Já tinham passado 6 dias desde que Stefan se reuniu com o irmão e a ex-namorada. A semana foi de procuras e tentativas de encontrar o acampamento das bruxas, ou Bonnie, ou mesmo Silas, e tudo em vão.

Só o que sabiam é que o feitiço poderia ter sido quebrado, por outro alguém tão poderoso quanto Bonnie. Mas, ela mesma não deu muitos detalhes, prometeu pesquisar onde estava, informando, pelo que sabiam, através de um e-mail enviado a Jeremy.

Stefan já tinha voltado de sua corrida, e permanecia em seu quarto escrevendo em seu diário. Todos os dias, tinha feito isso, desde que passou a morar naquela casa. Mas, na última semana estava um pouco angustiado, pelos acontecimentos e pela proximidade com Damon e Elena, que o fazia lembrar todos os dias a sua dor.

— Sábado, 22 de Junho -

Tenho me controlado, porém, está sendo bem difícil esta semana. As meninas aumentaram as doses diárias, para que eu não tenha recaídas, e Adrienne tem pegado mais pesado na corrida. Ela não diz, mas, está preocupada. Está sempre ao meu lado quando falo com Damon, e segura minha mão ao menor sinal de stress. Vigia meu sono, inclusive. Toda noite, eu percebo ela verificar se estou dormindo. Apesar de achar completamente desnecessário, confesso que estou gostando disso. Me sinto cuidado. E, faz tempo que não tenho alguém fazendo isso por mim. Me esforço pra me manter na linha por causa dela, não quero decepcioná-la.
Mas, hoje

Stefan parou por um momento de escrever, para tomar fôlego. Largou a caneta, fechou o diário, e levantou. Aquilo realmente machucava ele, e não tinha coragem de continuar. Mas, precisava. Sentou novamente e prosseguiu.

É aniversário dela. Hoje, é o dia que Elena nasceu. Gostaria de desejar felicidades, uma vida plena de conquistas e coisas boas.
VIDA… exceto pelo fato que a deixei morrer…

Stefan parou novamente, mas, dessa vez porque Adrienne o chamava lá embaixo. Fechou o caderno e desceu as escadas ouvindo várias vozes diferentes. Foi quando identificou a voz de Katherine.

— Stefan, olha, elas voltaram! Já temos algumas respostas!

Ele notou que haviam outras pessoas na sala, homens e mulheres, alguns bem mais velhos que Jô, inclusive.

— Sentem-se. Vamos começar a explicar.

Todos se sentaram, Alex, Danny, Adrienne e Stefan, ficaram no chão, bem de frente para Jô e duas senhoras ao lado dela, não havia lugar pra todo mundo. Jô começou falando.

— Como vocês sabem, Silas foi um bruxo, amaldiçoado por outra bruxa. Ele tinha um amor. Mas, antes, era casado com a bruxa. Quando ele conheceu Amara. E se apaixonou por ela, e foi correspondido, Qetsyah quis se vingar. Prometeu imortalidade aos dois, mas existia apenas uma dose. Que Silas tomou. E o de Amara era veneno. Ela morreu, o deixando desolado. Qetsyah então, ofereceu a cura e a morte a Silas, porém, ele sabia que morrendo, não estaria com seu amor. Pois, como bruxo, ele ficaria no plano intermediário. E, pra isso, precisaria derrubar o véu que há entre os planos. Certo, Stefan?

Stefan já sabia disso e concordou. A bruxa continuou.

— Pois bem, Silas não tomou a Cura e permaneceu imortal por anos, se vingando de tudo e todos que pudessem o lembrar de seu amor e de Qetsyah. Por anos, ele massacrou bruxas e bruxos, até que uma, muito poderosa, da linhagem de Qetsyah, criou um feitiço poderoso que fez com que ele fosse petrificado. Enquanto houvesse bruxas dessa linhagem, direta, o feitiço seria mantido. A corrente sanguínea da linhagem não pode ser quebrada. O que acontece quando uma bruxa perde seus poderes para sempre.

Stefan ficou atônito, eles fizeram isso! Quebraram o feitiço quando mataram a mãe de Bonnie! Então, foi mais que apenas procurar a cura, Silas estava fraco pois não se alimentava, mas, por isso conseguiu fazer com que o Professor levasse todos eles até lá. Jô continuava enquanto a cabeça de Stefan estava a mil tentando entender seus pensamentos.

— Alguém da linhagem se transformou ou foi sucumbida ao lado negro, e por isso ele conseguiu quebrar o feitiço de petrificação. Porém, é possível fazê-lo novamente, com uma bruxa da mesma linhagem, sendo que, não é mais tão forte quanto antes, e uma vez que a linhagem é quebrada o feitiço acaba com a morte da bruxa que o fez.

— Mas, então, como isso foi acontecer? Bonnie fez o feitiço e… – Stefan tentou entender. Jô fez um sinal que ia explicar, e continuou.

— Bonnie está do outro lado, Stefan. Ela morreu tentando levantar o véu. Era muito poder pra ela, e não resistiu.

— Não, claro que não, isso é impossível! Nós estamos falando com ela, tudo bem, ok, não a vimos pessoalmente, só o Jeremy… – Stefan parou. Sim, fazia sentido. Jeremy era o único que conseguia ver o outro lado. – Não pode ser! – Ele levantou, andando pros lados, pensando em como ia falar isso pra Caroline, e pra Elena… Pra Elena, no dia do aniversário dela. – Preciso sair, preciso de ar – falou olhando pra Adrienne pedindo ajuda. Ela levantou logo e foi atrás dele.

