Os Contos de Esther escrita por cwhiteway


Capítulo 5
#5 Isolamento social: melhor do que nada




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Desde o escândalo na cantina todos me olhavam torto. Não que eu ligasse, mas chega uma hora que cansa. Já tinham duas semanas... Será que as pessoas nunca se esquecem?

"Pelo menos você não está com pessoas falsas, então ficar sozinha agora é melhor do que nada", essa foi a explicação de Catarina para a minha situação. Como vizinha e amiga ela é um amor. E como sempre ela estava certa. 

Então continuei. O final do ano letivo estava próximo e mesmo sendo cansativo, era o fim do segundo ano. Começo de uma nova era de vida, o terceiro e ultimo ano do ensino médio. 

Mas tinha esse baile...

*1 SEMANA DEPOIS*

"Oi!", eu disse à bibliotecária. 

"Olá, Esther", ela me cumprimentou com a cabeça e sorriu "veio devolver estes?", disse apontando para a pilha de livros em meus braços. 

Eu ri. "Sim, sim. Aqui estão, obrigada por prolongar a data de devolução", entreguei-lhe os livros e agradeci. 

"Te vejo no baile sexta-feira então!", ela disse enquando eu saia. 

Até a moça da biblioteca iria no baile, menos eu. 

Andei cabisbaixa, procurando um banco onde poderia me sentar. Assim que o encontrei busquei meu exemplar surrado de Os Miseráveis, de Victor Hugo, e tratei de ler logo. Aproveitaria as aulas vagas lendo, já que a organização do baile havia nos deixado sem aulas. 

"Posso me sentar?", estava tão distraida com o livro que nem percebi alguém por perto. Daniel estava de pé ao lado do banco com um sorriso estampado na cara. 

"Ahn..." pensei alto, parecendo uma débil mental. "Claro, senta aí", cheguei mais para o lado e ele se sentou ao meu lado. 

"Então, o que está lendo?", disse ele levantando a capa do meu livro para poder ler. "Victor Hugo, uau", e então me olhou de um jeito estranho, como se estivesse admirado comigo; não entendi o porque, mas senti o rubor percorrer minhas bochechas e abaixei o olhar, desviando do dele. 

"Obrigada... Eu acho." E voltei para a minha leitura, esperando afastá-lo. 

Ele ficou lá por uns minutos num silêncio insuportável. Até que finalmente...

"Porque não podemos ser amigos?", ele disse e pareceu bem confuso com o que dizia. 

Nem sequer tirei os olhos da página. "Somos de mundos diferentes, porque acha que sermos amigos mudaria algo?

"Isso é relativo...", ele continuou e com isso, colocou um dedo em meu queixo e, delicadamente, levantou meu rosto fazendo com que eu ficasse com os olhos nos dele. "Sou uma pessoa e você também. Somos do mesmo mundo, por favor. Não aja como se fossemos Edward e Bella." E riu. 

Não pude evitar rir junto, sua risada era constagiante.

"Amigos então." disse, ainda rindo e lhe estendi a mão. 

"Amigos." Ele apertou minha mão e sorriu torto.

"Ah, esse sorriso..." pensei. 


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