Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 13
Eu sinto muito.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, agora eu vou postar muito porque já rô de fériaaaas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/429902/chapter/13

POV: ASTORIA.

Estava tudo tão, mas tão, mas tão perfeito! Tudo bem que eu preferia amar a pessoa que estava me esperando no altar, não que eu não ame o Draco, o amo de outra forma, mas estava tudo perfeito. Nada fora do lugar, tudo como eu sempre sonhei, exceto pela parte do noivo.

Estava tudo perfeito até Thamyris vir falar comigo com aquela expressão preocupada. A festa do casamento tinha acabado de acontecer e eu estava tão feliz, e então essa expressão. Ela me pegou desprevinida.

– O que foi, Thamyris, aconteceu alguma coisa?- Perguntei. Eu vi Draco engolir em seco e lhe lançar um olhar mortal.

– Eu preciso falar com você.- Ela disse, segurando o meu braço, mas Draco apertou a minha cintura pra que eu me mantesse ao seu lado.

– Eu acho que Astoria tem outras prioridades agora, Thamyris, que tal outra hora? Temos convidados para receber.- Disse Draco, me puxando para as mesas de convidados, mas a Thamyris não tinha soltado o meu braço e me olhava profundamente.

– Eu tenho mesmo que falar com você agora.– Disse ela. Eu olhei para Draco que tinha uma expressão pálida. O que quer que seja que a Thamyris vai me contar, ele não está satisfeito que eu saiba.

– Draco, você conhece mais pessoas do que eu aqui, e eu tenho que tirar a calda e a saia do vestido, diga que fui ao banheiro, sim?- Eu pedi. Ele olhou para Thamyris.

– Você não vai querer fazer isso, você não quer um escândalo.- Ele disse pausadamente. Thamyris deu um sorriso frio em direção á Draco que até eu tive medo.

– Pensasse nisso antes, querido. Vamos, Asty.- Disse Thamyris. Enquanto ela me rebocava para dentro da mansão Malfoy, para um lugar reservado, eu pensava sobre o que Thamyris falou. O que Draco tinha feito que causaria um escândalo?- Tudo bem, vamos lá.

– Espero que valha á pena.- Eu disse enquanto tirava a saia do vestido e esperava ela começar á falar. Thamyris respirou mais algumas vezes antes de se sentar num banquinho e abrir a boca.

– Astoria, eu sei que esse é um dia especial para você e não quero, de jeito nenhum, estragá-lo. Também não quero que isso tudo se transforme num escândalo. Mas além de tudo isso, eu não quero te ver enganada e iludida nesse casamento, você merece saber o que acontece o tempo todo e se o seu atual marido não é capaz de abrir a boca e contar a verdade, eu farei isso, é melhor do que ser outra pessoa porque eu tenho certeza que eles não foram discretos.- Disse Thamyris com uma careta. Eu desabei no banquinho e engoli em seco. Eles não foram discretos. A frase rodava na minha cabeça como um pião.

– O que o Draco fez?- Perguntei. Com quem ele fez?

– Você não devia ter convidado Pansy Parkinson sabendo de sua fama, Astoria.- Foi a única coisa que Thamyris falou, mas esclareceu a minha mente um bocado.

Pansy Parkinson estudou com a minha irmã em Hogwarts e Dafne sempre deixou bem clara a sua opinião sobre a garota: ela é um lixo. Dafne sempre se fez de amiga dela porque acha mais seguro ter o inimigo ao seu lado, assim pode espiar seus planos sórdidos. Entre eles estão inclusos sempre: roubar o namorado alheio. Pansy não se interessa por garotos que estejam solteiro, isso não é para ela. Com certeza não. Você tem que estar comprometido para que Pansy Parkinson o queira. Essa regra nunca incluiu Draco: eles namoraram na adolescência, me lembro de tê-los visto juntos uma vez ou outra. Mas foi a única vez em que Pansy foi o que pode se chamar de "culta". Depois dessa fase virou uma completa vadia. Pelo que eu sei, ela ficou muito chateada por ter terminado o namoro com um Malfoy e decidiu que nunca mais se apegaria. Na época ela pensou que Draco tinha se envolvido com alguma outra menina e por isso não a queria mais, então decidiu que também faria as outras meninas pagarem por isso. Eu não a convidei, seu nome é famoso então acho que meus pais fizeram esse grande favor por mim.

