Dead! - nunca Foi tão Bom Estar Morto! escrita por alerion


Capítulo 4
Garota Radical


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=hUKwo47p4Gc



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Te vejo na minha (Te vejo na minha)
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Falo tão sério, é sério você vai
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Vem ser só minha (Vai ser você)
Aposto um beijo que você me quer

(Garota Radical - Cine)

 

 

Eu não sabia que vinganças eram tão boas... E nem sabia que ser um fantasma poderia ser tão engraçado. Tudo o que eu sabia era que eu estava realizado. Aquilo que eu fiz por Luíza foi tão prazeroso pra mim... Deveria fazer mais vezes. Eu senti uma coisa aqui dentro... É muito distinto. Agora eu tenho outros objetivos: Procurar mais vinganças, ser um bom humano e o mais importante; Conquistar Luíza. Ela era tímida, era toda encolhida... Eu tinha uma arma. Por que não uma festa? Eu tinha motivos pra comemorar. Talvez a banda do meu irmão pudesse tocar nessa festa... Tudo bem que o Tom não cantava tão bem assim, mas pra pelo menos ter um barulhinho. O nome da banda era Devilish... Eu acho que realmente o Tom não tinha um nome melhor pra colocar. Mas voltando ao meu assunto, eu ia chamar Luíza. Vou pro trabalho e vou entregar o convite pra ela... Não sei se realmente ela vai... Esperança é a última que morre!

 

No outro dia.

 

Posso contar um segredo? Eu não dormia. Não por eu ser um morto, mas sim pela ansiedade. Queria logo conseguir minha meta principal, Luíza. Eu fiz um convite à mão especial... Só pra ela. Tinha feito uma letra toda bonita numa caneta dourada e um papel duro e perfumado cor pastel... Tava lindo, eu tenho certeza. Acordei (se eu tivesse realmente dormido e não cochilado por 5 minutos) de manhã todo ligado. Me arrumei rápido demais sem esquecer de nenhum detalhe e corri para o Phoenix. Cheguei lá mais do que ansioso com o convite na mão. Fui logo encontrando meu chefe Yu.

 

- Bom dia Yu – eu disse sorrindo e olhando pelos ombros dele pra ver se eu achava Luíza.

- Ah, oi Bill – ele disse rindo – ta procurando quem?

- A Lu... – comentei ainda olhando

- A Luluzinha não veio trabalhar hoje. Teve problemas de saúde... Se quiser ir visitá-la pode ir, hoje a Jhully ta livre e ela pode ficar no seu lugar – Jhully era a outra chefe de cozinha... Outra que cozinhava muito bem.

- Sério? Ah cara! Valeu! Vou lá agora mesmo. – Eu abri um sorriso daqueles de orelha a orelha – Valeu Yu! E você ta convidado pra minha festa! Depois te mando o convite – eu disse já longe, saindo pela porta.

 

Entrei todo animado no meu carro. Eu logicamente sabia onde era a casa de Luíza e iria correndo saber o que ela tinha. Eu não sabia se era grave, não sabia se era um mal – estar passageiro, não sabia nada. A única coisa que eu queria era falar com ela, entregar o convite nas mãos dela e tentar me aproximar daquela menina tão frágil... Se eu conseguisse pelo menos um beijo dela... Seria incrível! Dirigi até aquele bairro de casas lindas onde Luíza morava. A entrada da sua casa era até engraçada. Era como se fosse um túnel de concreto com tijolos todos bonitinhos, depois vinha a porta. Tinha um jardim todo florido com estatuas de gnomos, havia flores e um balanço pendurado num pé de manga. Estacionei meu carro do outro lado da rua. Minhas mãos ainda pressionavam o convite sem amassar. Atravessei e fui direito por aquele túnel de concreto. Parei em frente sua porta. Já ia tocando a campainha quando uma coisa me chamou a atenção. Havia mais uma voz de mulher dentro da casa, e ela não estava economizando nas broncas e nos gritos. Fiquei atento pra escutar. Encostei minha cabeça com cuidado pra não atravessá-la e consegui ouvir com mais clareza.

 

- Luíza, você é louca? Como assim você fez o Benzner bater o carro?

