Melissa PDV

 Eu tinha conseguido parar o sangue dela, mas não tinha ajudado em muita coisa, ok, sem isso talvez a Ash já tivesse morrido em meus braços, é, pelo menos uma vez fiz algo de bom pra ela. Tentei não pensar muito nisso e puxei a Bebeh para o carro.

“Brenda? Brenda? BRENDA!’ – Eu sacudi ela dentro do carro. – “O que está havendo com você?” – me sentei no banco do motorista e liguei o carro seguindo a ambulância.

“Eu...eu...” – ela começou a gaguejar.

“Tudo bem, eu sei que você ta em choque, mas calma...”

“VOCÊ ESTÁ PEDINDO PRA MIM FICAR CALMA? SENDO QUE A ASH ESTÁ MORRENDO, A CADA FAROL QUE A AMBULÂNCIA PEGAR A ASH VAI PERDER MAIS SANGUE, NÃO TA VENDO QUE ELA PODE MORRER ASSIM?”

“Brenda, ambulância não pega farol e...”

“NÃO ME CORRIJA! ME DEIXE DAR A LOUCA AQUI!” – ela bateu no porta luvas e eu fiquei nervosa e bati nela.

“Ai! PORQUE VOCÊ ME BATEU?” – ela gritou.

“Porque você merece...” – olhei para a rua, estávamos chegando no hospital.

Ela ficou quieta até sairmos do carro, então correu.

“Brenda...Brenda...” – Suspirei.

 Brenda PDV

Saí do carro da Melissa e corri para o hospital. Queria saber se a Ash estava bem, fui em direção à ambulância e vi a Ash sendo levada da maca para o hospital, fui andando ao lado da maca enquanto via a Ashley sendo levada para a sala em que ela sofreria uma cirurgia para a remoção.

Não entendi bulhufas do que você disse...

VNC fica quieta o assunto é difícil e você não tem cérebro pra isso.

Mas, o meu cérebro é seu cérebro, você está se alto xingando.

Alto xingando? Não sabia que eu era tão burra...

Pois é a vida...

Não mandei calar a boca?

Quantas vezes eu já te disse que eu não tenho boca?

“CALA A BOCA” – gritei acho que um pouco alto enquanto um médico passava. -“Desculpa, mas eu não falei com você.” – eu tentei não ser grossa, mas depois reparei na frase, e quando ia pedir desculpas de novo, o médico já tinha corrido.

Sentei na cadeira enquanto esperava, Melissa apareceu e se sentou do meu lado e ficamos esperando por alguns minutos, ou talvez horas, ou seria anos?

Renato apareceu correndo e bufando, mas estava com o olhar seco e vazio, como não estava com o Douglas, deduzi que ele não conseguiu acha-lo.

Respirei fundo e decidi ir respirar um pouco, porque ali depois de algumas horas, ficou muito fechado para mim.

Quando saí do hospital, vi o carro da mãe da Ash, ela deveria estar junto com alguma enfermeira, ou deve ter chegado agora e talvez tenha passado por mim, mas nem reparei.

Respirei fundo o ar, fiquei calma, até olhar para quem corria na minha direção.

“GABRIEL?” – Gritei já ficando nervosa. O que raios ele fazia aqui? Será que...Ele voltou pra mim?

Errado... Ele desviou, correndo para dentro do hospital, sem nem ter me visto. Agora sim meu dia está completo!

Tentei respirar de novo, mas o ar não entrava. Estava tão confusa e irritada que corri de volta pro hospital.

Fui na direção do corredor onde todos estavam, bem, estavam, porque agora não havia ninguém lá.

“Será que a Ash já acordou?” – corri em direção a sala onde a Ash tinha feito a cirurgia. Renato estava do lado da Melissa e os dois estavam encostados na parede perto de uma porta.

“A Ash já acordou?” – A Mê sinalizou que sim, mas sem dizer nada. – “Ela está naquela sala?” – apontei para a porta ao lado, ela fez o mesmo sinal positivo. – “Fala comigo!”

“Falar o que?” – ela suspirou. – “Nem entrar podemos, não sei o que está acontecendo lá.”

“Quem está lá dentro?”

“Só o médico, e ela claro.” – Renato falou. – “Eu preciso de ar, ou de café, vou buscar algo.” – ele falou saindo de cena.

“Ele ta bem?” – perguntei mais rápido do que percebi.

“Ah, claro que está, a namorada dele levou um tiro do ex ou não melhor amigo, e você pergunta se ele está bem?”

“É, foi impulso.” – falei encostando na parede e descendo até o chão.

“Vem, não precisa ficar assim, vamos comprar algo para comer.” – ela estendeu a mão.

“Agora que eu já me sentei você vem falar essas coisas?” – mesmo assim peguei a mão dela.

Fomos para a cafeteria, podemos dizer assim, daquele lugar, não havia ninguém lá. Para onde será que o Renato foi?

“Acho que ele foi tomar um ar.” – Mê disse como se tivesse lido minha mente.

“Você é paranormal?” – perguntei besta.

“Não. Porque?”

“Nada, esquece.”

“Você é estranha.”

“Ah, quem fala.” – murmurei, talvez ela ouviu. Ah que se dane to nervosa!

“Acho que vou tomar um ar. De novo.” – falei saindo de perto dela.

“Vê se não some!” – ela olhou preocupada.

Não liguei, apenas fui andando sem rumo algum, na verdade, só voltei pelo caminho que tínhamos ido. Quando olhei para a porta, um aperto ficou no meu coração, precisava vê-la.

Cheguei perto da porta quando ouvi um barulho.

“Ashley, você sabe que terei que contar pra ela.” – Era o Gabriel...

“Gabriel, não faça isso, ela nunca mais vai olhar para mim. E eu não concordei com isso...” – Ash estava acordada?

“Eu sei que você não concordou. E por isso mesmo, fui eu que quis, e não você.”

“Gabriel, dizer para ela essas coisas, vai afetar toda a nossa amizade! Você sabe como ela é! Ela vai torcer tudo!” - Quem vai distorcer o que?

“Eu sei como a Brenda é... Mas ela vai enteder, ainda mais que eu te amo, não você que me ama. A culpa não é sua!” - Espera...Espera... Mas o que eles disse?

“ESPERA! O QUE?” – Eu gritei entrando na sala, os dois me olharam assustados.

É, vai ser hoje que a banca vai cair. Ouvi pouco, mas o quebra cabeça está todo encaixadinho na minha mente.