Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 8
As coisas tem que mudar sempre.


Notas iniciais do capítulo

Percebi que o Nyah! tirou todos os tracinhos que iniciam um diálogo do capítulo anterior. Quero pedir desculpas e dizer que a culpa não foi minha. Um beijo.



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POV: DRACO MALFOY.

Sim, eu pensava nisso. Eu penso em Astoria e eu deitados numa cama se amando o tempo todo. Sim, amando, porque entre mim e Astoria tem que ter sentimento, e a gente ama os amigos. Ela me ensinou isso.

Penso nisso o tempo todo, em seus olhos escuros me olhando no ato, em suas mãos me apertando, sua voz no meu ouvido. A ideia de ter Astoria para mim, só para mim, fazê-la minha, me alucina todas as noites e eu vou dormir assim: pensando nela.

Mas agora a coisa é outra. Ela não falou, mas é claro que ela é virgem. Dá pra ver nos seus atos, na sua timidez disfarçada de ignorância(também aprendi á desvendar os sentimentos de Astoria), Astoria era virgem e sentia medo.

– Eu não quero falar sobre isso.- Ela disse. Estávamos naquela praia onde eu vim no dia em que nos falamos pela primeira vez. A praia que sempre foi meu abrigo nas noites de insônia. Hoje era dia, e ela continuava vazia. Achei que seria uma coisa boa levá-la para esse lugar. Ela adorou. Era uma forma de fazê-la confiar em mim.

– Nós somos amigos ou não somos?- Perguntei. Ela sorriu para mim, balançando a cabeça.

– Amigos tem de ter limites. Acho que eu devia ter te contado isso antes.- Ela disse, dando de ombros.

– Pois não contou, e se eu não tenho limites, a culpa é unica e exclusivamente sua, sendo assim, não é justo comigo, que não sabia das regras.- Eu disse abraçando os meus joelhos. Ela revirou os olhos.

– Draco, isso é coisa de garota.- Ela disse, revirando os olhos de novo e olhando para o horizonte. Devia ser quase o pôr-do-sol pois o céu já estava começando á ficar laranja. Seus cabelos ficavam meio avermelhados á essa luz, seus olhos ficavam mais claros num tom mel e sua boca mais rosada. Astoria era linda á luz do dia e encantadora á luz do luar. Os trouxas não sabiam que estavam perdendo uma perfeita miss.

– Astoria, isso é importante pra mim também, envolve á mim também.- Eu disse. Ela corou e olhou para a areia, começou á mexer nela com os seus dedos magros. Eu suspirei. Estava tentando convencer Astoria á me contar o que a deixava com medo na relação.

– Se você quiser adiar o casamento, para que esteja preparada, eu aceito.- Eu disse, depois de um tempo. Essa devia ser a solução óbvia.

– Eu... Eu... Não é isso que eu quero... Eu queria que você... Queria que...- Ela gaguejou. Olhei para ela. Desde quando Astoria gagueja? Bem, ela está mesmo nervosa.

– Diga.- Eu disse, olhando para o rubor em suas bochechas.

– Você vai ficar irritado.

– Não existe nada que me irrite mais do que ficar na curiosidade.- Eu disse, colocando os braços para trás e me apoiando nos cotovelos, me esticando para ficar deitado na areia quente enquanto via o sol se pôr. Ouvi Astoria suspirar, mas não me virei para ver sua expressão.

– Bom, você já sabe que eu não estou preparada, isso é óbvio pelo jeito que você fala.- Ela começou á dizer, sua voz era forte e determinada, ela não ia parar na metade do discurso, ela iria até o fim.- Você sabe que todo esse casamento só está acontecendo para que nós ajudemos nossa família, nós devíamos nos odiar e não virarmos amigos por isso.- Ela continuou. Eu olhei para ela agora.

– Está arrependida de ter virado minha amiga?- Perguntei. Minha voz saiu mais fria do que eu esperava e ela encolheu os ombros.- Porque se for isso, eu posso resolver tão rápido quanto você não espera e...

– Não foi isso que eu quis dizer, Draco, será que pode me deixar continuar?- Me voltei para o mar novamente. A lua já estava querendo tomar posição e o frio já estava começando á chegar. Amanhã começaria, definitivamente, o inverno, mas já chovia muito e fazia frio. Inglaterra!

– Estou esperando.- Eu disse. Ela suspirou de novo.

– Eu não me arrependo de ter me tornado sua amiga, você é um grande amigo, sabe disso. Mas não passa disso.- Ela disse. Eu olhei para ela de novo, depois para a aliança em seu dedo.- É tudo pela família.- Ela disse, escondendo a mão em sua jaqueta. Eu dei de ombros desajeitado. Ela balançou a cabeça.

– Continue.- Eu disse.

– E se for assim, se for só pela amizade... Amigos não costumam dormir no mesmo quarto... Amigos não costumam ter relações sexuais e... Eles não costumam se apaixonar.- Ela disse. Eu ergui a sobrancelha para ela.

