Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 104
Between the Lines


Notas iniciais do capítulo

As vezes o momento mais simples pode se tornar o mais importante pra se lembrar de alguém.



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Os dormitórios da suíte presidencial eram espaçosos, tinham uma cama grande na parede lateral de quem entra, um tapete macio no chão em volta da cama e duas poltronas na parede da porta. Do outro lado do quarto, uma porta que se abria para o banheiro. Na mesma parede, um armário básico e uma mesa pequena com uma cadeira simples, no canto. No quarto escolhido pelo casal, do lado esquerdo de quem entra, uma vidraça, com uma porta de correr, que dava acesso à varanda externa que parecia ter uma vista maravilhosa.

Já dentro do quarto, Stefan decidiu tomar um banho pra esquecer o desconforto daquela situação. Ter sido flagrado num momento íntimo com a namorada, justo pela ex, só não foi pior do que ter sido pego por Klaus quando saía do quarto de Rebekah. “bom, poderia ter sido pior ainda. Ser pego pelo Klaus, hoje” pensou, tentando se confortar.

Separou as toalhas e entrou no box, enquanto esperava Adrienne voltar. As duas eram tão próximas, que ele já estava quase entendendo as gargalhadas de antes. Abriu o chuveiro e deixou a água cair na cabeça. Ficou assim alguns minutos, tentando esvaziar a mente.

Adrienne saiu do quarto de Katherine saltitando e ainda sorrindo da situação constrangedora. “Pelo menos deu pra aproveitar bastante antes da interrupção” pensou com um sorriso maroto, indo em direção ao próprio quarto.

Ouviu o barulho do chuveiro e se dirigiu a porta do banheiro. Era uma estrutura simples, com azulejos claros, louças brancas, uma banheira espaçosa dentro de uma estrutura, também, de azulejos e um box transparente em volta dela. Stefan, se apoiava na parede, enquanto deixava a água cair na nuca descendo pelas costas. Ela, então, parou pra observar. Encostou no portal e cruzou os braços, seus cabelos pendiam pelos ombros, e a blusa dele parecia um vestido nela, curto, mas, um vestido.

Concordou com as palavras ditas por Katherine, ele era lindo. Não que ela não soubesse antes, afinal, achou isso no primeiro momento que o avistou. Mas, ali, tão distraído, vulnerável, ainda assim era interessante. Os músculos dos braços desenhados de forma que pareciam peças encaixadas. A água escorria pelo dorso como se bailasse feliz pelo caminho. Ficou admirando o namorado por uns minutos, até que ele passou as mãos pelos cabelos, e, se virando pra pegar o sabonete, percebeu ela parada na porta e sorriu.

Adrienne sorriu de volta, ele abriu a porta do box, como se estivesse a convidando pra entrar. Ela tirou a blusa devagar, num movimento que Stefan achou extremamente sexy e excitante, e caminhou, calmamente, o pouco espaço que tinha até o chuveiro.

Se abraçaram e deixaram a água morna envolver os dois. Sentindo os corpos tão próximos, novamente, se beijaram intensamente e concluíram o que haviam começado antes de serem interrompidos bruscamente.

Exaustos, terminaram o banho, e decidiram se deitar pra descansar. O dia estava quase amanhecendo, e logo o sol entraria pela janela. Adrienne estava em êxtase. Apesar de toda preocupação rondando a vida deles, ela se sentia completa ao lado de Stefan. E percebia que fazia o mesmo por ele. Ele a olhava de um jeito tão terno e gentil que ela se sentia amada, sem que ele precisasse dizer.

Durante o tempo em que Adrienne secava os cabelos, Stefan deitou-se, recostando a cabeça no travesseiro, de frente pro teto, esticando as pernas. Ela deitou-se logo após, de lado, virada pra ele. Os primeiros raios de sol entravam pela fresta da cortina, iluminando o rosto dele.

Ficou pensando na sorte de ter esbarrado com aquele carinha perdido naquele dia na estrada, e como sua vida mudou desde então. As aventuras e passeios, as gargalhadas de doer a barriga, as corridas que nunca mais foram solitárias.

Se deu conta que o que sentia era mais que vontade de estar perto. De repente, percebeu-se num encantamento absoluto por aquele homem que estava a seu lado. Ela o admirava por toda sua trajetória, e como mantinha seu caráter intacto dentro do turbilhão de acontecimentos que era sua vida.

Stefan sentiu o quentinho do sol batendo no rosto e abriu os olhos, tentando ver a cortina. Notou a namorada observando.

— Você está me encarando?

— Sim! - ela respondeu sorrindo – essa luz entrando está incrível.

