Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu sei que demorei, reconheço meu erro. Por isso, vou tentar fazer um capítulo grande e cheio de revelações para vocês, O.K.? Desculpem-me a demora. Peço de coração que me perdoem. Depois explico os motivos, O.K.?



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Eu e Rachel caminhávamos já por mais de horas. O Sol lá em cima já se punha, mas eu sabia que era apenas um jogo da Capital. Não havia passado tempo o suficiente para estar escurecendo.

— Ei, Prim? - Rachel chama.

— Sim? - respondo, ainda olhando pra frente.

— Lembra daquela música que eu cantei quando os Carreiristas passaram?

— A francesa? - Rachel apenas assentiu. - Sim, claro! O quê é que tem?

— Eu aprendi quando era pequena...

— É, você contou que sua mãe te ensinou.

— Sim, ela me ensinou... mas não era uma música qualquer. Era uma música de proteção e foi muito utilizada em guerras francesas de antigamente para tranquilizar a população amedrontada...

— Rach... - cortei sua fala. - Não acho que seja uma boa ideia falar disso aqui, nesse momento.

Rachel sabia dos riscos que correria me falando uma coisa daquelas. Seneca poderia matá-la por tentar colocar aquilo na minha cabeça. Sua família, ou o que restou dela, poderia sofrer suas consequências e os idealizadores poderiam criar um obstáculo que nos obrigasse a seguir pelo caminho da morte certa. Parecendo estar com isso em mente também, a menina calou-se e pegou algumas frutas dentro da mochila que carregava.

— Quer uma? - perguntou.

Assenti. Eu estava faminta!

Abocanhei uma maçã de uma vez só. Lancei um sorriso para a ruiva quando vi que ela me observava. Eu não sabia ao certo, mas parecia que ela estava feliz de eu ter ficado bem.

Qualquer outra pessoa guardaria o remédio e me deixaria morrer... mas ela não. Rachel cuidou de mim até o fim. E eu sabia que ela cuidaria caso o paraquedas não chegasse com minha cura. Era isso o que me entristecia... afinal eu escolhera proteger Peeta à ela, mas Rach não precisava ficar sabendo disso.

Seguimos o caminho em silêncio. Ouvíamos apenas o som dos pássaros.

[...]

Eu já conseguia ver a cornucópia.

— Eles estão lá? - Rachel perguntou.

— Shhhh! - repreendi. A ruiva calou-se.

Não havia sinal de vida no local.

— Acha que é seguro passar por aí, Prim? - insistiu em indagar.

— Seguro ou não, é o único jeito... a não ser que tenha encontrado algum outro enquanto eu dormia...

Rachel balançou a cabeça de um lado para o outro, indicando negação.

— Pode ser... - deu de ombros.

Começo a caminhar em direção à fenda da primavera, mas é quando percebo o tom de voz usado para expressar seu desinteresse, paro, deixo um minuto passar-se e recuo um passo. Rachel permanecia imóvel.

— Você acha que devemos passar para a primavera? - pergunto, recuando ainda mais.

— Perdemos muito tempo sem nos atualizar, Prim...

— Eu sei, Rachel... mas...

— Eles podem ter rearranjado as bombas que ainda não explodiram... podem tê-las colocado nas extremidades de cada uma das divisões...

Paro e penso. Ela estava certa.

— É uma hipótese válida...- comentei.

— Eu sei disso... - debocha Rachel.

— Apenas até que se prove o contrário...

Completo a frase, causando uma reação de aborrecimento na expressão facial da garota.

— O que acha que devemos fazer? - pergunta com desdém. - Ir até lá e ver se está tudo bem?

Ela não sabe, mas era uma boa ideia... até que eu me lembrei de que...

— Não seria seguro.

— Como assim? Não percebeu ainda que nada aqui é seguro?

— Ah, mas é claro que percebi, Rach! A questão é que podemos ser inteligentes pelo menos um pouquinho... que não nos deixemos abater tão facilmente. Já chegamos até aqui... - bufei. Agora a expressão de aborrecimento vinha de mim mesma por ter de entrar naquele assunto mais uma vez e dizer as mesmas coisas novamente.