- Maria, chega! Você disse que eu poderia me vingar! Eu sou uma fantasma e eu tenho o direito! O Benzner nem se machucou tudo bem? E olha, vê se para de me torrar a paciência!

- Luíza, escuta aqui. Eu sou sua instrutora de morte/vida, exijo que você cumpra com as regras de convivência humana e... Lu... Espera aí... Eu to sentindo a presença de outro fantasma aqui... QUEM ESTÁ AÍ?

 

Ferrou! Tinham sentido minha presença... Mas não era isso que me chocava. LUIZA ERA IGUAL A MIM! Eu nunca imaginaria... Luíza já tinha morrido... Quando? Como? Aonde? Eu precisava saber! Eu fiquei tenso na hora... O que será que a tal Maria, instrutora de Luíza ia fazer se eu de repente entrasse ali dentro?

 

- Maria... Espera aí... Eu sei quem ta lá fora. – Disse Luíza me fazendo ter um frio na barriga – Bill entra logo! – ELA É VIDENTE OU O QUE?

 

Eu então respirei fundo. Nem queria abrir a porta então a atravessei... De repente eu me vi dentro da casa de Luíza... Ela estava deitada no sofá com uma camisola tamanho micro de oncinha. A tal da Maria era um pouco maior do que Luíza, era magrela, tinha os cabelos castanhos escuro na altura do ombro, usava uns óculos cor de violeta, era até bonita só que estava me olhando com cara de brava o que dificultou as coisas. Eu fiquei com cara de paisagem olhando para as duas. A micro camisola de Luíza seduziu, mas eu contive os pensamentos... Esse é o ruim de estar perto de outros fantasmas, não há segredos.

 

- O que você ta fazendo aqui? – Luíza perguntou. Sua voz não era a mesma voz baixinha e tímida de sempre... Era potente e bonita... E não era tímida. Eu gostei disso, seduziu ainda mais.

- Eu... Eu... Luíza, eu queria te entregar o convite pra minha festa e então esperei te ver no trabalho. Daí você tinha faltado e o Yu me mandou vir aqui e eu vim... E descobri que... Nós somos iguais – falei sussurrando. Era impressionante demais.

- É... Nós somos iguais... Eu jamais imaginaria que você poderia ser um fantasma! – ela disse se levantando e indo em minha direção. Estávamos frente a frente... Corpo a corpo. Uma distancia mínima... Nossos corpos quase encostando um no outro – temos muito que conversar Bill – ela disse rindo de canto.

- A-Acho que sim Lu-luíza... – Gaguejei que num um idiota.

- O clima ta ótimo, você é lindo Bill, mas eu tenho que resolver um negócio com a Luluzinha aí – disse Maria tentando interferir.

- Maria! Eu já disse. O Benzner ta bem! – Disse Luíza desviando agora o olhar pra instrutora.

- Hanz Benzer? Você também deu um jeito nele? – perguntei.

- É... Vamos dizer que a BMW dele já era – ela falou sorrindo de canto novamente.

- E o emprego dele também – eu disse e logo dei uma gargalhada alta.

- O que você fez com ele? – ela perguntou rindo junto. – Nem precisa falar... Eu já consegui ler na sua mente. Você fez ele passar vergonha! Você e seu instrutor de morte/vida. Boa idéia Bill, vocês são uns gênios!- menina rápida ela, não?

- Eu fiz isso só... Por você Lu – falei tímido.

- Sério? Own, que lindo! – ela me deu um abraço. Fiquei com os sentimentos tão confusos que sem querer atravessei o corpo de Luíza quase a fazendo cair no chão.

- DESCULPA! Eu... Eu fiquei feliz com seu abraço. Ai Meu Deus, você ta bem? – perguntei tentando me desculpar novamente.

- Tudo bem – ela disse rindo – eu vivo fazendo isso com a Maria – ela deu uma gargalhada gostosa.

- Então... Luíza, eu preciso falar com você... Te fazer as perguntas básicas... Me entende?

- Claro! Maria, vá embora ok? Depois você volta – ela disse como se ela mandasse em Maria.

- ARG! Ta! – Maria saiu furiosa pela porta sem abrir, atravessou mesmo.

