Stefan se aproximou do grupo e foi bem recebido. A música alta, a bebida, e as batidas pesadas o deixavam numa espécie de transe. Se juntou à Danny, que não dançava, se sacudia levemente, fingindo que estava acompanhando o restante, Stefan,  obviamente, fez o mesmo.

Eles estavam próximos a uma área onde havia mesas de apoio por perto, feitas para colocar as bebidas.

Ao fundo, um pouco mais afastado, era uma espécie de camarote, que chamavam de reservado. Um local bem escuro, onde havia vários sofás de couro vermelho, estilo séc XVIII, acolchoado, que formavam uma espécie de cabine individual.

Stefan notou que havia alguns drinks na mesa perto deles, e algumas garrafas de bourbon, tequila e vodka. Se serviu de mais uma dose, enquanto observava as meninas se divertindo.

Todos bebiam muito enquanto dançavam, e até Stefan já estava mais solto após muitas doses de whisky. A noite já ia tarde, em meio a muitos sorrisos, gargalhadas, brincadeiras e passos de dança. O ritmo foi caindo, enquanto casais se formavam, e se escondiam nas cabines, ao fundo, para namorar.

Danny se separou do grupo, em seguida, Alex e Caroline foram buscar mais bebida, e ficaram apenas Stefan, Katherine e Adrienne na pista, entre aqueles que ainda estavam dançando, quando começou a tocar uma música que Stefan já conhecia das preferências de Adrienne. - Ouça aqui.

Ela e Katherine se aproveitaram da música mais lenta e harmoniosa, numa batida mais compassada e charmosa, e fizeram um pequeno show particular.

Dançando juntas, como nos velhos tempos, provocando os homens que estavam ao redor. Stefan observava, enquanto se servia novamente. Um rapaz interessado se aproximou e perguntou:

— Elas são gêmeas?

— Não, nem são irmãs. – Stefan respondeu de pronto. O cara deveria estar incrivelmente bêbado pra fazer essa pergunta, pensou.

— Nossa! Elas são muito iguais! – o rapaz insistiu.

Stefan, então, olhou pra elas, mais atento. E sim, ele concordou. Ali, no escuro, não tinha diferença, elas eram muito parecidas mesmo.

“Será que ela é outra doppelganger?” Se questionou, mas, obteve a resposta quando lembrou que Katherine e Elena são exatamente iguais. E as duas ali, não! “O cabelo, a pele e a cor dos olhos. São parecidas, não iguais." Porém, Adrienne tinha acabado de confessar que seus cabelos eram pintados. Stefan achou melhor parar de pensar nisso e voltou a observar em volta.

Katherine e Adrienne continuavam a dançar e chamar atenção dos rapazes. Que se juntavam pra assistir. Stefan, olhava achando graça, apesar de Katherine ter voltado a ser humana, continuava a agir como vampira, e Adrienne ainda era uma.  

Como todos os vampiros são egocêntricos, charmosos e adoram chamar atenção, ela fazia o mesmo. Embora, ela não parecesse ser assim, era a natureza deles, e estava bastante nítido que ela estava gostando daquilo.

As duas dançavam, se enroscando como serpentes, quebrando o quadril, se esfregando. Viravam de frente, de costas, e se alisavam nos braços, como um balé sensual, atraindo todos os olhares masculinos. Enquanto a música, num ritmo quente, mas, compassado, ajudava.

Então, elas chegaram mais perto de Stefan, envolvendo-o, no ritmo. Ele se esquivou, mas, Adrienne que estava por trás, o abraçou, pela cintura, fazendo com que ele se mexesse junto com elas. Sentindo o corpo esguio dela junto ao dele, relaxou.

Katherine, que estava na frente, se aproveitou para se insinuar, passando a mão no peito dele, e subindo até o rosto. Stefan estava arisco, mesmo bêbado, tirou as mãos dela e se virou pra escapar, ficando de frente pra Adrienne.

Ela apoiou as mãos nos ombros de Stefan, para que não escapasse, e então, o segurou pela cintura, novamente, olhando pra ele, fazendo com que movesse o corpo no ritmo dela. Katherine permaneceu atrás dele.

Então, Adrienne se virou de costas pra Stefan, colocando as mãos dela na lateral das coxas dele, se mexendo, subindo e descendo o corpo, como uma pipa ao vento.

Stefan não resistiu, e se entregou. A segurou pela cintura, com sua mão esquerda, aproximando os quadris dos dois, e mantendo o ritmo intenso da música. Ele pôs o queixo no ombro direito dela, juntando os corpos ainda mais e apreciando o cheiro do perfume que ela usava.

Adrienne sentiu o rosto dele em seu pescoço, e levou sua mão direita até a nuca de Stefan, que entregou o copo que estava segurando pra Katherine, empurrando-a pra longe, e colocando a mão que estava livre, na lateral do quadril de Adrienne.

Permaneceram dançando assim por alguns minutos. Katherine percebendo a rejeição, desistiu e se afastou, flertou e foi dançar com um dos rapazes que estava olhando.

A musica foi diminuindo, Adrienne se virou pra Stefan novamente, colocando as duas mãos em seus ombros, e ficando de frente, o encarou, fitando os olhos dele. Stefan retribuiu o olhar, alternando pros lábios molhados de Adrienne.

