Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 7
Alguém.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei.



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POV: ASTORIA.

Quando aceitei toda aquela condição de me casar com Draco para que minha família pudesse ser rica novamente, eu não pensei necessariamente nas consequências. Eu sabia que seria assim, como sempre eu aceitaria uma condição ridícula que meus pais decidiram impor para que os mesmos possam ser felizes. É claro que casamento estava além do meu alcance, eles tinham ido longe demais com a ideia de me casar. Quer dizer, eu nunca mais vou poder ser a mesma, vou? Depois que me casar com Draco Malfoy, serei uma Malfoy para sempre, mesmo que me divorcie, serei sempre lembrada como a ex-mulher de Draco Malfoy.

Eu nunca tinha parado para pensar nisso até esse momento. Á tempos estava feliz demais para querer me preocupar com tais coisas. Casar não era mais um martírio para mim, pelo menos, não depois que conheci Draco melhor. Um cara adorável apesar de idiota, e frio, mas adorável, alguém que as pessoas deviam conhecer, se ele deixasse.

Ah, por favor! Eu quem fico ao lado de pessoas que não gosto e você quem fica de cara emburrada?- Draco me tirou de minha reflexão. Eu olhei para ele. Estava de cara fechada. Ainda estava irritado comigo por eu não ter avisado que chamaria Potter para a festa de casamento de minha irmã, mas se eu o avisasse, arriscava ele não ir.

Eu não estou de cara emburrada.- Eu disse, balançando a cabeça. Ele ergueu uma sobrancelha para mim. Estávamos sentados na mesa vendo as pessoas fingirem que estavam felizes enquanto dançavam. Draco até tentou me fazer ir para a pista de dança, mas eu não tinha a menor vontade.

Eu não acredito em você. Ultimamente você anda muito mentirozinha.- Ele disse, cruzando os braços.

Lá vem você de novo com o assunto do Potter. Já foi, Malfoy, já foi!- Eu disse, fechando a cara. Ele revirou os olhos.

Se eu soubesse que era só para tirar umas fotinhas, exibir um sorriso falso e ficar sentado na porcaria dessa cadeira, eu tinha ficado em casa, pelo menos lá eu não preciso parecer feliz e não preciso achar tudo lindo.- Ele disse, ainda de cara fechada. Eu revirei os olhos.

Então porque você não vai embora se está achando tudo tão ruim?- Perguntei. Eu não queria que ele fosse embora, é claro. Mas com certeza queria nunca mais ter de olhar para o seu pai. Ser humano nojento. Em plena festa vir me atazanar. Ouvi Draco suspirar irritado.

Como se fosse fácil assim, não é? Eu sou o seu noivo, querendo ou não, tenho uma imagem á zelar. Mas que droga, eu não podia ter ficado noivo de uma pessoa menos chata?- Ele perguntou, pegando a taça de uísque de fogo que estava em cima da mesa. Era só isso que ele fazia: resmungar e beber. A noite toda.

Eu não escolhi que fosse assim, ok? Por mim não estaria aqui, presenciando essa farsa. De todas as partes as pessoas só sabem fingir. Eu disse, encostando na cadeira. Estava irritada.

Você é uma Sonserina, devia estar acostumada com mentira. É tão boa em fazê-las. Ele disse. Olhei para ele. Não estava suportando mais ouvir sobre isso. Ele balançou a cabeça e bebeu mais, olhando para a pista.

Gostaria de poder mudar quem eu sou, mas não é possível. Estou presa á isso. E você está preso á mim. Mas que porcaria! Eu disse. Uma vontade absurda de chorar me dominou. Eu ia dizer que não tinha motivos, mas tem, tem um monte de motivos. Draco olhou para mim na mesma hora em que abaixei a cabeça. Ouvi ele suspirar de novo.

Eu nunca fui bom com esse tipo de coisa, mas se você quiser chorar, a gente pode sair daqui, eu prometo te dar meu ombro.- Ele disse. Eu sorri um pouco e olhei para ele. Estava mais próximo agora, tinha largado o copo na mesa e me olhava com atenção.

Porque você está fazendo isso?

Ouvi dizer que é isso que os amigos fazem. Somos amigos, não somos?