— Então, o que propõe? - ela faz uma expressão de interesse, cruza os braços e me olha como quem diz: dá pra ser mais rápida?

— Bom, eles não deixariam essas coisas aqui, mesmo que tenham sobrados poucos suprimentos... com certeza não deixariam à Deus dará...

— Certo... e... - ela fez um sinal com a mão, como se pedisse que eu continuasse. Rachel estava impaciente.

— E não temos certeza do que fizeram nos últimos dois dias... onde ficaram, o que comeram, onde enterraram as minas...

— E você quer chegar onde com isso?

— Eu acho que deveríamos tirar a prova viva de que é seguro passar... não em todas as divisões. Apenas a primavera já é suficiente...

— Hum, interessante... - ela toca o queixo com o dedo indicador e franze a sobrancelha de cor clara. - E como é que vamos tirar essa prova viva? Tem alguma ideia?

Rachel pergunta como quem não quer nada, como se tivesse em mente que eu não sabia o que fazer. Infelizmente, ou felizmente até de mais, eu sabia o que fazer.

Ergui o estilingue em sua direção e apontei para umas pedras de tamanho mediano bem próximas ao campo de força.

Rachel deixou um sorrisinho transparecer em seu rosto. Mas o olhar de cumplicidade que ela me lançava sumiu repentinamente, da mesma forma como chegara.

— O quê? Aconteceu alguma coisa? - pergunto assustada. Ela apenas me olha triste. Eu sei que não é nada sério, afinal a garota não estava pronunciando as palavras francesas cujo significados eram desconhecidos por mim. Rachel estava apenas triste...

— Não é nada... vamos, vou pegar algumas pedras para você... de quantas acha que precisa?

— Hã... - ela mudara tão repentinamente o assunto que eu não conseguia interpretar a pergunta com a mesma rapidez que processara as outras em minha mente. - Umas cinco devem dar... não devem ter sobrado tantas minas assim, não é? - brinquei. Rach levou à sério.

— A questão é que não sabemos onde estão... - retrucou. - Tem certeza de que cinco apenas são o suficiente? - Ela estava certa.

— Está certa... duplique, por favor.

E o sorriso de cumplicidade voltou ao rosto da menina com cara de raposa.

[...]

— Onde enterraria uma sequência de bombas se fosse um Carreirista? - pensei alto.

— Eu não sei te dizer com precisão, Prim, mas tenho certeza de que posso afirmar que aquele monte de areia como se fosse uma pequena montanha que está ali na frente não é um formigueiro...

Rachel debocha... não um deboche ruim, mas alguma coisa que ela tentou fazer para descontrair, talvez... até mesmo para acabar com a tensão do momento.

Sorri para ela, empunhei o estilingue de madeira, fechei os olhos. Estiquei a borracha, mas estava vazia.

Eu sabia que o tempo era curto, que eu não sabia em quanto tempo os inimigos voltariam, mas eu precisei fazer aquilo.

Respirei fundo. Terra molhada, madeira, grama... todos os cheiros característicos desses produtos enchiam meu pulmão acompanhados pelo ar. Respirei pausadamente mais uma vez, abri os olhos. Rachel não estava mais à minha frente. Encarei as minas e pude perceber os "montinhos" de terra parecidos com formigueiros...

Carreiristas inocentes... ,penso.

Passo a mão por sobre uma pedra aparentemente polida, sem pontas, como aquelas artesanais... esse tipo de pedra poderia ser menos letal, mas machucava tanto quanto a pedra sem polimento. Ela era mais pesada, mais certeira, sem curvas indefinidas.

Eu não sabia o nome dado àquele tipo específico de formação rochosa que se despregou do chão, mas nem precisaria dali há alguns segundos... pois aquele pedacinho de resfriamento de, provavelmente, magma e minha mão... bem, deixaria de existir.

Posicionei a pedra na borracha central, estiquei as laterais, mirei a curva do "y" formada no meio do estilingue para o montinho e, sem pensar duas vezes nas consequências, atirei.

[...]

Foi tudo tão rápido, mas ao mesmo tempo tão lento...

Eu consegui vero caminho que a pedra levava para chegar até o montinho. Não era muito longo, mas não era perto o suficiente para acontecer em menos de um segundo.

