Resident Evil: Experimento X escrita por Goldfield


Capítulo 4
Capítulos 10 a 12




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4304/chapter/4

Capítulo 10

Corações e mentes.

Guile, seguido pelos demais membros da equipe invasora, cruzava cautelosamente os frios corredores do centro de pesquisas, arma em punho. Por sorte, aparentemente ainda não haviam sido detectados pelos guardas.

–         Que tipo de experiências insanas o Bison pode estar realizando neste lugar? – indagou Nash.

–         Não sei, mas algo me diz que ele não está sozinho nisso... – murmurou William, fitando o símbolo de um guarda-chuva vermelho e branco presente em alguns pontos do trajeto.

Logo venceram mais uma curva, e o som de armas sendo engatilhadas fez seus corações dispararem. À frente deles havia inúmeros soldados da Shadow Law e da Umbrella, que lhes apontavam fuzis AK-47 e rifles M16, respectivamente. Quem os comandava era Turner, que exclamou num sorriso traiçoeiro:

–         Ponham as armas no chão já, se não quiserem morrer!

Seguiram-se alguns instantes de total silêncio, nos quais os invasores, suando frio, pensavam no que fazer. Já os guardas, igualmente tensos, estavam prontos para apertar o gatilho de suas armas ao mínimo sinal de reação por parte dos intrusos.

Súbito, Guile, num gesto de aparente rendição, guardou sua pistola num dos bolsos da calça. Seus colegas de equipe estranharam tal ação, mas no fundo sabiam que William possuía uma carta na manga. Em seguida ele abriu os braços cerrando os dentes, observado pelos atônitos vigias do complexo.

–         Mas o que é que ele está fazendo? – perguntou um deles, confuso.

Num movimento rápido, Guile uniu novamente os membros superiores, cruzando-os diante de si como se fosse estrangular alguém, enquanto gritava:

–         Sonic Boom!

Uma potente onda de energia em forma de bumerangue foi lançada pelos braços de William, percorrendo velozmente o corredor na direção dos incrédulos guardas. Estes, ao serem atingidos pelo ataque, tiveram seus gritos de dor somados a uma intensa explosão luminosa, enquanto caíam desmaiados.

Barry, olhando para os corpos inertes de seus inimigos, murmurou, coçando sua barba:

–         Eu também gostaria de ter esses poderes...

–         É tudo uma questão de treino e concentração, soldado! – sorriu Guile, já avançando pelo corredor. – Vamos, pessoal! Precisamos descobrir o que o Bison está tramando por aqui!

E seguiram em frente.

O helicóptero de Hunk sobrevoava a floresta equatorial na direção do centro de pesquisas. O soldado da Umbrella, já não mais usando a máscara de gás, apanhou seu rádio, contatando o comando da operação:

–         Deller, você me ouve?

–         Alto e claro, Hunk! Conseguiram deter o mutante?

–         Negativo, senhor. Estou voltando para o complexo!

–         Ordeno que continue sobrevoando a área em busca do mutante, soldado!

–         Desculpe, mas não obedecerei, senhor. Repito: estou voltando para o complexo!

–         Como ousa me desobedecer, soldado? – irritou-se Deller.

–         Vá pro inferno!

Dizendo isso, Hunk encerrou a comunicação, guardando o aparelho. Em seguida apanhou sua pistola calibre 45, engatilhando-a. Tinha algumas contas a acertar com Emanuel Deller... Oh, sim! Aquele maldito pagaria pelo que havia feito!

–         Senhor, venha ver isto! – exclamou o piloto, tirando o soldado de seus pensamentos.

Hunk seguiu até a cabine frontal da aeronave, perguntando:

–         O que há?

–         Olhe! – respondeu o jovem que pilotava o helicóptero, apontando para uma estrada de terra envolta pela selva através do vidro. – Eles devem estar precisando de ajuda!

Fitando a direção indicada pelo rapaz, Hunk viu um ônibus* parado no meio do caminho, provavelmente quebrado ou sem combustível, e alguns jovens ao redor do veículo juntamente com um indígena, totalmente desesperados. Tudo levava a crer que se tratava de uma excursão escolar passando sérios apuros. Deveriam descer e ajudá-los?