 

Com um gesto Luíza me convidou a sentar no sofá. Ela se sentou em minha frente sempre sorridente e alegre. Acho que a primeira pergunta que eu iria fazer era o porquê dela ser de um jeito como humana e outro como fantasma.

 

- Tudo bem... Pergunte o que quiser – ela disse sorrindo.

- Lu... Por que tem dupla personalidade? Quer dizer... Por que age diferente quando humana? – perguntei meio atordoado.

- Eu sabia que você ia perguntar isso... Olha Bill, eu tenho essa dupla personalidade pelo fato de que me perseguem... Sou uma fantasma vamos dizer... Torta. Fiz muita burrada no começo da minha morte/vida.

- E quando começou sua morte/vida?

- Há 4 anos atrás... Dia 10 de agosto.

 

[Luiza’s Flash Back]

 

Eu tinha saído da minha escola junto com minha única amiga, a Maria. Ela já era morta... Mas eu não sabia. Eu estudava na única escola daqui da cidade... Nós estávamos passando por uma rua quando vimos quatro garotos. Um de dreads e boné, outro com os cabelos castanhos até o ombro, outro loirinho muito bonitinho, e um que todos chamavam de estranho na escola por ele ter os cabelos arrepiados, uma franja e usar maquiagem. Eu particularmente não o achava estranho. Bom... Vimos os outros três atravessando a rua e o “estranho” olhar o ônibus até que o celular do bonitinho caiu no meio da pista. O “estranho” então foi pegar o celular pro bonitinho e ficou parado lá no meio da pista até que ia vindo um caminhão. A Maria então me empurrou pra pista pra eu salvar ele, só que como ela queria que eu o salvasse? Só sei que ela me empurrou na hora e eu tentei salvar ele o agarrando e tentando o empurrar pro lado, mas naquela hora o caminhão já tinha atropelado nós dois... Foi tudo tão rápido que eu acho que ele nem sentiu que eu cheguei perto dele. E eu morri. Mas parecia que a morte não era tão ruim assim. Eu ainda me sentia muito viva, nada parecia ter mudado, alías, nem parecia que eu tinha sido atropelada por um enorme caminhão... Eu me sentia revitalizada!

 

[/Luíza’s Flash Back]

 

Ao ouvir aquela história meus pelos se arrepiaram... Então, Luíza tinha morrido junto comigo? Como assim? Ele tinha tentando me salvar? Ela estudava na mesma escola que eu? Ela não me achava estranho? Eram várias coisas rondando pela minha cabeça... Luíza lia tudo e na hora fez uma cara de surpresa igual a minha. Lembrei-me do mesmo dia... Do mesmo momento em que o caminhão me pegou. Ela usou as mesmas palavras que eu... A sensação era a mesma. Agente nem precisou falar nada depois disso... A gente lia a mente um do outro. Ela já tinha sacado o meu sentimento por ela... E eu o mesmo... Ela sentia a mesma coisa, porém era cuidadosa e escondia. Ela era mais cautelosa que eu, tava na cara. Eu olhei com um brilho diferente nos olhos pra ela. Ela sorriu. Aquele sorriso que eu quase nunca via agora tinha ficado marcado em minha mente... Aproximei-me dela. Peguei seu rosto com minhas mãos. Eu podia sentir sua pele macia... Aproximei meu rosto e logo depois lhe dei um beijo... Tão esperado por mim e por ela. Eu lia sua mente enquanto o beijo corria... Ela esperara por esse momento ainda mais do que eu... Eu tinha conseguido... Eu tinha provado um pouco do doce de Luíza... Eu consegui.


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Notas finais do capítulo

Nossa, como uma música da inspiração pra as pessoas O_O eu fiz o finalzinho ouvindo Geisterfahrer *-------*
Gente, eu sei que é tudo tão rápido assim, mas a fic acaba no cap 10 ou 12, não sei -q Mas acho que não passa disso :D
Ah, e a música nem tem muito haver com o capítulo -q e eu atoron essa música do Cine *-* Minha irmã diz que eles são o Cinema Bizarre brasileiro ¬¬ Aqui >—|_



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