Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 101
You Should Know.


Notas iniciais do capítulo

O que acontece quando você se depara com um grupo de vampiros encrenqueiros, sozinho com sua namorada, e ela está disposta a não deixar isso barato?



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Stefan saiu do carro, logo atrás da namorada. Um misto de insegurança e pavor tomou conta dele. Sabia que era destemida, mas, estava de um jeito que ele nunca tinha visto antes. Parecia impaciente e imprudente. Percebeu que aquela figura delicada e sensível poderia ser imensa e forte se quisesse.

O vampiro atacado apontava pra ela, e a mostrava pro grupo, que se aproximava com pedaços de madeira. Stefan notou e se assustou, se transformando rapidamente para atacar. Mas, Adrienne parecia serena.

— Sim, fui eu mesma. Ataquei, porque seria atacada. Quem de vocês é o mais velho? - ela perguntou.

Eles pararam e se olharam. Uma figura saiu do meio deles se identificando.

— Hum... Quanto tempo? - ela questionou.

Ele ficou um pouco em duvida com a pergunta. Mas, entendeu que ela queria medir forças. Estufou o peito, cheio de coragem e respondeu dando um passo a frente.

— Estou por aqui há dois séculos. E você, mocinha perturbadora?

Adrienne riu, e se aproximou bastante do vampiro. Agarrou-lhe a garganta, levantou-o do chão, mesmo ele sendo mais alto que ela. Notou todos se movimentarem pra atacar e respondeu, enquanto o vampiro em suas mãos se debatia, irritado, contudo, não chegava a machucá-la.

— Vamos, não vão fazer nada? - ela chamou a turma.

Ao lado, um pouco atrás, Stefan observava a cena. Ela parecia querer brigar. Ela estava sedenta. Se colocou em posição de luta, mas, os vampiros não tinham a menor chance. Ela mordia alguns, quebrava o pescoço de outros, enquanto ainda segurava o líder deles, que por vezes servia de escudo.

Stefan se sentia apenas como um backup pra que ninguém alcançasse ela por trás com uma estaca, mas, Adrienne parecia não precisar de ajuda. Se mexia como num balé, uma força e destreza que ele só tinha visto em Klaus. Quando todos estavam caídos, ela soltou o vampiro que já tinha desistido de se debater dizendo:

— Você precisa entender que não se discute com mais velhos. E, precisa ensinar seus amigos a não saírem atacando aquilo que eles não conhecem. Pra esse aqui – foi dizendo enquanto se aproximava do que tinha atacado antes – eu tenho um castigo melhor. Te dei uma chance antes, mas odeio covardes.

Mais rápida que um raio, arrancou o coração dele do peito, e entregou ao líder.

— Ele era um problema pra vocês. Eu poderia ser uma policial com verbena, ou uma caçadora, ou pior ainda, uma híbrida irritada. Estarão melhor sem ele.

Saiu da cena andando calmamente, da mesma forma que entrou. Tinha algumas manchas de sangue nas mãos, e fora isso, parecia que nada tinha acontecido, nem os cabelos pareciam desarrumados.

— E, ah! Nove séculos, mocinho. - respondeu a pergunta com o mesmo deboche do vampiro líder, subindo uma das mãos com o indicador levantado, sem nem se virar.

Voltou pro carro e não disse uma palavra. Procurou um lenço de papel no porta luvas, e limpou as mãos. Stefan a seguiu, estarrecido. Tinha uma mistura de orgulho e medo dela. Viu muito de Katherine nessa cena, e nunca tinha visto tanta semelhança com Klaus.

Isso o deixou bastante assustado. Era uma mistura dos dois vampiros mais cruéis que ele conhecia, porém, uma coisa a diferenciava, não fosse pelo sujeito que a dedurou, não haveria nenhuma baixa efetiva. Todos derrubados, nenhum morto. Nem ele era capaz de tal proeza.

— Quer falar disso? - percebendo a surpresa do namorado, perguntou docemente, quando ele fechou a porta do carro.

— Eu... bem... Não sei direito se estou preparado pra resposta. - ele disse.

— Eu sou uma vampira, Stef, você já deveria saber. Estou estressada, foi bom pra me acalmar. - disse, enquanto ainda limpava as mãos e a boca. - De quebra, ainda me alimentei mais um pouquinho. - completou, com um sorriso leve e despretensioso.

De repente, era a mesma doce e gentil Adrienne que ele conheceu. Deu partida no carro, pensativo. Tudo que ele via nela de tão diferente de seu criador e de sua melhor amiga, parecia ter desaparecido ali, naquela noite. Adrienne agiu de um jeito quase visceral.

