O preso 404

Pov Sakura

cap 4 Ombro Frio...

–Eu.. sei.. que você esteve com ela...eu posso sentir o cheiro dela impregnado em seus cabelos, sua roupa até o seu hálito, tem o cheiro dela... - eu disse sem o olhar nos olhos , com as mãos amassando nervosamente o lençol, estupidamente branco do hospital... eu ouvia cada batida o meu coração, monitorado pelas maquinas... eu estava sentada naquela cama sem poder fugir e correr... sem poder me deixar levar pelos meus verdadeiros sentimentos eu tinha vontade de me acabar em lagrimas e ficar de luto por ele que não seria mais meu...

–não invente coisas... gatinha... eu só demorei a vir porque eu achei que você não me quisesse mais por perto, realmente eu não acreditei na sua chamado hoje... não imaginei que você, sempre tão meticulosa, pudesse ter sofrido um acidente como esse...- o loiro de corpo viril, dizia enquanto acariciava meu rosto ainda roxo da pancada- tire isso da sua cabeça isso não faz nenhum sentido... você, e só você, é minha gatinha....

–Então me diz aonde você estava, liguei para a sua casa e não te achei … no trabalho nem apareceu... não sei o que você acha que está fazendo, mas isso não pode continuar...

–o que não pode continuar? Sa... você … tá me dando o fora?

–não foi o que eu disse! Falei exaltada e pela primeira vez, o encarei nos olhos.-espera aonde você vai?!!!não me dê as costas!! não se atreva a fugir!!

–Sakura... nessa audiência, você foi o promotor, o juiz e o carrasco... ele ficou ali de costas para mim me olhando apenas com o canto dos olhos sem se atrever a olhar diretamente para mim, com as mãos nos bolsos encarou o chão, e, balbuciando completou – eu só vim ver, se você estava bem, pequena...

as batidas do meu coração aumentavam a cada passo que ele dava de distancia de mim, era como se eu sentisse que fosse minha culpa...se eu estiver errada, eu estaria certa?... ou apenas fiz com que ele sangrasse.? Se fosse um sonho eu estaria melhor pois apenas teria medo do desconhecido mas agora ele vai caminhando a passos fortes, determinados, até a porta de saída a luz da rua ia consumindo a sua imagem lentamente da minha visão, em minha mente ainda saltavam imagens de nós dois então eu me lembrei do seu olhar para mim aquele que ele me atirava a cada vez que ele me confortava com aqueles ombros frios sem sentimentos há tempos eu notava que não não haver mais nada, sempre que eu o olhava, eu desejava ser a outra... seja lá quem fosse, aquela garota que estivesse recebendo, o seu olhar carinhoso o riso despreocupado, o toque inocente os carinhos maliciosos...

Meu corpo dolorido como se tivessem facas me perfurando... não não havia motivo para eu permanecer naquela situação, a tempos que eu tinha notado... e me agarrei a outras coisas fiquei cada vez com menos tempo e acabei dando mais brecha a tal garota... Porque sempre que ele me olhava eu desejava ser a outra...

Afundei minha cabeça no travesseiro extravasando minha indignação... virei o rosto para a janela, passei as mãos nervosamente pelos meus cabelos... Será que ele não via, Será que ele não percebia? Que eu estava ali...hunft... pelo menos por hoje, eu não iria ve-lo mais, pelo menos por hoje eu me controlaria em ligar para ele... dessa vez eu iria cuidar de mim...

voltei com a mão dos meus cabelos pela testa e acabei puxando o curativo sem querer, me fazendo gemer na cama...

tentei me lembrar... e apesar das cenas entrecortadas, acho que eu tinha uma boa ideia o que me acontecera, e enquanto eu me distraia com minhas lembranças o vento bateu fazendo meu cabelo exalasse um cheiro ainda pouco conhecido, dele, 404...

e como se me transportasse para o momento do acidente, pude ver quando ele se aproximava de mim ressabiado com aquele uniforme laranja, me pegando no colo com uma delicadeza que eu não sabia que ele pudia ter...

“- Doutora!...

–Doutora...abra os olhos... você vai ficar bem... eu vou cuidar de você...

–sass... um murmurio sai de meus lábios enquanto eu observava seus olhos negros tão de perto, balanço do seu colo... o corpo quente....

Até que me concentrei em seu rosto ele demonstrava muita preocupação, pisquei os olhos e fui tomada pela escuridão mordi os lábios com dor... olhei para ele novamente estávamos já na enfermaria do presidio, tentei me esforçar para vê-lo...

–isso doutora não durma... você está aguentando, eu sei que você é forte …

ao ouvir isso apaguei...acho que logo me transferiram para o hospital da cidade, e entre as tomografias e exames para checar e estava tudo bem com meu cérebro, o diretor do presidio veio falar comigo

–como você está garota?

–hã...ah... bem obrigada! Na verdade só estou em observação e se meu estado continuar estável devo ir logo para casa...

–que bom... hã... tem noção de quando poderá voltar ao presidio? Ele perguntava cautelosamente enquanto tirava de sua cabeça um chapéu de cowboy, e o segurava a frente de seu corpo, com as duas mãos, em sinal de respeito enquanto se sentava na cadeira a minha direita.

–creio que breve, -então atirei nele uma duvida que me deixava frustada,- foi o 404 ,o Sasuke, que me resgatou?

– sim ele, e mais um grupo de detentos fazem parte de uma rotina de ressocialização e tem um trabalho fora do presidio, monitorado, eles estavam colhendo as laranjas numa fazenda vizinha ao presidio, quando eles ouviram o barulho da buzina do caminhão e foram ver, o 404 quem te tirou do carro...