Assim que atirei e abaixei o estilingue, avistei a ponta do cabelo negro de Clove se aproximando no caminho do verão. A menina estava sorridente, vitoriosa. E também em câmera lenta.

Bastou a explosão acontecer para as outras minas desarmarem e explodirem todos os suprimentos. E então ela gritou de raiva, mas não parecia me ver. Eu caí no chão por causa da pressão que a explosão causou na terra. Rachel caiu há poucos metros de mim. Eu estava ouvindo um som fininho e sentia um líquido escorrendo por rosto. Passei a mão em meu ouvido esquerdo e percebi que havia algo tão vermelho quanto o cabelo de Rachel em minhas mãos.

Tinha cheiro aproximado do ferro. Era sangue, eu sabia. Meu tímpano esquerdo se rompera... ou era apenas alucinação minha... eu não sabia dizer o que era real e o que não era.

Não estava desmaiada e sabia que nem estaria... mas era como se tudo acontecesse enquanto eu ainda estava acordada. Como se fosse coisa da minha cabeça... como se fosse o perigo da cornucópia que, mesmo nos favorecendo, precisava de ter algo de diferente. Talvez fosse esse o motivo de os Carreiristas não habitarem o local o tempo todo. Talvez seja isso o que Seneca queira... movimento, deslocamento, nômades.

E então a poeira abaixou. Não havia mais fogo, explosão ou sangue na orelha. Talvez fosse um efeito repentino e rápido. Momentâneo.

Encarei Rachel, estava de pé, encarando, pálida, os Carreiristas. Olhei para mim mesma.

Eu estava ajoelhada, gritando, com medo, tentando tirar algo inexistente de minhas mãos. Eu estava chamando a atenção deles.

Rachel permaneceu imóvel enquanto todos os outros corriam em nossa direção em câmera lenta, recurso muito utilizado pela minha mente naqueles momentos.

[...]

Levantei-me o mais rápido que consegui, mas eu também andava em câmera lenta.

— Vamos, Rachel! - gritei. A voz estranha, grave.

Puxei a garota e ela continuou me acompanhando na mesma velocidade. Rachel carregava a mochila com tudo o que tínhamos. O rosto estava tão vermelho quanto seu cabelo, ela suava muito. Segurei sua mão e continuei puxando-a. Não havia tempo para parar e observar se alguma outra mina tinha sobrado. Por isso, eu deveria arriscar.

Seguimos caminho pela primavera. Olhei para trás, Clove corria com uma faca empunhada, pronta para ser atirada.

Ainda estávamos na cornucópia.

Cato tinha uma lança em uma das mãos e uma espada na outra. Ele gritava muito, como se seu grito fosse me fazer parar. Glimmer ainda tinha o arco que usara para me acertar no banho de sangue.

Clove lançou a faca com uma precisão perfeita. Eu ainda estava na cornucópia. Corria muito. Abaixei junto de Rachel. A faca passou direto e caiu metros à minha frente.

Era a distância suficiente para que eu conseguisse abaixar, pegar a arma da garota, desviar-me da lança que Cato acabaria por lançar assim que eu abaixara, levantar com a faca em mãos, desviar duas flechas com a faca em um sinal de reação e alcançar a divisão da primavera.

[...]

A velocidade voltara a ser a mesma. Talvez a cornucópia retardasse o tempo... talvez esse fosse o meu medo no momento, o tempo. Talvez para os outros, nossa velocidade não estaria sendo em câmera lenta e sim normal... talvez para eles, os perigos e medos eram outros. Talvez, não... com certeza eram outros.

Eu e Rachel conseguimos nos recompor e correr em linha reta.

— O que vamos fazer? Pra onde vamos? - ela conseguiu dizer.

— O tronco... - falei ao mesmo momento em que tentava manter o ritmo de respiração. Ao mesmo momento em que tentava me manter em equilíbrio.

— Não acha que já deixou de existir? E se chegarmos lá e não tiver nada? E se eles nos alcançarem?

Eram perguntas completamente válidas. Mas era melhor ter a esperança de ter algo do que não saber o que fazer.