– Me conta.- Eu disse enquanto colocava as mãos na cabeça. Eu esperava ouvir um triste Draco te traiu com aquela vadia. E eu juro, o mataria.

– Ela quem chegou nele, não estou aqui para defender Draco porque tenho plena consciência de que ele podia mandá-la embora se quisesse. Na verdade, se eu não tivesse chegado, tenho certeza que tinham se agarrado. Mas eu cheguei, Asty. Eu vi que ela colocou um cartão no paletó dele, mas acho que ele não sabe dessa parte, porque você não procura saber o que tinha escrito? Deve ser o quanto ela cobra pelo programa.- Eu dei um sorrisinho, eu e Thamyris tínhamos nossa piada interna sobre Pansy Parkinson, claro.- Mas por outro lado, Astoria, talvez ela esteja apenas querendo aparecer. Talvez ela ache que foi você que fez ele terminar com ela naquela época, talvez ela queira que você pague pelo que ela sofreu, com o mesmo homem, entende? Mas ainda acho que Draco foi um cachorro. Mas eu bem sei que você tem um xodó por cachorros.

– Ah, mas eu só tenho xodó por cachorros que se comportam, Thamyris querida. E o Draco, ah, ele está muito mal comportado. Vamos para a festa.- Eu disse, puxando-a pelo braço.

– O que você vai saber? Ele sabe que eu te contei porque o avisei disso.- Disse Thamyris.

– Ótimo, vamos ver o quanto ele consegue ser cínico.- Eu disse. Ela concordou com a cabeça. Mas eu não precisei de muita coisa. Quando chegamos no salão, Draco, Blásio, Goyle, Pansy, Dafne e Theodore Nott estavam conversando animadamente. Maravilha.

– Vocês demoraram.- Foi a única coisa que Draco disse quando nos aproximamos. Estava com uma cara preocupada e séria, acho que ele acredita que eu vou fazer um escândalo. Eu não sou dessas, Draco Malfoy. Abri o meu pior sorriso cínico e ele fez uma careta. Ele sabia que estava muito encrencado.

– Não é tão fácil assim ser mulher, querido. Quando nós casarmos você vai ter que esperar muita coisa.– Eu disse piscando um pouco. Draco suspirou e olhou para Thamyris com raiva, mas Thamyris estava muito ocupada puxando um Blásio sorridente para a pista de dança.

– Certo. Astoria, esses são meus colegas de Hogwarts, Theodore, Goyle e Pansy. Você os conhece.- Disse ele, apontando os amigos. Dafne revirou os olhos e foi atrás de Caleb com Liam, dei de ombros. Sorri para os colegas de Draco.

– O Draco nunca me fala nada de vocês, exceto por Goyle, vocês parecem ter sido grandes amigos. Lembro dessa época em Hogwarts.- Eu disse, apertando a mão, agora não tão gorda assim, de Goyle que sorriu desajeitado.

– Ah, nós também não ouvíamos nada de você. Parece que vocês não eram tão amigos assim em Hogwarts, não é?- Perguntou Pansy, mas ela também sorria cínica. Eu abracei a cintura de Draco enquanto sorria, o sorriso dela vacilou um pouco.

– Eu e Draco não acreditamos que para que uma relação seja estável e boa precisem de tantos anos assim de conhecimento.- Olhei para Draco dessa vez. Agora eu tenho certeza que a raiva transparecia meus olhos.- Pelo pouco que conheço dele, sei muito. Apesar de ele fazer coisas decepcionantes o tempo todo. Algumas são piores que outras. Mas eu não vou ficar falando dele aqui, temos muito o que conversar. Quero pedir licença, vamos dançar, querido?

– Claro.- Draco disse. Eu o puxei para a pista de dança.- Não precisava ficar soltando indiretas.

– Não precisa.- Eu concordei.

