Already Fallen escrita por lmbrasileiro


Capítulo 2
Aula de religião.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430237/chapter/2

Fiquei alguns minutos ali parada, em extase, encarando aqueles olhos magicos, nao conseguia pensar em mais nada. De repente ele falou, fui as nuvens quando ouvi sua voz, mas suas palavras me trouxeram de volta a realidade:

-O QUE FOI?! - Ele perguntou da maneira mais bruta possivel.

-Hã? Oi? Ah desculpa... - Disse morrendo de vergonha e sentindo minhas bochechas arderem e corarem.

Ele se levantou e saiu da sala abruptamente, todos me encaravam, e eu nao conseguia respirar. Que estupido, pensei, tomara que ele tropece e quebre aquela cara esculpida pelos deuses. 

Contei ate dez, me acalmei e me dirigi a ultima cadeira do canto da sala. Antes que pudesse me sentar um garoto branco, quase pálido, cabelos pretos e olhos verde ácido sentou na cadeira. Será possivel?

Olhei pra ele por um segundo,só pode ser brincadeira, talvez seja um trote que os novatos tenham que passar, pensei. Mais uma vez tive que contar ate dez para me acalmar. Sentei na cadeira ao lado e fechei a cara, rezando para encontrar alguem decente naquela maldita escola, abri o caderno e fingi estar concentrada, ignorando o olhares furtivos.

O professor entrou e a aula começou, nao houve apresentações, nao houve chamada, nao houve trabalhos, nada que me desse ao menos uma pista do nome do menino de olhos violeta. Meu pensamento estava completamente direcionado a ele quando ouvi:

-Srta. Nightfall!

-SIM?! - Respondi, subitamente adquirindo uma postura exemplar. O menino de cabelos pretos abafou o risso, olhei feio pra ele e ele parou. Como o professor sabia meu nome se nem havia feito a chamada?

-Responda a pergunta srta. Nightfall. - Disse o professor cruzando os braços. A arrogancia dele me deu nos nervos, nao medi minhas palavra e disse:

-Desculpe professor, mas qual foi a pergunta? - Disse isso sem medo nem vergonha, uma das minhas caracteristicas mais peculiares, era só me sentir zangada, ou um tanto frustada que nao media minhas palavras, e acabava dizendo o que me vinha a cabeça. O professor nao pareceu muito irritado e calmamente repetiu a pergunta:

-Qual sobre o assunto do livro que acabamos de ler? 

-Que livro? - Ele levantou a mão e balançou um livrinho de capa vermelha e letrinhas douradas.

-  Obviamente não recebi uma cópia. - Disse por fim, estava irritada. O professor sorriu e se dirigiu ao quadro.

-Bem, Vamos nos acalmar, nao é o fim do mundo afinal. - Ele disse e escreveu com letras redondinhas e organizadas no quadro.

Olhei com bastante atenção ao que ele escrevia. Apesar de nao dar a mínima. Nao havia prestado atenção alguma nessa primeira aula, li o que estava escrtio e me surpreendi:

Coeur de Lumière

Aula de Religião

Professor: Sebastian Milles

*Aborto

*Homosexualismo

*Sexo e casamento.

-Todos esses assuntos em um só livro? - Eu falei assustada.

-Sao várias as interpretações, precisamos estar abertos as possibilidades. - Ele deu enfase a essa ultima frase e eu sorri.

Subitamente, toda minha raiva e antipatia pelo professor sumiram, e percebi, logo de cara, que aquela passaria ser minha materia preferida.Me sentindo mais a vontade respondi:

-Nao acho que exista nada a ser comentado. Sao assuntos bem pessoais, e bem... Cada pessoa faz a sua escolha e faz parte de nós aceitá-la. Concordando ou nao.

A turma me encarou como uma E.T. Nesse momento me lembrei que nao estava mais em casa, nao estudava mais na Sword and Cross (havia sido enviada pra lá por dois meses, como castigo dos meus pais por repetir de ano), agora eu estudava na Coeur de Lumière, uma escola cristã extremamente rigida em relaçao aos seus ideiais. Respirei fundo. Nao conseguia levantar os olhos de cima da mesa.

Foi ai que ele entrou na sala, foi como se ele tivesse calculado o momento exato para que todas as atenções saíssem de cima de mim. Infelizmente, ele nao entrou sozinho, uma garota loira veio atras dele, ela era linda. Vestia um short jeans, e uma blusa com estampa indiana de um tecido leve, trazia no ombro uma bolsa Prada, e calçava uma sapatilha de couro bege claro, quase da cor de sua pele. Ela gritava:

-VOCE SABE QUE VOCE NAO É MEU PAI!! PARA DE ME DIZER O QUE FAZER! SEU IDIOTA!

Ele ja havia se sentado e ela estava para em frente a sua mesa, gritando. Ele olhava pra ela, mas era como se ninguem estivesse ali, e isso a deixava mais irritada. Ele parecia acostumado a situações como aquelas, e a turma tambem, nem o professor se exaltou, ele simplesmente disse:

-Gabriela por favor, deixer Daniel em paz....

Por que ele tinha que se chamar assim... logo meu nome preferido, por que? Por que o nome dele tinha que ser...Daniel...?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!