Confined In Me Was Your Heart escrita por abishop
– Mãe? – Joshua.
– Joshua! - A voz de Grace soou alta, mas ela tratou de se controlar. - Como estão as coisas ai em Las Vegas? Você está bem?
– Mãe, desculpa não ter ligado antes… Como você sabe que estou em Las Vegas?
–Lisa me contou.
– Ah... Mas... O pai não sabe né?
– Claro que não. Agora me responda!
– Eu estou bem. Está tudo bem no geral, não há motivos para se preocupar.
– Nunca mais fique tanto tempo sem me dar noticias.
– Desculpa. Prometo que não faço isso de novo.
– Bom mesmo. Se cuide, por favor.
– Mãe, está tudo bem. Relaxa.
– Você é meu filho, como não vou me preocupar?
– Eu sei mãe... Prometo ligar em breve.
– Eu vou esperar. Não se preocupe se depender de mim seu pai nunca vai ficar sabendo que está aí.
– Obrigado. -Desligou o telefone.
– Falava com sua mãe? - Meg apareceu.
– É... -Joshua relaxou no sofá, a olhando. - Você não tem filhos, Meg?
– Não. Mas o Alec é quase que meu filho. Era eu quem cuidava dele quando Lisa não estava...
– E o pai dele?
– ... Por que você se interessaria por ele?-Ela deu um sorriso fraco, meio triste.
– O Alec nunca fala dele, e a Lily me contou algumas coisas... – Olhou para baixo. -Eu me preocupo com ele, sabe?
– Sei Joshua. Eu também me preocupava. Mas eu era apenas a empregada, por mais que eu odiasse tudo que acontecia eu não podia fazer muito se não cuidar dele depois.
– Eu não queria que ele tivesse passado por tudo aquilo...
– Ninguém queria. Ninguém que realmente se importasse com ele. Tudo isso já passou. Para que feri-lo com antigas lembranças?
– Você tem razão...
– Que foi Joshua? - Alec levantou o olhar para ele.
Joshua olhava para o nada, de maneira pensativa. Ao ouvir seu nome, olhou para o namorado, sentado do seu lado.
– Nada, eu só estava pensando um pouco... Vem cá...
Alec se aproximou mais e Joshua o puxou, fazendo-o deitar a cabeça em seu colo. Começou a mexer em seus cabelos. O mais velho o olhou, e não deixou de reparar que, mais uma vez, Joshua estava totalmente distraído.
– Josh...- Choramingou.
– Que foi, Alec? - Joshua o olhou com preocupação. - Eu te machuquei?
– Não. - Ele riu levemente. - Eu quero saber o que aconteceu!
– A Meg tinha razão, você sabe ser chato quando quer! - Sorriu.
Alec fez bico:
– Fala!
Ele ainda sorria:
– Você tem estado mais infantil ultimamente.
– Isso é ruim?
– Não. Eu gosto de você de qualquer forma. Mas é que você sempre teve uma postura tão séria, e desde que chegamos aqui... Você está desse jeito. Eu achei estranho, só isso...
– Josh, aqui eu estou em casa... Por exemplo... – Ele parou. -Você não mudou nada de lá para cá... Filho da mãe, nem me deixa dar um exemplo... - Fez cara de bravo. -Enfim... - Sorriu. - Isso te incomoda...?
– Não... Não é isso.
– Então... O que é?
Joshua olhou para o alto, lambendo os lábios de forma inconsciente, antes de começar a falar:
– A gente está dando certo, não? Estamos bem aqui...
– É... Pelo menos é o que parece, e o que sinto...
Joshua o olhou:
– Eu também sinto isso.
– Então qual é a preocupação?
– Até quando vai ser assim, Alec?
Foi à vez de Alec desviar o olhar, ele se levantou. Aquilo pegou Joshua de surpresa, quis segurá-lo, mas acho que seria um ato idiota.
– Até quando tiver que durar... Só não me pergunte quanto tempo significa isso... - Alec havia se aproximado da janela. Ele queria conter as lágrimas.
Joshua foi mais para ponta do sofá, e ficou o olhando:
– Eu não queria te magoar...
– Não me magoou...
– Alec...
– Está tudo bem, Josh. - O olhou, sem esconder as lágrimas já formadas em seus olhos.
– Alec, não chora! Por favor! - Levantou-se para se aproximar, mas parou, ao perceber que Alec recuara de maneira automática.