–         Não há tempo! – disse Hunk friamente. – Devemos voltar ao centro de pesquisas o mais rápido possível!

–         Mas, senhor...

–         Isso é uma ordem, soldado!

Uma ordem? Bem, levando em conta que Hunk há pouco desobedecera a uma ordem explícita de Deller, o piloto não teria obrigação alguma de cumprir o que seu superior lhe ordenava, mas mesmo assim o fez. O helicóptero mudou de direção, deixando para trás o pobre grupo perdido na floresta...

Enquanto isso, na sala de onde a Operação Ômega era comandada, Deller deu um soco na mesa, inconformado com a insubordinação de Hunk. Na verdade, porém, seria até melhor que ele voltasse ao complexo para auxiliar na captura dos invasores. Um incômodo alarme soava agora pelas instalações, denunciando a presença dos intrusos.

Emanuel olhou para sua direita, onde se encontrava o sinistro Bison. Com um sorriso sádico no rosto, o comandante da Shadow Law exclamou, como se houvesse lido os pensamentos de Deller:

–         Eu cuidarei deles!

O amedrontador terrorista deixou então a sala, braços cruzados, observado pelo intrigado chefe de pesquisas, que foi tomado por grande espanto ao perceber que os pés de Bison não tocavam o chão.

O grupo de Guile continuava prosseguindo pelos corredores do complexo, seus integrantes preparados para tudo. Devido ao incessante alarme, sabiam que cedo ou tarde teriam de enfrentar mais capangas de Bison, senão ele próprio.

–         Para onde vamos agora? – perguntou Decoy Octopus, vendo que havia inúmeras entradas ao redor.

Súbito, uma das portas do corredor se abriu automaticamente, como se tivesse ouvido a indagação do membro da Fox-Hound. Os integrantes do grupo olharam brevemente através da entrada, quando Cammy exclamou:

–         Eu vou à frente!

Nash assentiu com a cabeça. A inglesa caminhou para dentro da nova sala, sempre cautelosa. Tratava-se de um local amplo e vazio, cuja única porta de acesso era aquela que a jovem acabara de cruzar. As paredes cinzas davam aspecto frio ao ambiente. Numa delas via-se alguns monitores de vídeo enfileirados, todos fora do ar. Acima destes, atrás de um vidro, havia uma espécie de cabine de monitoramento, com computadores e cadeiras. Cammy concluiu que naquela sala era realizado algum tipo de teste.

De repente, um som fez a membro da Fox-Hound gelar. Olhando para trás, viu que a porta que levava de volta ao corredor havia se fechado. Desesperada, a jovem correu até ela, gritando:

–         O que está acontecendo?

–         Não sei, a porta foi lacrada! – respondeu Guile, chutando o obstáculo em vão. – Droga, é uma armadilha!

Nesse instante Cammy ouviu uma sinistra gargalhada atrás de si, a qual arrepiou cada pêlo de seu corpo. Trêmula, a inglesa se virou, deparando-se com um homem de uniforme vermelho, braços cruzados, capa negra e um quepe que possuía o emblema de um crânio alado. O mais aterrador era que ele flutuava alguns metros acima do chão.

–         Bison, seu maldito! – exclamou a jovem.

–         Olá, minha linda! – saudou o comandante da Shadow Law, voz capaz de abalar o mais corajoso dos homens.

–         Cale a boca, seu assassino desgraçado!

Dizendo isso, Cammy correu enfurecida na direção de Bison, atacando com uma ágil voadora. Porém, no exato instante em que atingiria o terrorista, este desapareceu subitamente, deixando no ar uma silhueta azulada que num piscar de olhos se apagou.

Confusa, a inglesa levou alguns segundos para perceber que Bison havia se tele-transportado, reaparecendo atrás de si. Ouvindo a perturbadora gargalhada do terrorista, voltou-se rapidamente para o oponente, mas era tarde demais. Não pôde evitar que ele a agarrasse pelo uniforme, suspendendo-a acima do piso.

