Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 35
Help I’m alive *




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Adrienne começou a despertar e estranhou o silêncio. Procurou o relógio, ainda de olhos fechados para ver a hora, e logo em seguida se lembrou, não estava em casa. Levantou num pulo. O sol já estava alto, e não percebeu por causa das cortinas pesadas e escuras, deixando o quarto quase na penumbra.

Jogou água no rosto pra despertar e saiu, procurando Katherine, que ainda estava de porta fechada. “Será que todos aqui dormem demais?”, ela pensou, mas, viu a porta do quarto de Stefan aberta. Olhou pro quarto, ele não estava, então desceu.

— Bom dia! – Ele falou assim que a viu, estendendo uma caneca de café. – Dormiu bem, pelo visto, não é?!

— Bom dia! Acho que passei da hora, até você, dorminhoco, acordou antes de mim!

— Estava pensando em ir em casa pegar algumas coisas, já que vamos passar esses dias aqui e não trouxemos nada, que acha?

Adrienne sorriu e concordou. Se atentou, na verdade, ao que ele disse “em casa”. Ficou feliz que Stefan já considerava sua nova moradia como um lar. Deixaram um bilhete de aviso, e saíram. Ele sugeriu que fossem correndo, já que não estavam de carro, e não era tão longe, assim aproveitariam pra fazer o exercício diário. Ela aceitou e foram. Chegaram em casa, Alex já tinha saído e Danny lia o jornal. Foram pra cozinha, se alimentar primeiro.

— Hey! Olha isso! Quer dizer, ouçam. – Danny falava empolgado – Eclipse solar anular, próximo dia primeiro. Ou seja, daqui alguns dias. É um evento natural, não é? Por isso que o tal Silas ainda não apareceu, deve estar se preparando!

— Mas… ué… como as bruxas não sabem disso, Danny? – Adrienne pergunta intrigada.

— Aqui diz que é um evento isolado, somente visto ao sul da África e Antártica. Não podemos ver, mas, é algo que ele pode usar pra ter força, não é?! Temos apenas 3 dias pra encontrar o miserável! - ele respondeu.

— Então, se está tão perto, com certeza, ele mesmo não está longe e pode estar nos observando. Temos que falar com Elena, ela precisa sair de casa para que ele a encontre! – Stefan continua.

— Ainda temos que saber onde fica a tal brecha! O tempo está correndo contra a gente! Precisamos voltar, Stefan, temos muito o que fazer! Danny, liga pra Alex, vê se vocês conseguem localizar a Jô e avisar. Vamos voltar e avisar a Bonnie também!

Stefan e Adrienne subiram correndo pra pegar algumas coisas e voltar pra mansão. Tinham pouco tempo pra acertar tudo. E ainda encontrar o local exato onde Esther fez o feitiço.

— Se Bonnie não encontrar Esther, o que faremos? Silas vai acabar derrubando o véu e teremos problemas bem maiores pra resolver. – Adrienne comenta preocupada no caminho de volta. Até que Stefan teve uma ideia.

— Se ela não conseguir, ainda temos o Klaus! Certamente, ele saberá dizer! Acho que ele é um dos mais interessados em que o véu não seja derrubado.

Adrienne se preocupa. Não gostaria de ter o híbrido envolvido nisso, apenas não diz nada. Stefan estranha. Olha pra ela, e pergunta:

— O que foi, por que toda vez que eu falo dele você faz essa cara? Tem mais coisa que eu não sei nessa história, não tem?

Ela respira fundo e tenta uma resposta. - Sim, tem, mas, nem sei como começar.

— Que tal pelo começo? – Stefan tenta ser engraçado.

Adrienne respira novamente e responde, contrariada, mas, ele já tinha aberto quase todas as feridas pra ela, não era justo ficar escondendo.

— Bom, na realidade não tem uma forma de começar a dizer então - ela respira fundo e continua - eu amei o Klaus, Stefan. Antes da Katherine aparecer, antes mesmo de me tornar vampira. Eu queria me casar com ele. E me matei por isso.

Stefan se espanta com a revelação e para o carro.

— Se matou? Como se matou, por quê? Nunca imaginei que você… por quê?

— Encosta ali, estamos no meio da estrada. Vou te contar.

Estavam na altura do cemitério. Stefan parou o carro e ela começou a contar, desde o início, quando sua mãe morreu, até o dia que se transformou.

***

>Flashback

— Séc XI – Nice – França.

— Papai, eu não vou me casar com ele! Ele é velho demais pra mim, não é justo que eu seja pagamento da sua dívida de jogo! 

— Você vai se casar com quem eu quiser! Eu decido o que é justo. E está decidido. Amanhã, no seu aniversário de 17 anos, você se casará com ele, teremos uma celebração religiosa e em seguida faremos uma grande festa. Esses anos longe daqui fizeram você esquecer que quem manda sou eu?

Adrienne estava inconformada, passou a última semana acreditando que convencera o pai a desistir dessa ideia. O pai perdera muito dinheiro no jogo e como pagamento oferecera a filha em casamento. O velho Duque de Bourges era viúvo e já tinha a idade bem avançada, aparentando ser mais velho até que o Conde de Beaumont.

Faltava apenas um dia e precisava fugir! Precisava encontrar Niklaus, fugiria com ele!

Naquela tarde que discutira com o pai, saiu de casa, pegou um dos cavalos do estábulo e seguiu em direção ao campo. Foi encontrar seu amor, decidida a sumir, para sempre, das vistas do pai.

