorriu e agarrou Joshua.

– Ai! Que tudo! Alec Tigrão, tu é esperto! Olha o homem gostoso você arranjou! - As pessoas voltavam a olhar. Alec ria. Joshua estava totalmente sem jeito. Lily e afastou.

– Lily. - estendeu a mão, tomando um ar mais sério. - Prazer...

– Ah... O prazer é meu... - Joshua disse ainda sem jeito, apertando a mão dela.

– Vamos subir... - Ela começou a puxá-lo, Alec indo logo atrás.

– Lily. - O porteiro a cumprimentou.

– Oi! - Ela acenou sorrindo.

Eles subiram. Meg arrumava a mesa para o almoço.

– Ah, Lily! Que bom revê-la! - Meg sorriu.

– Oi, Meg! - Deu um beijo no rosto dela. - Vamos almoça o que?

– Ela é sempre assim...? Tão... À Vontade? - Joshua olhou Alec.

– Ela já é da família! - Alec falou naturalmente. Ele parecia uma criança, sorridente e feliz.

– Lasanha! Alec, Josh! - Ela já estava sentada à mesa.


– O Spencer já veio aqui, não? - Lily perguntou a Alec.

Estavam na sacada do apartamento, olhando a vista.

– Veio ontem...

Lily mexeu suas mãos, as olhando. Alec a olhava:

– Fala com ele.

– Eu não consigo.

– Consegue! Olha só o seu jeito. Você fala com todo mundo. Fala tudo o que quer. Você cativa à todos.

–... Mas é diferente... Você sabe que eu nunca soube como lidar com essas coisas.

– É o Spencer, Lily!

– E...? Alec, ele não é tipo que nem você... Como um irmão... Mas é algo... Próximo demais para qualquer coisa.

– Você devia tentar.

Lily apoiou a cabeça no ombro de Alec, pensativa. Joshua apareceu. Alec o olhou e fez sinal para que ele se aproximasse. Lily também o olhou e se endireitou.

– Desculpa! Vou parar de alugar seu namorado. - Lily.

– Não… Tudo bem... - Joshua falou mesmo preferindo que ela o fizesse.

– Sério, eu já vou! Já estou aqui faz tempo. - Beijou o rosto de Alec. - Obrigada. - Levantou-se e encarou Joshua. - Foi um prazer conhecê-lo. - O beijou no rosto também. - Não se preocupe Alec… - Quando ele se levantou para acompanhá-la. - Já conheço o caminho muito bem... - E saiu. Joshua ficou a olhando ir. Alec o olhava de braços cruzados.

– Que foi? – Joshua.

– Você precisava mesmo ser tão hostil?

– Ela precisa mesmo ser tão atirada?

– Atirada? Joshua, ela foi super simpática com você!

– Mas ficou te agarrando!

– Joshua, a Lily é quase que minha irmã mais nova! Não tem nada ali!

– Certo. E ela fica te beijando por quê?

– Não é beijo Joshua, é selinho!

– Que seja! Você me entendeu!

– Sei lá, se fosse o Spencer, ou qualquer outro garoto... Eu entenderia! Mas é uma menina. E se chama Lily! Isso pode não significar muito para você, mas para mim significa 15 anos! Eu conheço essa menina desde que ela tinha 3 anos de idade, Joshua. Faz parte da minha vida. Sinto muito, mas você tem que aceitar... Eu não vou deixá-la...

– Não estou pedindo para deixar de ser amigo dela, ou o quer que vocês sejam! Só gostaria que ela fosse menos... Menos desse jeito! Eu não gosto, okay?

– Ótimo fica com esse seu ciúme idiota! - Entrou.

– Alec... - Chamou-o baixinho, sua intenção nem era ser ouvido, mas Alec parou a porta.

– Um dia você vai entender o que essa menina é na minha vida... E acho que você vai se sentir um completo idiota por estar agindo assim agora...

Joshua andou até ele e o abraçou por trás, descansando a cabeça nas costas do outro:

– Desculpa...


– Grace, você não sabe da ultima! - Boyd falava em tom de anuncio.

Grace que estava sentada, lendo uma revista de moda, levantou o olhar para o marido.

– O que aconteceu?

– Fui procurar Joshua!

– Para que? Boyd, nós já falamos sobre isso...  – Boyd fez sinal para que ela se calasse.

– Você não entende Grace. É nosso filho. Já não basta toda aquela história com o Miller, tem esse Ross também. Nossa reputação...

– Do que vale a nossa reputação com comparação a felicidade de nosso filho?

– Aquele garoto não pode fazê-lo feliz!

– Por que não?

– Porque é um garoto!

– Por Deus, Boyd, acho que já esta na hora de pararmos com essa besteira e aceitar o que Joshua é! Todas essas brigas só serviram para afastá-lo de nós e para termos chateações à toa! Ele e Ross estão bem...

– Bem? Os dois nem estão na cidade!

– O que? - Parou perplexa. - Deixe de besteiras!