–         É inútil resistir, minha linda... – murmurou Bison, envolvido por uma poderosa onda de energia. – Olhe nos meus olhos!

–         Nunca! – berrou ela, tentando em vão se soltar.

–         Olhe nos meus olhos! – insistiu o líder da Shadow Law, suavizando a voz.

–         Solte-me! – gritou Cammy, lágrimas escorrendo por seu rosto.

–         Ora, não chore, minha linda... Olhe nos meus olhos e se acalmará!

Foi quando a jovem fitou o rosto de Bison, contemplando os olhos de seu inimigo, dois globos brancos sem brilho algum. De alguma forma, sentiu-se hipnotizada por eles. Tentou se soltar mais uma vez, mas seu corpo perdia as forças rapidamente, entrando em estado de dormência. Aos poucos tudo se apagava, e apenas os dominantes olhos de Bison permaneciam, brilhantes e atraentes. Prestes a perder a consciência, percebeu que o terrorista a deitava em seus braços, gargalhando. Mas, estranhamente, para Cammy aquela risada nada mais tinha de assustadora. Pelo contrário, ela a reconfortava. Logo mergulhou num sono profundo e tranqüilo, feliz por estar nos braços de Bison... Feliz e realizada...

Após alguns minutos que para os demais membros do grupo invasor pareceram durar um século, a porta finalmente se abriu. Guile foi o primeiro a entrar, preocupadíssimo, pois assim como os outros ouvira os gritos desesperados de Cammy. Porém, não encontrou ninguém na ampla sala.

William olhou ao redor, intrigado, enquanto seus colegas de equipe também adentravam o local. Que teria ocorrido ali?

–         Sinto que o poder das trevas se manifestou há pouco neste lugar... – afirmou Vulcan Raven.

–         Bison... – murmurou Guile, percebendo que a boina vermelha de Cammy se encontrava caída no chão. – Ele vai pagar!

Nisso, todo o complexo estremeceu. Luzes vermelhas se acenderam pelos corredores, enquanto uma voz gravada anunciava:

–         Atenção! O sistema de autodestruição foi ativado! Repito: o sistema de autodestruição foi ativado! Todos os funcionários devem se dirigir imediatamente para as áreas de evacuação! Isto não é um exercício!

Os invasores respiraram fundo. Nash exclamou, determinado:

–         Não temos muito tempo! Sei que Cammy está viva e que logo teremos uma oportunidade para livrá-la das garras de Bison. Precisamos sair daqui antes que tudo vá pelos ares! Rápido, vamos voltar por onde viemos!

Todos obedeceram com um aperto em seus corações.

(*) – Referência à história “Perdidos na Floresta”, da ficwriter Namixinha (ou Nammy-Chan), publicada na FF-SOL.

Capítulo 11

Fuga generalizada.

Atordoado, Deller colocava rapidamente o máximo de documentos possível dentro da maleta aberta sobre a mesa em sua sala. Relatórios para a sede na Europa, estudos de vírus, análises técnicas... O chefe de pesquisas não poderia deixar que aqueles papéis se perdessem com a autodestruição do complexo.

Emanuel não tivera outra opção. Temendo que as experiências ilegais da Umbrella viessem a público, acionara a contagem que em mais alguns minutos faria o centro de pesquisas ser consumido por uma grande explosão. Sem dúvida alguma seria um grande prejuízo para a empresa, porém bem menor do que aquele provocado se a opinião pública tomasse conhecimento dos experimentos realizados naquele laboratório.

Após esvaziar a última gaveta de arquivo, Deller fechou a maleta, apanhou-a e dirigiu-se apressadamente até a porta da sala, mas quando estava prestes a tocar a maçaneta, alguém a abriu.

Assustado, Emanuel recuou, vendo-se de frente para um soldado da Umbrella usando máscara de gás, o qual lhe apontava uma pistola calibre 45. Trêmulo, o chefe de pesquisas leu o nome presente nos ombros do uniforme do combatente: “Hunk”.

