Naty (narrando):
Eu menti mas qual é o problema? O beijo só deixou mais claro que eu amo o Maxi mas ele não, não quero desejar mal a Cami mas bem que ela podia morrer e logo! Aquilo de ficar atrás de provas deixa o Maxi mas feliz, por que? Pois ele pode mexer em tudo, tudo mesmo, roupas, objetos, aparelhos eletrônicos, o que ele mais quer...
Eu tenho que me mostrar forte e nem ligar pra ele, talvez se eu ficar com alguém ele sinta ciúmes, não é muito comum e ele não daria à mínima... Agora coitada da Fran eu não sei a historia direito, mas ela foi atropelada e parece que estava gravida e tal. A única coisa que posso é chorar não totalmente por ela porque sei que a maioria das lagrimas que vão sair serão para o Maxi e para fantasia boba que tenho.
Maxi (narrado):
Mais uma vez estou passando por essa rua, já sei ate que cor são as casas que tem nela, o caminho para o hospital desta vez esta mais feliz, eu não sei a razão mas estou feliz, acordei assim e quero conversar com a Cami mesmo ela estando desacordada a segunda pessoa que mais me ajuda, a primeira é a Naty ela consegue me aturar e fazer o tempo passar tão rápido que se piscarmos já é outro dia. Entrei animado e fui quase correndo para o quarto de Cami, quando cheguei minha animação acabou o quarto estava cheio de médicos e enfermeiros e atrás de mim vinha um que me levou para fora depois de alguns minutos me deixaram entrar mas antes conversei com um enfermeiro seu nome era Gustavo e ele era o que mais ficava com a Cami.
–Você chegou atrasado hoje.
–Eu sei é que eu dormi bem essa noite.
–Então você já pode entrar.
Ele disse quando terminamos nosso pequeno diálogo, entrei e um medico anotava algumas coisas em sua prancheta e logo se voltou a mim.
–Ela deu uma recaída... Eu sinto muito em dizer mas daqui uma semana iremos desligar os aparelhos, caso ela tenha uma melhora não. Antes que você comece a brigar comigo pense um pouco, você não acha que essa jovem esta sofrendo muito?
Não respondi nada a ele eu acreditava na Cami e sabia que ela ficaria melhor, ou pelo menos criava isso para fugir da verdadeira realidade, não deixei os pensamentos voltarem apenas me sentei ao seu lado na cama passei a mão em seu rosto e comecei as nossas conversas diárias.
–Cami desculpa a demora, finalmente eu consegui dormir uma noite bem, sabe no que eu pensei? Se você melhorar eu vou comprar um gato, um gato laranja, pois é sua cor favorita e vou cuidar dele ate o dia que você acordar e voltar para casa ai ele será seu! É uma promessa!
Disse com um enorme sorriso, cuidar de outro ser além de mim seria legal. Mas chegou nas partes ruins da conversa as partes realistas e desagradáveis.
–Olha eu sei que é ruim falar disso mas precisamos saber quem fez isso com você, sim não foi problemas técnicos alguém te sabotou, quem gostaria de te ver morta? Eu sei que não pode me ouvir mas volta logo minha vida esta difícil sem você...
Quando terminei de falar senti uma mão em meu ombro me virei e vi mais uma das minhas ilusões da Cami meu coração batia rápido eu sabia que não era verdade, era tão real que eu acreditava ela colocou sua mão em meu coração e aquilo me aliviou eu não falava nada e ela também não, eu a olhava não perdia nenhum detalhe ela rasgou um pedaço do seu vestido e me deu com alguma coisa pesada dentro e sumiu, olhei para minhas mãos e tinha mesmo um pano fino o abri com cuidado e tinha um pingente com uma data era 23/08/12 não me lembrava de nada importante nessa data guardei no meu bolso e me sentei novamente na cama.
–Você é real... Você quer me ajudar, só que a única forma de você me ajudar é se ajudando... Por favor, Cami não me abandone eu sei que você não gosta de mim eu já superei isso, mas não deixei de gostar de você e mesmo que não aconteça nada entre nós eu admiro muito nossa amizade.
