Como assim ele havia acabado de dizer para fugirmos juntos?

'Allan, acho que você está surdo! Eu tenho namorado! E como nós iríamos fugir? Me explica!' Falei incrédula.

'Eu e o Lucas estávamos caminhando por aí, quando nós vimos um buraco. Resolvemos entrar. O buraco dava fora desse lugar, ele tinha uma entrada para a Capital! No centro da Capital. Eu e o Lucas estamos tramando fugir hoje, mas o Lucas quer que você vá conosco, também. E nós tomamos uma decisão hoje, resolvemos que só iríamos se você fosse. E aí, o que me diz?'

'Allan, isso tudo é muito, mas muito arrisc...' Eu não terminei de falar, pois ele me deu outro beijo. Eu o empurrei e dei um tapa na cara dele. 'Desculpa Allan, eu não vou fugir com você se você continuar fazendo isso, me beijando! Nós podemos ser amigos, nada mais do que isso. Ok? Por favor, para.' Disse com firmeza.

'Ok, me desculpa. Eu prometo que nunca mais vou fazer isso, a menos que você queira. Mas, podemos ir?' Eu segurei sua mão e o segui. Chegamos em uma parte do refeitório que eu não conhecia e percebi que tinha um buraco. O Lucas estava a nossa espera.

'Ainda bem que você veio Alícia.' O Lucas disse isso, beijou meu rosto e me abraçou.

O Allan olhou para mim e disse:'Damas na frente.' E eu entrei no buraco e fui engatinhando, cheguei em frente a duas entradas.

'Esquerda ou direita?' Perguntei.

'Direita, não esquerda.' Disseram os dois ao mesmo tempo. 'É, esquerda.' Eu segui pelo caminho da esquerda, mas tivemos uma surpresa. Aquele lugar não era o Centro da Capital, era a Arena. Isso mesmo, quem imaginava que a arena tinha um defeito? Um defeito muito sério, porque se algum tributo descobrissem ele fugiria.

'Tive uma ideia! É o seguinte, amanhã nós entramos na arena e ficamos um pouco, depois fugimos por aqui. E vamos para o Centro. O que vocês acham?' Falou o Lucas. O Allan parecia não concordar.

'Não é má ideia, cara. Mas, o que fazemos com os rastreadores que eles colocam na gente?' Perguntou o Allan.

'A gente tira! Já fizeram isso antes, por que não podemos fazer de novo?' Respondeu o Lucas, o Allan olhou para ele com raiva e saiu.

Nós todos concordamos e voltamos para os nossos quartos.

Quando chegamos no quarto, não havia ninguém na sala. Provavelmente estavam dormindo. Fui para o meu quarto, mas antes que eu pudesse fechar a porta o Allan me puxou pelo braço.

'Alícia, antes de você ir dormir, eu quero saber uma coisa. Você sente alguma coisa pelo Lucas?' Eu fiquei impressionada pela pergunta.

'Allan, eu vou dizer novamente. Eu tenho namorado!"

'O Mateus não está aqui, e mesmo que estivesse, o que impediria?'

'O nome certo é Marcelo.'

'Tanto faz! Você não sente nada pelo Lucas?' Balancei a cabeça negativamente. 'E por mim?' Fiquei chocada com a pergunta, quem pergunta uma coisa dessas de modo normal? 'Estou brincando! Posso te dar um beijo de boa noite?' Eu o olhei com cara de impaciência. 'Na bochecha?'

'Dá logo esse beijo menino e me deixa dormir!' Ele beijou minha bochecha e saiu. Ei fechei a porta do quarto e minha mãe estava lá. 'O que a senhora está fazendo aqui?' Perguntei.

'Eu vim me despedir. Tente vencer os jogos, por favor.'

'Eu não tenho chance, mas vou tentar mãe.' Eu disse para ela. 'Eu te amo.' ela disse.

Eu a abracei e me despedi dela. Comecei a chorar, o Allan entra no meu quarto e diz: 'Ouvi um choro. O que foi?'

'Minha mãe veio me dizer tchau, eu apenas estou triste.'

'Não se preocupe, amanhã nós iremos fugir.' Eu acenei com a cabeça, ainda chorando. 'Quer que eu fique aqui com você? Até você pegar no sono, claro.' Disse que sim e agradeci. Ele deitou-se ao meu lado. Eu me afastei dele e me virei de costas.

Quando acordei no outro dia, o Allan estava me olhando.

'Bom dia!' Ele disse sorrindo, ele tinha um sorriso lindo.