Era como se a influencia de Klaus e Katherine tivesse entrado em sua alma. Mas, o fato de que, mesmo deixando todos derrubados, ela não os tirou a vida, fez com que ele voltasse a perceber a diferença gritante que existe entre os 3. Katherine teria matado o primeiro assim que ele tentou atacar, e Klaus teria destroçado todos eles sem piscar.

Olhou pro lado, sorrindo. Chegou a outra conclusão nos minutos de silêncio que seguiram. Ela era forte como um urso. Parecia frágil por fora, mas, além de ser sua âncora e um alicerce pros amigos, não precisava ser defendida. Era tão decidida e determinada, e forte. Muito forte. Quase como um original poderia ser. Stefan se sentiu aliviado por um instante. Em mais de 150 anos sempre precisou se preocupar com todos a sua volta, naquele momento, percebeu porque se sentia forte ao lado daquela criaturinha. Ela não só cuidava dos outros, assim como ele, como sabia se cuidar.

* * *

Entre goles de vinho e sangue, Daniel e Caroline conversavam sobre suas histórias. Ela já estava mais solta e conformada. Quase já tinha esquecido a bruxa que ficara no dormitório, dentro do corpo da sua melhor amiga. Ria de qualquer coisa. Ele não estava muito mais sóbrio. Contava algumas situações curiosas que tinha passado na sua vida de vampiro, e como saía de situações embaraçosas como tentar hipnotizar um policial cheio de verbena.

A noite ia alta, e a conversa fluía. Ele visivelmente encantado, tentava impressioná-la como pudesse, e ela, se sentia confortável, se divertindo com os relatos. Fazia perguntas, e permanecia atenta, e percebeu que estava alegre além da conta. Mesmo assim, não queria parar. Se sentiu leve ali, e queria estender essa sensação pelo máximo de tempo possível.

Embora ele estivesse totalmente caído por ela, não tentaria nada além de fazê-la rir. Por mais que estivesse interessado, ainda era um cavalheiro, e Caroline nunca deu nenhuma brecha de aproximação além de amizade. Daniel continuava com suas histórias e apreciava o som das gargalhadas.

Quando terminaram a sétima garrafa de vinho, ela tentou levantar e pegar outra, sem sucesso. Ficou tonta e caiu no colo dele. Os dois riram de doer a barriga, e quando pararam, ela ainda estava sentada no colo dele. Por um momento, ficaram se encarando, mas, mesmo que ele desejasse tanto que a noite terminasse num beijo, ela estava bêbada demais, e ele teve medo de estragar as coisas.

Caroline até esperou dele a aproximação. Ele ficou mudo, e quase prendia a respiração. Olhava dos olhos dela pra boca, e ela achou que ele ia tentar beijá-la. Não pretendia oferecer resistência, porém, o silêncio foi quebrado de outra forma.

— Bom, acho que bebemos demais por hoje e amanhã tem aula. Melhor dormirmos.

Ela concordou. E tentou novamente se levantar, com a ajuda dele, se escorando no sofá dessa vez. Daniel a ajudou a chegar no quarto de Stefan e apontou o armário que poderia ter alguma roupa de Adrienne. Ela sentou na cama, e se jogou pra trás.

— O quarto está rodando. - E riu.

Ele riu, e tentou pegar alguma coisa pra que ela se trocasse pra dormir. Quando esticou o braço pra entregar, Caroline levantou, ainda sentada na cama, e pediu pra ele sentar ao lado. Assim que ele sentou, ela se jogou pra trás, e puxou ele pra fazer o mesmo.

— Sabe, eu me diverti de verdade essa noite. Mesmo com tudo o que está acontecendo, eu consegui me divertir. Há tempos eu não tinha uma noite assim.

Daniel sorriu e respondeu: - fico feliz com isso. Se precisar, é só chegar. Tem vinho de sobra.

Ela gargalhou de novo, e, se virou de lado na cama, ficando de frente pra ele.

— Eu achei que você ia me beijar ali. - apontou pra fora do quarto. - Eu não ia negar, mas, fico feliz que você não tenha feito... Eu não tô preparada pra isso agora. - falou quase sussurrando.

Ele nem conseguiu dizer algo, mal terminou a frase ela já estava dormindo. Daniel deixou as roupas ao lado dela, ajeitou-a na cama, e completou, enquanto saía do quarto – Não sou esse tipo de cara, Caroline, você deveria saber. - e apagou a luz.








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