A minha garganta tinha um nó. Ele me trairia se Thamyris não tivesse chegado e isso é fato. Draco não me ama e eu nunca pedi isso, também não o amo, é claro. Mas eu odeio traição. Odeio que mintam pra mim. Odeio confiar nas pessoas e ser decepcionada. Hoje devia ser o dia mais especial da minha vida e a existência de Draco nele o tornou terrível. Tanto por ser ele o noivo, alguém que eu não amo e não desejo ter pra sempre ao meu lado, não mais. Tanto por ter feito isso.

– Astoria, não aconteceu nada. Não sei o que Thamyris disse mas...

– Se você espera que eu acredite em você e não em Thamyris, desista, Draco.- Eu disse, enquanto colocava os braços ao redor do pescoço dele e escondia meu rosto em seu peito. Eu sei que estava morrendo de chorar e ficar olhando pra ele pioraria as coisas. Sentir seu cheiro não estava ajudando em muita coisa...

– Mas não aconteceu e...

– Porque a Thamyris chegou. Draco, nós conversaremos sobre isso depois, agora me deixa aproveitar o pouco que você não estragou da minha cerimônia de casamento.- Eu disse. Draco parou de dançar, eu sabia que minhas palavras tinham atingido ele como um tapa, mas eu não me importei, eu não quero me importar.

(...)

Eu e Draco nos beijávamos e sorríamos para as câmeras e para as pessoas, mas quando nos despedimos dos convidados e aparatamos para a Praia, parecíamos completos estranhos. Eu suspirei olhando aquele mar e aquela lua. Nem eles conseguiram me tirar a vontade de chorar e então eu desabei. Draco tentou me consolar, mas o mandei ir embora. E ele foi. Aos suspiros, Draco Malfoy entrou na casa onde vamos viver para sempre e me deixou ali na areia, chorando tudo o que tinha para chorar. Toda a decepção. Agora não tem mais volta: Estou presa á ele para sempre, estamos casados e eu terei que dormir na mesma cama que ele todos os dias, acordar e olhar para a sua cara, assinar seu sobrenome no meu. Eu soluçava de tanto chorar. Eu não quero, eu nunca quis casar desse jeito, eu fiz isso pela minha família e pela dele, eu o escolhi entre os outros porque achei que ele fosse diferente e de fato ele é: a diferença é que os outros não flertariam com outra mulher no próprio casamento.

A cerimônia toda eu imaginava que as pessoas me olhavam rindo, pensando no quanto eu estava sendo babaca me casando com um cara que não quer nada comigo além de me levar para a cama: porque é isso que parece, que Draco só quer me levar para a cama. E eu me sinto suja pensando que um dia isso terá de acontecer, seja porque eu serei fraca demais para resistir aquela porcaria de sorriso lindo, ou porque simplesmente precisaremos fazer isso.

Me levantei da areia e fui andando para a praia. Eu entrei na água de vestido e salto, não me importei. Lá dentro, eu fui tirando uma á uma as peças que usava: brincos, anéis, e colares, joguei os na areia. Me virei para o alto mar e comecei á tirar o véu, este eu deixei lá, na água, e o vi sendo levado pelas ondas. Tirei o sapato de salto e também o vi afundar na água. Meu vestido servia de boia e eu o tirei. Ele foi flutuando até o fundo do mar. Eu mergulhei. Eu fiquei lá o máximo que o meu fôlego conseguiu. Eu não queria me afogar, nunca me suicidaria por causa de Draco. Mas não é por ele: é pela vida que eu não vou ter mais. Isso é uma vida? Viver ao lado de Draco imaginando o tempo todo que enquanto eu estou em casa pensando nele, ele está na cama com outra? Enquanto eu cuido de uma criança loira, ele está fazendo promessas para uma loira gostosa na rua? Não. Eu não quero isso para mim.

Quando me virei para a areia ele estava lá, sem o paletó e os sapatos. A roupa de dentro estava meio desabotoada e sua gravata estava solta. Sua calça estava dobrada até a altura dos joelhos e ele segura uma toalha e um copo de whinsky. Ele tinha uma expressão triste e magoada. Seus cabelos não estavam mais arrumados. Eu bufei mas continuei andando para a areia. Eu não me importei em estar apenas de lingerie. Que se dane: uma hora eu teria que me deitar com ele, querendo ou não. E eu vou viver com ele, então...

