Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 102
What You know


Notas iniciais do capítulo

Quanto tempo é suficiente pra se conhecer alguém?



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 Qetsyah estava inconformada. Não tinha acesso a nada muito pessoal por semanas. Não sabia quase nada sobre sua hospedeira além do que acontecia ali. Por sorte, ninguém tinha entrado em nenhum assunto profundo, ou isso realmente complicaria sua vida. Desistiu de procurar nas próprias coisas e decidiu revirar nas coisas das amigas.

Qualquer foto, caderno, mensagem poderia ser uma luz para acessar as memórias que Elena estava lutando pra guardar dentro da sua cabeça. Quanto mais ela tentava, parecia que mais Elena lutava. Já estava ficando irritada.

— Eu não pretendo ficar com seu corpo pra sempre, Elena. Somente até conseguir me vingar de Silas. - falou olhando pro espelho, como se tivesse outra pessoa do outro lado.

Já era madrugada, e ela não tinha encontrado nada. Desistiu. Ia dar um jeito de se fortalecer e tentar descobrir isso de outro modo. Ou, da forma que os vampiros fazem. Com hipnose. Alguém do passado dela haveria de ser humano e saber alguma coisa, além do irmão caçador.

Arrumou as coisas como encontrou, pra não deixar pistas, e resolveu dormir um pouco. Talvez conseguisse se livrar da chatice de ter que ir a aula, sem Caroline por perto.

* * *

Após algumas horas dirigindo depois do episódio, eles, finalmente, entravam em Nola. A cidade estava preparada para o festival. Várias placas de bem vindo, mensagens e sinalizações de onde os eventos aconteceriam.

Adrienne, que estava distraída no twitter, despertou com a iluminação excessiva, e percebeu que estavam praticamente chegando. Tinha ficado cansada após a luta, porém com tanta adrenalina no sangue, não conseguiu voltar a cochilar.

— Opa! Falta pouco, o hotel fica próximo a Bourbon, sabe onde é?

Stefan sacudiu a cabeça positivamente, conhecia New Orleans muito bem, e não havia muito tempo estivera ali com Damon, novamente, buscando uma solução para a ligação dele com Elena. Ficou um pouco sombrio, e ela percebeu.

— Más lembranças? - perguntou.

— Sim. Mas, tá tudo bem. Acho que estou um pouco cansado e ainda faminto. Deviamos ter trazido algumas bolsas conosco. - concluiu.

Ela concordou. Saíram pra pegar um avião, e não teriam como explicar bolsas de sangue no raiox, mas, de carro, não precisavam, apenas não pensaram nisso, na pressa.

— Hey, preciso perguntar. - ele recomeçou uma conversa. - Você fez alguma luta, durante a sua vida?

— Algumas, sim. - ela respondeu, sorrindo. Imaginando o motivo da questão. - Uma garota precisa se defender, certo?!

Ele achou graça na resposta. Nunca tinha feito nenhum treinamento na vida. Só alguns exercícios pra aliviar a tensão, e esportes. E ficou curioso.

— Por quê? O que aconteceu que você decidiu que deveria aprender a lutar?

— Hum... Na verdade, nada. Quer dizer, bom, eu achava a história da cultura viking muito interessante. Aquelas mulheres lutadoras. Não havia diferença entre os gêneros e elas eram muito respeitadas. Os Mikaelson eram vikings, e apesar deles terem vindo pra cá, e aprendido outra cultura, as lendas continuaram vivas. Enquanto eu vivia com Niklaus na Europa, ouvia histórias sobre as invasões que aconteceram na Inglaterra e até na França, e nisso ele me contava muita coisa do próprio povo. As histórias se espalhavam em como os nórdicos eram destemidos e como haviam mulheres entre os guerreiros.

— Séculos depois, quando comecei a fugir dele, decidi que era hora de aprender a lutar. Não pra lutar com ele, mas, porque queria ser forte como uma viking também. Eu percebi que aquela fragilidade que meu pai me impunha, e que Niklaus mantinha, precisava ser destruída. Eu não era mais aquela menininha sonhadora há tempos. Precisava controlar a minha vida. Eu queria ser uma rainha Viking.

Ela disse com tanta convicção, que apesar de achar engraçado, Stefan não riu. Teve admiração por aquela pessoa incrível, mais ainda. E ela continuou.

— Eu ouvia coisas sobre uma rainha chamada Lagertha, que foi escudeira e uma excelente guerreira. A história conta que ela foi traída pelo marido, e quando ele precisou de ajuda, ela partiu com um exército para ajudá-lo assim mesmo. Porém, voltando, ela o matou e governou sozinha. E, na época, me identifiquei bastante com ela, pelos motivos que você já conhece.

