“ESPERA! O QUE?” – Eu gritei entrando na sala, os dois me olharam assustados.

É, vai ser hoje que a banca vai cair. Ouvi pouco, mas o quebra cabeça está todo encaixadinho na minha mente.

Foi por isso que ele terminou comigo, ele a amava.

“Então, foi esse o motivo de você ter me deixado?” – Falei, calma até demais.

“Brenda, não foi isso que você ouviu...Não, espera...É ISSO MESMO! Vamos esclarecer tudo aqui, eu não te amo, e nunca nem gostei de você, tudo que eu fiz foi para me aproximar da Ash.” – Ele disse, e cada palavra que saia da boca dele era como uma facada em meu pequeno coração.

Eu permaneci calada enquanto ele jogava todo o ódio dele no meu rosto, um rosto que estava chegando ao chão, respirei fundo e esperei ele calar a maldita boca, foi quando eu soltei tudo o que sentia em cima dele.

“Você não entende o quanto suas palavras me ferem, mas o pior, o quanto essa mentira me machuca, eu me sinto apenas uma boba estando aqui e falando qualquer coisa, sendo que será impossível ter você de volta, já que você a ama e apesar de tudo isso, realmente quer saber, isso doeria mais se eu realmente me importasse com você.” – As palavras foram saindo enquanto ele me olhava de olhos arregalados.

Entretanto, vê-lo ali, com ela, me machuca, por esse motivo, me virei e fui a caminho da porta, quando Ashley falou:

“Não vá, eu preciso explicar tudo, não quero perder sua amizade!”

“Você também o ama, isso mostra que não pensou em me contar. Quando decidiu que não falaria, nossa amizade já tinha acabado.” – por fora eu estava calma, mas por dentro eu estava querendo matá-la.

“Mas, muitos sabiam disso, até o Bernardo sabia! Então por que eu teria de levar a culpa?” – Eu parei no mesmo momento, Bernardo sabia?

“COMO ELE SABIA? QUEM MAIS SABIA E FICOU RINDO DA CARA DA IDIOTA AQUI? QUEM?”

“Apenas o Bernardo, além de nós, claro.”

“Então por que disse que muitos sabiam?” – Já estava ficando furiosa.

“Porque eu não quero te perder, não quero que você vá embora, e eu não posso levantar aqui para te segurar.” – seus olhos estavam vermelhos enquanto os meus estavam vazios.

Ao ouvir tudo isso, minha mente entra em pensamentos cada vez mais confusos, foi quando que senti que não conseguia respirar e saí pela única porta da sala, correndo, ouvindo gritos atrás de mim, chamando meu nome.

Não reparei em que corredor estava, em quem esbarrava, apenas queria sair dali, as lágrimas, apesar de estar relutante, caíam desesperadas, como se não quisessem estar alí, eu não queria mais estar ali.

Foi quando eu vi um clarão, da saída, suspirei pesadamente, abaixei a cabeça e corri ainda mais, minhas pernas estavam reclamando, mas eu não ligava.

“Está com pressa?” – uma voz conhecida falou sério, eu olhei e perguntei o porque fiz isso, Bernardo me olhava preocupado, como se soubesse o que eu estava passando.

“Estou sim, parece que ninguém aqui me deixa em paz, parece que ninguém aqui me conta a verdade.” – seus olhos me diziam que havia entendido tudo, ele não recuou, por isso o empurrei e continuei a minha corrida.

Para longe daquele lugar.

Alguém pagará caro por isso, muito caro, pois a verdade não deve doer apenas em um lado, deve doer igualmente.