Ele riu, lembrando de uma situação semelhante com Elena. Era estranho lembrar disso ali, contudo a história que tinha vivido com a ex, ainda era muito intensa e recente na sua memória. Evitou a mesma resposta da primeira situação, e, levantou pra ajeitar a cortina. Adrienne se mexeu, e a luz que entrava, coloriu seus cabelos, e clareou mais seus olhos. Ele gostava de admirá-la quando isso acontecia. Era como se uma aura mágica a envolvesse. Ao invés de fechar a cortina, ele acabou abrindo mais.

— Agora é você que está me encarando. - ela disse sorrindo, recostando na cabeceira, levantando um pouco o corpo.

— Essa luz que está entrando é linda. - respondeu com um sorriso.

Ela levantou, em direção a varanda, e segurou a mão dele, pra assistirem o dia amanhecendo. Stefan a abraçou por trás e ficaram assim, encaixados, olhando o sol subindo no horizonte, e as cores incríveis, daquele primeiro dia de outono, que se desenhavam no céu.

Por ser bem maior, Stefan apoiava o queixo na cabeça dela, enquanto o dia ficava cada vez mais claro. Era um momento único de paz, que a natureza se mostrava. Ele sabia que ela adorava esses pequenos momentos. Era o que fazia a eternidade não ser tão monótona. Ele concordava.

— Vamos descansar um pouco. - ela disse, quando o sol já parecia mais alto.

Ele assentiu. Deitaram novamente e dormiram logo, abraçados e aconchegados em si mesmos. Não havia palavras pra descrever os sentimentos que haviam ali. Sentiam paz nos braços do outro, e isso não precisava ser verbalizado.

* * *

Caroline despertou com a claridade que entrava no quarto. Estava tão tonta quando deitou que nem pensou em fechar as cortinas. Resmungou um pouco, antes de se dar conta que não estava na sua cama. Teve um insight momentâneo, e conferiu as próprias roupas. “Ufa, não aconteceu nada!” pensou e respirou aliviada por não ter feito nada que não se recordasse depois.

Levantou-se, jogou uma água no rosto, ajeitou o cabelo, e olhou em volta, se ambientando. Saiu do quarto um pouco envergonhada de ter bebido tanto, e deu de cara com um bilhete de Daniel.

Bom dia! Fui correr, deixei café e tem pão doce na bancada, se quiser. As bolsas estão no freezer próximo ao bar. Volto logo”

Ela sorriu com o gesto de gentileza. A mini cozinha do apartamento ficava no espaço entre a porta de entrada e o quarto de Stefan, e se dirigiu até lá pra tomar um café quente e despertar pra ir logo pra aula. Era um dia normal, apesar da ressaca proeminente. Nada que um pouco de sangue fresco não resolvesse.

Tomou sua xícara de café pensando na noite anterior. Tinha realmente se divertido. Daniel era uma ótima companhia. Inteligente, divertido, “Nossa, como é gato!” pensou alto, dando um sorriso tímido atrás da xícara. Em seguida, foi catando suas coisas, bolsa, computador e as sandálias que não lembrava onde tinha deixado.

Pegou uma bolsa de sangue no tal freezer que ele indicou, e assim que começou a se alimentar, a porta do elevador abriu. Caroline, assustada, escondeu o sangue com rapidez, mas, era Danny voltando da corrida.

— Oi, bom dia. Dormiu bem? - Perguntou com um sorriso iluminado.

— Sim. Um pouco de dor de cabeça, mas vai passar. - respondeu mostrando a bolsa que escondia atrás do corpo.

Ele riu e avisou que tomaria um banho pra ir pra aula. Ela acenou positivamente.

— Eu, bom... preciso ir, tenho que passar no dormitório antes, pegar minhas coisas, trocar de roupa...

— Espera que eu te levo. - Ele respondeu, esquecendo como ela chegou lá.

— Não precisa.. alguém tem que levar meu carro. - Ela disse, sorrindo.

Daniel conformado, apenas sorriu e a acompanhou até a porta.

— A gente se vê mais tarde. - afirmou, pegando sua mão e dando um beijo de leve no dorso.

Tinha tanta certeza daquilo que Caroline sentiu um arrepio na espinha. Nem estavam no mesmo curso, muito menos no mesmo período. Não tinham sequer uma matéria em comum, pra estarem no mesmo prédio. Se esbarravam tão esporadicamente, que ela às vezes o via apenas no Club por trabalharem juntos. Ela sorriu e agradeceu a companhia, e se foi. Ainda um pouco atordoada.

Outro dia, ele estava namorando. Ela nem teve notícias de que terminou, mas, sentiu que ele estava claramente cortejando-a. Desceu naquele elevador privativo, certa de que ele tinha intenções. Quando chegou no lobby lembrou de olhar o celular. “Meu Deus, Stefan e Adrienne, será que já chegaram?”


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