— Isso não pode ser, não pode! – Ele dizia ainda andando de um lado a outro na varanda. Adrienne não dizia nada. Ele olhou pra ela, de frente, segurando seus ombros – Eu não sei como falar isso pra eles. Hoje, logo hoje, é o aniversário da Elena.

Adrienne não disse nada, apenas o abraçou. Stefan sentiu que ia desmoronar nos braços dela. Mas, aquele abraço tinha tanto carinho que ele se viu forte. Respirou e disse:

— Vou até lá, isso não pode ser dito por telefone. Pode ir comigo?

— Claro, posso só pegar minha bolsa?

— Ok, estou te esperando na garagem, traz os capacetes.

Adrienne entrou na casa, e percebeu o burburinho. Perguntou se tinha mais, e Katherine respondeu.

— Muito mais, isso não é nem a metade, Docinho.

— Droga! Bem… vai ter que esperar… preciso ir com Stefan, tenho medo dele fazer algo. Pode ser?

— Sim, claro. Aguardamos a sua volta. – Jô responde, solidária.

Stefan foi ao Mystic Grill. Parou a moto, desceu, ajudou Adrienne a descer. Tirou o capacete e olhou em volta. No caminho, tinha ligado para Jeremy, pra falar com ele primeiro. Entrou, Adrienne foi logo atrás. O garoto o esperava numa das mesas.

— Stefan, oi.

— Jeremy, preciso saber se é verdade. Preciso que você seja sincero. Por todas as coisas desse mundo, Jeremy, preciso que você me diga… – ele para, respira e continua – Bonnie… ela está morta?

O garoto olha pro lado, ele podia ouvir o que Bonnie dizia e ela falava, em desespero, pedindo que ele mentisse novamente.

— É, Stefan. Ela deu a vida pra me trazer de volta. – E escuta Bonnie gritando “nãããão, Jeremy, não! Hoje não!” – Mas, não podemos contar à Elena, não hoje, Stefan.

Stefan deixa a cabeça cair na mesa, desolado. Quase um mês inteiro, e eles conseguiram fingir estar tudo bem. Mas, ele não podia mentir, ele não sabia fazer isso.

— Jeremy, eu sei que hoje não deveria, mas… –  Stefan move o braço por baixo da mesa, procurando a mão de Adrienne – ela precisa saber disso. E nunca vai me perdoar se souber que eu descobri e não contei.

— Stefan…

— Vamos, estou indo pra mansão.

Jeremy olhou pra Adrienne em tom de súplica, não conhecia a garota, mas, percebeu que Stefan confiava nela. Ela tentou intervir.

— Stefan… e se… ao menos esperássemos até amanhã?

— E se amanhã for tarde demais? – ele respondeu categórico. – Ao menos, se ela conseguiu trazer o Jeremy de volta, com o poder do Silas, mas aquele monte de gente na sua sala, quem sabe não trazemos a Bonnie de volta também?

Jeremy teve um lampejo de esperança. Olhou pra Bonnie que não acreditava. Não havia cogitado essa possibilidade. O garoto empolgado, aceitou contar a irmã. – Vamos, então.

Stefan já tinha ligado para Caroline e pedido que ela o aguardasse na mansão. Quando chegaram, antes de entrar, aguardaram Jeremy voltar, para dar a notícia. Stefan pensou em contar antes para Damon, e assim suavizar as coisas, mas, achou melhor que Elena soubesse pelo próprio irmão, já que ele sabia fazia tempo.

Jeremy não sabia como começar, então, tentou ser o mais claro possível. Explicou o que aconteceu na noite em que ele voltou a vida e como Bonnie se sacrificou para salvá-lo. Explicou porque não tinha contado nada antes e disse que resolveu contar agora, pois Stefan descobriu.

Elena ficou transtornada. Não podia suportar tanta dor! Se culpou por não ter percebido, Damon se aproximou dela, tentando confortá-la, mas, ela se virou pra Stefan.

— Por quê? Por que não podemos ter uma vida normal? – ela corre pra abraçá-lo, chorando, ele estranha a reação, mas corresponde. – Stefan, me perdoa, eu não queria te magoar, eu não fiz de propósito, mas, me apaixonei por ele, e não podia mais ficar entre vocês, precisava escolher, e escolhi, mas, não quero te afastar da gente, eu preciso que você volte! Preciso que você retorne, não vou aguentar sozinha.

Adrienne abraçava Caroline, que estava no chão, desolada, tentando registrar a informação. Stefan olhou pra elas, e se afastou de Elena, dizendo:

— Desculpe, mas, eu não posso. Sinto muito por isso, sentirei falta da Bonnie, mas, vamos dar um jeito de trazê-la de volta, assim como ela trouxe o Jeremy, deve haver alguma forma. Se acharmos o Silas…

— E como ele iria ajudar, se todo este tempo só atrapalhou? – Damon questionou com deboche.

— Não custa tentar, certo?! Se ajudarmos ele a fazer o que ele quer, quem sabe, ele não colabora? – Jeremy continuava esperançoso.

Stefan continuou – Então, Elena, você não está sozinha. Você conseguiu o que você queria. Tem seu irmão de volta. E agora, também tem o meu. – ele se aproximou de Caroline, pra confortá-la, que se jogou no seu abraço, chorando muito e soluçando.

As palavras de Stefan foram cruéis. Doeram no fundo da alma de Elena. Ele não era mais aquele rapaz doce que ela tinha conhecido e se apaixonado. Foi duro. Frio. Nem parecia que sofria pela amiga morta.

Adrienne continuou próxima a Caroline, que chorava muito, nos braços de Stefan. Ele também sofria, aprendeu a amar todos eles, e a morte de Bonnie também o afetou. Abraçou Adrienne também, ela o fazia se sentir mais forte. Ele não sabia porque, mas, sentia.