Somos. É claro que somos amigos. Mas eu não quis dizer isso, eu quis dizer: Porque você está sendo gentil comigo, o tempo todo, porque não me trata mal? Seria bem mais fácil lidar com a ideia do casamento se eu odiasse você. Algo pelo qual lutar. Agora... Eu não tenho nada.- Eu disse, encolhendo os ombros. A vontade de chorar ainda estava ali. Ele balançou a cabeça e pressionou nossas mãos juntas.

Você tem á mim, e á minha amizade. Sabe, Astoria, eu posso ser péssimo, cretino, idiota, para muitas coisas, mas de uma coisa você pode ter certeza: Eu nunca abandono um amigo. Não os que eu gosto muito, gosto de verdade. E eu nunca gosto muito de alguém, e eu gosto de você. Deve significar alguma coisa. Eu trato as pessoas que amo bem, porque eu sei que não ia suportar perder mais ninguém. Ele disse tudo isso de cabeça baixa e de voz falha. Nunca pensei que fosse ver Draco segurando o choro, estou vendo agora.

Sabe, Draco, se você quiser chorar, a gente pode sair daqui, eu prometo te dar meu ombro.- Eu repeti o que ele disse á alguns minutos atrás. Ele levantou o rosto e sorria. Seus olhos brilhavam.

Não precisa. Eu estou bem. A gente sempre fica bem, não é? Já estou acostumado com esse tipo de situação. E eu já tenho você do meu lado, o seu ombro é só consequência disso.- Ele disse, sorrindo. Soltou uma de minhas mãos, só para passar a sua pela extensão do meu rosto.- Você quer falar?

Falar?

Sobre o que estava te deixando mal.- Ele disse, ainda com o sorriso. Parou a mão no meu queixo e manteve meus olhos firmes no seu. Draco sabia como hipnotizar ou eu quem já estou completamente hipnotizada por esses olhos azuis cinzentos, que já foram frios e hoje são puro mar de verão, calmo e quente?- Quando eu estava mal, ia sempre para algum lugar calmo e ficava falando com o vento. Era bom para acalmar o estresse.

Acho melhor eu ficar calada.- Eu disse, tirando a sua mão do meu queixo para que eu pudesse baixar a cabeça. Ele não se opôs, mas suspirou. Eu não queria falar para ele que um dos motivos para eu estar mal era o seu pai. Draco já tinha problemas demais com o pai para que eu seja motivo de mais um.

Sou eu? A culpa é minha? Se for, eu juro que não foi de propósito.- Eu ouvi ele dizendo baixinho. Eu neguei com a cabeça, sorrindo. Draco era o motivo para que eu me acalmasse e não o contrário, apesar de ser um idiota e me fazer ficar irritada ás vezes. É estranho, a mesma pessoa que me acalma e conforta, me emburrece, enlouquece.

Não acho que você seja capaz de me magoar de propósito. O problema não é você.- Eu disse.

Vem cá.- Ele disse. Quando levantei o rosto, Draco estava de pé e estendendo a mão para mim, com um sorriso. Eu fiz uma careta.

Draco, eu já te disse que não quero dançar.- Eu disse. Ele revirou os olhos.

Eu não quero dançar com você, hoje não. Vamos ter tempo suficiente para desfrutar da dança depois. Não, agora eu só quero ficar sozinho com você, completamente sozinho. Eu nunca fico sozinho com alguém por muito tempo. Mas hoje eu preciso disso. Por favor?- Ele pediu. Eu sorri e peguei em sua mão. Draco me levou aos jardins, mas tinha gente demais lá.

Olá, eu posso falar com vocês dois? Como vão as coisas para o casamento? Podem nos dizer como se conheceram? Vocês namoram á muito tempo?- Rita Skeeter estava na nossa frente, fazendo mais e mais perguntas.

Porque você não vai gastar a merda do seu tempo enchendo o saco de alguém que não esteja louca de vontade de bater na sua cara? É mais cuidadoso com a sua saúde.- Eu disse, irritada. Draco gargalhou e balançou a cabeça enquanto a loira me olhava chocada. Puxei o braço de Draco. O único lugar vazio devia ser dentro da casa. Estava enganada. Estava cheio de casais se engolindo lá dentro. Eu olhei para eles com nojo. Só podiam ser amigos de Dafne. Depois os elfos teriam um grande problema para tirar essa bagunça toda, ainda bem que somos bruxos.