–         Aonde pensa que vai, Deller? – perguntou o recém-chegado, mirando na cabeça de seu superior.

–         Ora, preciso correr até o heliporto! Este lugar vai explodir em poucos instantes!

–         Deller, Deller, Deller... Assim como todos os outros, disposto a limpar a sujeira da Umbrella quando a situação não está boa...

–         Do que está falando? E por que está me apontando essa arma, Hunk?

–         Seu hipócrita! Já senti os efeitos daquela substância que você injetou em mim ontem à noite! E pensar que sempre segui suas ordens sem qualquer tipo de questionamento... Meu Deus, como fui tolo!

–         Hunk, creio que você esteja enganado e...

Furioso, o soldado golpeou o rosto de Deller com a arma, fazendo-o gemer de dor. Cobrindo com uma das mãos o ferimento, Emanuel indagou, arregalando os olhos:

–         Você enlouqueceu?

–         Não, foi você quem enlouqueceu, Deller! Ousou usar seu melhor soldado como cobaia, transformando-me num mutante como aquele monstro verde! Mas agora você vai pagar!

Hunk encostou o cano da pistola na testa de Deller.

–         Acalme-se, Hunk! – sorriu o chefe de pesquisas. – Não vá fazer uma besteira!

–         Não se preocupe, Deller... Sei exatamente o que estou fazendo!

–         Pare um pouco para pensar, Hunk! Agora que esse vírus corre em suas veias, você se tornou um ser superior! Fiz isso para que pudesse capturar Blanka com maior facilidade! Tornou-se o mais poderoso soldado da Umbrella!

–         Você é doente...

Dizendo isso, Hunk abaixou a arma, virou-se de costas para Deller e caminhou até a porta. Porém, antes de sair, voltou-se rapidamente para o atônito superior, disparando com a pistola. A bala atingiu o braço direito do chefe de pesquisas, que gritou de dor e espanto. Em seguida, sorrindo por baixo da máscara, o combatente da Umbrella correu para salvar sua vida.

Turner recobrou a consciência ao ouvir um tiro. Zonzo, levantou-se lentamente, tendo uma das mãos na testa, e percebeu que era o único que ainda se encontrava no corredor. Teriam os intrusos sido detidos? A voz que anunciava a autodestruição das instalações fez o combatente concluir que não.

Com a visão embaçada, Turner viu um vulto se distanciar rapidamente pelo corredor. Precisava sair dali ou seria morto pela explosão. Caminhando com certa dificuldade, o comandante da Operação Ômega logo se deparou com Emanuel Deller, ferido num dos braços, que saía de sua sala com uma maleta cinza em mãos.

–         Rápido, Turner! – exclamou o chefe de pesquisas, avançando pelo corredor. – Não quer ser sepultado junto com este complexo, quer?

Atordoado e com a cabeça doendo, Turner começou a seguir Deller até o heliporto.

Nesse exato momento, Guile, Nash, Barry, Raven e Octopus voltavam à pequena praia onde anteriormente haviam desembarcado. Já anoitecia. Os cinco homens, correndo pela areia, logo ouviram um grito que colocou seus reflexos em alerta máximo:

–         São eles, peguem-nos!

Três soldados da Shadow Law começaram a disparar contra os intrusos. Num movimento rápido, Guile sacou sua pistola e derrubou um deles com um tiro certeiro na testa. Barry rolou para trás da guarita de concreto e, usando-a como cobertura, eliminou os outros dois terroristas com apenas três balas.

–         Está limpo, vamos em frente! – exclamou Burton.

O grupo avançou rapidamente, mas o que viram em seguida praticamente eliminou todas as suas esperanças de fuga: a embarcação que haviam usado para chegar até ali ardia em chamas.

–         Droga, eles destruíram nosso barco! – rosnou Nash.

–         Acalmem-se, para tudo existe solução... – disse Raven em tom tranqüilo, olhando para o céu.

Mal Vulcan terminou de falar, os cinco fugitivos ouviram o som de hélices girando. Logo um helicóptero surgiu diante deles, lançando uma escada para que subissem. Rindo aliviados, os membros do grupo ganharam o interior da aeronave, onde viram quem a pilotava: o major Roy Campbell.