'Bom dia. Você dormiu aqui?'

'Sim, acabei pegando no sono.'

'Quer dizer que você aproveitou minha tristeza para dormir comigo? Nunca mais aceito uma 'ajuda' sua, sempre terá segundas intenções!'

'Valeu a pena. Vamos nos arrumar, você deve estar super feliz. Vai encontrar o Marcos.'

'Marcelo!' Eu disse. 'Tanto faz, vai tomar banho!' Ele falou. 'Ah, hoje, nos jogos, você terá que ficar sempre perto de mim e do Lucas ok?'

'Já entendi, vou grudar no Lucas.' Falei e ele respondeu: 'Palhaça. Quando eu disse 'de mim e do Lucas', eu quis dizer que era apenas de mim! Agora vai se arrumar.'

'Ta bom, bom dia.' Entrei no banheiro e tomei um longo e demorado banho, sai apenas de toalha e me deparei com o Allan. Ainda deitado na minha cama, folgado. 'O que você tá fazendo ai, folgado?'

'Uou! Você é muito mais gostosa que eu pensei.' ele disse com cara de tarado.

'E você muito mais safado do que eu pensei. Tira o olho. Responda a minha pergunta, o que você tá fazendo aqui?'

'Te esperando.' Ele disse, na maior cara de pau. 'É mesmo? PoDe sair, eu vou me trocar.'

'Na melhor parte você me manda sair!'

'Que pena, pode ir. '

'Me deixa ficar? Por favor!'

'Allan, sai agora.'

'Tá bom!' E ele saiu. Eu fiquei rindo e me troquei.

Fui tomar café e depois desci para colocar a roupa dos jogos.

Me levaram para uma sala com um tubo e colocaram um rastreador em mim. Entrei no tubo e esperei ele subir, quando subiu a contagem começou. 59,58,57.. Olhei para um lado e vi o Lucas, olhei para o outro e vi o Allan. Olhei para a Arena, ela era dividida em três partes, uma floresta, um deserto e uma parte dom gelo. 29,28,27.. me perdi em pensamentos e olhei pro Lucas, ele estava pronto para correr, depois olhei pro Allan, que também estava pronto para correr. 3,2,1.

Comecei a correr, mas na direção contrária a dos meninos. Lucas viu e correu em minha direção, me pegou no colo e correu.

O Allan havia pegado 3 bolsas e facas, ele estava quase entrando na floresta quando uma menina jogou uma lança nele.

Eu gritei. 'Lucas, vamos nele!' O Lucas me soltou e pegou ele no colo. 'Vamos!' Ele gritou.

Passamos por várias árvores e eu estava chorando. Após horas e mais horas de corrida, começamos a caminhar. E então paramos.

'Allan, você ta bem?' perguntei.

'To sim, a lança pegou de raspão. Obrigada por me carregar, cara. Mas não precisava. Só preciso me lavar.' Ele fez uma pausa e me encarou. 'Quer dizer que você estava chorando? Por minha causa, não é?'

'Seu palhaço! Eu estava muito preocupada com você!' O Allan me puxou para perto dele, mas eu me afastei. O Lucas ainda estava e eu tinha namorado.

'Vocês são namorados?' Perguntou o Lucas.

'Não.' respondi e me virei pro Allan. 'Allan, para de fazer isso. Eu já pedi!'

'Eu sei que você gosta.' Disse o Allan.

'Não, não gosto. Sabe por que? Porque eu tenho N A M O R A D O!'

'Como assim? Você tem namorado?' Perguntou o Lucas.

'Aham, eu disse na minha entrevista com o Julio..' o sorriso dele havia se desfeito, ele estava triste.

'O que foi cara? Ta tudo bem?' O Allan perguntou.

'Mais ou menos.' Disse o Lucas.

'Sei como é. Hahaha.' Disse o Allan. Eu não estava entendendo nada, eles estava falando sobre o que? Mas eu parei de pensar naquilo quando os canhões começaram a tocar. 9 mortos.

Eu cuidei do ferimento do Allan e ele disse: 'Obrigada. Eu vou andar por aqui e ver se tem algum tributo.'

'Tá louco? Você não vai!' eu disse, mas ele saiu andando.

O Lucas sentou-se ao meu lado e perguntou: 'Você e seu namorado namoram há quanto tempo?' E eu respondi: 'Há um ano. E você, tem namorada?'

'Não. Eu estava quase arranjando uma, mas ela tem namorado.' Ele disse e olhou para mim.