Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 115
12 Gauge




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A sala comum aos quartos da suíte era grande e espaçosa. De um lado, sofás e uma mesinha de centro, compunham uma sala de estar de frente a TV presa a parede. E de outro, uma sala de jantar, com um frigobar e um pequeno bar montado a parte. Ao lado da porta de entrada, à direita de quem entra, o aparador com o vasinho de metal, fazia conjunto ao espelho que Katherine se admirava.

Damon observava próximo ao bar, enquanto abria uma garrafa de whisky. Estava achando graça do quanto ela se atentava a cada detalhe modificado na sua aparência. Separou dois copos com gelo, derramou um pouco de bourbon e se encaminhou até ela, oferecendo um dos copos.

— Está mesmo parecida com ela. - observou.

— Muito né? Ainda bem, porque detestaria que Bonbon me deixasse feia. - ela respondeu mexendo nos cabelos mais curtos.

— Prefiro a original. - Damon disse dando um gole na bebida.

Quando Katherine ia retrucar, ele pediu silencio num gesto rápido, e andou até o outro lado da sala, parando quase em frente a porta de Bonnie. Tentando ouvir a conversa.

— Pois é, eu fiquei um pouco apreensiva com essa mulher, mas aí eles estão dizendo que era a Marie, e tudo bem, né. Que mal ela poderia me fazer sem um corpo físico? - Bonnie falava com alguém ao telefone. - É, eu também estou com saudades, mas foi tudo decidido tão rápido que nem tive... Jeremy! Esqueci de dizer, Damon está certo, tem algo errado com Elena!

Quando ela começou a contar pro namorado, Damon se afastou. Conseguiu ter certeza que era mesmo Bonnie e isso o deixou aliviado. Comentou com Katherine.

— Você estava em dúvida, ainda?

— Um pouco, a história do cemitério foi muito estranha.

— É...

Pairou um silêncio entre eles por alguns minutos. Nos últimos meses havia acontecido muita coisa, principalmente com Bonnie. A magia de expressão, perder Jeremy, quase perder Elena, se sacrificar pra trazê-lo, voltar a vida. Seria terrível que mais algum evento desastroso acontecesse.

— Nossa, eu tô faminta. Com tanta coisa acontecendo esqueci de comprar algo pra comer. - Katherine disse se sentando próxima a mesa e olhando novamente o menu.

— Que acha de aproveitar sua nova aparência e tomar uma bebida decente? Tem um festival acontecendo lá fora, que tal se a gente aproveitar um pouco dele?

— Você acha... - ela questionou por um minuto, mas, logo aderiu a ideia - Bom, vou pegar o casaco! - não pensou duas vezes, estava mesmo cansada de se esconder ali dentro.

* * *

Matt e Caroline estudaram os símbolos que apareciam na medalha separadamente. Além daquela única figura, não havia mais nada que explicasse como funcionava. Após algumas horas olhando aqueles livros, enquanto ele ainda servia as pessoas no bar, já estavam um pouco exaustos.

— Acho melhor eu ir embora. Ainda vou passar no Club pra deixar isso lá, não posso levar pro dormitório.

— Deixa aqui comigo, é mais seguro. - Matt respondeu.

— Não sei, Matt... E se ela voltar? Não quero correr o risco de perdermos Elena pra sempre. No escritório do Club ela não entra nunca.

Ele acenou com a cabeça entendendo, já estava quase na hora do seu expediente acabar também, pediu que Caroline aguardasse e a acompanhou até o carro. Ela voltou pra Whitmore um pouco menos preocupada do que estava antes. Tinha uma pista, poderia ter ajuda de Jô, logo resolveriam tudo.

No caminho enviou uma mensagem pra Adrienne respondendo as últimas que ela enviou, e atualizando sobre as novas descobertas também. Ficou preocupada com Bonnie, e ligou. Conversaram alguns minutos, ficando mais tranquila que a amiga estava serena e confiante. De alguma forma, ela mesma sentiu-se segura que resolveriam tudo em breve.

* * *

Katherine e Damon estavam se divertindo muito na apresentação que acontecia no bar que eles escolheram, não muito longe do hotel. Bebiam e dançavam, alegres. Apesar de toda a mágoa que ela causou, e mesmo tentando odiá-la, desde que se tornou humana, ele não conseguia. De alguma forma, ele estava conhecendo um lado dela que era frágil, e ele sentia que podia tocar.

Ela, por sua vez, curtia. Nunca o odiou. Amava ele, tanto quanto amava Stefan. Mas, numa vida de fuga, não podia ter fraquezas. Deixá-los pra trás foi a decisão mais difícil que tomou na vida, e estar ali parecia certo, no momento.

A noite já avançava pela madrugada, quando a banda deu uma pausa.