Beijei de leve sua testa e sai a felicidade de hoje cedo já não existia mais, era impossível não pensar nos fatos reais eu estava criando falsas expectativas e talvez seria melhor se ela morresse e parece de sofrer.
Francesca (narrando):
Ele saiu e ei comecei a chorar, como eu podia ter perdido meu filho? Eu sou uma idiota mesmo! Estava quase me matando por dentro quando o medico entra e me libera eu não falei nada apenas fiquei parada enquanto todos vinham e me abraçavam e diziam algumas coisas pra mim, eu nem prestei atenção aquilo não me ajudaria em nada mesmo, o único que não foi ate a mim era o André, eu cheguei em casa e já expulsei todos e fui dormir mas era inútil eu ficava chorando e me culpando, fui ao banheiro lavar o rosto e quando sai o André estava lá vendo minhas fotos espalhadas pelo quarto.
–O que faz aqui? Como entrou?
–Eu vim te ajudar mesmo não sendo seu melhor amigo ou algo do gênero, eu entrei pela janela pois eu sabia que se eu tocasse a campainha você não iria atender...
Eu me joguei em cima dele era difícil não ter amigos nessa hora, eu tinha a Naty somos amigas mas não temos uma boa conexão e o Maxi ficou na Itália junto com a Cami que esta em coma.
–O que você quer fazer?
André disse ainda me abraçando.
–Esquecer!
–De que maneira?
–De um jeito que nunca me lembre, que tudo que eu tenha desapareça!
–Você quer queimar?
–Exatamente!
–Tudo?!
–Não apenas o que tem a ver com o bebe.
Descemos e o André acendeu a lareira e eu comecei jogando os recibos da passagem, depois o teste de maternidade, algumas fotos em que o León brincava com a minha barriga, papeis que escrevi sobre a gravides. Depois eu observei tudo aquilo queimar e me lembrei do biquíni o biquíni que eu usava quando tudo aconteceu. O André apagou as luzes e começamos a contar historias tanto de terror quanto historias normais e fatos que aconteceram em nossas vidas alguns eram bem vergonhosos, o que foi bem legal. Comemos besteiras enquanto contávamos isso depois vai me custar um mês de regime mas fazer o que, convidei ele para dormir aqui arrumamos nossas coisas para dormimos na sala, o que estava me irritando era meu celular que não parava de tocar então o desliguei, ficávamos rindo e conversando até ficar tarde e o sono chegar então dormimos e eu já avia esquecido tudo.
Na manha seguinte acordei com um trovão eu olhei para o colchão que o André avia dormido mas estava vazio, me levantei ainda com sono e bati meu dedinho no sofá e gritei o André veio e ficou rindo de mim já quase morrendo segurando meu pé.
–Onde você estava?
–Fazendo o almoço!
–O que?!
–Eu sei fazer algumas coisas ta! Ele disse mais parecendo uma criança emburrada.
Ele me puxou para almoçar, comemos e ficamos um tempo atoa ate ele ir embora, eu fiquei a tarde toda deitada no jardim sentindo a chuva cair em meu rosto, me sentia tão bem com aquela sensação me sentia com uma alma limpa, me sentia livre. Tomei um banho bem quente o que menos queria agora era ficar resfriada, sai do banho e comecei a ler um livro que avia comprado na Itália mas não tive tempo para ler, o livro era ótimo e acho que acabaria ele hoje mesmo, estava concentrada quando a campainha toca eu sai correndo pensando que era o André e ate mesmo sorri mas quando abri a porta era León e meu sorriso se desmanchou, eu devia saber que não era o André pois ele entra pela janela mas na hora nem me lembrei eu queria tanto falar com ele... Fiquei uns segundos me queixando quando resolvi falar.
–É você?
Falei tentando ser mais seca possível, mas minha voz saiu de decepcionada.
–Quem você achou que era?
–O André!
Falei no mesmo instante e sorri convidando ele para entrar. Ele soltou um Hum meio enciumado e começou a se desculpar e falar que me ama.
–Por favor volta comigo eu te amo!
–León... Eu terei que pensar ok? Não posso fazer isso sem refletir na possibilidade de ficar novamente com você...
–Tudo bem eu compreendo...