– Não é besteira! Eu fui procurá-lo e descobri que os dois saíram do estado! A gente nem sabe o paradeiro de nosso próprio filho! Você acha que ele está bem assim...? Grace, você está me ouvindo?

Grace estava levantada, andava em direção a mesa, onde havia um casaco seu.

– Grace, aonde você vai?

– Conversar com Lisa Ross!

– Mas... Você não pode! Ela apóia os dois. Grace, por favor...

– Boyd, chega! Eu prefiro nem saber o que você falou para nosso filho para ele ter saído daqui sem nos avisar! Agora me dei licença. E pare de se meter onde não é chamado.

Grace saiu do aposento. E Boyd ficou parado, boquiaberto. Em 21 anos de casamento nunca vira Grace daquele jeito.


Lisa correu até a porta para atendê-la. Lá estava a senhora Urie. Como sempre impecável. Deu um sorriso ao ver a mulher que abrira a porta.

– Perdão por vir sem avisar. Mas é urgente. - Grace deu um sorriso.

– Ah, tudo bem... - Lisa sorriu também. - Sinto muito, mas Joshua não está, acho que ele lhe avisou...

– Sim, eu já sei que ele viajou. - Deu um sorriso forçado dessa vez. - Acontece que ele não me avisou.

– Não? - Lisa ficou realmente surpresa. - Então... Como...?

– Boyd me contou. É por isso que vim aqui. Preciso saber onde meu filho está. Não pelo meu marido, por mim ele não ficara sabendo tão cedo. Mas entenda, Joshua pode ter 19 anos, mas ainda sim me preocupo com ele...

– Sim, eu entendo. Eu também ficaria preocupada se o Alec desaparecesse do nada...

– Então você sabe onde eles estão?

– Em Las Vegas. No nosso antigo apartamento.

Grace respirou aliviada.

– Boyd recusasse a aceitar. Espero que um dia ele entenda... - Grace comentou.

– Acho que ele irá entender Grace. Agora que eles já têm seu apoio, é apenas uma questão de tempo... Mas, não se preocupe os garotos estão bem...

– Obrigada por me deixar mais aliviada, Lisa...

– Imagine, sempre que precisar.

– Ah... Aliás, tem mais uma coisa...

Lisa a olhou com dúvida, Grace passou a mão pelo casaquinho que usa, escolhendo as palavras, antes de sua voz voltar a soar.

– Você tem alguma idéia do motivo que fez com que eles saíssem tão rápido daqui?

– Eu também me perguntei... Nem o Alec sabia. Disse que Joshua simplesmente implorou que eles saíssem daqui, após uma conversa com Boyd.

Grace levantou-se:

– Obrigada.


Joshua ficou se sentindo meio culpado pelo seu ciúme. Mas sentia mesmo. Podia ter tido aquela conversa com Alec, que o acalmara um pouco, mas ainda não havia sido o suficiente. Seu problema era com Lily, então era com ela que ele tinha que resolver. Não com o Alec lhe falando que ela era como a irmã que ele não tinha.

Sem contar aqueles olhos dela. Ele se perdia neles. Eram iguais aos de Julian. Fazia com ele ficasse pensando em tudo que acontecera, e ele não acha aquilo justo. Estava com Alec agora, e o amava... Sim, o amava.

Chegou à grande casa dos Müller. Descobrira por Meg que o pai de Lily era dono de uma das maiores empresas dos EUA Não era à toa que era tão mimada. Ele hesitou em tocar a campainha e esperar que algum empregado viesse atender, querendo saber por quem ele procurava. Deixariam no falar com ela?

Bem, que fosse. Tinha que tentar.

Tocou a campainha e logo foi recebido, não por uma empregada, mas pela “pequena” Lily, de cabelos castanhos bagunçado, pijama rosa sob um roupão branco. Ela sorriu ao vê-lo. Havia uma empregada logo atrás dela, que bradava:

– Lady Müller, eu já ia atender a porta.

– Tudo bem! - Ela disse, ainda olhando Joshua. - É para mim mesmo. - Lançou um sorriso para empregada.  – Imaginei que você viria... - Olhou o garoto e falou calmamente. - Entre...

– Imaginou? - Joshua entrou.

– Sim. Já tomou café?

– Ainda não...

– Então me acompanhe...

Seguiram por um grande corredor e ela abriu uma grande porta, dando a uma ampla sala de jantar. A mesa já estava arrumada para o café. Ela pediu para que a empregada colocasse mais um lugar a mesa.

– Uma sala enorme, com uma mesa enorme. Um grande desperdiço, sinceramente. - Ela falou, acomodando-se.Joshua fez o mesmo. - Quase sempre estou sem companhia. É bom tê-lo aqui, de qualquer forma.

– Por que achou que eu viria?

– Não sou tonta, Joshua. Percebi seu ciúme com relação ao Alec. Vou dizer o mesmo que ele já deve ter lhe dito. Não existe motivo para ciúme. Somos como irmãos. Eu sempre tive grande demonstração de carinho por ele, e as pessoas costumam a não se importar com isso. Entendo que você se incomode. O Alec é bonito. Se eu não o conhecesse há tanto tempo, e não o considerasse tanto... Quem sabe...? Mesmo assim eu acho que não.  – Deu um sorriso, não houve retribuição, porém ela não esperava que houvesse. -Para a mim o Alec é um garoto gay. Bem... - Ela parou. - Ele é isso mesmo.