— Não fale muito alto, Rach... pode dar uma ideia malvada para os idealizadores... - ela sorri torto.

— Vamos procurar o tronco, então? - pergunta.

— Querida... nós não vamos... já estamos. - consigo responder com muita dificuldade. - Vamos acelerar mais o ritmo, Rachel... do jeito que estamos eles vão nos alcançar rapidinho.

A ruiva concorda.

Rachel corre em disparada. Era ela quem me ajudava a me manter em pé daquela vez e não o contrário. Minhas pernas já estavam adormecendo e eu tinha medo de acontecer algo parecido com cãibra e eu não conseguir mais correr. Eu já não sentia mais os dedos dos dois pés e meu cabelo estava molhado de suor e pregado em minha testa.

Afastei um tufo de cabelo loiro da frente do meu olho. O mesmo já estava me atrapalhando a enxergar o caminho à frente, mas estava tão melado de suor que eu nem me dei ao trabalho de tentar voltá-lo para seu devido lugar por muito tempo. Era apenas mais um movimento em vários... e, naquele momento, eu deveria me esforçar o menos possível. Deveria me concentrarem minhas pernas e deveria pensar positivo, pensar em ficar de pé.

Rachel apertou minha mão um pouco mais, pois já estavam escorregando novamente uma da outra e, como já sabemos, não é bom nos separarmos, afinal uma com certeza corre mais do que a outra.

Eu suspiro fundo em um m,omento involuntário, fazendo com que eu não consiga respirar no compasso e perca um pouco de fôlego, mas me recomponho rápido e torno a correr.

Por causa de outro momento como esse, os Carreiristas apontam alguns metros atrás de nós.

— Bem, eu acho que conseguimos aguentar até demais... - comenta Rachel. É quando percebo que diminuímos bastante a velocidade há pelo menos uns dois minutos.

Estamos cercadas pelos três Carreiristas restantes.

Clove lança um olhar de deboche ao encarar minha outra mão, a qual possuía uma de suas armas. Coloco a faca no cinto e puxo o estilingue. Torno a mexer no bolso, procurando pelas agulhinhas, as mini estacas, como queira.

Tento ser rápida em empunhar o estilingue com tudo o que é necessário para ter algum efeito no inimigo. Rachel está de costas para mim com uma espada à altura da de Cato em mãos.

— Olha só, a menininha conseguiu algumas coisinhas... - comenta Cato.

— É mesmo, Cato... será que ela conseguiu com quem? - pergunta Clove com um excesso de exagero na fala.

— Acho que foi com umas pessoas que conhecemos... - continua Cato.

— Quer dizer nós? - questiona Glimmer, a qual estava virada para Rachel.

— Eu não peguei nada que é seu. - falei para Cato.

Ele deu de ombros.

— Você pode até não ter pegado... afinal, não me lembro de ter algo parecido com... isso na minha pilha de armamentos... - diz, apontando para o estilingue. - Mas ela... - ele aponta para Rachel. - Ela exagerou. Além do mais, você, Prim,não é inocente.

— Destruiu o que é nosso! - Clove completou.

— Ah, que lindo! - provoquei.

— O quê? - causo curiosidade neles, que respondem em coro.

— Um completando a frase do outro... - digo, meio que com tom ameaçador.

— Mas o quê...? - Glimmer pergunta confusa.

— Sabem muito bem do que falo... - confesso encarando-os. Eles não entendem. Eu queria ameaçá-los dizendo que sabia do segredo deles... mas eu não tinha certeza se sabia. Não poderia botar tudo à perder. Precisava enrolá-los. É aquela questão: enquanto eu for útil, eles me manterão. Rachel permanece em silêncio, sem entender... mas parecendo feliz por ainda não ter começado a luta.

Cato e Clove se entreolham e me encaram em seguida. Eles parecem entender meu objetivo, pois começam a rir.

— Ela só quer nos atrasar... vê se pode! - zomba Clove. Glimmer a olha com um olhar envergonhado e com certa ponta de constrangimento, como se não fosse acostumada com a risada da "amiguinha" dela.

— Não estou querendo atrasar ninguém... é só que eu sei de umas coisas...