– Ah, quanta gentileza sua, querido. É tão bom saber que estou casada com um homem tão prestativo e amoroso como esse. Alguém que eu posso confiar.- Eu disse, com sarcasmo. Minha voz falhava por causa do chorou. Me enrolei na toalha que ele me entregou enquanto via ele beber do whinsky.

– Acho que nós precisamos conversar.- Ele disse enquanto eu começava á andar em direção á casa.

– Ah, você acha?- Eu perguntei, abrindo a porta da grande sala da mansão. Eu bufei para aquela magnitude toda. Era linda a casa, mas não me importa. Não quero mais saber de nada disso. Eu fui em direção ao quarto que eu destinei: seria nosso quando nos casássemos. Era o maior da casa e tinha vista para o mar e para as árvores do outro lado da ilha onde ficava essa praia paradisíaca. Procurei uma roupa para vestir no closet, peguei a primeira camisola que eu vi e entrei no banheiro.

– Astoria, por favor, para com isso.- Eu ouvi sua voz abafada na porta do banheiro. Eu entrei na banheira vazia e liguei a torneira. Fiquei lá, de olhos fechados e as lágrimas escondendo pelo rosto. Eu soluçava de novo pensando no que seria a porcaria do meu futuro enquanto a banheira se enchia. Draco usou alohomorra para entrar no banheiro e suspirou quando me encontrou dentro dele, ainda de lingerie e chorando enquanto a banheira já estava na altura do meu pescoço. Ele fechou a torneira e se sentou na ponta da banheira.

– Pode, por favor, sair daqui?- Pedi, apontando para a porta. Ele negou com a cabeça.

– Não. Eu não vou á lugar algum, Astoria.- Ele disse, e colocou a mão na água. Pegou um montinho de água e jogou levemente pelo meu rosto, limpando a maquiagem borrada.- Você não vai me deixar falar?

– Eu não quero ouvir você.- Eu disse e ele suspirou.

– Então você poderia simplesmente ouvir a porcaria do meu...

– Do seu?- Incentivei quando ele hesitou. Ele parou de me molhar para me olhar, triste.

– Meu coração, Astoria. Eu gosto de você, gosto de verdade de você. Não vou te dizer que não cogitei a ideia de fugir daquele casamento e me jogar numa porcaria de uma cama com Pansy naquela hora, mas isso tudo porque eu sou um idiota, porque eu sou homem.

– Não coloque a culpa nos homens, você é o cachorro aqui.- Eu disse, fechando os olhos de novo enquanto ele voltava á me olhar.

– Bom, que seja. Mas mesmo assim, eu fiquei. Talvez tenha sido só porque Thamyris me impediu, e eu tenho que agradecer á ela por isso. Mas eu fiquei. Eu sempre fico pra você. Astoria, eu estou fazendo tudo á meses por você. Eu comprei essa casa, eu comecei á trabalhar, eu mudei, eu mudei demais. Tudo por você.

– Eu não te pedi pra fazer nada disso.

– Sei que não. Mas eu simplesmente fiz. Porque eu realmente gosto de você. Eu estou feliz por estar casado com você, mas a relação da gente vai ficar impossível se você continuar chorando como uma louca de tão arrependida.

– A nossa relação ficou impossível quando você fez aquilo no casamento, Draco. Como você acha que eu estou me sentindo sabendo que todo mundo viu o meu noivo flertando com a maior puta de Hogwarts? Eu tenho certeza que todas aquelas pessoas riam de mim enquanto me viam andar por aquele altar como uma idiota. Ou choraram de tristeza pela certeza do que vai ser a porcaria da minha vida.

– Astoria...

– Draco! Eu vou ter que ficar todos os dias me perguntando se você não está com outra mulher enquanto eu cuido da porcaria dos nossos filhos!- Abri os olhos para ralhar com ele.- Não tem mais como confiar.

– Eu sinto muito.- Foi a única coisa que o Draco disse antes de abrir a torneira de novo e me deixar sozinha no banheiro.

(...)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero reviews nessa bagaça, viu? rum :)