— Acho que estou bêbada, Damon. - ela falou, se escorando no ombro dele. - Minha resistência diminuiu bastante depois de... ah, você sabe.

Ele riu, era a rainha do drama. Mas, sim, ele sabia. Uma vantagem de ser um vampiro era a alta resistência, se bem alimentado.

— Vamos voltar pro hotel, então? - perguntou, gentilmente.

— É, eu acho melhor antes que você precise me levar arrastada. Pelo menos minha dignidade eu mantenho.

Damon achou graça novamente, e a ajudou a caminhar. Não tinham se afastado muito, saíram do hotel e pararam no primeiro bar que perceberam música. Caminharam alguns metros e já haviam chegado. Katherine agradeceu a noite divertida com um beijo no rosto, que ele não recusou, e caminhou até o quarto. Ele acenou positivamente com a cabeça, e sorriu, de leve.

Não estava com sono. Não era mesmo de dormir muito. E estava pilhado demais pra isso. Era muita preocupação. Elena estava estranha, ele já tinha reparado, e precisava descobrir uma forma de ajudá-la. Queria aproveitar a terra das bruxas pra isso. Assim que descobrissem sobre Klaus, o próximo passo seria encontrar alguma coisa que neutralizasse a alma de Elena e tirasse a bruxa do corpo dela pra sempre.

Abriu a garrafa de Balmoor “calibre” 12 que roubou no bar. Uma relíquia daquela não podia ficar impune das mãos dele. E, enquanto o sono não vinha, foi pra varanda degustar o néctar precioso e admirar a cidade do Jazz.

* * *
Já se passavam horas que tinham se deitado, e Adrienne tentava dormir, mas, a cabeça não parava. Tinha decorado o mapa inteiro da cidade, feito várias pesquisas a respeito do sacrifício das bruxas, olhado livros inteiros sobre magia, sem sucesso nenhum e estava frustrada.

Stefan parecia desmaiado ao seu lado, dormia como um bebê, de tão tranquilo. Ela o olhava na esperança que isso a acalmasse. Fechava os olhos e o que enxergava era problema. Deitou de barriga pra cima, tentando lembrar as posições de meditação que aprendera, controlando a respiração. Não conseguiu se concentrar. Levantou-se e foi até a sala comum.

— Hey... O que foi? - Stefan acordou quando ela voltou pra cama.

— Fui pegar uma bebida, volta a dormir.

Ele se ergueu levemente na cama, acendendo o abajur da mesinha – Tá sem sono?

— Não, só que não consigo dormir, minha cabeça não para. Vou ver se um pouco de álcool ajuda. - sorriu, se ajeitando na cama, com o copo na mão.

— Vem cá – ele sentou-se, pra se posicionar atrás dela, pegando seus ombros por trás. - uma massagem vai ajudar.

Apesar da tensão que vinha dos pensamentos, Adrienne conseguiu relaxar sentindo o contato das mãos do namorado enquanto saboreava o whisky que tomava. Apreciava o toque constante e firme, quase derretendo enquanto Stefan pressionava os dedos sobre seu trapézio. Logo que percebeu o arrepio da pele dela, ele começou a intercalar os dedos e a boca, fazendo com que os pelos ficassem ainda mais eriçados.

Quando começou a sentir que ele usava a boca além das mãos, percebeu que aquilo iria mais longe do que uma mera massagem. Contudo, aproveitou.

— Desse jeito eu não vou mesmo dormir. - ela disse rindo.

— Bom... - ele respondeu entre os beijos no pescoço – agora que eu também já acordei a gente pode otimizar esse tempo.

Stefan corria os dedos pelas costas dela, enquanto dava ligeiros beijos ao longo da nuca, pescoço e ombros. Decidiu ir além do pretendido. Encaixou melhor o corpo por trás, passando as mãos nas coxas da namorada, puxando-a pra mais perto.

Adrienne relaxou mais, sentindo cada pedacinho do corpo ser tocado por ele e uma energia fluindo e subindo como um vulcão pronto pra explodir. Parecia que tinha algo na atmosfera em Nola que deixava Stefan mais excitado que o normal e ela não estava disposta a questionar.

Ele subiu a camisola dela e tirou a própria camiseta quase no mesmo movimento. Levantou os dois num impulso, tirando o restante das peças que sobravam ali. Ficando um de frente pro outro, se beijaram quase ao pé da cama, Stefan a virou e a conduziu, procurando apoio na parede, sem nem perceber que era a porta da varanda. Ele a segurava, com uma das mãos pelos cabelos perto da nuca e a beijava. Com a outra mão, subiu uma das pernas dela, encaixando os corpos. Estavam tão entretidos, que nem notaram que ali fora passava alguém.




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