Androids escrita por Stella Nogueira


Capítulo 4
Capturado? Jamais!




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_Como? – ajuda era bem vinda desde que ele não fosse o cara prestativo.
_Dinheiro, equipamento e pesquisas. – melhor não contrariar o velhinho. Iria aceitar, em partes.
_Tem certeza que quer fazer isso senhor? – eu tinha que achar um andróide que estava por perto, não era hora de bancar o humilde.
_Não é necessário me chamar de senhor – deu um sorriso largo – e tenho certeza sim.
_Se você assim deseja. Eu aceito. Meu muito obrigado. – abaixei a cabeça em sinal de cumprimento.
_Estamos combinados. – se levantou ao mesmo tempo que eu e estendeu a mão, apertei-a com vigor.
_Obrigado novamente.
_Não é nada! – deu um sorriso cínico tentando parecer sincero, o que não conseguiu – concerteza não vai ser nada ao compararmos com o que você vai me dar – acrescentou de modo que para um humano, só ele ouviria.
_Tenho que ir então, achar um hotel para passar a noite,já que o senhor se prestou a me ajudar, vou continuar na cidade.
_Que isso meu rapaz, você pode ficar essa noite aqui. Essa casa é grande o suficiente.
_Ora, agradeço, mas não é de bom tom – desculpa esfarrapada.
_Eu insisto, se eu vou lhe ajudar, não custa uma noite bem dormida por aqui.
_Agradeço – tinha que parar de agradecer a quem não me inspirava confiança.
_Vou pedir para Carl levar suas coisas para um dos quartos. – sorrisinho presunçoso esse dele. Dei um sorriso de volta sem um pingo de sinceridade, mas bem convincente, pois seu olhar mudou ligeiramente.
_Até amanhã garoto. Se virou e subiu as escadas em forma de caracol que tinham na biblioteca.
_Senhor. – o mordomo entrou na biblioteca novamente. – Me acompanhe. – fui atrás do mordomo totalmente mudo.
_Aqui está. – abriu a porta e ficou do lado de fora
_Obrigado. – ele apenas assentiu com a cabeça e se foi, deixando minhas coisas em um canto do quarto.
_Pra que fazer uma casa tão grande? – sussurrei. O quarto mais parecia ser uma casa que um quarto de tão grande.
Era hora de pesar mais sobre o que eu estava fazendo. O que era difícil, pois quando precisamos a ajuda pode vir do diabo que a gente aceita. Fui tomar um banho para pensar e melhor.
Na própria banheira eu treinei meus poderes. Estava melhorando nisso. Normalmente à noite a água quando eu tocava ficava fria e quente de dia, mas estava mudando isso gradualmente. Também consegui movimentar a água, fazia dela massa de modelar nas minhas mãos.
Acabei indo me deitar mais tarde do que imaginava, totalmente relaxado, mas dolorido. Não consegui dormir de jeito nenhum. Era intrigante demais pensar no Ian Whitestone. Ele não tinha cara de quem gostava de oferecer seu dinheiro.
Como não consegui dormir, fui andar pela casa, ninguém ia me ouvir mesmo. Lado bom de ser andróide, você consegue ser mais silencioso que um gato quando quer.
Percorri corredores e mais corredores. Todas as portas trancadas, e as que não estavam eram de armários e banheiros.
Achei apenas uma saleta aberta no andar da biblioteca. Aquele lugar me assustou por um momento, que homem doentio era aquele? Lá haviam quadros de torturas, mascaras estranhas, crânios e um curiosa coleção de livros de anatomia e de clonagem, muitos outros eram sobre mitos, livros antigos e livros que tinham acabado de ser lançados, ou nem tinham sido lançados. Uma única pasta chamou minha atenção.
_Ora Paolo, não me venha com insinuações de que você não consegue capturar um moleque de 17 anos! – era Ian e mais alguém. Me enfiei embaixo da escrivaninha. Os sons ficaram mais perto.
_Ele não é um moleque, ele é um andróide, e não sabemos direito sobre os poderes dele. Ele foi indicado como líder e você sabe disso Ian.
_Que diferença faz? Um moleque do mesmo jeito, não tem experiência de vida.
_Mas é mais forte e mais poderoso.
_Como se você também não fosse Paolo.
_Não é bem assim Ian.
_Que seja. Você tem agentes. O garoto está no quarto 14, você sabe qual. Pegue-o, tente não desencadear escândalo. Prenda-o, eu preciso continuar as pesquisas.
_No 14? Não acha que está subestimando o andróide? Não precisa fazer essa cara. Certo, daqui 45 minutos ele vai estar capturado e pronto para ser pesquisado.
_Ande logo – falou energicamente. Todos os barulhos cessaram. A porta foi fechada. “Era assim então. Uma armadilha. Seu idiota! Como você foi cair nessa!”
Fui rumo ao quarto, não sem antes pegar uma pasta vermelha escondida entre os livros que olhei quando entrei.
Peguei tudo o que era meu e algumas coisas que tinham no quarto. Como roupas e coisas de valor, não estava roubando, era apenas como garantia que eu não ia morrer de fome na viajem.
Como sempre, não fiz nenhum ruído ao descer e ir à cozinha. Já passava das duas da madrugada. Peguei uma chave de moto com a inscrição Yamaha e fui em direção a garagem.
Achei a moto que queria e a levei até uma distância segura da casa, de uns 200 metros. Não deixei pistas. A não ser. “Droga, esqueci meu smartphone. Lá tem tudo o que eles não podem ver”
Escondi a moto perto do muro de uma casa. Como era preta, ninguém a veria.
Voltei para a casa correndo, entrei pelo lado de fora subindo até o segundo andar. Já tinha memorizado todos os corredores e quartos da casa. Estava pegando o celular quando ouvi um barulho de chave quando se destranca porta. Estavam indo me capturar. Pulei pela janela bem na hora que a porta era aberta e me escondi atrás de uma árvore gigantesca na lateral da casa.Alguém deve ter ido verificar a janela aberta. Logo a mesma foi fechada e vários ruídos começaram dentro da casa. Estavam jogando tudo de um lado para o outro. Ouvi um vaso ser despedaçado e os gritos bravos de Ian.
_Seus incompetentes! Eu dou tudo, TU-DO, pronto e vocês não servem pra pegar um garoto de 17 anos! – já imaginava seu rosto vermelho de raiva e saliva voando para todos os lados. Não me segurei e soltei um risinho. Fui em direção a moto com mais cuidado ainda.
Verifiquei se estava na direção certa e liguei a Yamaha. O som do motor foi mais suave do que pensava. Corri em alta velocidade pela estrada. O capacete não deixava o ar bater no rosto, mas o pouco que batia dava a melhor sensação que uma pessoa podia ter, a de liberdade e despreocupação.

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Notas finais do capítulo

Eu ainda me pergunto o por quê de eu postar..mas tudo bem ^^

Se alguém lê: Manda um review...E se não for cadastrado...é rapidinho fazer uma conta viu ! Aí já pode mandar também ^^



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