Silêncio.
– Eu não sei quase nada sobre você... Comparado ao que você sabe sobre mim. –Joshua. - Eu queria estar mais próximo de você, mas você não gosta de se abrir, de falar sobre o que sente, sobre tudo. Você prefere ser assim, mas ai eu me sinto um namorado horrível.
– Você não precisa se sentir... A culpa não é sua...
– Sinto como fosse... Eu não te passo segurança?
Alec limpou os olhos:
– Por Deus, Joshua, a gente transa! Como você pode não me passar segurança?
– Sexo não significa ter segurança em alguém.
– Diga isso por você, para mim significa.
Aquilo soou de maneira um pouco agressiva, o que assustou ambos. Nem Alec estava acostumado com aquilo. Joshua então... Alec aproximou-se e abraçou, com força. Joshua demorou um pouco para retribuir. Havia sido pego de surpresa por aquele ato inesperado.
– No fim, acho que estamos com medo… - Joshua sussurrou. -Mas não vamos pensar nisso… Não temos que pensar, e nos machucar à toa.
Alec concordou num murmúrio. Então Joshua percebeu que sua camisa estava começando a ficar molhada. Alec chorava silenciosamente em seu ombro.
– O que foi? - Joshua falou com preocupação.
– Nada... - Alec falou num sussurro abafado, mas Joshua conseguiu ouvir.
– Como nada? Você está chorando...
Joshua o puxou para o sofá, sentando-se e fazendo com que Alec sentasse em seu colo. O mais velho permaneceu com a cabeça no ombro do outro, chorando silenciosamente. Joshua passava a mão pelas costas dele, meio que num carinho e numa forma de tentar acalmá-lo.
– Não fica assim, okay? Esquece tudo isso... Nem sei por que toquei no assunto. Já é a segunda vez que você chora essa noite e estou começando a ficar assustado...
– Eu não chorei da 1ª vez... - Alec se afastou. O outro limpou seu rosto.
Joshua apenas sorriu:
– You are my sunshine.My only sunshine.
Alec o olhou sério, balançava a cabeça em desaprovação, mas logo caiu na risada, o abraçando:
– Bobo!
– Bobo? A música é tão bonitinha.
Alec riu:
– Fiquei com sono... - Deu leve bocejo.
– Quer que eu te carregue até o quarto?
– QUERO!
Joshua o olhou de maneira repressora. Alec encolheu os ombros:
– Você perguntou! Mas eu estava brincando. Você é desajeitado. - Levantou-se.
– Você anda como uma verdadeira garota, nos últimos dias. - Joshua fingiu-se bravo.
– Hey, olha o respeito. - Jogou uma almofada dele.
– Você não estava com sono? - O viu indo para o quarto.
– Isso não impede que eu me defenda. - Deu um passo para trás. - Não vem?
– Não estou com sono. Boa noite.
Alec correu até ele e o beijou.
– Boa noite. -E voltou a ir para o quarto.
Joshua riu sozinho. Pegou um cigarro e foi até a janela. Havia chovido naquele dia e agora o ar estava “fresco”, ou menos pesado, por assim dizer. Quando colocou o cigarro na boca lembrou-se de Lily.
Ela odiava cigarro, por isso, ele evitava fumar perto da garota. Mas, estava convivendo tanto com a menina que nem conseguia mais fumar da mesma forma. Desistiu. Era até melhor na verdade. Lembrou-se da vez que Alec dera uma bronca nele por fumar tanto. Ele acabara diminuindo, mas não havia parado. E agora estava parando... Quase tudo na vida dele havia mudado em menos de seis meses, e aquilo era algo realmente estranho, porém ele estava gostando.
Spencer, Alec e Joshua esperavam por Lily na imensa sala da casa dela. Estavam adiantados. Lily fizeram-nos prometer que chegariam 20 minutos antes do que realmente era necessário. Joshua levantava, andava, e voltava a sentar. Era totalmente impaciente. Spencer e Alec conversavam sobre algo que ele não conseguia absorver.
– Joshua, pára de andar para lá e para cá feito um idiota? - Spencer o olhou.
Alec levantou para o olhar para o namorado também:
– É, senta ai. Sossega.
Joshua obedeceu, irritado.
– Eu não gosto de esperar...
– Meu Deus, que impaciência! - Lily apareceu, falando de forma irônica.