– Está me propondo um casamento á base de amizade e cama vazia?- Eu perguntei, me sentando e a encarando. Ela abaixou a cabeça.

– Nós devíamos nos odiar, Draco.- Ela disse. Eu dei de ombros.

– Isso não quer dizer que eu não queira ter alguém para dormir comigo á noite.- Eu disse. Como se ela não dormisse comigo todos os dias á noite, em meus sonhos.

– Tudo bem, a mesma cama, o mesmo quarto, isso parece um pouco normal para amigos...

– Esqueça a amizade, Astoria. Estamos falando de um relacionamento.

– Amizade é relação.- Ela disse, me olhando, seus olhos eram tristes. Eu suspirei.

– Então você quer propor á mim que nós continuemos amigos para sempre?- Perguntei, sorrindo cínico. Isso parecia coisa de mocinha adolescente.

– Estou propondo que eu e você não transemos.- Ela disse, depois de uma respiração funda. Eu suspirei.

– Nunca?- Eu perguntei fazendo biquinho. Eu parecia altamente gay, mas caramba, eu a queria!

– Nunca é tempo demais.- Ela disse, sorrindo para mim e piscando.- Por hora, é isso.

– Aceito. Uma hora você vai se render á mim, mesmo.- Eu disse, dando de ombros. Ela gargalhou, jogando areia em mim. Eu olhei para elaa, fingindo irritação.

– Diz pra mim que você não jogou areia no meu belíssimo cabelo loiro e liso?- Pedi, fingindo irritação e cravando meus dedos na areia escura. A noite já era escura e cheia de estrelas. Astoria olhou para minhas mãos e arregalou os olhos.

– Opa.- Ela disse.

– Corre.- Eu mandei. E ela correu. Larguei a areia no chão e corri atrás dela.

Nós parecíamos duas crianças, brigando na areia, correndo na praia, gargalhando, se escondendo, desviando, caindo um em cima do outro.

– Opa, te peguei.- Eu disse, quando ela caiu e eu caí por cima. Ela gargalhou em baixou de mim, e tentou me empurrar para longe em meio ás gargalhadas, ela não conseguiu. Eu gargalhei quando ela fez biquinho para mim, então tinha areia nos meus olhos e ela já corria de novo.

– Pegou, é?- Ela perguntou, quando estava á metros de distâncias de mim. Eu gargalhei para ela, me apoiando nas mãos enquanto via suas mãos cheias de areia e ela rindo para mim, ameaçadora.

– Um dia da caça, outro do caçador, é o que dizem.- Eu disse, levantando e batendo nas roupas cheias de areia. Mamãe enlouqueceria quando eu entrasse em casa desse jeito, era areia demais para ela suportar em sua casa. Mamãe detesta sujeira. Eu ri quando imaginei sua expressão, quando eu dissesse que a culpa era de Astoria, ela gargalharia e diria "parecem crianças", e sairia balançando a cabeça. Mamãe aprendeu á gostar de Astoria, também.

– Vamos deixar isso tudo resolvido: Eu sou a caça?- Perguntou enquanto eu me aproximava dela, ainda sorrindo. Eu concordei com a cabeça e ela mostrou a língua para mim.

– A caça costuma fugir do caçador, sabia?- Eu disse, me sentando de novo na areia, relaxando. Ela suspirou. Eu não queria que a frase tivesse duplo sentido, mas fazer o quê? Parece que tudo que eu falo tem um duplo sentido quando é analisado. Astoria deu de ombros.

– O caçador ás vezes tem coração bom o bastante para deixar a caça fugir. Foi assim com a Branca de Neve.- Ela disse.

– Branca que quem?- Perguntei. Ela revirou os olhos.

– Deixa para lá.- Ela disse. Se aproximou de mim e colocou a cabeça no meu ombro, suspirando.- Está tudo tão lindo.

– Está falando do lugar ou de nós?- Perguntei, colocando o braço ao redor de seu corpo. Ela balançou a cabeça.

– Ambas as coisas.- Ela disse, depois olhou para mim. Seu rosto estava perto o bastante, se eu quisesse, podia beijá-la aqui, agora, mas não o fiz.- Queria que nada mudasse.

– Não precisa mudar, quanto á relação de amizade, eu quero dizer.- Eu disse. Ela suspirou.

– As coisas sempre mudam.- Ela disse.

– As coisas tem que mudar sempre.- Eu disse, dando de ombros. Ela suspirou de novo.

– Esse é o tipo de lugar que merece um beijo apaixonado.- Ela disse, com um sorriso maroto. Eu pisquei para ela.

– Isso foi uma indireta?- Perguntei.

– Você já foi mais inteligente, Malfoy.- Ela disse, se jogando em cima de mim e prensando seus lábios nos meus.

Nunca imaginei esse lugar como um lugar romântico. Mas é como eu disse: As coisas tem que mudar sempre.

(...)


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Grandezinho esse.