–         Onde está a senhorita White? – perguntou ele.

–         Ela foi provavelmente capturada – respondeu Nash. – Todo o complexo está sendo evacuado!

–         Já tenho uma pista do próximo local onde Bison agirá. Contarei-lhes tudo no caminho até Manaus!

E o helicóptero desapareceu no céu daquele início de noite.

Quando Deller e Turner chegaram ao heliporto, uma aeronave da Umbrella já os aguardava. Nela se encontravam, entre outros indivíduos, Vincent, Wesker e Sagat. Assim que os dois recém-chegados entraram no helicóptero, Goldman informou:

–         Todos os funcionários e combatentes foram evacuados com sucesso, senhor, mas não há sinal de Hunk e Bison!

–         Deixem o Hunk pra lá... – murmurou Deller, acomodando-se num assento enquanto um médico examinava o ferimento em seu braço. – Quanto ao Bison, algo me diz que ele já está bem longe daqui...

A aeronave decolou, e poucos segundos depois o centro de pesquisas da Umbrella na Amazônia foi engolido por uma gigantesca explosão, que iniciou incêndio de grandes proporções no coração da mata equatorial...

Capítulo 12

A pista de pouso clandestina.

Já era noite na Amazônia.

Blanka, após ter percorrido uma grande distância desde seu encontro com Hunk, continuava avançando rapidamente pela selva. De alguma forma, o mutante sentia que aquela angustiante perseguição muito em breve terminaria. Abrindo caminho entre a vegetação, a cobaia da Umbrella logo ouviu vozes humanas. Receosa, diminuiu então a velocidade de seus passos, prosseguindo silenciosamente.

Um pouco à frente havia uma grande clareira, e a presença de um avião C-130 revelava tratar-se na verdade de uma pista de pouso clandestina. Ocultado pela mata que cercava o local, Blanka viu vários homens armados carregando caixas para dentro da aeronave, enquanto dois indivíduos pareciam coordenar toda a operação, gesticulando e distribuindo ordens. Franzindo as sobrancelhas, o monstro verde olhou atentamente para a grande porta aberta do compartimento de carga do avião, através da qual os combatentes entravam para depositar os recipientes no interior do transporte. Num sorriso, Carlos fechou os punhos. Se quisesse deixar a selva em segurança, despistando seus caçadores, teria de pegar carona naquele avião...

–         Apesar da lerdeza desses molengas, fizemos tudo dentro do prazo! – disse Vega olhando para um caro relógio em seu pulso.

–         Eu já poderia estar num hotel em Las Vegas rodeado de garotas se não fosse por essas suas malditas flores... – murmurou Balrog. – Gostaria de saber onde estão Bison e Sagat... Parece que eles tiveram problemas com aquele tal guerreiro criado em laboratório!

E continuaram observando o trabalho dos homens da Shadow Law, que já estavam quase terminando de carregar o avião para que partissem.

Não muito longe dali, um homem de capa negra e quepe vermelho caminhava pela floresta, tendo uma jovem inconsciente deitada em seus braços. Tratava-se do sinistro Bison, que fitava fixamente o belo e frágil rosto de Cammy.

–         Eu a dominei, minha linda... – suspirou o comandante da Shadow Law, acariciando os cabelos loiros da inglesa. – Você agora me servirá, combatendo aqueles que querem me destruir...

Depois de percorrer mais alguns metros, Bison ajoelhou-se, continuando a amparar a totalmente indefesa integrante da Fox-Hound. O terrorista contemplou o corpo perfeito da combatente tomado por insuperável desejo, e em seguida por um delicioso sentimento de posse. Voltando a se levantar, ele murmurou, sorrindo de forma aterradora:

–         E também será minha amante...

Sem que pudesse ser visto, Blanka deixou a mata num piscar de olhos, rolando para trás de uma pilha de caixas ainda não colocadas dentro da aeronave. A escuridão da noite era sua aliada. Com o coração aos pulos, ouviu os passos dos soldados cada vez mais próximos. Não poderia sob hipótese alguma ser descoberto!

