Bofes, Tanques Guerras e Amassos escrita por meehdotta, Brenda Vitoria


Capítulo 26
Cap.26 - Naufragando em verdades.


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam.
Beijos.



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Gabriel PDV

 

Depois do término com a Brenda tudo se resolveu. Aquilo foi tão fácil para mim, mais fácil que atuar.

Mas eu suspeitei brevemente que a Brenda já sabia um pouco mais sobre a minha situação com o Bernardo do que eu falei. Não me importava. Só sabia que eu estava livre e iria agora ganhar a Ash.

Depois de desligar o meu celular na cara da Ash, corri que nem louco direto para sua casa, sabia que ela estava lá e que não iria para a escola agora. Por isso, iria me declarar. Sim, isso mesmo. Declarar.

 

Ash PDV

 

“Gabriel o que você quer?” - gritei para o telefone que agora estava mudo.

Idiota, como se atreve desligar na minha cara?

Corri para o banheiro para meu banho, que não demorou muito. Vesti minhas roupas e desci as escadas correndo, iria encontrar a Brenda ou ele na escola e iria saber o que aconteceu. Quando sai para a varanda, o que me surpreendeu foi que eu o vi correndo em minha direção.

Ash, eu Te amo.” - ele gritou...

Espera. Ouvi bem o que ele gritou?

Ele parou na minha frente meio que arfando e suspirando.

“O-o-o que você-ê disse?” - gaguejei de surpresa.

“Que eu te amo.” - ele falou corando.

“Mas, mas e a Bebeh?” - ainda estava assustada.

“Ash, ela só foi um jeito de me manter perto de você.” - falou.

 

Gabriel PDV

 

Senti minha bochecha ardendo e olhei para o lado. O porquê daquilo? Deveria estar olhando para a Ash. Um formigamento na minha bochecha me confundiu e depois a dor.

Percebi o porquê.

Ela havia me dado um tapa.

 

Bebeh PDV

 

Não sei por que você o está enganando.

Como assim?

Como assim? Você ouviu dos dois, mas já sabia.

Entendi de primeira – Mas não posso ler dizer que já sabia. Descobri pelo Gabriel.

E fingiu para o Bernardo.

Sim... Mas foi para descobrir mais coisas.

Descobrir o que?

Descobrir o que o Gabriel me escondia. Porque ele foi tão naturalmente normal contando que era irmão do Bernardo, que suspeitei.

E descobriu algo pelo Bernardo.

Sim!

E o que foi?

Que o Gabriel mentiu para mim esse tempo todo...

E o que ele certamente mentiu para você?

Não sei...

VIU! Não sabe...

E de novo ela me venceu.

Levantei brutalmente da cama. Hoje não iria para a escola tão cedo.

Você sabe que ele mentiu para você. Mas não sabe o porquê, que bom, Brenda!

Só porque aceitei você na minha cabeça razoavelmente não quer dizer que gosto de você.

Mas sei que gosta de mim. E sei que está satisfeita por me ter ao seu lado.

Acho que vou me matar.

Vá... Se mate!

Okay.

Fui andando em direção a janela do meu quarto, não era alta o bastante. Mentira. Tinha uns dez ou mais metros de altura. Subi no baú que eu tinha ao lado da janela e coloquei meu pé na tábua presa e a mão no vão que tinha no vidro da janela.

VOCÊ NÃO VAI SE MATAR DE VERDADE, ESTÁ DOIDA?

O que você disse?

Tá bem, entendi... Não quero que se mate, gosto de você.

Aquilo foi lindo, iria até perguntar se ela poderia repetir...

Não.

Okay... - repeti mentalmente.

Desci daquela tábua velha, que provavelmente só me aguentava porque era magra, olhei para fora da janela e não vi nada. Brilhante, seria a morte perfeita.

Mas porque quer tanto se matar?

Porque sou uma fudida idiota.

Fudida? Você já...

Não termina de perguntar bobagens VNC você que deveria ir se fuder, precisa aumentar os ânimos.

Mas se eu for, você vai também...

Mudança de planos – pensei rápido – Acho melhor irmos ao cinema...

Ela riu, ou eu a imaginei rindo?

Sabe o que isso me lembra?

O que te lembra, VNC?

Um livro que você começou a ler, mas não gostou, em que a menina recebe um Alien na mente considerado como uma alma em que essa alma se apodera de todo seu corpo até pensamentos, mas ela não consegue se apoderar das memórias da menina e as duas conversam como nós. Lindo não?

Não...

MORRA, acaba com a felicidade.

Sei que me ama.

Mas voltando... - eu ri – Você irá descobrir as coisas hoje?

Não me lembra disso – choraminguei.

Fraca.

Idiota.

Perversa.

VNC do mau.

