Dead! - nunca Foi tão Bom Estar Morto! escrita por alerion


Capítulo 2
On the Edge


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=1bvKPlfxZC0



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Her first time on the edge

(Pela primeira vez no limite)

 

The scars will stay forever
(Cicatrizes durarão para sempre)

 

Side to side with death
(Frente a frente com a morte)

 

A moment that feels better
(
O momento que parece melhor)

 

(On the Edge - Tokio Hotel)

 

Quatro anos depois da morte de Bill Kaulitz...

 

Agora eu era poderoso... Eu era o cara. Minha antiga aparência era uma sombra em minha mente morta. Os cabelos arrepiados com aquela franja jogada ao rosto, toda a maquiagem e os lápis de olho... Ficaram pra trás. Agora um Bill com um moicano na cabeça, pouca maquiagem e as unhas cinzentas surgiu. Um Bill de 20 anos totalmente adulto e maturo. Durante os quatro anos que passaram de minha morte eu fui um idiota pensando que esse papo de morte/vida era loucura. Kiro me orientava, mas parecia que estava falando com um objeto. Então segui minha vida normalmente... Até um dia atrás. Agora com 20 anos, eu já tinha me livrado da escola há muito tempo. Consegui um emprego num restaurante em que Kiro era VIP. Eu tinha uma boa mão pra cozinhar e rapidamente consegui ser chefe de cozinha. Nossa... Que promissor... O nome era Phoenix, segundo Kiro o dono era seu amigo próximo Yu Phoenix, por isso o nome. Minha ajudante na cozinha era Luíza. Uma menina legalzinha, porém muito tímida. Sua pele era morena avermelhada, seus olhos castanhos quase pretos, cabelos curtos e repicados com mechas amarelas, estatura mediana... Ela era bonita, tenho que admitir isso... Bonita e atraente... Atraente e... PRONTO, PRONTO, FALEI EU GOSTAVA DELA! Só não entendia como um morto amava. Mas enfim, voltado ao assunto, como sempre eu estava lá cozinhando e ela sempre calada me ajudando. Fizemos macarronada para um cliente exigente que tinha chegado lá... Um antigo colega meu de escola, Hanz Benzner. Um carinha chato que era o mais popular na escola. Ele era alto, tinha os cabelos jogados no rosto fútil, pele totalmente branca, olhos futilmente verdes e muita exigência e arrogância naquela cara de batata.

 

- Luíza, leve a macarronada de Hanz... Não fale nada ok, apenas fale o indispensável... Já até conhece a peça não é? – falei pra ela entregando o prato pronto. Eu havia mudado muito meu jeito de ser depois que tinha morrido... Estava mais solto, menos tímido e também mais superior aos outros.

- Sim Bill – ela sussurrou com sua voz infantil. Apesar de sua voz ser assim, ela tinha 20 anos como eu.

 

Então fiquei observando da porta da cozinha ela caminhar pelo restaurante até a mesa de Hanz. O restaurante era todo de madeira, sua decoração era toda antiga com flores, sinos, e muitas mesinhas antigas. Ela caminhou com o prato na mão e meus sentidos mais nítidos puderam captar o que Luíza falava.

 

- Aqui está sua macarronada senhor Benzner. Bom apetite.

 

Ela falou com tanta educação... Tanta graça. Essa mulher um dia ainda me mata – como se eu pudesse morrer novamente... Gênio. Ela andava devagar até a porta da cozinha quando eu pude ver que Hanz a chamara pra voltar à mesa. Ela engoliu a seco e olhou com um olhar suplicante pra mim. Eu apenas fiz cara de “o que quê eu posso fazer?”, mas na verdade eu poderia fazer sim... Só queria que o pior acontecesse pra eu poder ativar minha morte/vida. Ela se aproximou de Hanz com cara de coitada – que por incrível que pareça não era falsa, já fazia parte dela – e ele a fitou com a expressão rígida.

 

- O que você acha que é isso aqui que você me serviu? – ele sussurrou severo como se fosse um pai querendo fazer o filho sentir lá dentro que era culpado.

- Macarronada... – ela sussurrou também só que muito sentida.

- E VOCÊ CHAMA ESSA GOROROBA SEM SAL DE MACARRONADA? – ele gritou fazendo todos os clientes olharem pra mesa no centro do restaurante.

- Mas... Mas senhor, não tem nada de errado com a macarronada, Bill é um ótimo cozinheiro. – ela tentou se explicar, e era verdade, não tinha nada de errado com a macarronada. Ela fora preparada como qualquer outra que eu tinha feito em minha morte/vida e que fora elogiada por críticos de toda a Alemanha como uma macarronada de alta qualidade.

- ISSO TÁ UMA PORCARIA! E VOCÊ É UMA IMPRESTÁVEL MESMO, VOCÊ E ESSE TAL BILL! CHAME ELE AQUI AGORA GAROTA! – ele gritou fazendo a pobre Luíza derramar uma pequena e brilhante lágrima.

 

Ela então se afastou rapidamente da mesa indo a minha direção na porta. Eu assisti a aquilo tudo chocado. Como ele podia falar daquele jeito com ela? Senti uma raiva imensa de Hanz Benzner por aquilo. Em minhas veias corriam sangue e ele ficou quente. Quando Luíza chegou perto de mim com mais lágrimas senti um impulso enorme de abraçá-la. Ela retribuiu o abraço e afundou a cabeça em meu tronco molhando meu avental todo.

 

- Calma... Eu vou te ajudar – eu disse tentando confortá-la.