Ofegante, o mutante analisou a situação: o avião se encontrava no mínimo a cinqüenta metros de sua posição atual, e não havia pelo caminho mais nenhuma caixa que pudesse ser usada como esconderijo. Para piorar, inúmeros homens armados patrulhavam a área, sem contar os dois sujeitos que comandavam os demais. Como faria para atingir seu objetivo sem ser visto?

Foi quando Blanka teve uma idéia. Perto de seus pés, em meio à terra da clareira, havia uma pedra do tamanho de uma batata. Esperançoso, Carlos apanhou-a com sua mão direita, olhando em seguida para a selva a poucos metros de si. Sim, ele encontrara uma maneira de desviar a atenção daqueles homens...

Determinado, o monstro verde arremessou a pedra na direção da vegetação, provocando som semelhante ao de alguém se esgueirando por entre as árvores. Os soldados da Shadow Law imediatamente entraram em alerta, correndo na direção do barulho após um gesto de Vega. Quase todos os terroristas ficaram de costas para a aeronave, deixando o caminho livre para Blanka, que avançou velozmente na direção do compartimento de carga, sem ser percebido por ninguém.

Assim que ganhou o interior do avião, o mutante saltou rapidamente para trás de um grande amontoado de caixas, onde permaneceu sem mover um músculo sequer. Aliviado, porém trêmulo, Carlos ouviu pouco depois o som da grande porta que cruzara se fechando, enquanto dois soldados se sentavam sobre o chão do compartimento junto às paredes, acendendo cigarros. Lâmpadas de luz branca iluminavam o local. Sorrindo, a cobaia concluiu que ficaria segura naquele refúgio até o fim da viagem, exceto se um daqueles homens fosse extremamente curioso e resolvesse bisbilhotar atrás das caixas...

Vencido pela exaustão, Blanka adormeceu minutos depois, ao mesmo tempo em que o avião decolava, deixando a floresta para trás...

A bordo de um helicóptero, Nicholai e Zangief contemplavam o que restara do centro de pesquisas da Umbrella na Amazônia: um amontoado de escombros e metal retorcido, os quais eram ainda consumidos pela intensa e voraz fúria das chamas, que se alastravam ao redor. Zinoviev balançou negativamente a cabeça, inconformado. Eles haviam chegado tarde demais...

–         E agora, o que faremos? – perguntou Zangief.

–         Vamos voltar para Manaus – respondeu Nicholai friamente. – Diremos a Ocelot que saímos neste helicóptero com o intuito de coletar amostras de plantas para pesquisa. Infelizmente, falhamos em nosso objetivo de desvendar os segredos da Umbrella... Mas apenas por enquanto...

Ambos sorriram astutamente, enquanto a aeronave se afastava do local do incêndio...

–         Las Vegas? – indagou Guile. – O senhor tem certeza, major?

–         Absoluta! – respondeu Campbell, que circulava pelo quarto de hotel conforme falava. – A Shadow Law possui inúmeros negócios na cidade, desde cassinos a ringues de luta ilegais. Segundo nossos informantes, Bison planejava uma viagem para lá depois que deixasse o Brasil, e devido à explosão do laboratório, creio que ele antecipará seus planos!

–         É a chance que temos de resgatar Cammy! – disse Nash. – É nosso dever pegar aqueles desgraçados, precisamos seguir até Las Vegas o mais rápido possível!

–         Um jato nos aguarda no aeroporto – informou o major. – Vulcan e Decoy já estão lá.

–         Mas uma coisa me intriga! – exclamou Barry. – Quando estávamos naquele complexo, vimos o símbolo de um guarda-chuva vermelho e branco pelos corredores. Estaria uma outra empresa ou organização trabalhando em conjunto com a Shadow Law?

–         Um guarda-chuva... – murmurou Campbell coçando o queixo. – Verei o que posso descobrir a respeito... Agora se mexam! Temos que desembarcar nos Estados Unidos antes de Bison!

Continua... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Resident Evil: Experimento X" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.