Androids escrita por Stella Nogueira


Capítulo 6
O que realmente sou




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_Seu apressado, nem arranjou explicação direito da coisa e vem sem saber de quase nada..seu besta, você veio, não devia! Idiota, tapado! Agora olha onde você veio parar... sendo caçado por um bando de capangas do Ian! – Lucas se esquecia frequentemente que eu o ouvia mesmo com portas fechadas. O que era uma vantagem, ele tinha a mania de ficar reclamando e falando mal de mim o tempo inteiro.

Desde o dia que eu achei ele na floresta ele vem com essa dos ‘caras’, ele também é da mesma espécie e ainda reclama! Era estranho eu me chamar de espécie, mas, bem, eu era algo vivo, muito estranho. Pelo menos foi isso que eu descobri naquela pasta vermelha do Ian à duas semanas atrás. Nós dois ficamos chocados com a coisa toda.

 

(flashback)

 

_Não... não é possível, como? Como... – empurrei a cadeira para trás e comecei a andar de um lado para o outro no quarto. Não podia ser aquilo o que eu tinha lido. Aquela pasta vermelha era um diário, um relatório. Eu achava que aquilo era impossível, mas não, não era... não...

Acho que fiquei murmurando muitos ‘nãos’ antes de ser abraçado por trás pelo Lucas.

_Ei...ei Lou, calma, o que foi? Hein? – eu apenas balancei a cabeça, minha expressão era perturbada e agitada, como eu podia descobrir aquilo só naquela hora? Como? Como eu não notei?Era mais que óbvio! Lucas insistiu mais um pouco e eu entreguei a pasta vermelha na mesma página que eu havia parado. Nela estava escrito:

 

06 de julho e ano e local desconhecido,

Mais uma vez o experimento de fazer com que as células do doador principal fossem introduzidas no organismo dos humanos não deu certo. A falha ainda não foi identificada, estamos tentando reproduzir as células do doador, mas sem resultados.

A clonagem humana após 18 anos que eu estou aqui, foi encontrada com alguns resultados, o desenvolvimento do clone é mais lento que o do ser humano, mas temos esperança de que esse não morra desidratado como o anterior.

Dr. Manson

 

12 de maio de ano e local desconhecido,

Conseguimos! A experiência do clone finalmente deu certo e graças ao ser maior conseguimos introduzir as células em clones, as células do doador principal ainda são impossíveis de se reproduzir, então temos um estoque limitado de células mutantes.

O próximo passo vai ser transformar esses clones em meio andróides, o que não conseguimos ainda.

Dr. Manson

 

25 de novembro de ano e local desconhecido,

Finalmente o primeiro clone andróide conseguiu ser feito, mas sem as células mutantes, o clone com células mutantes ainda consegue viver, mas rejeita o implante de máquina no corpo, estamos tentando mudar isso.

Dr. Manson

28 de fevereiro de ano e local desconhecido,

Finalmente conseguimos fazer com que o clone com células mutantes aceitasse a mudança no corpo. O clone andróide está em estado de recuperação após o estado de quase morte causada pelas células do doador.

Dr. Manson

 

 

Lucas jogou a pasta vermelha para o lado e me abraçou direito. Ele me guiou até a cama e acabamos dormindo, com o pensamento de que nós fomos e ainda somos humanos, mesmo que clones.

 

(/flsahback) 

 

É daí que eu conheço todo o funcionamento do mundo dos humanos mesmo que eu tenha nascido em um dia que eu não tinha tanta memória. Ser um clone era algo que às vezes me deixava com uma baita raiva.

Eu não era único. Isso conseguia de deprimir muito rápido. E outra, eles queriam andróides sem sentimentos, mas como se eu já fui humano?

Eles bem que podiam ter deixado a gente só como seres humanos e não ter misturado humano e máquina. Mas nãão! Eles tinham que misturar, aí, peguei a mania do Lucas de reclamar.

_Lucas, para de reclamar! – entrei no quarto do hotel com um lanche pra gente e vendo ele andando de uma lado para o outro quase arrancando os cabelos.

_Eu?? Quem disse que eu estava reclamando? – revirei os olhos.

_Às vezes você esquece que eu escuto muito melhor do que você pensa... – arqueei uma sobrancelha em sinal de ironia.

_Tá, ta, eu tava reclamando e não pretendo parar, pra mim já chega, eu to sendo caçado por essas coisas a cinco dias – abriu a palma da mão direita contando os dedos sem se dar conta disso, até chegar a cinco.

_Você É uma dessas coisas, caso você se lembre, e se quiser dar no fora, vai! Eles sabem quem é você... eu não vou te impedir. – eu sabia que ele não ia embora, ele ficava falando isso a dois dias, o tempo inteiro e nunca ia. Ele simplesmente emburrou num canto e ficou lá, sentado na cama olhando pro lanche.

Sentei na cama ao lado e comecei a comer. Em três minutos ele ainda estava lá, emburrado, o estomago dele roncou. Não deu pra negar, ele estava com fome, mas não ia dar o braço a torcer e vir pegar nem o lanche, obviamente não queria olhar na minha cara. Mas não deu muito tempo acabou me olhando e começou a falar.

_Des...

_Pode ficar quieto, eu sei que você está estressado, nós estávamos na estrada a cinco dias até sem dormir, eu te dou razão...toma – entreguei a parte dele na comida, que ele pegou num átimo. Ele era muito mais rápido que eu, porém muito menos força e por ser rápido ele comia mais que eu para repor as energias. Cada um ficou na sua. Íamos apenas passar aquela noite, pois precisávamos de dinheiro e, bem, de dormir. Ainda eram cinco da tarde, o show que eu consegui a muito custo era programado para as dez e meia, até lá, liberdade para fazer o que quer que desse na telha.

_Lu... – toda vez que ele chamava assim ele queria ser bonzinho ou estava pensando em uma coisa realmente importante. – O que nós vamos fazer daqui pra frente? Ficar aqui até encontrar alguém não é uma boa ideia.

_Vamos ver com o tempo... – ainda não tinha pensado nisso.

_Mas não temos tempo, eles podem nos achar. O que vamos fazer?

_Eu...eu não sei.

_Lu, tem de ter um jeito, sempre tem um jeito...sempre... – ficamos alguns minutos pensando em o que nós iríamos faze dali pra frente.

Eu só tinha chegado até ali por que eu tinha conseguido informações com o Pietro, tinha aprendido alguma coisa pelo menos, mas agora... estávamos na estaca zero.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua..
(mas talvez demore =)



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