 

Então depois de um tempinho abraçados eu fui junto com ela na mesa de Hanz. Minha cara estava pior do que a dele, mais amarrada ainda e com muito ódio.

 

- O que você pensa que fez? – foi a primeira coisa que saiu de minha boca quando vi Hanz.

- Ora, ora! Se não é o Bill estranho Kaulitz! – ele me reconheceu na hora – agora eu sei por que a macarronada estava tão ruim... Por que foi o imprestável que fez! Bem que há quatro anos aquele caminhão podia ter te massacrado – ele disse me fazendo lembrar.

- É, mas não massacrou... E minha macarronada não é gororoba e a Luíza não tem culpa se essa sua boca não aceita qualquer coisa. Se quiser vá comer em outro lugar – falei irritadiço e muito arrogante.

- Farei isso, seus insignificantes! – ele disse se levantando da cadeira e quando passou por nós nos deu ombradas.

- Seu filho da pu... – eu quase ia gritando quando percebi onde eu estava.

- Bill... Desculpa, eu não queria causar problemas pra você... Eu, eu... Eu não sei o que dizer... – ela disse entre soluços.

- Luíza... Você não tem culpa. A do Hanz ta guardada. Te prometo... – falei pegando em seu rosto e olhando bem fundo em seus olhos – vamos... Temos mais pedidos e tenho certeza de que os outros clientes gostam de nossa comida.

- Tudo bem... – ela sussurrou secando uma lágrima do rosto.

 

***

 

- Alô... Kiro é o Bill. Venha aqui em casa agora, por favor... Acho que seu esforço de quatro anos vai ser compensado hoje – eu disse decidido. Ele assentiu do outro lado da linha e eu desliguei o celular.

 

Agora eu morava num apartamento junto com meu irmão Tom. Falando em Tom... Ele não sabia do meu status de morte/vida. Ele agora tinha largado os dreads e trocado por trancinhas pretas de raiz. Continuava o mesmo debochado de sempre, brincalhão e besta. Alguém ainda lembra-se de Gustav e Georg? Gustav tinha trocado os cabelos loiros por cabelos pretos e tinha assumido os óculos de grau... Burrada, que burrada! Georg continuava a mesma coisa de sempre, só seu cabelo que tinha crescido até as costas mais nada. Eles nos visitavam diariamente. Mas retornando a mim, eu agora era independente, não vivia mais das custas de Simone Kaulitz – mamãe – e nem de Gordon Trümper – padrasto/pai pra todos os efeitos. Tinha meu próprio salário e me sustentava. Meu irmão trabalhava como guitarrista de uma banda em que ele também era vocalista... Desastre! Imagina o Tom cantando e tocando guitarra... Coitado de quem ouve. Fiquei em meu apartamento esperando por Kiro. Eu já sabia que ele não demoraria, ele tinha velocidade. Em menos de 2 minutos o cara chegou. Eu abri a porta, pois já sentia que ele estava lá.

 

- Fala o que você quer - ele disse assim que entrou.

- Receio que seus esforços vão valer à pena Kiro... – eu iniciei me sentando no sofá.

- Explica né jumento! – ele disse estressado.

- Credo... Tu ta mal hoje hein tio... Mas enfim. Eu recusei usar meus poderes de fantasma por quatro anos, você tentou me convencer e eu nunca dava atenção... Pois hoje, eu, Bill Kaulitz... Quero realizar a arte de ser um fantasma! – falei com muita certeza na voz.

- C-c-como? – Kiro gaguejou com tais palavras saídas de minha boca.

- Não se faz de surdo por que você tem um ouvido ótimo desde a segunda guerra mundial Kiro! Eu quero ser um fantasma, quero me vingar de um cara antigo que fez um mal pra Luíza, a minha ajudante do Phoenix! – falei irritado.

- Quem e o que essa pessoa fez pra você resolver seguir sua verdadeira origem?

- Hanz Benzner... Ele a chamou de imprestável na frente do restaurante inteiro e ela saiu chorando... Kiro, você sabe o que eu penso a respeito da Luíza não é? – perguntei olhando direto nos olhos de Kiro.

- Claro que sei... Você ama aquela menina. Eu te entendo... Quando eu comecei a ser realmente um fantasma eu também fiz por uma garota...

- Qual era seu nome? – perguntei interessado em saber a história.

- Amy... Ela era linda... E eu a amava. Isso foi em mais ou menos em 1996.

- CACETE! VOCÊ MORREU NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SÓ FOI USAR OS PODERES EM 1996? KIRO, VOCÊ É PROBLEMÁTICO SEU ANIMAL! – gritei assustado que até dei um pulo do sofá.

- ANIMAL É O CARALHO! DEIXA EU FALAR PORRA! – ele gritou também. – Olha só, eu era um teimoso que nem você, e na verdade, meu instrutor de morte/vida era “instrutora”. O nome da insuportável Lauren. Ai mulher chata! Ela não me despertava interesse em aprender nada de minha nova condição. Só depois que eu conheci a Amy que eu me interessei por que vários caras assaltaram ela e tal. Eu passei a defender ela, tanto que hoje ela é minha amiga de anos... E já foi namorada também.

- Puts... Mas enfim... Kiro, o que eu devo fazer?

- Me dê todos os detalhes de como você imagina essa vingança que veremos se vamos poder realizá-la... Cabeça de vento.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que a música nem teve tanto haver com o capítulo, mas não tinha outra melhor -q
Pra quem realmente não sabe quem é Kiro, é o baixista do Cinema Bizarre, a próxima capa terá ele *-*



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