Damon e Elena se recuperavam das dores ainda, enquanto sentavam próximos a lareira. Caroline, Bonnie e Jeremy sentaram em volta, após buscar alguns livros que pensaram que pudesse ajudar. Katherine foi preparar um café. Percebeu que a noite iria ser longa. Jamais tinha visto coisa igual, por toda sua existência. Era uma força incompreensível, que parecia ter vida. A luz interna parecia um enorme coração pulsante.

Entrou na biblioteca perguntando se tinham alguma informação útil, informando que o café estava pronto. Todos se levantaram, enchendo as canecas, e trocando ideias do que poderia ser aquilo. Bonnie perguntou se Caroline já havia conseguido falar com Stefan, e então, ela tentou novamente, sem sucesso.

Passaram horas pensando, calculando, pesquisando e não chegavam a nenhuma conclusão lógica. Sabiam que era magia, tinham certeza, na realidade. Então Katherine lembrou que Jô poderia saber de algo. Mas, pra isso, teriam que pedir ajuda a Alex ou Adrienne. Pois ela não tinha os contatos dela.

O celulares de Alex e Danny estavam desligados, e Stefan e Adrienne continuavam sem atender.

— Ok, agora eu estou oficialmente preocupada! - Caroline falou ao desligar o telefone. - Stefan nunca fica sem atender e muito menos tanto tempo sem retornar. E mais estranho ainda, os dois não atendem! Eu vou lá ver o que houve!

— Vou contigo! Se aconteceu algo com meu irmão, preciso fazer alguma coisa! - Damon se adiantou.

— Eu também vou, não vou ficar aqui parada esperando notícias! - Katherine também se manifestou.

Elena, ainda estava fraca, pela dor que sentia, mas, não era de ficar pra trás, e acabou sugerindo. - Por que não vamos todos? Se aconteceu a mesma coisa, ou algo pior por lá, nem sabemos o que houve, não adianta nos separarmos.

— Isso é verdade. Vamos todos. - Bonnie concordou.

* * *

Daniel chegou na suíte e percebeu uma movimentação diferente nos móveis. Foi até o terraço, devagar, conferir se havia alguém, e certificou-se que não. Mas, reparou algumas peças jogadas no chão. Um casaco próximo a escada, um par de sandálias que ele tropeçou e percebeu que Adrienne ainda estava por lá. Desceu em silêncio, e foi direto pro quarto. Estava cansado, o Club bombou e Stefan fez falta no bar, mesmo tendo sido substituído. Era divertido quando trabalhavam juntos. Desligou o celular, tomou um bom banho e foi dormir.

Pela manhã, a campainha do interfone tocava, estridente, no ouvido dele. Xingou todos os deuses, e levantou pra atender.

— Caroline? Ahn... Sim, pode deixar subir, sim. Obrigado.

Levantou-se assustado, lavou o rosto rapidamente, escovou os dentes e vestiu um short pra recebê-la. Surpreso com a visita aquela hora da manhã. Pensou que podia ser só pela curiosidade, mas, lembrou que ela tinha voltado pra casa. Devia ser sério. Abriu a porta e Caroline entrou afoita.

— Cadê o Stefan?

— Bom, eu acho que ainda está no quarto, dormindo. Aconteceu alguma coisa? Ahn... por que vocês...

Elena e o restante, vinham logo atrás dela, no mesmo ímpeto. Mal terminou de falar, Caroline batia na porta do quarto de Stefan, que estava trancada. A porta se abriu, com Stefan, meio sonolento, ainda vestindo a camiseta e Adrienne logo atrás, terminando de fechar um dos botões da camisa do pijama dele, que ela vestia.

— O que houve, Caroline, o que é isso? O que você tá fazendo aqui tão cedo? Quer dizer, todos vocês?

— Stefan, graças a Deus você está bem! Tentei falar com vocês a noite toda, e... O que aconteceu, por que vocês não atenderam o celular? - perguntou afoita, mas, logo concluiu. - Er, bem, não precisa explicar! - parou de questionar assim que viu Adrienne atrás.

Stefan e Adrienne se olharam e riram, cúmplices. Nem lembraram do aparelho, tinham deixado no terraço, em modo silencioso, em cima de uma bancada, pra não serem incomodados por nada.

— Deve estar no terraço. Mas, por que vocês estão aqui? - Ele respondeu, sorrindo.

Enquanto Caroline questionava os dois, Elena voltava a sentir a dor imensa no peito. A pontada havia voltado, com menos força, mas, estava ali, sufocando, impedindo-a de respirar. Segurou o braço de Damon, como apoio, que prestou atenção naquilo. Os olhos dele ficaram vermelhos de ódio, e ele percebia que o que Elena sentia era ciúme, novamente, de Stefan.

— Bom, já vimos que eles estão ótimos e estavam bem ocupados. Vou embora.

— Espera, Damon, o que vocês acharam que teria acontecido? Vão contar ou terei que adivinhar? - Stefan tentou saber, mais uma vez.

Com o movimento brusco de Damon, Elena perdeu o equilíbrio, chamando atenção de Bonnie que estava ao lado.

— Oh, não, de novo não! Está acontecendo de novo! Jeremy!

O rapaz segurou Elena, que quase se contorcia, mas, dessa vez não havia força externa. Apenas a dor, e a fúria nos olhos de Damon. Bonnie voltou a repetir o feitiço pra aliviar o sofrimento de Elena, mas, como não sabia o motivo daquilo, não podia fazer mais.

Adrienne correu em auxílio, questionando, e foi Katherine que explicou o que houve na noite anterior. Os três, que não sabiam, ficaram estarrecidos com o acontecimento, e se lamentaram de não poder ajudar antes. Adrienne tentou lembrar de algo que tenha vivido e de repente houve um estalo na memória.

— Há séculos ouvi uma história de uma energia assim. Que assolou uma aldeia inteira! Um sentimento de ódio de uma mulher traída, foi consumindo dentro dela, e uma energia perdida se apoderou desse ódio, fazendo com que todos se destruíssem. Mas, não pode ser a mesma coisa, o espírito foi derrotado, pelo que eu saiba.

— Nossa, que coisa horrível! Mas, não deve ser, mesmo, a mesma coisa, não é Elena, você não é como essa mulher, certo?! - Caroline tentava aplacar os ânimos.

— Será que não, Caroline? Se me lembro, isso começou quando os dois pombinhos estavam brigando, enlouquecidos de ciúmes um do outro. - Katherine interviu, pensativa.

— Mas, ninguém tem tanto poder pra isso! O que houve com essa energia, Adrienne? - Bonnie questionou, depois que Elena já respirava melhor.

— Gente, eu não sei se é a mesma coisa, e nem sei se isso existe mesmo. Foi uma lenda que ouvi, fofoca de empregados de uma fazenda onde fiquei. Coisa que os pais contam pra assustar as crianças que não obedecem, sabe?! Tipo “se não obedecer a mamãe, o espírito ruim vem puxar seu pé” - Adrienne tentou justificar.

Mas, no fundo, ela lembrava muito bem. A história veio toda na memória, e ela sabia, Elena estava se corroendo de ciúmes de Stefan, há dias, e de uma forma ou de outra, poderia estar ligada com isso. - Gente, desculpa, preciso me vestir, me dão um minuto?

Todos assentiram e Stefan foi pro quarto com ela, terminar de se vestir também. Quando fechou a porta, perguntou a Adrienne se ela achava possível que fosse a mesma coisa e então, ela respondeu:

— Precisamos ligar pro Klaus!