Brenda repugnante.

Eu sou repugnante? - perguntei magoada.

Não sei...

Como não sabe?

Sei lá...

Sabe o que é repugnante?

Ela não me respondeu.

Se eu não me engano. É algo que você queira repelir. Algo que você sinta nojo.

Ah, então você é repugnante...

Fiquei quieta. E fui para o guarda roupa fingindo não ter ouvido aquilo dela. Eu não sou repugnante. Ou sou? Deve ser por isso que o Biel terminou comigo...

Você vai perguntar o que ao Gabriel? - ela fugiu do assunto anterior.

Não respondi, apenas peguei minhas roupas da escola e minha toalha e fui em direção ao banheiro.

Responde!

Você não merece uma resposta alguma. Você não manda em mim. Você não vai receber nenhuma resposta minha, eu não quero mais lhe ouvir.

Ela ficou calada e um silêncio diferente ocorreu na minha mente. O silêncio que ela nunca tinha me proporcionado antes, o silêncio da verdade de minhas palavras.

 

Ash PDV

 

Eu bati na cara dele.

Sim! E bati com gosto!

Ele merecia! Enganar a minha amiga pra depois querer ficar comigo. Isso era repugnante!

“Mas o-o que?” - ele perguntou.

“Isso foi por você ser um idiota, covarde que não merece ninguém.” - gritei.

“Mas isso foi para que ficássemos mais juntos.” - ele se defendeu.

“A verdade pouparia a Bebeh do sofrimento e me pouparia da vergonha.”

“Vergonha?” - ele perguntou ofendido.

“Sim, vergonha por estar com alguém tão insensível.” - argumentei.

“Mas, eu me declarei.”

“Bom para você.”

“Não, não foi bom.”

“Bem feito então.”

“Você não me ama?” - ele perguntou. Mudando totalmente do assunto anterior.

Merda, eu não gostava do Gabriel, mas ele me amava, eu não quero machucá-lo mais tarde, então terei de machucá-lo agora.

“Não” - sussurrei.

“Precisava me dar um tapa para me rejeitar?” - sua voz estava se embargando em sofrimento.

“Dei-lhe um tapa porque merecia. Merecia para que acordasse e visse que o que fez foi estúpido. Enganar a Brenda para me conquistar, isso NUNCA iria acontecer!” - falei irritada.

“E como te conquistaria?”

“Não aprende?” - murmurei - “Com o tempo claro, acha que é fácil assim, Gabriel?” - acusei.

“Não, sei que não é fácil.” - ele sorriu - “Só achei que gostava de mim.” - o sorriso murchou.

“Eu gosto de você, mas não te amo, gosto de você como amigo. E tem a Bebeh, eu não aguentaria.”

“Quem liga para a Brenda?”

“EU LIGO!” - gritei - “E se você não é capaz de aceitar isso. Nunca me merecerá, para mim a amizade vem antes do namoro.” - falei.

“Desculpa.”

“Não quero que se desculpe. Só quero que saiba que nada dará certo. Você se precipitou demais, não deveria terminar com a Brenda e vir correndo assim... Por falar nisso, como ela está?”

Seu rosto entrou em choque.

“Preciso de sua ajuda...” - ele sussurrou.

“O que fez?” - assustada tentava adivinhar.

“Não fiz nada...” - ele travou. - “Só quero que não conte a ela.”

“E porque não contaria?”

“Porque estou pedindo...”

“E porque acreditar em mim?”

“Porque sei que você não contará.”

Sentei – me na pequena escada da varanda, não sabia se saia correndo. Não sabia se contava para ela. Não sabia se pegaria o bonde para o Rio de Janeiro... Só sabia de uma coisa: ele se declarou para mim e me deixou mais confusa ainda.

 

Mêeh PDV

 

Sou a única idiota nessa joça de escola?

Sim, cheguei cedo.

Na verdade, não, eles que iriam chegar tarde.

Tatinha e Federico já haviam chegado, mas sumiram... Mesmo. Cahzinha estava ao meu lado lendo um livro chamado Eclipse e eu estou aqui, sentada na cadeira, no refeitório daquela maldita escola.

Para melhorar ainda mais meu dia, Nicole chegou, mentira, que só piorou.

Desde aquele dia, que nem faz tanto tempo, em que eu estava conversando com o Douglas, parei de falar com a Cole, nem sabia mais de notícias dela.

“Melissa, preciso falar com você.” - vixi, lá vem merda para cima de mim.

“Claro, pode falar.”

“Pode ser em outro canto, preciso falar a sós com você.” - desculpa, menina, não sou lésbica... Pensei e ri mentalmente.

“Claro.” - respondi voando.

Fomos mais a frente numa mesa MUITO longe do povo.

“O que foi?” - comecei.