Já estavam quase chegando no Hotel, mas Stefan estava encantado com o relato. Acreditava que conhecia a namorada, mas, de fato, eram muitos séculos de vida pra contar. Ela seria um mistério pra ele, ainda por um bom tempo.

— Então, inspirada em todas as lendas e histórias de rainhas guerreiras, eu comecei a usar a minha fortuna para pagar bons professores para me ensinarem. E, conforme eu me escondia do Klaus, e aprendia algo sobre a cultura do local onde estava, mais eu me dedicava em saber mais sobre suas defesas. Até luta marcial eu fiz.

Stefan ficou estupefato com a confissão. Nem imaginava que aquela menina que ele via ali, tinha tanta bagagem. Pensar que alguém viveu tanto tempo era difícil, mas, ela tinha feito algo extremamente interessante com a sua eternidade e isso o fascinou. Enquanto ele lutava em sobreviver, ela realmente, vivia.

— Estou completamente fascinado com essa história. - ele disse, entrando na garagem do hotel que ficariam hospedados. - Eu nem sei o que dizer.

Os dois sorriram. Saíram do carro e foram fazer o check in. Adrienne tinha pago caro por aquela hospedagem, pois precisou reservar a suíte presidencial. Não haviam quartos comuns disponíveis, e a menos que ficasse com a cobertura, não seria possível se hospedar ali. Então, decidiu não poupar. Chegaram e tiveram tratamento VIP.

Subiram com o carregador, e ela tratou de descobrir o que podia sobre o clima da cidade. Questionou, sutilmente sobre as lendas de bruxas e vampiros, e ficou atenta aos batimentos do rapaz pra saber se a reposta seria inventada ou honesta. Percebeu que ele não sabia de nada que pudesse de fato ajudá-los.

Entraram no quarto, o rapaz posicionou as malas e perguntou onde gostariam de deixar, apontando para as suítes individuais.

O quarto era praticamente metade do andar. Tinha 4 dormitórios individuais. Parecia maior do que o apart dos meninos, e com uma decoração mais colonial e clássica. Paredes brancas, afrescos de gesso, tapetes suntuosos e sofás de estofados vermelhos. A parte comum unia os dormitórios, quase como uma sala oval. E, por esse motivo o nome da suíte. Uma das portas estava fechada, imaginaram que era onde Katherine dormia. Adrienne decidiu não acordá-la. Faltavam algumas horas pro amanhecer, e eles poderiam descansar um pouco também.

Stefan preparou a gorjeta, entretanto, Adrienne tinha outros planos pro rapaz ali parado. Apurou o faro, buscando alguma evidência de verbena e perguntou.

— Têm câmeras por aqui? - falou, olhando em volta da sala.

— Apenas do lado de fora dos quartos, senhora, no corredor, temos um sistema de segurança para os hospedes. - respondeu prontamente, sendo gentil e astuto.

— Ótimo. - Virou, encarando-o – Fica aqui parado. Não grite, não se assuste, não tenha medo e não vai doer. - E ofereceu a Stefan, o braço do jovem, que olhava pra ela, estático. - Você não estava com fome?

Stefan não esperava, mas, não reclamou. Com rapidez e cuidado, subiu a manga da camisa e se embriagou com o sangue fresco e quente do carregador, que permanecia imóvel na sua frente. Bebeu até se saciar. Enquanto os batimentos ainda não estavam fracos, ele se deliciou.

Quando percebeu a fraqueza do jovem, parou, sem que Adrienne precisasse dizer nada. Olhou pra ela, que observava orgulhosa. Limpou a gota de sangue que saía do punho do rapaz, deu-lhe uma gota de seu próprio sangue pra curar a ferida e sorriu pra ela, orgulhoso de si mesmo.

Adrienne hipnotizou o rapaz novamente pra esquecer o que ocorreu, verificou a ferida cicatrizada, inventou uma desculpa pela demora em sair do quarto, e mandou-lhe embora. Não antes de Stefan entregar a gorjeta que já havia separado.

Assim que o carregador fechou a porta, ela comemorou com pulinhos e gritinhos abafados, pra não acordar Katherine que dormia em um dos quartos, e foi em direção a Stefan que ainda sorria, feliz por ter notado sozinho as nuances de esgotamento.

Estava cada dia mais ciente da suas necessidades como vampiro, e cada vez mais controlado. Era capaz de se alimentar sem matar ninguém. Pegou a namorada no colo, e rodopiou, contente.


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