Eu espero que o seu pai não decida ver como está a filhinha dele exatamente agora.- Disse Draco quando entramos no meu quarto. Eu olhei para ele, confusa.- Não é muito bonito para uma menina tão jovem, e noiva, ter um homem eu seu quarto.

Mas e quando o homem em questão for o noivo? Acho que não tem muito problema.- Eu disse, sorrindo e me sentando na cama para tirar o sapato de salto. Estava moendo meu pé e meus dedos. Draco deu de ombros e se sentou em uma das poltronas que habitavam o meu quarto.

Seu pai. Ele me chamou para conversar depois da foto com o Potter. Eu não esperava que ele falasse aquelas coisas. Foi rude, é claro que foi, me assustou. Fico pensando que não quero que você se torne igual quando nos casarmos.- Eu disse, de cabeça baixa. Decidi que vou contar tudo pra ele. Ele precisa saber que confio nele para que possa confiar em mim.

O que o meu pai disse?- Ouvi barulhos e logo ele estava ajoelhado na minha frente, segurando as minhas mãos de novo. Eu não via seus olhos, mas pela tensão dos músculos de seu braço, eu sabia que estava irritado agora.

Parece que existe na cabeça dele uma enorme vontade de procriar a sua família. Malfoy's precisam nascer o tempo todo. Parece que esse casamento vai trazer um "status novo para a familia, pequena Greengrass".- Eu imitei a voz do Sr. Malfoy, fracassei, é claro.

E você não quer ter filhos?- Perguntou Draco, baixinho. Eu estava corando no segundo seguinte. É claro que eu queria ter filhos, crianças são lindas, e a responsabilidade de amar alguém incondicionalmente, para sempre e sem medidas me alegrava. Eu só não me imaginava entregando para Draco Malfoy, um cara que eu conheci á menos de 2 meses e que só ai casar comigo por causa de seus pais. É claro que eu já ouvir histórias de pessoas que trasaram com o melhor amigo, mas eu não sou assim. É triste saber que me preservei a vida toda para o amor da minha vida, e depois descobrir que terei de me deitar com Draco.

Não é nada disso. Você não vai entender. Você não estava lá, não viu o jeito que me olhou, ele me desafiou. É como se ele estivesse dizendo que eu nunca seria capaz de lhe dar um filho, um herdeiro, alguém pelo qual você e ele tenham que se orgulhar.- EU disse. Também não precisava citar que "Draco nunca foi o tipo de pessoa orgulho para mim, e você não é o tipo de garota que tem juízo, mas eu espero sentir pelo menos uma centelha de orgulho da criança Malfoy" o pai de Draco era um lixo.

Tudo bem.- Ele disse. Senti a cama mexer. Ele estava sentado ao meu lado. Levantei a cabeça para olhar nos seus olhos.- Escuta, ok?

Estou ouvindo.

Então presta bastante atenção: Esqueça tudo e qualquer coisa que meu pai te disse. Eu sei que é difícil esquecer, você está chocada, não quer me contar, tudo bem, eu entendo, mas por favor, esqueça. Ele é um idiota, e eu posso dizer com certeza no que estou falando, e nem sou o último á pensar dessa forma. Não importa. Eu quero que você esqueça. Eu estou aqui com você, e você não precisa tomar nenhuma decisão precipitada só porque está com medo de decepcionar o meu pai. Eu sou seu amigo e eu vou estar aqui sempre que você precisar. Não tenha medo de me contar o que sente, Astoria, eu vou ouvir, eu vou sempre tentar...

Decisão precipitada?- Ele sorriu para mim.

Não precisa fingir pra mim, ok? Eu nunca vou fazer nada que você não queira. Eu te disse: Posso ser babaca, mas eu cuido de quem eu amo.- Ele disse, dando um beijo na minha testa.- Acho que está na hora de eu ir agora. Boa noite, noivinha. Nos vemos amanhã, no bar. Durma bem.

Ele saiu do quarto.

Me deitei na cama.

"Eu cuido de quem eu amo".

Ele está cuidando de mim.

Será que eu fiz Draco Malfoy, além de se tornar alguém quente, alguém sociável, alguém que eu queira estar perto... Será que eu também fiz Draco Malfoy amar?

(...)


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Notas finais do capítulo

Fui.