— Posso saber quais são? - questiona Cato, com desdém.

— Até certo ponto... mas eu sei o que acontece depois que eu contar...

— O natural de sempre... - completa como se fosse a coisa mais comum do mundo.

— De fato, meu caro... - entro no jogo.

— Mas o problema é que o tempo é precioso... - intervém Clove.- Quanto mais rápido acabarmos com você, mais rápido temos a chance de voltar pra casa...

— Novamente devo concordar...

Ela fala algo, mas hesita. Logo depois, retoma a fala e o que eu entendo é:

— Está aceitando isso fácil, cara Prim...

— É o melhor a fazer, não acha? - brinco tentando parecer o mais natural possível. Rachel ainda está em posição de ataque, como se a próxima bomba relógio fosse explodir e a única forma de se salvar era atacá-los... na verdade, eles eram as verdadeiras bombas.

— Isso me parece estranho, Cato... - ela sussurra, mas consigo ouvir. Ele faz um sinal de: "deixa comigo" e, quando eu menos espero, como se fosse algo programado. Como se eu tivesse armado para eles, como se eu tivesse escolhido aquele lugar para ficarem, uma caixa cinza cai no chão.

É quando as coisas saem de dentro dela que percebo ser, na verdade, uma colmeia. Mas não era simples...

— Corram! - Clove grita, desesperada. - Teleguiadas!

Era esse o nome. Teleguiadas. Moscas geneticamente modificadas que, dependendo do causa, eram letais. Havia uma colmeia inteirinha delas ali.

Eu e Rachel saímos correndo tentando nos desviar das teleguiadas sem que nos machuquem, mas, antes que viremos as costas para a cena, vimos algo se desequilibrar da árvore de onde o grupo venenoso caiu e cair bem em cima da colmeia. Não era algo, a final... era... era...

— Corram! - é só quando tomo noção de que os bichos se aproximam de mim e de Rachel. Eu não queria abandonar a pessoa ali, mas já não tinha mais jeito. Além dessa pessoa, eu e Rach morreríamos e deixaríamos o grupo de sempre vencer. - Honrem minha morte. - pede. - Não deixe que seja em vão. Prometam.

Pede novamente.

— Não será. - eu e Rach falamos em uníssono.

— Obrigada, Prim. E me desculpe.

São as suas últimas palavras antes de as teleguiadas tomarem conta de todo o corpo da garotinha. Não demorou muito, afinal ela era menor que eu em altura...

— Não há de quê, Rue. Está tudo bem.

Consigo dizer antes de correr puxada por Rachel. Não sei se ela ouviu. Ouço o canhão. Meus olhos se enchem de água... e, há metros de distância de onde a cena aconteceu, eu me ajoelho, começo a chorar desenfreadamente.

Não tive muito contato com ela, mas a menina me visitara, se preocupara e se desculpara. Rue não merecia a morte. Ninguém aliou em qualquer outro lugar merecia a morte.

— Vamos, Prim... precisamos achar o tronco.- chama Rachel, com bastante calma. O que eu acho estranho.

— Tudo bem, só mais um minuto...- consigo pronunciar.

É em um momento involuntário que deixo meus pensamentos de lado, levo três dedos da minha mão esquerda até meus lábios e, em sinal de respeito e adeus, ergo meu braço no ar pronunciando as palavras: "Me desculpe também."

Rachel também começa a chorar e a dizer milhares de coisas sem sentido.

Ela cantava a música novamente, mas dessa vez ela cantava com raiva, a voz era grave e gritante. Eu sabia como ela se sentia, mas não daria o prazer de os apostadores verem mais aquilo.

— Vamos Rachel. Precisamos achar o tronco. - repito suas palavras anteriores e levanto-me. Logo em seguida ela se levanta também.

Seguimos caminho pela primavera. Rue nos dera uma vantagem sobre os Carreiristas. Deveríamos aproveitá-la.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me por não ter música. Não achei uma ainda que combinasse com o capítulo. Beijos e até mais.
Juro que vou tentar postar pelo menos uma vez por semana. Outro motivo do atraso é que a tela do meu notebook queimou e está no conserto. Beijos e deixem comentários quando puderem. Até!:D