I see it on you I don't know

(Eu vejo isso em você, mas não sei)

What you've been through
(O que você está passando)

Now how does it feel
(Agora qual é a sensação)

How does it feel
(Como é sentir isso)

How does it feel now
(Como é sentir isso agora)

How does it feel
(Como é sentir isso)

(How Does it Feel - Cinema Bizarre)

Eu estava realmente decidido a me vingar de Hanz Benzner. Aquilo que ele falara pra Luíza despertou toda minha sede de vingança. Nada melhor do que vingar algo! Eu e Kiro recolhemos informações sobre Benzner para tudo corresse bem. Descobrimos que ele trabalhava na empresa do pai e teria uma reunião importantíssima.

- O que você pensa em fazer? – perguntou Kiro curioso.

- Eu quero que ele sinta na pele o que é ser chamado de imprestável... Kiro, eu vou nessa reunião! – disse decidido.

- AAAAAH! Malicioso! – disse Kiro dando socos em meu ombro – Arrasou!

- Kiro... – estreitei os olhos – Você é gay? – arqueei as sobrancelhas e o olhei com preocupação.

- Não... – ele fez um bico e ficou me olhando de lado.

- Enfim! Eu vou lá, ficarei invisível e controlarei os movimentos de Benzner... Ele que me aguarde.

***

- Tudo pronto?

- Lógico! Pegarei o elevador daqui a pouco. Benzner está ali, conversando com o pai careca de e idiota dele... A reunião começa daqui a 5 minutos... Se mantenha invisível. Já vou indo. Você vai ficar aqui ou vai me ajudar lá em cima?

- Vou com você Bill... Também quero me divertir.

Eu e Kiro estávamos na Benzner LTDA. Os dois em forma invisível. Colhi informações de que o discurso de Hanz Benzner  seria ditado pra ele num microfone... Trapaça! Eu simplesmente tiraria o microfone de seu ouvido e ditaria um novo e constrangedor discurso. Ah, como eu sou mal! Hanz estaria fudido na minha mão. Ninguém mandou se meter com a Luíza, ninguém mandou! Eu e Kiro estávamos em forma invisível e indo na direção do elevador. Quando entramos vimos que Hanz pai e Hanz filho estavam lá dentro. Isso seria muito divertido.

- Filinho, não se esqueça que você vai ter que repetir tudo o que o Pete falar pelo microfone. – disse o pai de Hanz ajeitando a gravata cor de vinho do filho.

- Claro papai. – ele concordou que nem uma criancinha... Patético.

Eu e Kiro nos seguramos pra não rir. A reunião era no 10º andar, e rápido chegamos lá. Seguimos os dois e fomos direto pra grande sala de executivos. Antes de entrar, Hanz pai entregou o microfone pra Hanz filho e lhe deu tapinhas no ombro... Ai Deus, quanta idiotice. Então eu e Kiro entramos. Quando nós fantasmas ficamos invisíveis, só podemos interagir por meio de pensamentos, por isso eu não podia ver Kiro, mas sabia exatamente onde estava. Os dois cumprimentaram os executivos que estavam presentes e logo Hanz foi anunciado para começar seu discurso. Rapidamente eu e Kiro nos posicionamos. Eu fiquei ao lado esquerdo de Hanz, que era o lado do microfone, e Kiro do lado direito. Retirei o microfone bem devagar. Minha mão podia atravessar o corpo de Hanz, então isso foi só pra garantir. Então, oficialmente o discurso estava autorizado.

“Bom dia pessoal... Sou Hanz FDP Benzner”

- Bom dia pessoal, sou Hanz FDP Benzner – ele repetiu minhas palavras que nem um idiota.

“Eu vim aqui pra mostrar o tanto que eu sou idiota e o quanto eu vou levar essa empresa pro buraco!”

- Eu vim aqui pra mostrar o tanto que eu sou idiota e o quanto eu vou levar essa empresa pro buraco! – ele disse com cara de satisfeito fazendo os outros executivos se entre olharem. Um deles até sussurrou “o deixe prosseguir, quero ver onde essa palhaçada vai dar”.