“Lembra quando estava me ajudando com o Douglas?” - ela perguntou apreensiva.

“Sim.” - respondi sem entender.

“Lembro-me de algo que ele disse...” - ela parou.

Fiquei tensa, o que ele disse que tinha a ver comigo e não com o acidente da Nicole?

Algo se iluminou na minha mente, entendi, e como não sou nada idiota, a resposta veio de imediato...

Minha expressão ficou fria, não queria pensar no que ela perguntaria a mim.

Ela viu a minha expressão e seu rosto ficou curioso, então ela se apressou a perguntar.

“Tem algo que você me esconde sobre sua suposta amizade com a Caroline?”

Isso eu não queria mesmo responder.

 

Beli... Ingrid PDV

 

Acordei mais tarde, estava muito cansada para pegar a primeira aula e, afinal, a primeira aula era minha querida Matemorra... Bufei.

Levantei da cama ainda sonolenta, tomei meu querido banho ainda sonolenta, troquei-me ainda sonolenta, penteei o cabelo... Adivinha! Ainda sonolenta... Tomei meu café, assisti um pouco de TV e depois que vi as horas, decidi sair.

“Tchau mãe.” - gritei andando em direção à porta.

“Tchau filha. Vá com Deus.” - minha mãe gritou de volta.

Claro, siga pela sombra, não fale com estranhos. Era o que ela deveria estar pensando.

Sai feliz em direção ao meu carro. Hoje encontraria todo mundo, de novo.

Estava feliz porque Douglas saiu do coma, porque ele se entendeu comigo, porque o Jake me ama.

E porque, sei lá... Sabia que estava feliz.

Entrei no carro, e o liguei, só que tinha uma coisa ruim em acordar tarde, era que eu estava longe do meu Jake. Acho que irei chorar. Mentira.

Ainda estava sonolenta, que difícil em! Liguei o rádio e começou a tocar “I gotta feeling – Black Eyed Peas” - e eu acordei, ainda mais, acordei dançando.

Cantando e dançando fui em direção à escola, era super divertido cantar sozinha.

Demorou uns dez minutos para chegar na escola, também peguei um trânsito meio chato. O sinal já havia tocado, pouca gente estava no refeitório. Estava com uma vontade linda de comer Tubes, mas a fila estava enorme, decidi esperar... Tá, enorme para mim, deveria ter umas seis pessoas, pois é, eu sou uma menina fresca quando estou com preguiça.

“Mas isso não pode ser sério...” - ouvi alguém falar.

“Mas é sério.” - Era a Mêeh?

“Nada disso. Teremos de falar com a Caroline.” - Nicole, espera, NICOLE.

Virei-me e vi as duas a umas duas mesas da minha distância. Elas estavam tão focadas em seu assunto que nem repararam que eu estava perto para ouvir.

“Mas e as meninas?” - ouvi a Mêeh reclamar.

“Elas que se virem, agora você que tem de arrumar isso.” - Nicole a ignorou.

“Mas não foi por minha causa que isso aconteceu!” - Mêeh se defendeu.

“Meia parte foi sim!”

“Merda, odeio quando essas coisas acontecem.” - Mêeh lamentou.

“Você vai ter que falar com ela.” - Nicole sussurrou, fui obrigada a ler seus lábios.

“Seu cu, que vou falar.”

“Meu cu não fala.” - se não estivesse tão interessada riria. - “Mas se as meninas descobrirem, disfarça, mente... Engana se for necessário.” - Enganar o caralho.

“Não faria isso, não é nada demais. Eu não vou falar com aquela desprezível da Carol.” - Ela falou o “Carol” como se fossem amigas brigadas. Espera, amigas?

“Carol... Claro... Ainda chama ela assim? Com tantas amizades em jogo?” - Comecei a encaixar os quadrados da discussão.

“Amizade?!” - Mêeh perguntou com nojo.

“Sim, amizade.” - Nicole jogou na cara dela. - “Vamos falar logo com a Caroline!” - Continuou.

“Eu me recuso.” - Mêeh cruzou os braços. Menininha teimosa, ela.

Levantei da mesa e fui chegando mais perto da discussão.

“Mêeh, você tem que acabar com isso. E se ela ainda gosta de você?” - Caroline? Gostando da Mêeh? O que eu perdi?

“Não crie esperanças falsas. Mesmo se eu vá falar com ela, ela me odeia. E eu a odeio.”

“Isso eu não posso dizer, pois...”

“Meninas, o que tanto querem falar com a Caroline?” - interrompi, chegando ainda mais perto da mesa.

Elas levantaram o olhar e levaram um susto quando me viram.

Isso seria interessante...

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Por mais difícil que foi escrever rápido...
Eu gostei. =]
espero comentários.
Beijos.



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