Androids escrita por Stella Nogueira


Capítulo 2
Olhe e aprenda


Notas iniciais do capítulo

Meio confuso..IAJSIASJ'



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Fechei a porta tomando cuidado para não ser visto, o que era uma coisa fácil com a poeira que voava por todo lado.

Coloquei a roupa como melhor me conveio. Vendo em base a roupa que a mulher usava e o que o homem lá de fora também usava.

Peguei a sacola. Dei uma olhada lá dentro e achei uma espécie de bolsa. Tirei ela e enfiei tudo de uma vez. Saí da salinha. O homem continuava desacordado. Peguei a arma, um cartão pendurado no seu pescoço eu sumi dali.

Eu corria e não sabia pra onde me dirigia. Vi uma porta que já tinha explodido. Acho que metade dos andróides dali e muitos humanos tinham saído, com o intuito de fugir ou capturar.

O corredor se bifurcava a partir dali. Enquanto uma das portas estava em pedaços, ao lado dela havia uma outra porta, totalmente intacta. A não ser pelo pó que emanava pelo corredor.

Imediatamente soube o que fazer. Passei o cartão que peguei do homem desacordado no aparelho ao lado da porta inteira.

Entrei e vi um monte de máquinas, computadores. Ali devia ser o controle de comando. Até hoje eu não sei como consegui colocar o computador para autodestruir a base. Eu tinha que sair dali com vida em apenas dois minutos.

Corri como um doido. Saí da base a tempo. A mesma ficava no subsolo, mais difícil de achar, e de sair.

Lá fora estava tudo escuro. Corri mais rápido ainda. Havia árvores por todos os lados. Mais chances de achar um inimigo.

Só ouvi o barulho da explosão capaz de assustar meio mundo. Ouvi guinchos, pios e rugidos vindos a minha volta. A floresta acordara. Continuei correndo, não olhei para trás por maior que fosse a curiosidade.

Cheguei a uma clareira, me sentei exausto na orla da clareira. A luz da lua iluminava a tudo. Ou será que eram meus olhos? Já que a lua não era cheia algumas nuvens percorriam a atmosfera. Ouvi um barulho de algo serpenteando dali a alguns metros. Num pulo fui ver o que era. Apenas água, uma nascente. Abri a mochila e achei uma garrafa. Experimentei a água antes de coloca-la na garrafa, eu apenas sabia que aquilo era água por que eu vivia dentro da água e eu me alimentava de água, ou alguma coisa parecida com água.

No momento que aquela coisa gelada desceu pela minha garganta eu senti um arrepio. No segundo seguinte toquei na água novamente para enchera água, um raio de 1 metro em volta da minha mão se congelou, ou seja, a largura quase total da nascente. Retirei minha mão com o susto. A água continuou ali completamente congelada. Me surpreendi, mas me pareceu normal depois do susto, estranho.

Peguei a garrafa e com cuidado para não tocar na água, a enchi completamente. Bebi mais um pouco da água e tornei a enchê-la. Coloquei a garrafa na mochila e voltei para a clareira.

Tudo me parecia claro naquele momento, pelo menos em partes. Apenas uma coisa me incomodada. Por que eu? E qual o real motivo disso? Não era só aquilo que a mulher me explicara. Tinha mais. Mas naquela hora eu estava cansado demais pra pensar sequer na possibilidade de achar meus irmãos.

 

Acordei com a luz do sol invadindo minhas íris. Como eu detesto o sol! Minha barriga doía.

_Ããiin! – gemi. Não sabia por onde começar, sozinho, perdido e dolorido. Era demais até para um andróide. Ainda não me acostumara a palavra, mas eu gostava.

Uma hora depois de acordar voltei a nascente ali perto, bebi mais da água, que agora não congelava mais. Apenas fervia. Eu a tocava e ela borbulhava, ainda no raio de um metro, quando eu tirava a mão ela parava de borbulhar, mas não deixava de ser quente. Como e por que isso acontecia eu não sabia.

Minha barriga alem de doer ronronava, como se fosse um gato. Quando eu bebia água ela melhorava, mas não estava sendo o suficiente, eu precisava de algo diferente pra me alimentar.

Senti um delicioso cheiro vindo de algumas dezenas de metros a leste de mim, na direção contrária à explosão da base. Fui com cautela, poderiam ser inimigos, escondi-me atrás de uma grossa árvore com a arma azul na mão.

_Anda logo com isso Adam! Eu estou morto de fome! – o adolescente mais baixo falou.

_Se acalma! Já esta saindo! –falou o que parecia ser o mais velho, Adam.

_Adam! Ele não é o único com fome. Esse peixe está demorando muito, devíamos comer ele cru! – uma garota de olhos pretos e meio puxados estava impaciente.

_Não somos acostumados com isso Mayune. – replicou Adam, todos ele ficaram em silencio, esperando. Cheguei mais perto. O cheiro era bom demais. Um graveto quebrou o silencio que era antes interrompido apenas pelo do crepitar das chamas.

_Quem está aí? – o garoto mais baixo se levantou e olhou na minha direção. Mas não sabia ao certo qual o lugar a olhar. Ele puxou uma arma parecida com a que peguei do homem na base, apenas por um detalhe ela era diferente, ao invés de azul, ela era verde. Dei um passo, outro graveto se quebrou. – Quem está aí? – repetiu com a voz firme e cheia de determinação.

_Deve ser um animal Cris. Senta vai. – ouvi a voz da garota. Resolvi sair. Eu não precisava me esconder, eles eram apenas humanos, se não fossem teriam me achado já.

Dei passos lentos, aparecendo sob a luz do sol, que me cegou por uns instantes.

_Eu estou aqui! – minha voz parecia mais cheia de autoridade do que eu pensava. Eles olharam meio assustados. – Não vou matar vocês. – levantei a mão que estava com a arma para o céu.

_O que você quer? – o garoto me olhou torto.

_Eu senti o cheiro do peixe e vim até aqui. Eu estou com fome.

_O que o faz pensar que serviríamos um estranho que porta um arma da polícia secreta? – o tom seco do mais novo me irritou.

_Eu estava de passagem. Sou estranho sim, não sou da polícia, embora tenha essa arma, não preciso dela. – usei o mesmo tom.

_Pessoal! Menos briga e mais comida. Temos peixe suficiente para nós quatro. – falou a garota.

_Concordo com a May. Cris, se acalme. E qual seu nome? – o mais velho parecia ser mais inteligente que o baixinho.

_Louis. – a garota arqueou uma sobrancelha.

_Certo Louis. Sente-se. Pode comer a vontade.

_Obrigado. – sentei-me entra a garota e o mais velho. Comemos em silencio.

_O que está fazendo por esses lados? – pensa rápido.

_Eu vim acampar, mas acabei me perdendo. – menti descaradamente.

_Acampar sozinho? – o idiota, pensa melhor!

_Eu gosto muito de acampar, essa é a primeira vez que eu me perco. Na verdade eu só me perdi por causa dos animais, eles ficaram agitados ontem à noite. – melhorou, mas continuava fajuto.

 


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