— Nik, eu preciso de ajuda, não posso me casar com aquele homem, ele é mais velho que meu próprio pai! – ela chegou falando desesperada.

— Calma, amor. Você está nervosa. Seu pai decidiu assim, infelizmente não podemos fazer nada. – Ele respondeu, ponderado, queria que a menina se casasse e continuasse a linhagem. Era a única mulher da família, sendo assim, sua única esperança.

— Não! Como… Como você pode estar tão calmo, tão conformado? Eu não posso me casar com ele, eu amo você! Você não me ama?

Por um momento, Klaus teve dúvidas do seu sentimento. Olhava pra ela, confuso. Aquela doce criatura em seus braços era apenas alguém que ele tinha esperança em quebrar sua maldição, mas, os dias de passeios e conversas despertaram nele mais que cuidado. Os olhos tão vivos e brilhantes, seu sorriso encantador, e a gentileza e doçura que inebriavam qualquer ser vivo. Então, ele respondeu.

— Amo, claro que amo! Mas, não temos poder contra nossos pais. Não podemos ir contra os desejos deles. Não tenho como brigar com o seu pai, se fugirmos, ele irá atrás de nós.

Adrienne chorava, desesperada.

— Eu não vou viver sem você!

— Fique calma, Addy, vamos arrumar uma solução. Talvez, esse senhor não viva o suficiente, como você disse, já é um idoso, e em breve você se tornará viúva, então, poderemos ficar juntos pra sempre!

O Original tentava acalmar a garota e convencê-la a se conformar com seu casamento arranjado. Mas, não queria que ela o odiasse, não podia se afastar dela assim, não dessa forma. Logo que ela tivesse sua filha, ele mesmo trataria de matar o homem e tê-la novamente só pra ele. Era egoísta pra sacrificar a vida dela pela dele, mas, não era capaz de quebrar o único elo que tinha com sua própria humanidade.

Conseguiu fazer com que ela prometesse cumprir a vontade do pai.
Passaram a tarde juntos, abraçados no campo, e antes de escurecer, ele mesmo a levou de volta.

— Eu não posso fazer isso. – ela disse olhando bem fundo nos olhos dele.

— Sim, você pode. Agora você vai entrar, se desculpar com seu pai, ir para o seu quarto e amanhã se tornará uma mulher casada. – ele usou a hipnose para convencê-la.

Adrienne entrou em casa, e fez quase tudo o que Niklaus pediu, não foi hipnotizada de verdade, tomava verbena. Adelle a fazia tomar “seu xarope” pela manhã, com medo que virasse alvo de ataque.

Ela já não tinha mais certeza de nada, achava que era correspondida em seu amor, mas, se enganou. Ele era apenas gentil e educado, não a amava. Não podia, se a amasse fugiria com ela.

Antes de subir, pegou algumas cordas soltas que estavam na cozinha. Teve essa ideia. Se não podia viver com seu amor, não viveria mais. Foi para o seu quarto, trancou a porta, puxou a cadeira, amarrou as cordas na janela, pendurou no pescoço e se jogou.

***

— Uma das coisas que tenho em comum com Katherine. Com a diferença que ela sabia o que estava fazendo e eu não. Nem imaginava que na verdade, não estava dando fim à minha vida, e sim início.

— E como você descobriu, quer dizer, quando você viu que não morreu, como lidou com isso?

— Foi meio conturbado. No dia seguinte pela manhã, acordei como se tivesse dormido. Achei que havia sonhado, em seguida batiam à minha porta quando percebi que estava pendurada ainda e com a corda no pescoço. Não entendi. Naquele dia seguiram com os preparativos do casamento e eu sentia muita fome. Comia tudo que via pela frente. E a fome não passava. Após a cerimônia, houve uma festa, e depois a fatídica noite de núpcias. Eu estava apavorada em ficar sozinha com aquele homem, mas, não tinha como fugir, minha única tentativa deu errado, então acreditei que era meu destino. Quando ele veio pra cima de mim, eu ataquei. Foi instintivo. Peguei um vaso, que estava na cabeceira, e acertei nele, fazendo um corte no pescoço, nem pensei quando vi o sangue e fui direto no corte. Drenei ele todo. Quando percebi, chamei Adelle, desesperada. Que entrou no quarto sem entender. Ela me viu coberta de sangue e o corpo jogado, e entendeu. Disse ao meu pai que o homem não aguentou a noite de núpcias e morreu do coração e que aquele sangue era meu. E então ela me explicou o que eu era e como me tornei.

— E você? E… bom, você sabia que Klaus era um vampiro Original? Como ele te contou? – Stefan estava meio atônito com toda a história.

— Não sabia, e na verdade, o que ele me contou depois foi que por ele ser um vampiro e eu humana, ele não podia fugir comigo. Contou mais um monte de mentiras e eu apaixonada, ainda mais depois de me transformar, acreditei em tudo. Niklaus quase matou Adelle por ter me dado verbena sem dizer à ele, mas, a perdoou porque eu pedi, e eu vivi com ele por todo esse tempo. Até Katherine aparecer e eu descobrir toda a verdade. Eu era tão boba e inocente… e uma idiota apaixonada. Mas, era o Klaus, e ele usa as pessoas. Eu descobri e não teve uma segunda chance, saí de perto dele e só. Bom, agora vamos, temos outro problema a ser resolvido!

E os dois seguiram de volta à mansão Salvatore. Em silêncio.


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