Ambos riram. Joshua a olhou:

– Por que não uma garota hetero...?

– Porque eu gosto de garotas, e o Alec daria uma bela garota.

Joshua riu novamente.

– Você gosta de garotas?

– Gosta, mas ainda prefiro garotos. Acho que você também...

Joshua limpou a garganta:

– É...

Ficaram em silêncio. Lily bebeu um pouco do suco:

– O que você quer saber?

– Por que todo esse apego?

– Eu tinha 3 anos quando conheci o Alec. Eu morava em NY, mas minha família teve que se mudar para cá.Um dia minha mãe foi passear comigo por um parque e começou a conversar com a Lisa. Eu e o Alec ficamos brincando. Eu não me lembro disso, mas é o que ele diz. Na verdade, lembro de pequenos detalhes desse dia. Então, eu sempre brincava com ele. Fomos crescendo juntos. Estudávamos na mesma escola, sempre era eu, ele e o Spencer. Um na casa do outro, e tudo mais. Só que eu me apeguei muito mais no Alec, porque eu passava tempo demais com ele. E com todos os nossos problemas de família... Depois que minha mãe morreu, quando eu tinha 10 anos, a gente se apegou mais. Ele achou que era função dele me proteger, me ajudar a crescer. Bem coisa de irmão, sabe? Então eu não tinha a melhor amiga, e sim o melhor amigo. Era com ele com quem eu conversava para quem eu chorava. E vice-versa. Aliás, o Alec sempre foi sensível.Ele não gosta de demonstrar...

Joshua assentiu. Lily respirou fundo:

– Você quer perguntar algo?

Só então Joshua percebeu que estava bem debruçado sobre a mesa, ele se ajeitou:

– Você falou de problemas familiares... Qual era o do Alec?

– Até os 12 anos nenhum... Depois o pai dele começou a bater nele... 1º Só quando estava bêbado. Depois sóbrio também. Foi piorando com o tempo. A Lisa não fazia nada. Ninguém fazia nada. E eu e o Spencer não podíamos aceitar, o Alec ficava mal... Não tanto fisicamente, mas psicologicamente ele ficava totalmente acabado. Ele não contou de inicio. Fui eu quem descobriu, um dia. E o fiz contar. E contei para o Spencer. Quando começou a piorar nós evitávamos deixá-lo sozinho em casa. Mas era quase impossível. Então ele vinha para cá e passava dias. Meu pai queria fazer algo, porém Alec não deixava. Não sei por que...

Joshua estava boquiaberto. Então não havia sido apenas uma vez?Era sério toda aquela situação. Lily deu um sorriso fraco e triste:

– Logo imaginei que você não soubesse. Ele não gosta de comentar...

– Ele batia feio no Alec? - Sentia a raiva aumentar.

–... Às vezes... Mas as marcas sempre sumiam, e o Alec nunca chegava a ficar realmente machucado. Mas era agressão mesmo assim. À única vez que deixou marcas foi quando o pai dele descobriu que ele gostava de garotos...

– Dessa vez ele contou... Mas... Ele apanhava por nada...?

– É... Por nada... O Alec sempre foi comportado, com boas notas. Nunca deu problema. Ninguém conseguia entender... Eu me revoltei contra a Lisa, uma vez falei um monte para ela, foi um pouco antes de ir para Londres. A fiz prometer que nunca mais Alec ia apanhar. Segundo ele e o Spencer, nunca mais aconteceu... Mas não sei...

Joshua não sabia o que dizer. Estava tremendo de raiva. Então o filho da puta do pai do Alec batia nele, e Lisa acobertava. Justo a Lisa. Ele não conseguia entender. Lily voltou a falar.

– Uma vez o pai dele estava bêbado, e quis bater nele. Ia bater feio mesmo. Eu não deixei, mesmo com Alec sempre me falando para não me meter. Porque não era a primeira vez que eu estava lá e isso acontecia, mas eu nunca via na hora, só sabia depois e o Alec não me deixava fazer nada. Entretanto naquela vez eu fiz. Eu mordi o pai dele no braço e arranhei o rosto dele com tudo. Não sei como consegui... Acho que guardei tanto ódio... Era tão injusto...

– E o que aconteceu... Dessa vez?

– A gente fugiu. Ele ficou duas semanas sem voltar para casa. Meu pai não deixou. Disse que não ia deixar.

Joshua, naquele instante, já não sentia nenhuma aversão por Lily. Era tudo verdade. Eram como irmãos. Protegiam-se. Admiravam-se. E brigavam. E tudo mais. Ele passou amanhã toda conversando com ela. E percebeu o quão certo Alec estava: “você vai se sentir um completo idiota por estar agindo assim agora...”. Nem precisara de muito tempo, pois ele já se sentia.


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