Joshua e Alec viraram-se, para que pudesse vê-la.
– Nossa! Ficou lindo! - Alec sorriu.
Os cabelos antes cumpridos e castanhos de Lily agora estavam na altura do ombro, preto e azul nas pontas. O mesmo acontecia com a delicada franja de lado.
– É, eu amei! - Ela falou, sorrindo. - Você sabe meu sonho de consumo.
–E seu pai?-Alec.
– “Você tem muita sorte de já ter 18 anos, Scarlett”. - Ela imitou. - Eu virei para ele: “Pai, você vai deixar de sair comigo, por causa do cabelo?”.
– Eu imagino aquela cara de “tenha pena de mim” que só você sabe fazer... - Spencer falou.
– É, foi isso mesmo. - Ela sorriu de novo. - Ai, vocês já sabem, ele não sabe dizer não quando eu faço isso: “Não... Mas não é todo dia que a filha de alguém aparece com o cabelo... Azul!”. “Pai... São apenas as pontas... Mas se você acha que não ficou bom, eu pinto de rosa, ai fica roxo!”.
– Claro que ele desistiu... - Alec.
– Na hora. Então, podemos ir?
Os três assentiram.
– Então, vamos de vip? - Alec perguntou.
– Vip? - Spencer. - Você acha mesmo que a Lily vai de vip?
– Ela tem dinheiro para isso! - Joshua sorriu.
–Vip não tem graça! - Lily. - Cara, o melhor é você estar na pista, pulando, cantando, gritando... É tão emocionante! - Ela parecia extremamente feliz. - Joshua concordou. Lily colocou a franja para trás da orelha. A casa de shows estava cheia, mesmo assim ela fez com que eles fossem parar bem lá na frente.
– Espero que ele cante, Xô. Eu amo. Okay, eu gosto de todas as músicas, mas Xô...
Lily tinha a mania de falar de Fall Out Boy tratando apenas pelo Patrick. Ela tinha certa antipatia por Pete, achava o Joe engraçado e não desenvolvera uma opinião sobre Andy, pois sempre achava mais difícil falar do baterista.
Ela estava virada de costas para o palco, falando algo no ouvido de Spencer, que sorria. Quando começou a 1ª música: Our Lawyer.Ela virou-se rapidamente, começando a cantar junto com todo mundo.
“We’re only liars, but we’re the best”.
Alec ria do jeito infantil da amiga. Ela não parava de cantar, pular, e gritar.
– Ela não cansa? - Joshua teve que falar alto próximo ao ouvido do mais velho, para que ele escutasse.
– Não! - Alec sorriu, voltando a cantar.
Após deixar Alec e Joshua em casa, Lily seguiu com Spencer até a dela.
– Lily foi o melhor aniversário que eu já tive... - Spencer começou, sem olhá-la. Ainda conseguia ficar sem jeito perto de garota.
Ela o olhou, ele havia acabado de parar o carro de frente para a garagem da casa dela.
– Foi?
Ele confirmou.
– Não só pelo show... Mas porque estamos juntos...
Ela sorriu, se inclinando. Spencer a olhou e os dois se beijaram.
– Foi realmente especial... - Ela mexeu nos cabelos dele. - Você... Quer ficar por aqui mesmo? Está tarde...
– Eu... Seu pai não vai se incomodar...?
Ela descia do carro:
– Ele não está... E você não precisa dormir comigo. Ao menos que você queira claro... Você vem? - Começava a caminhar em direção a casa.
Spencer confirmou com a cabeça, mesmo que ela não pudesse ver. E fechou o carro a seguindo. Lily olhou para ele, estava um pouco mais na frente, sorriu:
– Você não consegue me pegar! - Saiu correndo.
Ele a olhou, um pouco surpreso com a proposta inesperada, sorriu e começou a corre atrás dela. Ela corria pelo grande jardim, o mais rápido que seu coração permitia. Spencer corria atrás. De repente o sistema de irrigação ligou, os molhando.
– PORRA! - Ela falou alto, rindo.
Spencer aproveitou a distração dela e a pegou. Os dois caíram no chão, deixando-se molhar mais, ofegantes e rindo.
– Espero que minha garganta não fique dolorida...
– Essa merda liga sozinha? - Spencer referiu-se ao sistema.
– Sim, todo dia, 1 da manhã. Eu esqueci...
Ele sorriu e a beijou. Aquilo tudo era mesmo divertido.
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