Ela aproximou seu rosto do dele, lentamente. Ele projetou a cabeça pra frente, fechando os olhos, teve certeza que ela ia beijá-lo, e ela, virando o rosto, sussurrou em seu ouvido:

— Vem comigo? – segurando o rosto dele com uma das mãos.

Ele despertou, como de um transe, e afirmou acenando com a cabeça. Ela segurou a mão dele e o guiou pra fora da pista, onde estavam os casais.

— Vamos nos alimentar um pouco. – Ela disse, surpreendendo Stefan que travou no lugar, por um momento. O pior de se alimentar de sangue humano era machucar alguém. Ou mesmo mexer com a mente da pessoa para poder se alimentar. Ele não se sentia confortável com isso, mas, não podia negar sua natureza. Apesar do desconforto, resolveu seguir a vampira, afinal, parecia que ela sabia muito bem o que estava fazendo por todo esse tempo.

Adrienne escolheu, o que ela acreditou, ser o casal mais ousado, pois estariam com o sangue quente, como eles estavam, sendo mais apetitosa a refeição.

Os fundos do Club foram projetados para serem particulares. Quem estava num dos sofás não tinha nenhuma noção do que acontecia ao lado. Fazendo com que tudo que acontecesse, fosse totalmente privativo, já que a luz da pista também não chegava ali. Eles se aproximaram do casal escolhido, hipnotizando-os.

Fazia tempo que Stefan não tomava da veia, mas lembrava muito bem as instruções que Adrienne havia passado. Ela ficou com a garota, por ser menor, deixando o rapaz, com mais sangue, pra Stefan. Adrienne continuou segurando a mão de Stefan, pra que ele não se perdesse.

Os dois se alimentavam quando ouviram um grito, vindo do banheiro próximo ao bar. O som alto impedia que humanos ouvissem, mas, eles podiam ouvir. Se assustaram, compeliram o casal a não sair dali, e foram ver.

— Cadê a Katherine? – Adrienne chegou ao bar, assustada!

— Não sei, ela não estava com vocês? – Alex respondeu, indo em direção ao banheiro.

— Não, deixamos ela na pista dançando, enquanto fomos comer. – Stefan responde, tenso. E percebe o olhar de reprovação de Caroline.

Eles entram no banheiro, e vêem uma morena caída, com vestido preto, cabelos cacheados e botas.

— Dociiiinho! – Adrienne grita desesperada, indo em direção ao corpo caído no chão – nããããão!

— Ei, o que houve?! Vi vocês correndo pra cá. – Katherine, que viu a movimentação do grupo, adentrou o local, um pouco depois.

Então, eles abriram espaço olhando, espantados, pra garota caída. Ela era igual a Katherine, de costas. E estava com a mesma roupa.

— ahn… como pode? – Caroline diz. – Ela estava em local errado na hora errada. E agora, faremos o quê?

— Alex? – Adrienne pediu ajuda com os olhos. Se tinha alguém capaz de resolver essas coisas era sua amiga e sócia.

— Bom, precisamos ver quem ela é antes de qualquer coisa. Se veio com alguém, se está sozinha. Cadê o Daniel? Caroline, você pode por favor, ver a listagem na porta, vou ver com o barman a ID dela. Stefan, tira Katherine daqui, por favor. Leva ela lá pra cima. E fica lá até a gente resolver isso, ok?!

Alex entregou as chaves pra Stefan, pegou a pulseira de entrada da menina e se dirigiu ao bar. Adrienne ficou com a menina morta no banheiro, colocando-a dentro de uma das cabines, até resolverem tudo, sem fazer tumulto. Caroline foi fazer o que Alex pediu. Stefan subiu com Katherine, e ficou no escritório, até lembrar do casal que largou no sofá.

— Não, Stefan, você não pode me deixar aqui sozinha. Por favor!

— Calma, eu não vou demorar.

— Stefan, por favor, eu não quero morrer, por favor.

Stefan se sensibilizou. Ultimamente, Katherine andava tão humana que estava irreconhecível.

— Ok. Vou ligar pro Daniel, pra saber onde ele está, e pedir pra vir pra cá.

— Tudo bem. – Ela falou, aliviada.

Ele conseguiu falar com Danny, que estava fora do Club e voltou pra ficar com Katherine.

Stefan saiu do escritório, e foi até o casal para compeli-los a esquecer e curar as feridas. Fora o acontecimento, tudo parecia bem normal na pista. Caroline conseguiu localizar os amigos da menina fazendo-os acreditar que ela tinha ido embora sozinha, e Alex interditava o banheiro para poder tirar o corpo dali sem que ninguém notasse. Stefan, foi ajudar.

Os quatro conseguiram tirar a menina do Club, e levar até o estacionamento sem alardes, e pediram para um dos seguranças a deixar o mais longe possível dali. Por sorte, não havia sangue. Parecia que tinha tido o pescoço quebrado. Subiram até o escritório para ver Katherine, Alex foi na frente.

— Stefan, você deixou a porta aberta? Katherine ficou aqui sozinha?

— Não, deixei o Daniel com ela.

Eles subiram correndo, pra ver o que tinha havido. Todos ficaram apavorados. A sala estava aberta, e não havia nenhum sinal dos dois.