“Vim propor que todo mundo lave minhas calcinhas sujas em troca do meu trabalho porco! Na verdade... Queria propor isso em especial pro dono babaca dessa empresa de lixo... Meu pai careca!”

- Vim propor que todo mundo lave minhas calcinhas sujas em troca do meu trabalho porco! Na verdade... Queria propor em especial pro dono babaca dessa empresa de lixo... Meu pai careca! – ele repetiu insanamente. Ele parecia nem saber o que estava falando! Ou ele se fazia, ou era mesmo um perfeito idiota. Naquela hora eu deixei que Kiro falasse e o controlasse.

“Queria falar o quanto esses executivos daqui são patéticos... São todos velhos da cabeça branca! Que horror... Por que vocês não vão jogar xadrez como todo velho?

- Queria falar o quanto esses executivos daqui são patéticos... São todos velhos da cabeça branca! Que horror... Por que vocês não vão jogar xadrez como todo velho? – ele repetiu as palavras insanas e idiotas de Kiro como se estivesse falando bom dia. Caralho, que idiota! Kiro estava sem criatividade e então passou o bastão pra mim novamente.

“Vocês não conseguem enxergar o quão eu sou estúpido? Eu trouxe microfones e estão ditando esse lindo discurso pra mim. Ah, isso é trapaça. Nada mal pra mim, sou um imprestável mesmo.”

- Vocês não conseguem enxergar o quão eu sou estúpido? Eu trouxe microfones e estão ditando esse lindo discurso pra mim. Ah, isso é trapaça. Nada mal pra mim, sou um imprestável mesmo – credo me causou até repulsa.

“Acho que todos deveriam saber que eu sou bem trapaceiro, e não seria nada sem a ajuda do meu papis. Eu tenho que falar... Eu não nasci gay, a culpa é do meu pai!”

- Acho que todos deveriam saber que eu sou bem trapaceiro, e não seria nada sem a ajuda do meu papis. Eu tenho que falar... Eu não nasci gay, a culpa é do meu pai! – assim que ele disse muitos executivos denominados sérios começaram a rir desesperadamente. Eles olharam pra Hanz pai que ficou até roxo de vergonha.

- Chega! - Hanz pai se levantou da cadeira na hora batendo com as mãos na mesa de tampo de vidro. – Hanz Benzner Junior, pare com isso já!

“Relaxa perua, to bem aqui!”

- Relaxa perua, to bem aqui – essa foi obra de Kiro, pode ter certeza!

- Perua?? Perua! Você tenha respeito comigo! Seu mal educado.

“Quem me educou foi você papi”

- Quem me educou foi você papi. – outra obra de Kiro... Medo dele!

- Anda! Vem cá, seu imprestável! – disse Hanz pai puxando Hanz filho pelo braço pra fora da sala. Atingimos nossa meta! O panaca foi chamado de imprestável!

Aproveitamos a porta aberta e saímos rapidamente. Fomos pro elevador, e como estava vazio pudemos ficar visíveis. Eu estava roxo de tanto rir.

- Ah cara, bate aqui! – falei estendendo minha mão pra que ele pudesse bater.

- Peitinho! – ele fez peitinho em mim.

- KIRO, VAI FAZER PEITINHO NA SUA MÃE CARALHO! – gritei.

- EU NÃO TENHO MÃE CARALHO! – ele gritou também.

- ENTÃO VAI PRA MERDA! – gritei mais alto ainda.

Nossas brigas eram lendárias. Sempre ficávamos de bem novamente. Era engraçado demais! Nos com fé alcançamos nossa meta. Ele foi humilhado e ainda conseguimos arrancar o “espírito feliz” dele! Foi minha primeira experiência fantasmagórica e acho que vai ser sempre a melhor. Agora eu tinha outra meta... Conquistar Luíza!